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sábado, 26 de outubro de 2013

VIDAS SUCESSIVAS

SERVIÇO

Américo Fernandes de Oliveira


Somente a reencarnação ou vidas sucessivas, provam plenamente a Grandeza Divina. Considerando-se a vida humana, tão-somente do berço ao túmulo, chegaremos à óbvia conclusão de que Deus é tão falível como o Ser humano, tendo em vista as diferenças gritantes existentes no seio da coletividade, onde se pode facilmente constatar pobres e ricos, obtusos e inteligentes, doentios e saudáveis, vivendo ombro a ombro, partilhando situações existenciais discrepantes entre si.
A unicidade de vida é incompatível com a Justiça Divina, o que não podemos sequer admitir, face à Inteligência Suprema que governa o Universo. Sobre o tema reencarnação, vamos ouvir o diálogo entre dois jovens.
- Lucas, você que é espírita pode me dar informações a respeito da reencarnação? - solicitou Diogo.
- Sem dúvida!
- Outro dia você abordou, de passagem, esse tema, hoje eu quero saber o porque de tantas reencarnações destinadas ao nosso progresso.
- Caro Diogo, Deus criou os Espíritos simples e ignorantes. Simples, porque não eram complexos como somos atualmente; ignorantes, porque desconheciam todas as coisas, até as mais rudimentares. A partir daí cada um foi usando o seu livre-arbítrio que Deus lhe concedeu para evoluir. Alguns souberam aproveitar as oportunidades concedidas e progrediram mais rapidamente; outros não tiveram a mesma iniciativa, partiram para as conquistas mais fáceis e enganosas, perderam tempo, retardaram a própria evolução. Não podemos olvidar que cada um de nós é autor do próprio destino.
Fenômeno semelhante ocorre nas escolas, onde existem alunos aplicados e ociosos; os primeiros aprendem rapidamente as matérias lecionadas; os segundos, marcam passo - esclareceu Lucas.
- Então, não existe um número fixo de reencarnações? - perguntou Diogo, ávido de novos conhecimentos.
- A quantidade de encarnações será proporcional ao que o Espírito necessitar. Assim, depende unicamente de cada Ser retornar mais vezes ou menos vezes, até conquistar a própria evolução aqui na Terra. O tempo e a dor são valiosos instrumentos de progresso na recuperação dos ensejos perdidos. A boa vontade e a determinação são fatores indispensáveis no bom aproveitamento do aprendizado.
- Então, todos os Espíritos estão progredindo?
- Na pior das hipóteses, Diogo - disse Lucas - o Espírito pode estagnar por algum tempo.
Contudo, ninguém ficará à margem da Lei do Progresso. O tempo e a dor são os grandes mestres da Humanidade. Há inclusive uma máxima que diz: “Quem não vai pelo amor, irá pela dor".
- O Espírito somente evolui aqui na Terra ou ele pode ingressar em outros planetas?
- Os Espíritos evoluem através das inumeráveis reencarnações, até atingirem o progresso que o Planeta enseja; depois, são promovidos a outros mundos, até atingirem a perfeição, embora esta seja sempre relativa,jamais absoluta.
- O Espírito, depois de lograr a perfeição, pode reencarnar em mundos inferiores?
- Perfeitamente! Foi o que ocorreu com Jesus, reencarnou-se na Terra para dar cumprimento à sua sublime missão, qual seja, orientar a Humanidade através de lições de luz e exemplos elevados, incentivando os homens a triunfarem sobre as imperfeições morais e obter conquistas enobrecidas. Quando isso ocorrer a criatura será livre e feliz, capacitada a realizar grandes cometimentos do agrado do Cristo.
Diogo acompanhava o raciocínio do amigo, com muita atenção; depois, reiniciou o diálogo, perguntando:
- Face ao que você está dizendo, as reencarnações são numerosas, pois o progresso do Espírito é muito lento. Estou certo?

- Realmente! Enquanto o Espírito não se conscientiza da Verdade, o progresso é bastante lento, porque as circunstâncias que o envolvem aqui na Terra, falam mais alto aos sentidos físicos. Os obstáculos são difíceis, mas não impossíveis de serem superados, proporcionando preciosas experiências de vida. Quando o Espírito entende o verdadeiro significado da existência humana, fatalmente ele chegará à óbvia conclusão de que poderá ser feliz, dependendo unicamente dos seus esforços e perseverança no sentido do Bem e da Verdade. Saberá, igualmente, que cada um é responsável pelo seu progresso espiritual. Caro amigo, até chegarmos ao conhecimento de tais verdades, teremos que viver incontáveis jornadas terrenas. Contudo, nada de desespero; afinal, somos imortais - argumentou Lucas.
- Então, é certo que a vida presente é resultado de vivências anteriores...
- Certíssimo!... Assim, como estamos respondendo por situações criadas no pretérito, estamos, ao mesmo tempo, edificando o nosso futuro com base no nosso comportamento atual.
- Com base no que você está me dizendo? O Espírito pode renascer homem ou mulher? - indagou Diogo, interessado no assunto.
- Primeiramente, quero esclarecer, que os Espíritos não têm sexo, como nós entendemos e podem animar corpos masculinos e femininos (Questões de nº 200 e 201, de O LIVRO DOS ESPÍRITOS). No retorno ao vaso físico, após bem examinada a situação espiritual de cada Ser, os especialistas em reencarnação avaliam em qual sexo ele deverá regressar à paisagem terrestre, no sentido de obter melhores resultados, face às metas evolutivas almejadas. Além do mais, os Espíritos para conquistarem pleno amadurecimento em todos os aspectos, têm necessidade de estagiar nos dois sexos. O homem é mais cérebro; a mulher, mais coração.
- Como explicar o caso das mulheres que mantêm atitudes masculinas e homens agindo de maneira feminina?
- Quando um Espírito estagia muitas vezes seguidas num sexo, acaba ganhando uma linha de conduta relativa ao sexo vivido reiteradas vezes, isto é, homem com jeitinho feminino ou vice-versa. Não estamos incluindo aqui os Espíritos sexualmente desajustados.
Isso é outra coisa! - respondeu Lucas.
- Isso é outra coisa?!... Explique-se melhor!
- Os seres sexualmente desajustados, obtiveram, mercê da Misericórdia Divina, nova reencarnação, a fim de se reabilitarem dos mesmos vícios e desequilíbrios de outras vidas. Contudo, estão, lamentavelmente, incidindo nas mesmas fraquezas morais, devido não serem suficientemente fortes para vencê-las - esclareceu Lucas, com convicção.
- Lucas, a ciência já reconhece a veracidade da reencarnação?
- Ainda não, apesar das reiteradas pesquisas e experiências efetuadas a respeito. Através da regressão da memória os cientistas obtiveram excelentes resultados, porém ainda  não se curvaram a tais evidências. As crianças prodígios, por exemplo, comprovam cabalmente a lei das vidas sucessivas, pelo extraordinário conhecimento que revelam, não obstante a tenra idade que têm, solucionando questões a que são submetidas, sem qualquer aprendizado específico. São fatos que ratificam a reencarnação para quem tem "olhos de ver".
- Gostaria de saber, também, se há informações sobre o tema enfocado por nós, na Bíblia.
- Antes de mais nada, devemos ressaltar que Jesus não citou a reencarnação, abertamente, porque os discípulos e o povo, não estavam ainda suficientemente amadurecidos para entender e aceitar essa verdade. No Velho Testamento (Malaquias 4:5 e 6), há uma profecia que indica como precursor do Cristo, Elias. Nós sabemos que o precursor foi João Batista (Marcos 1:7 e 8).
Apesar das informações serem divergentes, ninguém cometeu erro, ou seja, João Batista era Elias reencarnado. Há um diálogo entre Jesus e os seus discípulos, que nos oferece preciosa revelação, qual seja, o Divino Messias falava sobre Elias e os discípulos entenderam que Ele se referia a João Batista (Mateus 17:10 a 13). Jesus que tinha pleno conhecimento das coisas, não contestou a opinião deles.
Após pequena pausa, como Diogo aguardava novos esclarecimentos sobre o tema, Lucas, retomando a palavra, prosseguiu: - Nicodemos era doutor da lei. Certa vez ele procurou Jesus para um esclarecimento, ou seja, o que ele deveria fazer para herdar a Vida Eterna. O Messias foi claro: “Ninguém pode ver o reino dos céus se não nascer de novo. Se um homem não nascer da água e do Espírito, não pode ver o reino de Deus". (João 3:3 e 5). A Doutrina Espírita, abordando o tema à luz da Verdade, esclarece que nascer da água é nascer materialmente. Até a ciência materialista já concluiu que toda forma de vida procede da água. Além do mais, não podemos descartar que o feto durante o período de gestação fica imerso no líquido amniótico (água). Nascer do Espírito significa progredir espiritualmente na esteira infinita do tempo, acrescentou Lucas.
- Realmente, você está bem informado. Posso retornar outras vezes, para novos esclarecimentos?
- Sem dúvida. Lembre-se sempre: “Só a verdade nos tornará livres" (João 8:32).
A seguir, despediram-se com um fraternal aperto de mão. Diogo e Lucas tinham prazer em conversar, sobretudo enfocando temas transcendentais.

FONTE
Armando Fernandes de Oliveira; “DIÁLOGOS DO COTIDIANO”; ed. EME



“INFORMAÇÃO”:
REVISTA ESPÍRITA MENSAL
ANO XXX Nº351
janeiro de 2003.
Publicada pelo Grupo Espírita “Casa do Caminho” -
Redação:
Rua Souza Caldas, 343 - Fone: (11) 2764-5700
Correspondência:
Cx. Postal: 45.307 - Ag. Vl. Mariana/São Paulo (SP)


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

FUNÇÃO DO EGOÍSMO NO DESENVOLVIMENTO HUMANO

PANORAMA
Tudo tem a sua utilidade na Natureza. O Universo é teleológico, finalista, busca sempre e em tudo uma finalidade. Os filósofos anti-finalistas apóiam suas teorias no erro humano, de todos os tempos, que interpreta a Natureza como criada especialmente para o homem. Esse erro surgiu nas selvas, permaneceu nas Civilizações primitivas e projetou-se nas Civilizações posteriores. Os próprios deuses e demônios de toda a Antigüidade foram postos ao serviço do homem, que embora os reverenciando, pretendiam utilizá-los como seus auxiliares. O Universo tem, naturalmente, uma finalidade única e superior, em que todas as finalidades se conjugam num resultado único.
Mas esse resultado escapa às nossas possibilidades de pesquisa, de compreensão e mesmo de imaginação. A mais inútil das coisas e os mais prejudiciais dos seres são necessários. E ser necessário é ser indispensável, é pertencer a um elo da cadeia inimaginável que Kardec nos apresenta nesta frase tantas vezes repetida n’O LIVRO DOS ESPÍRITOS: Tudo se encadeia no Universo.
Os problemas ecológicos da atualidade, surgidos com o desenvolvimento tecnológico, deram ênfase à importância da Ecologia, ciência das relações entre sujeito e meio e mesmo entre objeto e meio. O meio físico em que vivemos, com seus elementos naturais configurando determinada situação mesológica humana, é formado por uma infinidade de substituições necessárias à vida vegetal e animal. A ignorância do homem a respeito, tentando aniquilar elementos nocivos do meio, provoca o desencadeamento de desequilíbrios perigosos e até mesmo fatais.
Minerais, vegetais e animais considerados perniciosos, quando retirados do meio, revelam a sua função necessária e têm de ser repostos ou substituídos por outros que os compensem. Esse delicado equilíbrio das coisas mínimas apresenta-se também nas coisas máximas, corno no jogo de forças que sustentam o equilíbrio planetário e o próprio equilíbrio das galáxias no espaço sideral. O mesmo acontece na nossa estrutura corporal, com seus vários aspectos físicos, psíquicos e espirituais. Por isso o Espiritismo é contrário, a todas as práticas de mortificação, extinção, asfixia ou desenvolvimento de funções, instintos, percepções e poderes inferiores ou superiores na criatura humana.
Esta deve ser respeitada em sua integridade, com seus defeitos, deformações, deficiências e assim por diante, cabendo-nos apenas o direito, que é também dever, de auxiliar as criaturas no seu processo natural de aperfeiçoamento e reajustamento, nos rumos naturais da transcendência. Nem mesmo a mediunidade deve ser desenvolvida por supostas técnicas provindas de tradições místicas ou de invenção de pretensos mestres espirituais, O Espiritismo se opõe a todas essas tentativas imaginosas, que podem levar, como tem levado, muitas pessoas a desequilíbrios graves. O egoísmo, a vaidade, o orgulho, a pretensão, a ambição representam elementos negativos da constituição do Ser humano, que devem ser eliminados. Mas essa eliminação não se dá pelos métodos antigos das corporações religiosas, até hoje empregados, apesar dos terríveis malefícios causados. Kardec e os Espíritos Superiores em suas comunicações, consideraram o egoísmo como verdadeira praga que impediu o desenvolvimento real do Cristianismo na Terra. Mas jamais aconselharam métodos artificiais para o combate ao egoísmo. As penitências, os cilícios, o isolamento, as autoflagelações de toda espécie tornaram mais negra a Idade Média e ainda hoje se escondem nas furnas da ignorância religiosa que só serviram para desequilibrar milhões de criaturas que constituem o triste e pesado legado da Antigüidade para o nosso tempo. (...)
As ideologias políticas apresentam fórmulas de efeitos superficiais e na reforma muitas vezes penosa de estruturas, mas o Espiritismo restabelece a técnica simples do Cristo, que toca o íntimo das criaturas para atingir as causas profundas dos desajustes. Em cada reencarnação o Ser repete ao mesmo tempo a filogênese material e espiritual do homem, no desenvolvimento do embrião e na abertura progressiva do egoísmo no meio social.
Vejamos os vetores desse processo duplo nas linhas da transcendência:
a) Na magia do amor, reminiscência das atrações misteriosas na selva, o par humano se liga sob a ação de impulsos dos instintos reprodutores e os genes se fundem no ventre materno produzindo o embrião, síntese das formas animais superadas pela espécie. A recapitulação genésica reintegra o Espírito na linha filogenética e restabelece o pivô do ego em seu poder centralizador. Na gestação, o paralelismo psicofísico reordena as forças da evolução nos rumos da ascensão.

A forma humana resulta das formas anteriores na sublimação do caos instintivo na sua hereditariedade psicobiológica. O Espírito ligado ao caos exerce as funções discriminadoras na conformação do novo Ser, disciplinando as energias consciências que marcam as conquistas do passado e as autopunições de erros e crimes anteriores.
A Providência Divina envolve o novo Ser em sua bênção com aparência da inocência, que lhe permitirá atrair a afeição dos familiares no restabelecimento de afetividades perturbadas ou aprofundamento das afeições sobreviventes. O novo cérebro está virgem como a tabula rasa dos empiristas ingleses, pronto a gravar um novo rol de lembranças na nova memória em organização. No arquivo do inconsciente (nessa consciência subliminar de Frederich Myers) as heranças válidas permanecem ocultas, mas prontas a emergir na consciência de relação pelo mecanismo das associações de idéias e sentimentos.
b) Vencida a etapa uterina e a primeira infância, o Ser se mostra pronto a enfrentar as vicissitudes de uma nova existência.
Recobrou sua vida terrena nas entranhas da mãe, sob as influências psicofisiológicas do organismo gerador de seu novo corpo. Revela anomalias ou perfeição física e mental, segundo o seu passado. É de novo o centro do mundo e traz em si mesmo os fatores de seu desenvolvimento e amadurecimento. No lar, esses fatores se manifestam desde logo mas vão sofrer as influências modificadoras da família e da escola, para o seu ajuste necessário às novas condições de vida. O instinto de imitação lhe favorece a adaptação ao novo mundo. O ego centralizado volta a abrir-se nessas relações primárias, através do desenvolvimento da afetividade em termos eletivos. Suas preferências são ainda impulsivas, provocadas por fatores ambientais e circunstanciais, mas pouco a pouco se define a linha preferencial da razão em desenvolvimento, revelando as afinidades ocultas. O Ser toma pé na realidade e manifesta as suas tendências vocacionais.
É o momento de reintegração nos esquemas frustrados do passado ou de renovação do esquema em face das novas exigências da realidade nova.
c) A crise da adolescência vai revelar em breve a posição ôntica precisa ou indecisa do novo Ser, herdeiro de si mesmo e das contribuições paternas e maternas, familiais e sociais, excitadas pelo meio cultural e reorientadas pela influência espiritual das entidades espirituais que o protegem e o assistem constantemente. Está completa a tarefa da ressurreição na carne. Daí por diante, o novo destino do Ser na transcendência dependerá de sua própria consciência. Ele está preparado e aparelhado para enfrentar os problemas da juventude e suas graves opções da madureza e seus desafios, da velhice e sua recapitulação de toda a odisséia existencial que deve tê-lo elevado acima do passado no processo irreversível da transcendência. O egoísmo do adulto será a marca de um distúrbio psíquico: o infantilismo. O altruísmo será o troféu conquistado da sua vitória na escalada evolutiva. Seu regresso à vida espiritual o colocará em face do sua verdadeira situação. Será certamente um vitorioso em muitos aspectos de sua personalidade, mas o fracasso na transcendência do egoísmo lhe mostrará que todas as conquistas secundárias não podem compensá-lo. Terá de voltar à existência terrena em reencarnações de abnegação forçada,
não compulsórias, mas de sua própria escolha, para conseguir a superação difícil do apego a si mesmo. Por sua própria natureza de elemento centralizador da estrutura ôntica, responsável pela sua unidade, o ego é a grande barreira contra a qual se quebram os impulsos da transcendência. Seu sollpsismo tautológico o transforma numa viragem do Espírito, imantando-o a si mesmo. A parábola do moço rico, no Evangelho,dá-nos o mais claro exemplo do apego ao mundo gerado pelo egoísmo nos Espíritos que se deixam fascinar pelas ilusões materiais,
O ego gera as falsas idéias de superestimação individual, de segregação do indivíduo e sua grei, considerando os demais como estranhos e impuros. Age como um centro hipnótico absorvente, impedindo o Ser de abrir-se no altruísmo, fechando-lhe o entendimento para tudo o que não se refira aos seus interesses individuais. A vaidade, a arrogância, a prepotência, a insolência, a brutalidade formam no cortejo de estupidez das pessoas egoístas e dos Espíritos egoístas. Por isso, o Espiritismo proclama a caridade como a virtude libertadora, fora da qual não há salvação para o homem do mundo. A mecânica da caridade pode ser desencadeada, no homem do mundo, por situações aflitivas; de saúde ou de problemas familiais ou financeiros, levando-o a dar, não raro por vaidade, a primeira moeda a um mendigo. Essa doação insignificante abre uma pequena brecha no egoísmo. A seguir virão outras doações mais generosas, até que a fortaleza do ego se abale e o Ser orgulhoso possa perceber a sua própria imagem refletida no espelho doloroso de um rosto de pedinte esfomeado. O Espiritismo nos ensina a dar, além da moeda, o nosso amor à toda a Humanidade, sem discriminações raciais, religiosas, políticas e de espécie alguma. A estrutura social da Civilização perfeita não surgirá das mãos dos opressores que tudo prometem, mas das mãos humildes da viúva que depositou a sua moeda pequenina e única no cofre em que os ricos despejaram tesouros para comprar o Céu.


FONTE
Pires, J. Herculano, CURSO DINÂMICO DE ESPIRITISMO, ed. PAIDEIA

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