*Livro: “PALAVRAS DE VIDA ETERNA”*
F. C. Xavier/Emmanuel
*12 - PERANTE JESUS*
“Porventura sou eu, Senhor?”
(MATEUS, 26:22.)
Diante da palavra do
Mestre, reportando-se ao espírito de leviandade e defecção que o cercava, os
discípulos perguntaram afoitos:
– “Porventura sou eu,
Senhor?”
E quase todos nós,
analisando o gesto de Judas, incriminamo-la em pensamento.
Por que teria tido a
coragem de vender o Divino Amigo por trinta moedas?
Entretanto, bastará um
exame mais profundo em nós mesmos, a fim de que vejamos nossa própria negação à
frente do Cristo.
Judas teria cedido à paixão
política dominante, enganado pelas insinuações de grupos famintos de libertação
do jugo romano... Teria imaginado que Jesus, no Sinédrio, avocaria a posição de
emancipador da sua terra e da sua gente, exibindo incontestável triunfo humano...
E, apenas depois da
desilusão dolorosa e terrível, teria assimilado toda a verdade! ...
Mas nós?
Em quantas existências e
situações tê-lo-emos vendido no altar do próprio coração, ao preço mesquinho de
nosso desvairamento individual?
Nos prélios da vaidade e do
orgulho...
Nas exigências do prazer
egoísta...
Na tirania da opinião...
Na crueldade confessa...
Na caça da fortuna material..
Na rebeldia destruidora...
No olvido de nossos
deveres...
No aviltamento de nosso
próprio trabalho...
Na edificação íntima do
Reino de Deus, meditemos nossos erros conscientes ou não, definindo nossas responsabilidades
e débitos para com a vida, para com a Natureza e para com os semelhantes e, em
todos os assuntos que se refiram à deserção perante o
Cristo, teremos bastante
força para desculpar as faltas do próximo, perguntando, com sinceridade, no
âmago do coração:
– “Porventura existirá
alguém mais ingrato para contigo do que eu, Senhor?”
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