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terça-feira, 31 de março de 2015

15 ==> OS OBSTÁCULOS À EVOLUÇÃO III
Aquele de vós que estiver sem pecado lhe atire a primeira pedra
João, 8:7
Geese

Dando sequência ao artigo anterior, trataremos das EMOÇÕES NEGATIVAS que podem ser consideradas o mais comum e perigoso obstáculo ao esforço de auto-observação. Constituem a principal atitude defensiva que impede alguém de ver e aceitar sua situação objetivamente. O seu estudo tem um lugar extremamente importante.
Exemplos são a melancolia, a tristeza, a auto-piedade, o tédio, o medo, a raiva, o ódio, a inveja, o ciúme, a cobiça, a indignação, a desconfiança, a impaciência etc.
Esse tipo de emoção pode se manifestar subitamente e não permanecer por muito tempo, como, por exemplo, a raiva, ou pode se constituir num estado permanente do indivíduo, como, por exemplo, a inveja, o medo, a auto-piedade...
No primeiro caso, o desperdício de energia é intenso e explosivo; no segundo, é menos intenso, mas constante, como num vazamento contínuo.
Em qualquer circunstância, trata-se de uma expressão extremamente mecânica.
A frequência e a intensidade das emoções negativas ocorrem de acordo com o nível de ser do indivíduo. Para muitos, elas podem manifestar-se tão intensamente que não deixam espaço a nenhuma emoção positiva, como o amor, a confiança, a fé ou a esperança, exaurindo completamente o estado emocional e impedindo qualquer possibilidade de trabalho sobre si.
O esforço de auto-observação exige um acúmulo de energia interior que só se obtém por meio de um estado emocional especial que normalmente o indivíduo não consegue manter. A energia apropriada para o esforço de auto-observação é acumulada principalmente por meio dos atritos pessoais internos produzidos pelo contato natural com o mundo.
Tropeçar em uma pedra é oportunidade para o esforço de auto-observação.
Se, no entanto, ficamos indignados, imaginando quem teria deixado a pedra no caminho, ou com auto-piedade ante nossa má sorte, a energia interior gerada é simplesmente desperdiçada e terminamos o processo com menos possibilidades do que tínhamos antes.
As emoções negativas são como um hábito ou um vício resultante da extrema fraqueza humana, que é não resistir ao menor acúmulo interno de energias refinadas, sem ocorrer uma compulsão para desperdiçá-las.
Essas energias, que servem para o desenvolvimento da consciência do ser, incomodam o estado de desatenção mecânica em que o ser humano normalmente vive e pretende continuar vivendo.
Julga-se que manifestar emoções negativas é, em muitos casos, necessário para a saúde, ou uma virtude moral. Pensa-se, por exemplo, que se o indivíduo não puser para fora o que sente desenvolverá úlceras ou se mostrará fraco e sem dignidade moral ante os outros. Manifestar emoções negativas é, muitas vezes, considerado próprio de alguém autêntico, que diz o que pensa, principalmente se houver preocupação com justiça ou ordem social. Um exemplo é a tão frequente indignação contra ações do governo; ou o ódio, instigado como forma de solidariedade ou patriotismo; ou o ciúme, que pode ser visto como uma forma de amor.
Não existe, no entanto, nada mais danoso ao equilíbrio do homem e ao desenvolvimento de suas potencialidades do que as emoções negativas.
O trabalho sobre si, ou de autoconhecimento, ou da Reforma Íntima exige a cessação imediata da sua expressão. Esta é uma das poucas coisas que o homem pode fazer.
Não expressamos negatividade ante um superior, mas somente ante aqueles que consideramos inferiores ou dependentes, como filhos, esposos ou empregados.
No próximo artigo daremos continuidade ao relato de As Emoções Negativas.
O TREVO AGOSTO 2010
ESCOLA DE APRENDIZES

1-22
UNIÃO ESPÍRITA MINEIRA
ÁREA DE ORIENTAÇÃO MEDIÚNICA
Dirigente Reunião Mediúnica
Apresentação
Para conhecer as coisas do mundo visível e descobrir os segredos da natureza material, outorgou Deus ao homem a vista corpórea, os sentidos e instrumentos especiais. Com o telescópio, ele mergulha o olhar nas profundezas do espaço, e, com o microscópio, descobriu o mundo dos infinitamente pequenos. Para penetrar no mundo invisível, deu-lhe a mediunidade.Allan Kardec: O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 28, item 9.
Este trabalho representa o esforço conjunto de dedicados coordenadores da mediunidade que, ao atuarem como representantes de suas federativas estaduais na reunião da Comissão Regional, demonstraram compromisso de colaborar com os elevados princípios de unificação do Movimento Espírita e da união dos espíritas.
Organização e Funcionamento da Reunião Mediúnica tem dupla finalidade: divulgar corretamente a Doutrina Espírita, na área da mediunidade, e definir um caminho seguro para os trabalhadores do grupo mediúnico.
Trata-se de uma contribuição modesta, ainda que não menos importante, sobretudo quando se considera a obra desenvolvida pelos Espíritos esclarecidos, missionários do Senhor, cujas ações representam fontes de bênçãos na atual reencarnação, por efeito da misericórdia divina.                                          
Marta Antunes Oliveira de Moura
FEB/CFN  Comissões Regionais
Área da Mediunidade - Coordenadora
 FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA
Conselho Federativo Nacional
Comissões Regionais
Organização e Funcionamento da Reunião Mediúnica Espírita
SUMÁRIO
 Assunto
1. Prefácio
 Responsabilidade Mediúnica
Histórico
2. Conceitos
3. As Reuniões Mediúnicas
4.1 Objetivos
4.2 Reuniões mediúnicas sérias: com Jesus e com Kardec
4.3 Prática mediúnica
5. A Equipe Mediúnica
5.1 Condições dos candidatos à pratica mediúnica
5.2 Condições dos integrantes da equipe mediúnica
6.  Atribuições dos Integrantes da Equipe Mediúnica
6.1 Orientações gerais aos participantes
6.2 Orientações ao dirigente da reunião mediúnica
6.3 Orientações ao esclarecedor (dialogador ou doutrinador)
6.4 Orientações ao médium ostensivo
6.5 Orientações aos integrantes da equipe de apoio (ou de sustentação)
7. Organização das Reuniões Mediúnicas
7.1 Admissão de participantes
7.2 Afastamento de participantes
7.3 Visitantes
8. Funcionamento das Reuniões Mediúnicas
8.1 Condições
8.2 Etapas da reunião mediúnica
9. Conclusão: Arquitetos Espirituais
10. Bibliografia
11. Colaboradores
ANEXOS
* A capacitação do trabalhador da Mediunidade                                          
* Qualidade da prática mediúnica                                                              
* A prática mediúnica espírita com Jesus e com Kardec                          
* Participantes desencarnados das reuniões mediúnicas                        
* Os Participantes encarnados do grupo mediúnico                                    
* O Centro Espírita e a desobsessão                                                          
* Programa de qualificação permanente do tarefeiro do grupo mediúnico                                                                      
1. Prefácio
Responsabilidade Mediúnica*
Manoel Philomeno de Miranda
Uma reunião mediúnica séria, à luz do Espiritismo, é constituída por um conjunto operacional de alta qualidade, em face dos objetivos superiores que se deseja alcançar.
Tratando-se de um empreendimento que se desenvolve no campo da energia, requisitos graves são exigidos, de forma que sejam conseguidas as realizações, passo a passo, até a etapa final.
Não se trata de uma atividade com características meramente transcendentais, mas de um labor que se fundamenta na ação da caridade, tendo-se em vista os Espíritos aos quais é direcionado.
Formada por um grupamento de pessoas responsáveis e conscientes do que deverão realizar, receberam preparação anterior, de modo a corresponderem aos misteres a que todos são convocados para exercer, no santificado lugar em que se programa a sua execução.
Deve compor-se de conhecedores da Doutrina Espírita e que exerçam a prática da caridade sob qualquer aspecto possível, de maneira a conduzirem créditos morais perante os Soberanos Códigos da Vida, assim atraindo as Entidades respeitáveis e preocupadas com o bem da Humanidade.
 Resultado de dois aglomerados de servidores lúcidos  desencarnados e reencarnados  que têm como responsabilidade primordial manter a harmonia de propósitos e de princípios, a fim de que os labores que programam sejam executados em perfeito equilíbrio.
Para ser alcançada essa sincronia, ambos os segmentos comprometem-se a atender os compromissos específicos que devem ser executados.
Aos Espíritos orientadores compete a organização do programa, desenhando as responsabilidades para os cooperadores reencarnados, ao tempo em que se encarregam de produzir a defesa do recinto, a seleção daqueles que se deverão comunicar, providenciando mecanismos de socorro para antes e depois dos atendimentos.
Confiando na equipe humana que assumiu a responsabilidade pela participação no trabalho de graves conseqüências, movimentam-se, desde às vésperas, estabelecendo os primeiros contatos psíquicos daqueles que se comunicarão com os médiuns que lhes servirão de instrumento, desenvolvendo afinidades vibratórias compatíveis com o grau de necessidade de que se encontram possuídos.
Encarregam-se de orientar aqueles que se comunicarão, auxiliando-os no entendimento do mecanismo mediúnico, para evitar choques e danos à aparelhagem delicada da mediunidade, tanto no que diz respeito às comunicações psicofônicas atormentadas quanto às psicográficas de conforto moral e de orientação.
Cuidam de vigiar os comunicantes, poupando os componentes da reunião de agressões e de distúrbios defluentes da agitação dos enfermos mentais e morais, bem como das distonias emocionais dos perversos que também são conduzidos ao atendimento.
Encarregam-se de orientar o critério das comunicações, estabelecendo de maneira prudente a sua ordem, para evitar tumulto durante o ministério de atendimento, assim como impedindo que o tempo seja malbaratado por inconseqüência do padecente desencarnado.
Nunca improvisam, porquanto todos os detalhes do labor são devidamente examinados antes, e quando algo ocorre que não estava previsto, existem alternativas providenciais que impedem os desequilíbrios no grupo.
Equipamentos especializados são distribuídos no recinto para utilização oportuna, enquanto preservam o pensamento elevado ao Altíssimo...
Concomitantemente, cabem aos membros reencarnados as responsabilidades e ações bem definidas, para que o conjunto se movimente em harmonia e as comunicações fluam com facilidade e equilíbrio. Todo o conjunto é resultado de interdependência, de um como do outro segmento, formando um todo harmônico.
Aos médiuns é imprescindível a serenidade interior, a fim de poderem captar os conteúdos das comunicações e as emoções dos convidados espirituais ao tratamento de que necessitam.
A mente equilibrada, as emoções sob controle, o silêncio íntimo, facultam o perfeito registro das mensagens de que são portadores, contribuindo eficazmente para a catarse das aflições dos seus agentes.
1-1 => Reunião Mediúnica
Textos retirados de: O Dirigente de Reuniões Mediúnicas - DEPARTAMENTO DE ORIENTAÇÃO MEDIÚNICA - UNIÃO ESPÍRITA MINEIRA
Tipos de reuniões mediúnicas
De acordo com a apostila Mediunidade  nº 6 da Série Evangelho e Espiritismo, da União Espírita Mineira - temos, basicamente, seis tipos de reuniões mediúnicas. São elas:
1) Reunião de Experimentação de Sensibilidade: destina-se especificamente àqueles que, julgando-se portadores de sensibilidade mediúnica, procuram na Doutrina Espírita uma solução cristã para as dificuldades com as quais se deparam;
2) Reunião de Educação Mediúnica: objetiva preparar e educar os médiuns para o exercício equilibrado de suas faculdades medianímicas, embasando tal exercício no direcionamento evangélico e com a segurança que a Doutrina Espírita proporciona;
3) Reunião Mista de Estudo e Prática Mediúnica: é conhecida como reunião prática, visando aos estudos evangélico-doutrinários e à prática mediúnica;
4) Reunião de Desobsessão: visa a assistir os encarnados e desencarnados através do auxílio evangélico às entidades vinculadas a processos obsessivos individuais ou coletivos;
5) Reunião de Tratamento: tem por finalidade cooperar com os irmãos enfermos, através de tratamento espiritual que será dispensado pela própria espiritualidade. Mesmo apresentando caráter privativo, pode contar com a presença daqueles irmãos a serem assistidos, desde que o local ofereça acomodações adequadas. É necessário ressaltar que nessas reuniões não devem ser tratados os casos de obsessão.
6) Reunião de Orientação: objetiva orientar as criaturas a respeito de problemas cuja complexidade ultrapasse o campo de intervenção do integrante do Grupo. O integrante recorrerá, assim, a uma orientação espiritual em favor da pessoa carente.
Preparação para o trabalho
As assembléias eram dominadas por ascendentes profundos de amor espiritual. A solidariedade estabelecera-se com fundamentos divinos. (...) A união de pensamentos em torno de um só objetivo dava ensejo a formosas manifestações de espiritualidade. Em noites determinadas havia fenômenos de vozes diretas. A instituição de Antioquia foi um dos raros centros apostólicos onde semelhantes manifestações chegaram a atingir culminância indefinível. A fraternidade reinante justificava essa concessão do céu.
Analisando a anotação de Emmanuel ao se referir à Igreja de Antioquia, fundada nos tempos apostólicos, podemos depreender que todo trabalho do bem recebe o incentivo dos Espíritos Superiores, desde que as mínimas condições se estabeleçam. As manifestações chegaram a atingir a culminância indefinível, em virtude da fraternidade reinante e do estabelecimento da solidariedade com fundamentos divinos, a justificarem a concessão do céu, ensejando formosas manifestações de espiritualidade.
Para que ocorra a adesão dos benfeitores espirituais no desempenho das tarefas mediúnicas, necessário se faz que busquemos um ambiente harmonioso sustentado pela prece, a fim de possibilitar um clima propício, que justifique a concessão do céu. Nesse sentido, destacamos do livro Desobsessão e da apostila Mediunidade, publicada pela União Espírita Mineira, as seguintes recomendações com relação ao preparo para a reunião, tendo em vista a perspectiva física, espiritual e pessoal.
Sob o ponto de vista físico, é relevante destacar os seguintes aspectos:
· local adequado e reservado;
· sala despida de quaisquer ornamentos e objetos estranhos à reunião;
· obras da Codificação e subsidiárias de caráter evangélico-doutrinário;
· limpeza e simplicidade;
· mesa, cadeiras ou bancos para acomodação;
· evitar o recinto às escuras.
· abolir o uso de velas, defumadores, vestimentas especiais ou quaisquer objetos e apetrechos que recordem rituais e amuletos, símbolos e ídolos de qualquer espécie.
Sob o ponto de vista espiritual, requerem-se os seguintes procedimentos:
· silêncio (nada de vozerio, tumulto, gritos, gargalhadas tanto ao chegar ao recinto, quanto ao terminar o trabalho);
· dirigente prático instruído doutrinariamente;
· pontualidade na abertura e fechamento dos trabalhos;
· assiduidade;
· preces curtas;
· leituras preparatórias;
· médiuns educados;
· conversação edificante no ambiente para os que chegarem mais cedo e ao término da reunião;
· ao se dirigir à casa espírita para a reunião, evitar a dispersão de forças em visitas, mesmo
rápidas, mas impróprias, a locais vizinhos, sejam casas particulares ou restaurantes públicos;
· manter discrição, evitando-se o comentário acerca dos acontecimentos verificados durante a reunião, em respeito às entidades atendidas.
No desenrolar de uma reunião mediúnica, é aconselhável que nos mantenhamos com propósitos dignos e cristãos. Nesse sentido, o livro Memórias de um Suicida assinala que é dever do cristão honesto e sério, calar paixões e desejos impuros. Quando estiver no local de trabalho onde se consagrará o sublime mistério da confraternização entre mortos e vivos, deve o cristão escudar-se na boa-vontade para dominar tais paixões e desejos reeducando-se diariamente.
Como sabemos, toda plantação requer uma colheita. Para tanto, recomenda-nos Yvonne Pereira, que é necessário não só termos precauções com as mais dignas atitudes, chamando os pensamentos mais sadios, como também esquecermos mágoas, preocupações subalternas elevando bem alto o padrão dos sentimentos caridosos no intento de beneficiação ao próximo.
Caso nos esqueçamos desse procedimento, nossas ações serão vazias, levianas, não se inserindo nos padrões cristãos. Assim, cumularemos, de acordo com Yvonne Pereira, responsabilidades gravíssimas, as quais pesarão amargamente na consciência, em dias futuros.
Sob o ponto de vista pessoal, é necessário ressaltar o serviço de harmonização preparatória, segundo a orientação de André Luiz. O autor espiritual recomenda quinze minutos de prece, quando não sejam de palestra ou leitura com elevadas bases morais. Tal prática é justificada, pois os participantes do grupo mediúnico não devem abordar o mundo espiritual sem a atitude nobre e digna que lhes outorgará a possibilidade de atrair companhias edificantes. Por esse motivo, eles não devem comparecer sem trazer ao campo que lhes é invisível as sementes do melhor que possuem.
Em se tratando das sementes do melhor que possuímos, são apresentadas quais sejam:
· moralidade;
· estudo e trabalho;
· dedicação ao bem;
· vigilância quanto às companhias;
· conversações edificantes;
· oração e vigilância;
· evitar rusgas e discussões;
· alimentação leve e moderada;
· abster-se do uso de álcool, fumo, carne, café, condimentos;
· meditação;
· superação de impedimentos;
· disposição física e mental.
Gostaríamos de enfatizar também a importância do estudo, da meditação e do preparo do ambiente para o desenvolvimento de uma reunião mediúnica. Yvonne Pereira exemplifica tal importância, ao examinar a condição de um varão idoso, absorvido na leitura de um manual de filosofia transcendental, o que o empolgava, pois, de fato, estava concentrado nos pensamentos que ia captando das páginas sábias. Essa concentração possibilitava a irradiação de sua fronte de fagulhas luminosas que muito o recomendavam no conceito do Invisível. Tudo indicava compreender ele a responsabilidade dos trabalhos daquela noite, que sobre seus ombros também pesavam, e, por isso, preparava-se a tempo, estabelecendo correntes harmoniosas entre si próprio e seus diletos amigos espirituais. Era o diretor terreno da casa.
As qualidades apresentadas até o momento, necessárias ao tarefeiro da mediunidade, representam a meta que deverá ser alcançada por todos nós. Entretanto, sabemos que são muitas as dificuldades morais que nos envolvem, dificultando, ainda, uma caminhada sem tropeços e quedas. Sendo assim, é necessário recordar a orientação evangélica para não desistirmos de trabalhar pela nossa melhoria espiritual, pois reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más.26 O apóstolo Paulo, no versículo 9 do capítulo 6 de sua epístola aos Gálatas - já apontava a atitude de não desanimarmos de fazer o bem, porque, a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido. Ao interpretar essa passagem, Emmanuel esclarece que:
A perseverança é a base da vitória.
Não olvides que ceifarás, mais tarde, em tua lavoura de amor e luz, mas só alcançarás a divina colheita se caminhares para diante, entre o suor e a confiança, sem nunca desfaleceres.

segunda-feira, 30 de março de 2015

MEDIUNIDADE - ESTUDO 11
Mediunidade e Animismo - O Espírito do médium introduzindo suas idéias nas mensagens de que se faz instrumento.
Em nosso estudo de número 8 - O Papel do Médium nas Comunicações (fev/02), percebemos que ao médium cabe o papel de "intérprete" do pensamento do Espírito. Se não compreender o alcance desse pensamento, não o poderá fazer com fidelidade. Se compreender o pensamento mas, por falta de simpatia ou outro motivo, não for passivo  (isto é, se misturar suas idéias próprias com as do Espírito comunicante), deformará o pensamento comunicado, o que evidencia a grande participação do Espírito do médium na comunicação que ocorre.
            O problema das interferências do médium na comunicação não passou despercebido a Kardec que, ao questionar os Espíritos orientadores da Codificação, deles obteve a confirmação do fato ( O Livro dos Médiuns, Cap. XIX O Papel dos Médiuns nas Comunicações, Influência do Espírito do Médium item 223)
            Assim, no exercício mediúnico, o animismo se revela sob dois aspectos distintos:
O Espírito do médium se comunicando - animismo clássico pesquisado por Aksakof, Bozzano e outros, aspecto estudado em março/02, e,
2. Espírito do médium introduzindo suas idéias nas mensagens de que se faz instrumento.
            Ao estudarmos o item 2 , identificamos as manifestações mistas, ou parcialmente anímicas, em que o médium, não conseguindo apassivar-se totalmente, introduz inconscientemente suas próprias idéias, clichês mentais e automatismos da personalidade, insistindo num tipo particular de manifestação, podendo ocorrer na vidência, psicografia, psicofonia etc.
            Uma das causa principais deste problema é a falta de afinidade entre o médium e o Espírito, o que se caracteriza, do ponto de vista vibratório, por divergências constitucionais que dificultam as ligações fluídicas indispensáveis para que o fenômeno se processe com naturalidade. (Ver OLM, Cap. XIX item 223, q. 7 e 8).
            A simpatia de que falam os Espíritos não é um resultado somente de afinidades psicológicas ou afetivas, mas de peculiaridades da organização perispiritual que determinam a sintonia vibratória (capacidade de afinização) responsável pelo ocorrência do fenômeno mediúnico.
            Outras vezes o que se dá é um mecanismo de associação de idéias provocado por ação telepática. O pensamento do desencarnado, mal sintonizado pelo médium, apaga-se totalmente em sua mente, despertando idéias correlatas, parecidas ao acervo de suas experiências.
            No livro No Mundo Maior - F.C. Xavier/André Luiz, cap. 9, André Luiz relata o momento em que um médico no plano espiritual transmite ao médium escolhido, mensagem de estímulo a realização de um trabalho de assistência à saúde, na Terra . Enquanto isso, outros médiuns registram-lhe os pensamentos de forma indireta, decodificando-os, interpretando-os de modo particular por meio de associações anímicas peculiares às experiências de cada um. Um senhor recorda-se de comovente paisagem de hospital, outro relembra o exemplo de uma enfermeira bondosa que conhecera, um terceiro abrigou pensamentos de simpatia para com os doentes desamparados. Se qualquer dessas pessoas, supondo estar mediunizada, externasse essas idéias como se fossem comunicações, teríamos um exemplo peculiar de animismo por associação de idéias.
            As interferências anímicas podem ser provocadas ainda por interrupções intermitentes de sintonia: o médium começa a dar a comunicação, e de repente, perde a sintonia, e pode ceder à tentação de preencher as lacunas com pensamentos próprios, num mecanismo inconsciente de preservação de sua imagem. Algumas vezes, essas perdas de sintonia são provocadas pela ação de obsessores que querem inviabilizar o trabalho do médium.
            Para se compreender corretamente o problema do animismo relembremos o papel dos médiuns nas comunicações. Sabemos que ele é o intérprete da mensagem que chega. Ora, quem interpreta, vivencia, e não apenas repete, absorvendo em seu mundo íntimo a idéia, devolvendo-a com a vestimenta representada por seu estilo, vocabulário, emoções e acervo cultural.
            Quando o médium é limitado no conhecimento e menos evoluído do que o Espírito comunicante, não pode transmitir a mensagem, tal qual foi ideada, por falta de experiência vivencial e valor interno para interpretação adequada. Nesse caso, não há propriamente uma adulteração anímica, mas uma incapacidade técnica para a experiência. Estudemos com André Luiz, no exemplo citado acima, a análise que o Instrutor Espiritual, Calderaro, faz: "..."Nosso amigo médico não encontra na organização psicofísica da médium os elementos afins perfeitos; nossa colaboradora não se liga a ele através de todos os centros perispirituais; não é capaz de elevar-se à mesma freqúência de vibração em que se acha o comunicante; não possui suficiente espaço interior para comungar-lhe as idéias e conhecimentos; não lhe absorve o entusiasmo total pela ciência... Eulália, a médium, manifesta, contudo, um grande poder, o da boa-vontade criadora, sem o qual é impossível o início da ascensão...".
   "Após essas explicações, vimos que a médium, apesar de suas limitações, conclui o seu trabalho, grafando o ditado psicográfico com razoável nitidez e com a precisão que lhe era possível. No final da reunião, sob a liderança do dirigente encarnado, os participantes se puseram a analisar a mensagem, concluindo que o seu conteúdo, conquanto edificante na essência, não apresentava índices evidentes de identificação do conhecido profissional da medicina, dada a falta de uma linguagem mais adequada, técnica e com características próprias de sua erudição. A tese animista foi ventilada sendo aceita pela maioria como tábua de salvação. Enquanto isso, na Espiritualidade, os Mentores lamentavam o erro crasso e a verbosidade intelectual daqueles colaboradores humanos, alimentados apenas superficialmente de ciência".
            Seja o episódio a expressão de uma experiência normal em que o médium simplesmente se desvela, a consequência de um trauma que eclode ou a inserção de expressões adulteradoras da mensagem dos Espíritos, ele haverá de ser um episódio esporádico e passageiro que cederá lugar ao exercício mediúnico normal, na medida que o médium adquire experiência e se esforça por superar as suas íntimas dificuldades.
            É comum, no início da educação mediúnica, quando os médiuns ainda não estão familiarizados com o processo das comunicações, que eles façam o conflito sem saberem determinar corretamente a fronteira entre o pensamento próprio e o dos comunicantes.
Ao mesmo tempo que exercita a faculdade, deve o médium educar-se moralmente, a fim de que os seus fatores de desajuste sejam superados antes que se convertam em viciações alienantes e caminhos de acesso para as obsessões.
            Para os dirigentes, a tarefa de acompanhar o desempenho dos médiuns e compreendê-los, requer apurado tato psicológico, um razoável conhecimento da natureza humana e particularmente de cada indivíduo com quem atua. E esse conhecimento só é possível quando o grupo convive, associam-se os seus membros para a tarefa do Bem. Somente assim alcança-se o que Kardec chamou de familiaridade, uma das condições evocadas por ele como indispensável ao processo do trabalho mediúnico.
            O animismo na mediunidade, como expressão de um desajuste psicológico, não resistirá a um esforço consciente de crescimento interior. Deverá constituir-se um capítulo inerente à inexperiência, uma sombra que a luz da boa-vontade desvanecerá. A sua repetição prolongada, todavia, pode refletir uma ferida mal drenada ou uma viciação mal conduzida, e o "médium", com a mente assim coagulada, pode estar precisando muito mais de um terapeuta da área do comportamento do que de exercício mediúnico.
            A questão do animismo na mediunidade não é, porém, obstáculo insuperável. É simplesmente um processo a ser vivenciado e ultrapassado, nem antes nem depois do tempo. Não é de responsabilidade exclusiva dos médiuns ostensivos, mas de toda a equipe, que se deve ajustar no trabalho abraçado sob a égide da fraternidade. O problema se dilui na cooperação e desaparece, quando a tarefa é executada com otimismo e alegria, realçando a boa-vontade de quantos aspiram compreender servindo.
Bibliografia
Kardec, Allan - O Livro dos Médiuns - Cap. XIX, q. 223, de 1 a 8, FEESP . 2ª ed. São Paulo, 1989
Neves, J.; Azevedo, G.; Calazans, N.; Ferraz, J. - "Vivência Mediúnica - Projeto Manoel P. de Miranda", Cap. 1 - Fenômenos, Cap 11- Do Anímico ao Mediúnico, LEAL. 1ª edição. Salvador/BA, 1994
Xavier, Francisco C. - pelo Espírito André Luiz, No Mundo Maior. Cap. 9 - Mediunidade, FEB, 11ª ed.1983

Tereza Cristina D'Alessandro  Abril / 2002
MEDIUNIDADE - ESTUDO 9*
 Mediunidade e Animismo - O Espírito do médium se comunicando
               Em nosso estudo de número 8 - O Papel do Médium nas Comunicações, percebemos que ao médium cabe o papel de "intérprete" do pensamento do Espírito. Se não compreender o alcance desse pensamento, não o poderá fazer com fidelidade. Se compreender o pensamento mas, por falta de simpatia ou outro motivo, não for passivo (isto é, se misturar suas idéias próprias com as do Espírito comunicante), deformará o pensamento comunicado, o que evidencia a grande participação do Espírito do médium na comunicação que ocorre.
               O processo de comunicação dá-se somente através da identificação do Espírito com o médium, perispírito a perispírito, cujas propriedades de expansibilidade e sensibilidade, entre outras, permitem a captação do pensamento, das sensações e das emoções, que se transmitem de uma para outra mente através do veículo sutil.
               O médium é sempre um instrumento passivo, cuja educação moral e psíquica lhe concede recursos hábeis para um intercâmbio correto. Porém, inúmeros impedimentos se apresentam durante o fenômeno, os quais, somente o exercício prolongado e bem dirigido consegue eliminar. Podemos citar as fixações mentais, os conflitos e os hábitos psicológicos do médium que vertem do inconsciente e, durante o transe, assumem com vigor os controles da faculdade mediúnica, dando origem às ocorrências anímicas.
               O problema das interferências do médium na comunicação não passou despercebido a Kardec que, ao questionar os Espíritos orientadores da Codificação, deles obteve a confirmação do fato (O Livro dos Médiuns, Cap. XIX O Papel dos Médiuns nas Comunicações, Influência do Espírito do Médium item 223):
Item 223. 2 - As comunicações escritas ou verbais podem ser também do próprio Espírito do médium?
               - A alma do médium pode comunicar-se como qualquer outro. Se ela goza de um certo grau de liberdade, recobra, então suas qualidades de Espírito.
Item 223. 2a - Esta explicação não parece confirmar a opinião dos que acreditam que todas as comunicações são do Espírito do médium e não de outro Espírito?
               - Eles só estão errados por entenderem que tudo é assim. Porque é certo que o Espírito do médium pode agir por si, mas isso não é razão para que outros Espíritos não possam agir, também, por seu intermédio.
               Estudando esse capítulo, observamos que não foi dado nenhum caráter de anormalidade à manifestação do Espírito do próprio médium, chegando mesmo a afirmar que o conteúdo de certas comunicações produzidas por médiuns, sem o concurso dos Espíritos, pode ser superior ao de outras, obtidas com a participação deles, a depender do grau de evolução de uns e de outros. Nem sempre porém, o fato anímico revela qualidades adormecidas ou simples ocorrências do quotidiano da vida atual ou passada do médium. Muitas vezes, o que se projeta são o trauma, as manifestações fóbicas, além de outras expressões de desajuste que aguardam regularização.
               Assim, no exercício mediúnico, o animismo se revela sob dois aspectos distintos:
O Espírito do médium se comunicando - animismo clássico pesquisado por Aksakof, Bozzano e outros;
2. Espírito do médium introduzindo suas ideias nas mensagens de que se faz instrumento.
               Estudando o aspecto do Espírito do médium se comunicando - buscamos André Luiz, no livro Nos Domínios da Mediunidade (cap. 22 - Emersão do Passado) quando narra interessante fato ocorrido numa reunião mediúnica, em que uma sensitiva em transe sonambúlico, libera episódio traumático de outra encarnação, como se fosse uma autêntica comunicação mediúnica. Assistia a cena um Espírito desencarnado que funcionava como catalisador a liberar da memória da sensitiva, pelo mecanismo dos reflexos condicionados, os lances ali fixados desde o passado remoto .
               O fato relatado reflete uma situação anímica marcada pelo desajuste psicológico, passível, no entanto, de uma solução futura após o esvaziamento daquelas aflições e o retorno à normalidade mediúnica. Com base nessa certeza, André Luiz enfatiza a necessidade de conduzir o atendimento com todo respeito e interesse, procedendo-se ao diálogo esclarecedor da mesma forma como se atendem os Espíritos sofredores nas reuniões de socorro espiritual.
               Para se compreender corretamente o problema do animismo, relembremos o papel dos médiuns nas comunicações. Sabemos que ele é o intérprete da mensagem que chega. Ora, quem interpreta, vivencia, e não apenas repete, absorvendo em seu mundo íntimo a ideia, devolvendo-a com a vestimenta representada por seu estilo, vocabulário, emoções e acervo cultural.
               É comum, no início da educação mediúnica, quando os médiuns ainda não estão familiarizados com o processo das comunicações, que eles façam o conflito sem saberem determinar corretamente a fronteira entre o pensamento próprio e o dos comunicantes. Nesse início é muito provável que preponderem os estados arquivados no inconsciente. É por isso que, acertadamente, afirma-se que para alcançar o estado mediúnico transita-se necessariamente pelo anímico.
               Ao mesmo tempo em que exercita a faculdade, deve o médium educar-se moralmente, a fim de que os seus fatores de desajuste sejam superados antes que se convertam em viciações alienantes e caminhos de acesso para as obsessões.
Pessoas excessivamente mórbidas, afeitas a queixas, repetitivas e egoístas, quando na prática mediúnica apresentam tendência para o animismo, desajustes, porque seu comportamento já traduz esse estado anímico de tristeza e desencanto, decorrente do aflorar do passado nas experiências que ora vivenciam. Podemos citar outros fatores desencadeantes do animismo: encontros e desencontros que sensibilizem o médium, discussões e desentendimentos, festas sociais excitantes, jogos e entretenimentos similares, que atuam como fortes desequilibrantes emocionais. O cultivo de idéias desordenadas, as aspirações mal contidas, desequilibram, promovendo falsas informações. Os desbordos da imaginação geram impressões, produzem idéias que fazem supor procederem de intercâmbio mediúnico. Além desses, a inspiração de Entidades levianas coopera com eficiência para os exageros, as distonias.
               Uma mudança salutar de hábitos e comprometimento com a caridade cristã podem desfazer certos condicionamentos renitentes e perturbadores.
               Espera-se que os médiuns atuantes compreendam sem demora esse processo de transitar do anímico para o mediúnico, desemperrando as engrenagens medianímicas pelo exercício disciplinado e constante, desobstruindo os canais por onde fluem as ideias através do trabalho no Bem, absorção de conhecimentos e cultura, oração e meditação continuadas.
               Compreende-se que é necessário ao médium um exame contínuo de seus problemas íntimos e acentuado zelo pelo estudo, a fim de discernir com acerto e segurança. Nem tudo que ocorre na esfera mental significa fenômeno mediúnico.
Recomenda o Espírito Joanna de Ângelis, no livro Celeiro de Bênçãos:
               "Estuda e estuda-te.
               Evita a frivolidade e arma-te de siso, no mister relevante da mediunidade.
               Cada ser vincula-se a um programa redentor, graças às causas a que se imana pelo impositivo da reencarnação. Interferências espirituais sucedem, sim, mas, não amiúde como pretendem a leviandade e a insensatez dos que se comprazem em transferir responsabilidades.
               Revisa opiniões, conotações, exames e resguarda-te na discrição.
               Mediunidade é patrimônio inestimável, faculdade delicada pela qual ocorrem fenômenos sutis expressivos e vigorosos e só procedem do Alto quando em clima de alta responsabilidade.
               Nesse sentido, não descuides das ocorrências provindas de interferências anímicas, dos desejos fortemente acalentados, das impressões indesejáveis e desconexas que ressumam, engendrando comunicações inexatas.
               Acalma a mente e harmoniza o "mundo interior"
(Celeiro de Bênçãos, Cap. 6, Joanna de Ângelis/Divaldo P.Franco - LEAL)
Bibliografia
Kardec, Allan - O Livro dos Médiuns - Cap. XIX, q. 223, de 1 a 8, FEESP . 2ª ed. São Paulo, 1989
Neves, J.; Azevedo, G.; Calazans, N.; Ferraz, J. - "Vivência Mediúnica - Projeto Manoel P. de Miranda", Cap. 1 - Fenômenos, Cap. 11- Do Anímico ao Mediúnico, LEAL. 1ª edição. Salvador/BA, 1994
Neves, J.; Azevedo, G.; Calazans, N.; Ferraz, J. - "Qualidade na prática Mediúnica- Projeto Manoel P. de Miranda", 1ª Parte, Animismo, LEAL. 1ª edição. Salvador/BA, 2000
Xavier, Francisco C. pelo Espírito André Luiz, Nos Domínios da Mediunidade. Cap. XXII Emersão do Passado, FEB, 14ª Ed. 1985

Tereza Cristina D'Alessandro
Março / 2002
14 ==> OS OBSTÁCULOS À EVOLUÇAO II
Geese
Perante tal inércia, os Mensageiros da Providência, aos quais se confiou a tarefa de iluminação dos que estacionaram na sombra, promovem recursos para que se verifique o despertar
Caminho Verdade e Vida  Emmanuel, 150 - Aguilhões
Continuando a descrição iniciada no artigo anterior trataremos de:
A IDENTIFICAÇÃO corresponde a um estado em que toda a atenção do indivíduo dirige-se a um único evento ou coisa, excluindo todo o resto, inclusive a si mesmo. A influência desse estado é poderosa, fazendo com que sejamos governados pelos objetos e circunstâncias que nos cercam. Reconhecemos este estado em nós quando estamos fortemente atraídos ou repulsivos sem conseguir desligar nossa atenção ou nos desapegarmos do objeto, fato, crença ou pessoa com quem estamos nos relacionando.
Com maior ou menor frequência e intensidade, nos identificamos com o que cremos ou não, gostamos ou não, sentimos ser correto ou errado. Caracteriza este estado um comportamento fixo, unilateral, voltado ou atraído pelos estímulos externos.
Perdido no mundo externo, sem noção de sua verdadeira escala e sua situação relativa, o objeto assume forma exagerada, desproporcional e distorcida como se estivesse fora de foco.
No estado de identificação intensa, o indivíduo sentir-se-á igualmente miserável ante um evento sério como a perda do emprego em período de recessão ou a derrota do time de futebol. Pegar o próximo metrô passa a ser uma questão de vida ou morte. Defender uma posição política transforma-se em briga violenta. Outras formas podem não ser tão intensas, mas se manifestam de modo contínuo, como a identificação com lucros e perdas emocionais, sociais ou financeiras.
Nenhum pensamento ou ação são claros e lúcidos nesse estado, pois ante um objeto qualquer o indivíduo se anula, tornando-se ele mesmo o objeto, enquanto o objeto torna-se vivo com poderes de governá-lo. Como nos outros obstáculos, ocorre uma perda substancial de energia, exaurindo o indivíduo e deixando-o sem possibilidade de desenvolver suas potencialidades.
Fatores como sexo, família, dinheiro, bens materiais, prestígio e status social são áreas críticas que, em maior ou menor proporção, exercem forte apelo à identificação. Essas áreas geram um tipo de apego em que o indivíduo constrói sua identidade e se reconhece através dos objetos que possui ou controla.
Perdendo esse objeto sentirá como se uma parte dele fosse perdida. Competições esportivas, ideias religiosas, filosóficas ou políticas podem se transformar em fonte inesgotável de identificação.
Uma identificação importante é a consideração interna, ou seja, a identificação com pessoas. Neste estado o indivíduo coloca-se no centro de todos os acontecimentos. A preocupação com o que os outros pensam ou não dele é constante, gerando grande perda de sua energia e cujo estado de sofrimento é totalmente inútil. Sofre por não se lembrarem do seu aniversário, por suspeitar que pensam mal dele, por não receber a devida atenção ou por não ter promoção no emprego.
Como consequência, deixa de falar o que pensa ou de fazer o que acha que deve ser feito, em função de uma autocensura sempre motivada pelo que o outro pensaria a respeito. Em muitas ocasiões esta consideração interna ocorre ante pessoas a quem se considera importantes ou com status social superior. Agindo como se fosse o centro do Universo, não se dá conta de que dificilmente os outros, com quem se preocupa tanto, não têm tempo a perder prestando atenção nele.
Só se escapa da identificação separando-se da atração irresistível do objeto e introduzindo-se um processo de auto-observação.
Tal processo permite dimensionar o objeto em sua real perspectiva, tornando-se base para o conhecimento de um nível mais objetivo da realidade.
O modo mais eficaz de combate a esta consideração interna é a consideração externa. Ou seja, a prática de considerar a relação com o outro de um ponto de vista que coloca igual importância no outro e em si. Ao contrário de recusar estar presente às circunstâncias do momento, a consideração externa exige estar presente no sentido de entender o ponto de vista do outro e posicionar-se como pessoa no que for possível. É uma posição que aceita as próprias limitações; não se preocupa com o que o outro pensa ou diz.
No próximo artigo trataremos sobre o obstáculo As Emoções Negativas.

 O TREVO - JULHO 2010
ESCOLA DE APRENDIZES

domingo, 29 de março de 2015


9 =  Assim é o Centro Espírita.
 O Homem Integral

23 - Acusações E Acusadores

Quando o estudante da Boa Nova se adentrou pela senda luminosa do esclarecimento renovador, sentiu-se dominado por ignota emoção, permitindo-se arrastar por aspirações superiores, planejando programas abençoados a favor da própria paz e em volta dos passos que pretendia imprimir pela rota.
Tudo sorriam flores, ofertando largas dádivas de alegrias: amigos gentis, esclarecedores, de segura aparência interior, como se se encontrassem realmente forjados nos altos fornos do sofrimento e da abnegação; tarefas múltiplas favoráveis, em clima de fraternidade convidativa; oportunidades felizes de exercitar as lições vivas do Mestre no convívio comunitário...
Entusiasmo singular dominou-o com as mais agradáveis impressões que se convertiam em convites à doação total.
Legitimamente concitado à construção dos postulados formosos no dia-a-dia das lutas, envidou esforços e entregou-se ao labor.
A princípio, incipiente, era dirigido pelos companheiros mais experimentados, desconhecendo a escolha de serviços e a todos se entregando com alto espírito de abnegação.
Passou a despertar interêsse e granjeou simpatias, inspirando respeito A ociosidade que estava à espreita, vigilante, bradou por uma boca malsã:
Tudo no comêço é fácil. Vejamos daqui a alguns anos.
Não obstante a decepção sofrida, o candidato ao bem afervorou-se mais e insistiu na realização dos serviços nobres.
A maledicência que lhe seguia os passos, almejando ensejo, não aguardou mais tempo e blasonou:
Parece o dono da Casa, e apenas chegou ontem. Presunçoso e fingido, dará o golpe, quando menos se espere.
O estudante da lição evangélica anotou o apontamento soez e, embora sofrendo, superou os próprios melindres, laborando Infatigável.
A inveja que lhe não perdoava a ação elevada, surpreendeu-o através dos companheiros de trabalho e destilou veneno: Interesseiro e falso que é. Será que pretende tomar todo o trabalho nas suas mãos? Não pergunta nada a ninguém e crê-se auto-suficiente. Merece desprêzo e expulsão antes que seja tarde demais.
O servidor da gleba, coração ralado, asfixiou as lágrimas e, orando pelos ofensores, prosseguiu confiante.
A viciação segura das vitórias incessantes a que se acostumara nas continuas investidas à fraqueza humana, fêz cerrado sitio e requisitou a seu serviço a sensualidade, que após os primeiros cometimentos foi rechaçada.
Ferida no brio, convocou a vaidade que envolveu o lidador no incenso da palavra vã, esparzindo os fluídos do egoísmo em forma de ardilosas insinuações que redundaram Inoperantes. O suborno pelo dinheiro foi, então, estimulado, e como não conseguisse desligar da órbita dos deveres o discípulo afervorado, êste, com os recursos de que dispunha, passou a engendrar dificuldades, multiplicando óbices e malquerenças onde medrava o despeito e campeava a disputa das cogitações inferiores.
Embrulhado, todavia, nas vibrações da prece, o seareiro da luz insistiu no serviço edificante, apesar da dor que o trespassava interiormente.
Nesse ínterim, porém, a calúnia resolveu comparecer ao campo das ações variadas, e, afrontosa, se impôs o compromisso de cravar as garras nas carnes da alma do operário incansável, O ácido da acusação indébita, produzindo a impiedade, desvelou os inimigos que jaziam ocultos e o fel do descrédito cobriu-lhe as pegadas; o enfado antecipou-lhe o avanço e malquerença, abraçada à ignorância, armou áspera e alta muralha; todavia, cansado e humilhado, o servo do Cristo se negou saltá-la, deixando-se abater, então, pelos ardis da calúnia hàbilmente manejada pelas mãos da mentira que, confundindo os frívolos e os vãos, estabeleceu primado, transformando o antes verde campo de esperança em caos de dor e reduto de animalidade...
* * * .
Entrega-te a Deus, Nosso Pai, e deixa-te conduzir por Ele docilmente, confiantemente, até o momento da tua libertação...
Eles, também, os teus acusadores experimentarão em breve o trânsito para a própria libertação. Perdoa-os, e insiste no bem, haja o que haja, certo de que Jesus, a Quem amas, continuará com êles, mas contigo também.
*
Não te envolvas na questão dêste Justo.
Mateus: capítulo 27º, versículo 19.
4
O Senhor apôs o seu sêlo em todos os que nêle crêem. O Cristo vos disse que com a fé se transportam montanhas e eu vos digo que aquêle que sofre, e tem a fé por amparo, ficará sob a sua égide e não mais sofrerá.
Capítulo 5º  Item 19 parágrafo 4.
13 ==> OS OBSTÁCULOS À EVOLUÇÃO
Geese

Mas a vossa palavra seja sim, se for sim; não, se for não. Tudo o
que passar disso, vem do mal. (Mateus, 5:37)

Dando sequência ao artigo anterior sobre o auto-aperfeiçoamento, vamos apresentar uma abordagem que pode se adequar aos nossos propósitos e que sintetizamos e adaptamos à nossa linguagem.
Temos cinco grandes obstáculos à evolução espiritual do homem: mentira, imaginação, falar desnecessário, identificação e expressão de emoções negativas. Sempre que esses obstáculos se manifestam em sua plenitude no homem, significa que ele está perdido no estado de sono. Conhecer os obstáculos e resistir a seu envolvimento ajuda a minimizá-los e a posicionar o indivíduo numa situação mais favorável em relação ao esforço de auto-observação.
Não se trata de impedir a sua manifestação nem de sucumbir a eles. Os obstáculos devem ser controlados e sua manifestação reduzida. O processo surpreendente resume-se na possibilidade de, através do exercício de superação dos obstáculos, fortalecer o ser.
A MENTIRA diz respeito não tanto à mentira convencional que distorce intencionalmente um evento ou uma informação, mas a uma forma muito mais perniciosa que é mentir sobre nós mesmos, nosso conhecimento e certezas, convicções e capacidades. Trata-se de manter uma fachada de importância, poder e saber que não corresponde à nossa realidade pessoal, isto é, o que realmente sabemos e somos.
Esse tipo de mentira ocorre com frequência muito maior do que gostamos de admitir. É comum afirmar coisas que não sabemos, enfatizar pontos de que não temos certeza e com isso investir na manutenção de uma imagem que em absoluto corresponde ao que de fato somos.
A mentira distorce a visão de si e exige o dispêndio de uma enorme quantidade de energia interna para manter essa falsa imagem. Sob o ponto de vista da mentira, o trabalho de melhoria de si mesmo torna-se dispensável, pois não há razão de fazer tanto esforço para adquirir o que pensamos já possuir.
A IMAGINAÇÃO (ou divagação) é o processo em que a mente trabalha compulsivamente, sem intenção ou propósito, através de cadeia associativa iniciada por estímulo externo. Nesse estado, a mente se dissocia dos estímulos presentes no ambiente imediato, resultando em grande desperdício dessa energia.
A divagação nos tira da vivência real, da participação por inteiro daquele momento, uma vez que nela os sonhos se combinam com eventos e estímulos externos formando um mundo que tem pouco a ver com a realidade.
Sua manifestação revela uma condição muito pior do que o sono biológico.
Pois, o sono tem propósito de recompor energias perdidas, sendo processo positivo. Já a divagação é uma maneira de desperdiçar inutilmente a pouca energia que o ser humano é capaz de acumular.
A divagação é um processo mecânico e involuntário. Toma conta do ser e o governa sem permitir que ocorra qualquer contato com a realidade externa e muito menos consigo mesmo.
Para perceber o seu grau de rotina involuntária basta tentar fazê-lo intencionalmente.
Concluiremos que isso é totalmente impossível.
A divagação, quando negativa, torna-se ainda mais perigosa, além de implicar em desperdício intenso de energia interna, pode induzir o indivíduo a tomar decisões e iniciativas em bases totalmente irreais. O ser humano frequentemente penetra nesse mundo confuso e obscuro que compreende, além de uma sucessão de imagens sem nexo ou sentido, toda sorte de preocupações materiais com saúde, negócios, situação financeira, acidentes, catástrofes
O FALAR DESNECESSÁRIO é um tipo de divagação extrovertida. Fala-se compulsivamente por meio de uma cadeia de associações, impedindo retenção, amadurecimento e assimilação de qualquer força psíquica. Gasta-se uma grande quantidade de energia psíquica ou espiritual.
As forças psíquicas constituem o alimento mais refinado e importante que a pessoa pode receber. Para que possam alimentar as partes mais nobres do ser humano, é necessário processá-las através de um trabalho de absorção, refinamento ou transformação de seu conteúdo. O falar desnecessário impede esse processo. O indivíduo permanece constantemente vazio, exaurido pela falta de energia e impossibilitado de dirigir sua atenção ao exterior e estar presente nele.
NOTA: Consultar Iniciação Espírita, cap.61 Regras de Conduta: item 2 A Regra do Silêncio e item 3 A Palavra.
No próximo artigo trataremos sobre o obstáculo A Identificação.

O TREVO - JUNHO 2010
ESCOLA DE APRENDIZES

sábado, 28 de março de 2015

III - COEM - CENTRO DE ORIENTAÇÃO
E
EDUCAÇÃO MEDIÚNICA

CURSO DE ORIENTAÇÃO E EDUCAÇÃO MEDIÚNICA  COEM II
SOCIEDADE ESPÍRITA

1ª PARTE - PROGRAMA E MANUAL DE APLICAÇÃO

III - FORMAÇÃO DOS GRUPOS

PARTICIPANTES
Por se tratar de um curso específico de desenvolvimento mediúnico, onde, em princípio, não são abordadas grandes e importantes questões filosóficas do espiritismo, os participantes do COEM devem ter um conhecimento básico da Doutrina, ou, de preferência, ter passado por um programa de estudos, como por exemplo, o PBDE  Programa Básico de Doutrina Espírita.
Atentos às orientações de Kardec, no Capítulo XVIII de O Livro dos Médiuns, é prudente estabelecermos, ainda, como pré-requisitos aos candidatos a médiuns, a maioridade legal e o equilíbrio e a sanidade mental. Os casos excepcionais serão tratados pelos meios terapêuticos que a Casa Espírita dispõe.
Observados esses pré-requisitos, os participantes do COEM podem ser tanto os freqüentadores do Centro sejam eles médiuns ou trabalhadores de outras áreas, como integrantes de outros Centros ou vindos da comunidade.
Uma vez divulgado o início do curso e disponibilizadas as fichas de inscrição (ANEXO 1), teremos o número de participantes, o que nos permitirá dividi-los em grupos e formar as equipes de monitores.
O número ideal de participantes por grupo oscila entre 12 e 15. Há casos em que as circunstâncias e as condições do Centro exigem a formação de grupos com até 25 pessoas.

MONITORES E AUXILIARES
 Os Monitores e Auxiliares dos diversos Grupos do COEM devem ser indicados dentre aqueles confrades integrados nas atividades do Centro Espírita, que possuam condições de ordem moral, doutrinária e experiência no trato da mediunidade e da prática espírita correta. Devem ter capacidade de liderança e de compreensão suficientes e autoridade fraternal para gerarem um clima de confiança e segurança aos componentes do Grupo.
Monitores e Auxiliares devem estar bem conscientizados das finalidades e objetivos do COEM para poderem agir dentro daquela linha fundamental, comum a todos os Grupos e aplicar realmente as orientações estabelecidas.
Nos exercícios práticos, devem proceder com bom senso, sabendo intervir nos momentos oportunos e dando as orientações necessárias com bondade e segurança.
Devem ter capacidade de análise e coerência para tomar iniciativas e providências corretas quando as circunstâncias o exigirem.

ATRIBUIÇÕES DOS MONITORES
Preparar os ROTEIROS das unidades teóricas de estudo dirigido do GRUPO ou recebê-los da Coordenação Geral, solicitando desta os esclarecimentos necessários.
Coordenar, dinamizar e participar das unidades teóricas de estudo dirigido, observando e incentivando a participação de todos os componentes do grupo..
Orientar os EXERCÍCIOS PRÁTICOS do GRUPO, conforme as orientações doutrinárias espíritas do COEM.
Observar o comportamento dos componentes do GRUPO nos exercícios práticos orientá-los fraternalmente no sentido da disciplina e educação mediúnicas, conforme os ensinamentos espírita-cristãos.
Providenciar a elaboração dos relatórios e documentos necessários às avaliações parciais ou finais do COEM bem como os registros de freqüência e fichas de controle individual, solicitando dos auxiliares seu encaminhamento aos setores responsáveis, nos períodos previstos.
Orientar e acompanhar a elaboração dos trabalhos, testes e pesquisas doutrinárias dos componentes de seu grupo.
Participar das reuniões periódicas de monitores, auxiliares e coordenação. .
Verificar o motivo de ausências sucessivas de componentes de seu Grupo; procurar saber as razões das desistências e tomar providências para resolver estes casos, tentando atrair fraternalmente tais companheiros.
Manter o ambiente do grupo em clima agradável, fraterno, amigo, responsável e de interesse doutrinário, resolvendo os casos imprevistos com segurança cristã e confiança na orientação espiritual, evitando melindres e suscetibilidade, através da coerência doutrinária e da retidão de conduta, com bondade em quaisquer circunstâncias.
Tomar providências, em tempo útil, junto aos auxiliares, quanto às obras de consulta para as atividades programadas e do material de expediente a ser usado, para evitar atropelos de última hora. A ordem inspira segurança e facilita a eficiência do trabalho.
Orientar o registro das descrições de sensações nas fichas individuais (rascunho), tendo em vista a objetividade, evitando uma síntese excessiva que prejudique uma descrição e a prolixidade cujo excesso de palavras a obscurece.
Procurar orientar as atividades do Grupo de forma que comecem e terminem nos horários estabelecidos.
Orientar os auxiliares, com a antecedência possível, quando motivos imprevistos impedirem a sua presença, a fim de que eles possam tomar as providências necessárias à realização normal das atividades programadas.
Tomar providências junto aos auxiliares e componentes do Grupo visando manter em ordem a sala de trabalho e o material, após seu uso, nas reuniões teóricas dinâmicas e nas de exercício prático.

ATRIBUIÇÕES DOS AUXILIARES
Substituir o MONITOR nas suas ausências ou quando por ele solicitado e tomar as providências necessárias em tempo para o bom desempenho das atividades programadas.
Manter em ordem e em dia os registros de freqüência e o controle individual de percepções.
Fazer a anotação de freqüência das reuniões; registrar as sensações dos exercícios práticos no rascunho, com objetividade e clareza; providenciar os documentos de expediente junto aos setores responsáveis, quando necessário.
Participar das reuniões periódicas de monitores, auxiliares e coordenação geral
Elaborar juntamente com o monitor os relatórios do Grupo, quando solicitados e nas avaliações parcial e final do COEM.
Colaborar eficientemente com o monitor na coordenação e orientação das unidades teóricas dinâmicas e nos exercícios práticos.
Distribuir os roteiros das unidades teóricas de estudo dirigido aos coordenadores dos minigrupos, e orientar os relatores destes quanto ao modo prático de elaboração dos relatórios de seus estudos.
Entregar ou encaminhar os documentos (resumos das unidades teóricas e práticas) e a correspondência (cartas, avisos, esclarecimentos, etc.) aos componentes do grupo; controlar essa entrega e sua resposta quando for o caso; fornecer as informações necessárias a esse respeito, ao monitor e à coordenação geral do COEM.
Orientar os componentes do grupo na aquisição das fontes bibliográficas de consulta usadas no COEM.
Colaborar com o monitor, quando solicitado, na montagem dos roteiros das unidades teóricas dinâmicas e reunir-se com este, quando necessário, para tratar de assuntos, medidas e documentos referentes às atividades e interesses do grupo.
Colaborar com o monitor na criação e manutenção de um ambiente fraterno, cristão, acolhedor, responsável e agradável no Grupo.
Auxiliar o monitor na observação do comportamento e participação dos componentes nas unidades de estudo dinâmico e nas de exercício prático, reforçando sempre as orientações necessárias à eficiência dessas atividades.
Organizar e manter em ordem o material de expediente do Grupo (pastas de freqüência, fichas de registro, papel, lápis, fontes de consulta, resumos de aulas, etc.), distribuindo-os para uso e recolhendo-os, após, quando for o caso, e solicitar com antecedência a sua reposição quando esgotados, junto aos setores responsáveis.


LUCAS DE ALMEIDA MAGALHÃES
CENTRO ESPÍRITA LUZ ETERNA  CELE
Avenida Desembargador Hugo Simas, 137 Bom Retiro
80520-250  Curitiba  Paraná  Brasil
REDAÇÃO: Equipe do CELE
CURSO BÁSICO III
PARTE 1
03 - COMO FOI A DOUTRINA DIFUNDIDA PELO MUNDO?
CONTINUADORES DE KARDEC NA FRANÇA E EM OUTROS PAISES
INDICE
Objetivo Da Aula
Bibliografia Principal
Bibliografia Complementar
Entendendo O Espiritismo
Abc Do Espiritismo  (Vitor R Carneiro)
CAPÍTULO 5 - ALLAN KARDEC E SUA OBRA
OBJETIVO DA AULA
Abordar os colaboradores desencarnados
Demonstrar o trabalho de Kardec em não deixar a Doutrina estacionar
Mostrar também a importância do Espiritismo no Brasil e sua finalidade, falando dos colaboradores no País, especialmente Bezerra de Menezes
Sua perseverança e esforço para difundir a Doutrina e trazer ao conhecimento alguns dos grandes colaboradores
BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL
Entendendo o Espiritismo  (Diversos) 3
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
Enquanto é Tempo 7
Na Semeadura II 85 - 88
Religiões e Filosofias 12 - 13
Respondendo e Esclarecendo 20  154  197 – 198
Entendendo O Espiritismo
Abc Do Espiritismo  (Vitor R Carneiro)
CAPÍTULO 5 - ALLAN KARDEC E SUA OBRA
Hippolyte Léon Denizard Rivail  Allan Kardec  nasceu na cidade de Lyon, na França, a 3 de outubro de 1804.
Iniciou os estudos na sua terra natal. Aos doze anos de idade foi para Yverdun, na Suíça, onde, sob a direção do célebre professor Pestalozzi, aprimorou seus conhecimentos, chegando mesmo a substituir, muitas vezes, o grande mestre, quando este se afastava do instituto, para atender a outros compromissos, fora.
Kardec fez, também, um curso de línguas. Conhecia o alemão, o inglês, o italiano, o espanhol, o holandês e possuía ainda sólida cultura científica.
Publicou vários trabalhos importantes, na época, tais como: Curso Prático de Aritmética, Gramática Francesa Clássica, Manual de Exames para os títulos de capacidade, Programa dos cursos usuais de Química, Física, Astronomia e Fisiologia, Catecismo Gramatical da língua francesa para os iniciantes do idioma e outros trabalhos didáticos.
Além dessas obras, citaremos as da Codificação espírita, que são as seguintes:
Em 18 de abril de 1857  O Livro dos Espíritos.
Em janeiro de 1861  O Livro dos Médiuns.
Em abril de 1864  O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Em agosto de 1865  O Céu e o Inferno.
Em janeiro de 1868  A Gênese.
Estas cinco obras constituem o chamado Pentateuco espírita.
Kardec escreveu, ainda, O que é o Espiritismo, O Principiante Espírita e Obras Póstumas, que foram publicadas após sua morte. Fundou também a Revue Spirite, em janeiro de 1858, que editou até o ano de 1869.
Os Espíritos revelaram que Allan Kardec vivera, em uma de suas encarnações, na Gália, e seu nome era o pseudônimo por ele usado agora, e que em outra encarnação, fora João Huss, condenado a 6 de fevereiro de 1415 e executado nas fogueiras da inquisição, porque pregava contra a injustiça daqueles que detinham o poder nas mãos.
Em 1854, Kardec ouvira falar das chamadas mesas girantes. Seu amigo Fortier, que estudava magnetismo, disse-lhe que acabava de descobrir uma nova propriedade magnética: as mesas, além de girarem, também respondiam perguntas a elas formuladas.
Kardec revida esta afirmativa, dizendo: Só acreditarei se me provarem que as mesas têm um cérebro para pensar e nervos para sentir. Enquanto isso permita-me considerar esse fato como uma história fabulosa.
Carlotti, outro amigo seu, faz-lhe referência sobre a comunicação dos Espíritos; o Mestre torna-se, agora, interessado no assunto. Vai a casa da Sra. Planemaison e, através de sua mediunidade de efeitos físicos, verifica que, realmente, as mesas falam.
Rende-se ele à evidência dos fatos. Mas não parou aí. Viu nesse passatempo alguma coisa de importante. Precisava investigar e descobrir as causas que davam origem a esses interessantes fenômenos.
Através da faculdade das meninas Baudin, viu a escrita por intermédio da cesta. Por esse processo eram dadas respostas, com exatidão, às perguntas formuladas aos Espíritos.
Não havia dúvida: estava mesmo diante de um fato novo, que merecia carinhoso estudo. Passou, então, a fazer observações através do método experimental, pois havia percebido que os fenômenos eram produzidos pelos Espíritos dos que já viveram na Terra.
E, assim, pelas informações prestadas por essas entidades comunicantes, Allan Kardec escreveu O Livro dos Espíritos, obra básica da doutrina Espírita.
Acresce esclarecer, ainda, que essa monumental obra não foi concebida por um filósofo ou ditada por um Espírito: ela é o resultado das revelações de muitos Espíritos, todas concordantes, vindas por diferentes médiuns, em lugares diversos.
Essas comunicações passavam pelo crivo da razão do Codificador, que as analisava, comparava, discutia e só as aceitava depois de verificar que se achavam isentas de quaisquer dúvidas.
Allan Kardec recebeu a notícia de que estava encarregado da Codificação, pela médium Srtª. Japhet, tendo seu guia lhe dito: Não haverá diversas religiões nem há mister senão de uma, que é a verdadeira, grande e digna do Criador... Seus primeiros fundamentos já foram lançados...
Haverá muitas ruínas e desolações; são chegados os tempos para a renovação da humanidade.
Como se vê, Kardec fora, realmente, escolhido pelo Cristo para o cumprimento da sublime missão de codificar o Espiritismo.
E a escolha não poderia deixar de ser esta, uma vez que o Mestre possuía todas as qualidades indispensáveis ao cumprimento dessa grande e árdua tarefa.
Além de filósofo, benfeitor e idealista, era dotado de um coração boníssimo, o que lhe dava condição para o cumprimento do lema da Doutrina nascente: Fora da caridade não há salvação.
Por motivo de um aneurisma e esgotado pelo exaustivo trabalho realizado em tão pouco tempo, o grande missionário de Lyon veio a desencarnar no dia 31 de março de 1869.
À beira da sua sepultura, Flammarion, seu fiel seguidor, pronunciou estas palavras:
Ele, porém era o que eu denominarei simplesmente o bom senso encarnado.
Concluindo este capítulo, em o qual apreciamos rapidamente a obra incomparável de Kardec, lembremos de que ele não morrera, passara para a espiritualidade após cumprir a gloriosa missão que lhe fora confiada, legando à posteridade a imortal obra da Codificação, segundo os planos traçados por Jesus, diretor de nosso Orbe.
8 =>  ASSIM É O CENTRO ESPÍRITA
Celeiro De Benções

35 - Serão consolados
Nem todos aflitos, porém... Muitos que sofrem engendraram as aflições de que se tornaram vítimas inermes. Carregam o sofrimento aspirando e exalando o gás da ira mal dissimulada com que mais se intoxicam e mais envenenam em derredor. Pessoas afluem esmagam-se nas paredes estreitas da usura, de que se não libertam; estertoram nas garras do ciúme que as enceguecem; desagregam-se sob os camartelos da insatisfação face aos prazeres dissolventes; transitam em sofreguidão contínua ao estridor da revolta que as agoniam; turbam-se nas densas nuvens da desesperança; tombam, desfalecidas, nas urdiduras do desânimo. Toda aflição se fixa em raízes que devem ser extirpadas. Algumas possuem causas atuais, enquanto outras se prendem ao passado espiritual, constituindo tais fatores a justiça impertérrita que alcança os infratores dos códigos divinos do amor e do equilíbrio.
Aflições de vário porte conduzem ao crime de muitas denominações. Somente a aflição resignada e confiante, de pronto receberá consolo. A chuva que reverdece a terra crestada, em tempestade, aniquila colheitas, despedaça jardins, carcome o solo...
O repouso sensato refaz as forças; prolongado, anestesia os estímulos, entorpecendo a vontade e a ação.
Aflitos que, não obstante, em lágrimas, atendem alheio pranto; apesar de perseguidos, não se fazem perseguidores; embora sob injustiça, confiam na probidade; sem embargo, enfermos, estimam a saúde do próximo; todavia, incompreendidos, desculpam e sustentam a coragem do bem; no entanto, esfaimados, alevantam o ânimo onde se encontram; mesmo em quase alucinação, tal a monta de problemas e dificuldades, recorrem à oração refazente e à meditação renovadora - serão consolados!
Nem todos os aflitos, porém, lograrão consolação.
Há os que impõem tais ou quais medidas a fim de saciar-se; que esperam este ou aquele resultado com que pensam comprazer-se; que situam esse ou outro fator como único pelo qual se apaziguariam; uma ou duas únicas opções para fruírem felicidade, e, entretanto, são recursos da ilicitude, quando não dos caprichos que estão sendo disciplinados pela própria aflição...
Trasladarão oportunidades, adiarão benesses, sofrerão...Não podem ser consolados, porquanto, não aspiram a conforto e sim desforço, triunfo, vanglória. Nicodemos possuía dúvidas honestas - foi esclarecido. Marta inquietava-se no afã do zelo exagerado - recebeu diretriz; Zaqueu dispunha de moedas azinhavradas - trocou-as pêlos tesouros imperecíveis.Madalena fossilava na perversão obsidente - conseguiu curar-se.Antes, aflitos, abriram-se ao consolo vertido das mãos de Jesus Cristo.Indispensável valorizar a aflição, sopesando-a com discernimento, de modo a conduzi-la às fontes inexauríveis do Evangelho em clima de serenidade, respeito e amor. Ali, todas as dores se acalmam, todas as lágrimas se enxugam, todos os aflitos são consolados.

12 => O AUTOAPERFEIÇOAMENTO: A OBSERVAÇÃO DE SI MESMO
Geese
Porque dormis? Levantai-vos e orai para não entrardes em tentação (Lucas, 22:46)

Conforme o artigo anterior, o desenvolvimento espiritual nas escolas de Iniciação ocorre em três linhas de atividades.
Na primeira linha, o trabalho essencial é a observação de si, o estudo de si, o estudo do ensinamento da Escola, e nessa atividade deve-se ter iniciativa em relação a si mesmo. Nesta linha, recebemos conhecimento, ideias, ajuda.
Ela se refere apenas a nós mesmos, é inteiramente egocêntrica. Quem trabalha nesta linha, trabalha seguramente para si mesmo.
Devemos ser muito práticos e pensar no que podemos conseguir. Se sentimos que não somos livres, que estamos dormindo (iludidos pela matéria e pelos sentidos), talvez sintamos a necessidade de ser livres, de despertar, e, dessa forma, trabalharemos para conseguir isso.
Ao reconhecermos que estamos dormindo, o importante é o esforço que fazemos para despertar. A recomendação de Jesus sobre o orai e vigiai é muito ilustrativa de quão difícil é manter-se desperto (atento para a Verdade).
Quando chegamos a nos dar conta, não somente da necessidade do estudo e da observação de si, mas também da necessidade do trabalho sobre si com vistas a mudar, então o caráter da observação também deve mudar.
Quanto à questão do trabalho sobre si, perguntemo-nos quais são realmente nossas chances de nos observar.
Devemos descobrir em nós mesmos, comportamentos e manifestações que podemos mais ou menos dominar e devemos exercer esse poder, tratando de aumentá-lo o mais possível.
O que notamos quando tentamos nos observar?
Primeiro, que não tomamos conhecimento de nós mesmos, no momento em que tentamos nos observar.
Segundo, que a observação se torna difícil devido ao fluxo incessante dos pensamentos, imagens, ecos de conversas e impulsos emocionais que distraem a atenção da observação.
Finalmente ao nos observarmos, notamos que algo desencadeia a imaginação e que a observação de si é uma luta constante contra a imaginação.
Eis aqui o ponto essencial no trabalho sobre si. Se nos dermos conta de que todas as dificuldades provêm do fato de que não conseguimos lembrar-nos de nós mesmos, já sabemos o que fazer:
Tratar de nos lembrar de nós mesmos.
Nossa memória só guarda vivos os momentos de lembrança de si.
Para isso, é preciso lutar contra pensamentos aleatórios e contra a imaginação.
Se o fizermos com perseverança, os resultados não tardarão a aparecer. Mas não devemos crer que o exercício seja fácil, nem que possamos dominar essa técnica de imediato.
A lembrança de si é um ato cuja prática é difícil, não deve basear-se na espera dos resultados. Mas, sim, na compreensão do fato de que não nos lembramos de nós mesmos, mas que, ao mesmo tempo, podemos, se fizermos esforços suficientes e de maneira adequada.
Não podemos tornar-nos conscientes, no momento em que o desejamos.
Mas podemos lembrar-nos de nós mesmos, por um curto momento, porque, até certo ponto, comandamos nossos pensamentos. E, como todo ser humano, se começarmos, vendo que não nos lembramos de nós mesmos, e compreendendo o que isto significa, isso pode nos levar à lembrança de nós mesmos.
Se aprendermos coisas novas sobre nós mesmos, coisas que não sabíamos antes, poderemos depois comparar o que conhecíamos antes com o que aprendemos agora. Sem comparação, não podemos sair do lugar. Por isso, o hábito de registrar essas descobertas sobre nós mesmos (em uma caderneta) torna-se imprescindível neste sistema.
Já foi dito que o estudo de si e a observação de si, bem conduzidos, levam o homem a se dar conta de que algo está errado em seu estado habitual. Compreende que:
* Só vive e trabalha numa pequena parte de si mesmo.
* A maioria de suas possibilidades permanecem não realizadas e a maioria de seus poderes não utilizados.
* Não extrai da vida tudo o que ela poderia lhe dar e que sua incapacidade se deve aos seus defeitos.
A ideia de estudo de si adquire a seus olhos nova significação. A observação de si leva o homem a reconhecer a necessidade de mudar. E, praticando, nota que a observação de si traz, por si mesma, certas mudanças em seus processos interiores. Começa a compreender que ela é um meio de mudar, um instrumento para despertar.
No próximo artigo continuaremos detalhando a primeira linha de trabalho.

 6 O TREVO - MAIO 2010
ESCOLA DE APRENDIZES

sexta-feira, 27 de março de 2015

1------- >   Considerando o Evangelho

Releitura de títulos desenvolvidos pelo Espírito Vianna de Carvalho em 1983 em “ À Luz do Espiritismo” na psicografia de Divaldo Pereira Franco. Títulos mantidos em abordagens livres.

13 – Considerando o Evangelho

Constantemente somos convidados a buscar nos apontamentos da Boa Nova, alento e vigor através do Amigo que assinalou a História universal de modo a dividir o tempo, antes e depois Dele.
   
Apesar dos possíveis enxertos e traduções, a mensagem evangélica no passado e hoje é farol abençoado para mentes e corações aflitos pelas várias circunstâncias do cotidiano.  

Exegetas apontam erros, contradições, deficiências, entretanto, mesmo estas sendo possível, a majestade do Amor que encerra a vida de Jesus transcende a qualquer expressão de linguagem.

No que diz respeito aos ensinos evangélicos, o período dessas narrativas ultrapassa quarenta anos, quando Mateus se encarregou de registrar os fatos para os hebreus; Marcos a pedido de Pedro escreve para os romanos, e Lucas, servindo-se de ambos,  associa pesquisas próprias e escreve aos gentios os relatos que vão culminar nos textos de João.

Além destes, muitos outros que viveram ao tempo ou posteriores a Jesus grafaram também recordações e notícias, deixando, cada qual a seu modo, legados que ora aqui ou ali acrescem detalhes em cenários profundos dos convites transcendentes.

No livro terceiro de “O Livro dos Espíritos” estão inseridas as bases morais evangélicas da Doutrina Espírita. Os Espíritos encarregados da Codificação com sabedoria inspiraram textos estabelecendo roteiro do que seria “O Evangelho Segundo o Espiritismo“.  Obra de esclarecimento e consolação é imensamente atual no momento de dores cruéis que parecem espreitar o Homem que se vê a fracassar. Ao buscar Jesus no Evangelho dessedenta-se, vitaliza o Espírito nos convites precisos, seguros, na palavra firme, segura, e vinculado no Amor, renova dando ânimo para se conduzir na Vida na paz augusta da consciência livre.

Leda Marques Bighetti – Junho/2014
1 ----- Alegria de Viver
"Exteriorizarás entusiasmo e alegria ,nas horas belas da estrada; todavia demonstrarás coragem e paciência ,nos dias amargos ,quando tudo pareça despedaçar-te os sonhos e aniquilar-te as esperanças ."


( Emmanuel )
            Muitas vezes ,a falta de alegria na existência do indivíduo é justificada pela afirmativa evangélica de que a felicidade não é deste mundo ,o que é uma verdade ,porém não deve a criatura tomar um posicionamento pessimista perante a Vida .
             O ser humano tem como destinação a perfeição relativa e a felicidade ,porém se não começar a exercitar desde agora um comportamento que lhe permita alcançar tal destinação através da exteriorização da alegria jamais conseguirá alcançar a felicidade ,visto que esta depende daquela para se desenvolver .
             E como sentir alegria ,em um mundo de provas e expiações ,em que tudo parece conspirar para uma atitude contrária ?
             Nas situações mais simples e singelas ,nos momentos agradáveis com as pessoas que amamos e estimamos, com aqueles que são motivo do nosso carinho e atenção. Oportunidades , dadas pela Providência Divina ,não faltam ,e é preciso aproveitá-las sempre que possível .
             Seja nos momentos que reencontramos um afeto que a muito tempo não o víamos ou no abraço matinal a um familiar ou amigo ; seja na hora de uma boa leitura ou de uma refeição que alivia a fome ; nas reuniões familiares ou no Evangelho no lar ; seja em que situação for, se conseguimos tirar um ensinamento dela já deve ser motivo de alegria para nós ,por já possuirmos sensibilidade suficiente para percebermos que a Vida é cheia de ensinamentos.
             A alegria ,pois ,de viver deve ser parte ativa do programa de construção pessoal da criatura inteligente ,permitindo-se assim conquistar um nível de consciência mais dilatado ,que se caracterizará pelo amadurecimento psicológico ,que sustentará o processo de iluminação .Pois será alegria a motivadora para buscarmos novas conquistas ,novos desafios ,novos empreendimentos.
             É evidente que momentos de dor ,sofrimento ,angústia entre outros farão parte da caminhada evolutiva ,sobressaltando muitas vezes o desânimo ,o pessimismo ,a desesperança ,no entanto ,buscar não alimentar e sustentar tais situações torna-se imprescindível a qualquer pessoa que queira libertar-se das situações penosas que a Vida nos propõe afim de nós educarmos os sentimentos dolorosos para transformá -los em sentimentos felizes .
             A alegria traz ainda alguns benefícios imediatos no campo físico ,como é caso da manutenção da saúde do organismo somático .A alegria proporciona ao cérebro maior contribuição de enzimas especiais ,encarregadas de produzir saúde ,facultando o riso ,que é um estimulante poderoso para a fabricação de imunoglobulina salivar (sIgA) ,portadora de fatores imunizantes ,que propiciam o constante equilíbrio orgânico ,evitado a invasão de vários vírus e bactérias perniciosos .
             Quando se ri ,estimulam-se preciosos músculos faciais e gerais ,eliminando-se toxinas prejudiciais acumuladas ,que terminam por intoxicar o indivíduo .
             A Vida é um convite constante para a reflexão e entendimento de nós mesmos ,quando os quadros que ora se apresentam no mundo parecem ao mais desoladores possíveis e imagináveis podemos dar a nossa contribuição sendo mais alegres e otimistas ,demonstrando desta forma a confiança que temos em nosso Pai ,que nos Ama ,e no Cristo ,que traçou um roteiro de luz e trabalho no bem para nós .
Bibliografia :
Rumo Certo – Francisco C. Xavier /Emmanuel
Vida: Desafios e Soluções – Divaldo P. Franco / Joanna de Ângelis
Hérin Andréas  Janeiro / 2002

1 ---  O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITÍSMO
por Allan Kardec ("Autor do " O Livro dos Espíritos")
Em 18 de abril de 1857, Allan Kardec deu ao mundo "O Livro dos Espíritos", estabelecemos os princípios fundamentais da doutrina espírita, tendo o mesmo dado origem a outros quatro livros, dentre os quais O Evangelho Segundo o Espiritismo, desenvolvido a partir do livro terceiro: As Leis Morais, com conseqüência natural da ciência e filosofia espírita.
Em 17 de junho de 1856, quando Kardec ainda trabalhava em "O Livro dos Espíritos", em uma reunião mediúnica, em casa do Sr. Baudin, ele pergunta ao Espírito Verdade sobre a obra que escrevia. Foi-lhe dito, entre outras coisas, que esta seria a primeira de outras que viriam, à medida que as novas idéias fossem se desenvolvendo e criando raízes.
Em outra reunião em 09 de agosto de 1863, em um diálogo mediúnico também, embora Kardec não houvesse comunicado a ninguém o assunto e o título do livro, que então escrevi, ao perguntar sobre ele, obteve a informação de que seria de considerável influência. "Abordas ali questões capitais, e não somente o mundo religioso encontrará as máximas que lhe são necessárias, mas a vida prática das nações extrairá excelentes instruções. Fizeste bem em tratar do interesse geral, dos interesses sociais e dos interesses religiosos."

Em 14 de setembro de 1863, estando Kardec em Saint-Adresse, recebeu uma mensagem mediúnica de Paris, da qual destacamos: "Com esta obra o edifício começa a desembaraçar-se dos andaimes, e já pode entrever sua cúpula delineando-se no horizonte."
Essas mensagens estão publicadas em Obras Póstumas, respectivamente nas páginas 235, 255 e 257 da 1ª edição de Obras Completas de Allan Kardec da Edicel.
O Evangelho Segundo o Espiritismo foi entregue ao mundo em 1864, sob o título "Imitação do Evangelho", modificado na 2ª edição para o nome atual.
Allan Kardec, ao codificar os ensinos das revelações dos Espíritos, percebeu que todos eles desaguavam na moral de Jesus. Quem se dispusesse a viver de conformidade com os ensinos espíritas, estaria exercitando a moral que Jesus ensinou através da palavra e do viver.
Escreveu este livro, "contendo a explicação das máximas morais do Cristo em concordância com o Espiritismo e suas aplicações às diversas circunstâncias da vida"
Sendo este livro um dos mais lidos, se não for o mais, dentre as obras espíritas, há necessidade de estudá-lo? Se já conhecemos os ensinos de Jesus há dois mil anos, há necessidade de estudá-lo? Se frases de Jesus são muito citadas, até para justificar idéias tão diferentes, até as mais estapafúrdias, há necessidade de estudá-las?
Achamos que conhecemos os ensinos de Jesus...
Se os conhecêssemos, se já tivéssemos aprendido suas lições seríamos melhores pessoas, viveríamos em sociedades mais justas, sem tantas e cruéis desigualdades sociais, econômicas, morais, levando à competição aguerrida, à miséria, à violência, ao desamor.
Se os conhecêssemos, realmente, nós e a humanidade já teríamos resolvido os graves problemas que impedem que vivamos numa sociedade de irmãos que se amam, que se ajudem, todos trabalhando sem prejudicar ninguém, na obra coletiva.
Talvez, nunca, como na atualidade, precisemos tanto do estudo e da vivência evangélica, justamente pelo elevado desenvolvimento científico-tecnológico que a inteligência do homem trouxe à humanidade.
Vivemos há anos uma longa fase de transição, onde o mal é muito evidenciado, justamente, para que o homem dele se horrorize e busque combatê-lo, desenvolvendo o bem. E isso só será conseguido através da vivência da moral ensinada e vivida por Jesus.
Não basta conhecê-los, decorá-los, citá-los. É necessário que eles penetrem o nosso íntimo, provocando mudanças em nosso sentir, pensar e agir.
Há sim, necessidade de estudar, e estudar muito "O Evangelho Segundo o Espiritismo", que Herculano Pires, na sua tradução, escreveu representar um manual de aplicação moral do Espiritismo.
Se este veio para auxiliar o desenvolvimento moral da humanidade terrena, este livro nos traz os ensinos morais de Jesus e a maneira como aplicá-los, vivenciá-los no dia-a-dia.
Ao estudar esta obra, vamos compreendendo que todos nós temos condições internas para seguir os exemplos de Jesus. Com este estudo aprendemos a desenvolver nosso potencial divino e compreendemos que seguir esses exemplos não é só para os santos. Não é preciso ser pessoa especial para vivê-los. Todos nós somos filhos de Deus, todos podemos ser sábios e bons. Se assim não fora, Jesus não teria dito: "Sede perfeitos!". E Ele o disse para todos nós, que fazemos parte da humanidade terrestre.
A Doutrina Espírita torna clara e inteligível a mensagem de Jesus, auxiliando-nos no entendimento, no esforço de colocá-la dentro de nós, para que nos tornemos pessoas dignas e úteis a todos.
Iniciamos hoje um estudo de "O Evangelho Segundo o Espiritismo" esperando a participação e colaboração dos que se dispuserem a fazê-lo conosco, nessa busca para melhor entendendo-o, possamos vivê-lo no dia-a-dia.
*** A próxima página estudará o Prefácio do Evangelho Segundo o Espiritismo
Leda de Almeida Rezende Ebner
Junho de 2001
Centro Espírita Batuira
cebatuira@cebatuira.org.br Rua Rodrigues Alves,588 Vila Tibério - Cep 14050-390
Ribeirão Preto (SP)
CNPJ: 45.249.083/0001-95
Reconhecido de Utilidade Pública pela Lei Municipal nº. 3247/76.

O CENTRO ESPÍRITA BATUIRA esclarece que permanece divulgando os estudos elaborados pela Sra Leda de Almeida Rezende Ebner após o seu desencarne, com a devida AUTORIZAÇÃO da família e por ter recebido a DOAÇÃO DE DIREITOS AUTORIAIS, conforme registros em livros de Atas das reuniões de diretoria deste Centro.

1 -- O CÉU E O INFERNO
ESTADOS DE ALMA

"Estando chegados os tempos da renovação, conforme os desígnios divinos, era preciso que, em meio às ruínas do velho edifício e para não perder a coragem, o homem entrevisse as fiadas da nova ordem de coisas; era preciso que o marinheiro percebesse a estrela polar, que deve guiá-lo ao porto. ." - Allan Kardec
Assim se expressa Lourenço Prado numa lição que traz por título o mesmo escolhido acima, num belo livro editado pela Federação Espírita Brasileira:
"A Doutrina Espírita, reafirmando positivamente a Doutrina do Cristo, não tem bases físicas.
Ergue-se de fato em fato, de exemplo em exemplo e de lição em lição, no plano das consciências, para outros planos de consciência.
(...) Evitemos substituir simplesmente as noções de inferno por umbral ou de céu por esferas espirituais, alimentando velhas ilusões da mesma forma."2
De fato. Há enganos que nos têm intoxicado por séculos. Apegados a velhas idéias, custa-nos perceber o quanto elas são responsáveis pela seqüência dos acontecimentos que vão se desenrolando sob nossas vistas, e, freqüentemente, como se nada pudéssemos fazer diante do inesperado “contigente” da vida. E vamos vivendo nossas horas como quem passa despercebido de outras questões mais importantes...ou, como diz Fernando Pessoa no poema Hora Morta:
LENTA e lenta a hora                     Por mim dentro soa                     ( Alma que se ignora! )                     Lenta e lenta e lenta,                     Lenta e sonolenta                     A lua se escoa...                               *                      Tudo tão inútil!                     Tão como que doente                     Tão divinamente                      Fútil, ah, tão fútil                     Sonho que se sente                      De si próprio ausente...
A expressão "Alma que se ignora" encerra de maneira muito simples (e poética!) a apatia em que, por vezes, o espírito humano logra se encerrar, talvez por insistir em (re)vitalizar “estados de alma” desnecessários e improdutivos. Os chavões Deus quis assim ou Foi o destino bem ilustram esse estado de coisas. Curiosamente, hoje, somos convidados a “desmaterializar” pensamentos. Como se dá isso?
Não seriam as ilusões senão pensamentos que não servem mais? Podemos insistir neles, agir segundo o que nos apresentam, mas a quê custo? Decepções, dores, e um mundo de possibilidades, todas substituindo uma alternativa mais simples (embora mais difícil): manter-se atento pela reflexão.
Assim, precisamente por não cogitarmos da “eternidade“ da consciência – com o seu estado íntimo, pessoal e inalienável, atingindo a todos, encarnados e desencarnados – é que vamos perpetuando esse “mundo de idéias” por nós mesmos criado, terminando por nos tornamos adversários de nós mesmos, na feliz expressão de Lourenço Prado. São as velhas idéias de “castigo”, “penas” e “recompensas”, como se o VIVER fosse governado por “leis de mercado”, ou do do ut des (dou para que tu dês) do utilitarismo mais baixo. Sentimentos de culpa, suplícios íntimos como forma de compensação aos defeitos, jogando porta a fora sublimes momentos de transformação que encontramos no dia a dia. Qual a razão de tudo isso? Almas apressadas para chegar a lugar nenhum? Espíritos “prisioneiros” de si mesmo, ou melhor, de suas criações mentais, momentaneamente “adormecidos” de que são os próprios autores.
Precisamente dentro deste contexto de dificuldades e progressos, não foi ignorada por Kardec (e pelos Espíritos da Codificação), a necessidade de oferecer material útil a um trabalho de “saneamento” da consciência, com o objetivo de auxiliar a remover o “lixo” que acumulamos (sem nos darmos conta) ao longo da vida.
Assim como acontecia no coletivo em 1865, por ocasião do lançamento de O Céu e o Inferno, após deixar às velhas idéias o tempo de se gastarem e provar sua insuficiência, também nos dias de hoje, acontece algo parecido conosco, pois chega o dia em que as “velhas idéias” tornam-se “desgastadas” e, então, passamos a sentir a necessidade de uma mudança de posição.
E surge a pergunta: - Do que trata o livro “O Céu e o Inferno”?
O próprio Kardec responde:
“Aí reunimos todos os elementos próprios para esclarecer o homem sobre o seu destino. (...) O Céu e o Inferno é mais um passo cujo alcance será mais facilmente compreendido, porque toca ao vivo certas questões.”
Foi justamente com o propósito de tocar questões essências, renovando idéias, de auxiliar a raciocinar com mais clareza - não em termos de condições de espaço, mas em termos de estados de alma - de não aguardarmos o chamado céu ou chamado paraíso, em algum lugar do Universo, ou mesmo nas Colônias Espirituais do Mundo Maior, que o livro O Céu e o Inferno nos chega como um convite para que logremos atingir o estado sugerido nas palavras de Lourenço Prado:
“ Habitua-te a pensar que céu ou paraíso são atmosferas interiores do Espírito, em todos os lugares, e que podem ser fruídos por ti, desde já, onde te encontras.”
Quanta estesia no “Pensamento de Deus” vamos descobrindo nas linhas em que se desenha Sua Justiça sempre equilibrada pela Sua Bondade. Convites singelos no sentido de filtrarmos as nossas próprias idéias em torno do que chamamos “a manifestação da Sua Justiça”, ou o “ Deus quer assim”.
Assim vamos compondo um “tecido novo” de idéias à medida que percorremos suas páginas, pedagogicamente distribuídas em duas partes: teoria e prática (exemplos). Mas não se trata de leitura por puro prazer intelectual. Trata-se, sim, de enquadramentos, analogias, empatias, que vão se estabelecendo por ocasião das exemplificações, aqui e acolá, nas narrações dos Espíritos, onde vamos nos identificando ou não com suas descrições.
Quantas “muralhas mentais”, verdadeiros verdugos escondidos, vão caindo diante da solidez dos argumentos e do calor dos depoimentos! Alimentos para a razão e para o coração: uma verdadeira aula de Evangelização a nos ensinar a valorizar a Vida, pois “Se não somos da Terra, não olvidemos que a Terra é o caminho...”. Onde vamos descobrindo que desencarnar não resolve: a morte não é solução espiritual em definitivo para ninguém. Em ambos os planos de vida uma mesma necessidade: a vivência da caridade pura...
Planos de consciência didaticamente ordenados a nos questionar: Que tipo de pessoa (Espírito) eu sou? Feliz? Em condições medianas? Sofredor? Com tendência suicida? Criminoso arrependido? Com o coração endurecido? Quantos pais, filhos, profissionais das mais diversas áreas não lucrariam por refletir durante alguns instantes apenas em tais depoimentos! Teríamos talvez menos queixas e mais ação.
Por fim esse é o trabalho mensal de garimpagem que, desde já, nos propomos a realizar com a ajuda do leitor. Mergulhar no pensamento das Vozes do Céu, os Espíritos, a fim de que, lentamente mas com tenacidade, caminhemos amadurecendo na vida, descobrindo sempre novos sentidos do que seja viver, até que, finalmente um dia, ao voltarmos para Casa venhamos a nos sentir como propõe a sabedoria árabe:
(...) no nosso fim, não lamentemos o passado, nem temamos o futuro: sejamos como o entardecer de um belo dia, pois já teremos aprendido que as vitórias são ganhas no coração, não numa terra ou em outra... 3

1- KARDEC, Allan. In "Revista Espírita", Notícias Bibliográficas. EDICEL. VOL.9. Setembro. 1865. Pág. 276
2- VIEIRA, Valdo. In "Seareiros de Volta", Estados de Alma. FEB. 4ª ed. São Paulo. 1987. Pág. 155.
3- BEDIN, Edson L. (Org.) In "Coletâneas do Universo". 1ª ed. Caxias do Sul. 1999

Por Vanderlei Luiz Daneluz Miranda Junho/2001