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quarta-feira, 15 de junho de 2016

XX - O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - CAPÍTULO III: HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI ITEM 2: DIFERENTES ESTADOS DA ALMA NA ERRATICIDADE

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - XX

CAPÍTULO III: HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI

ITEM 2: DIFERENTES ESTADOS DA ALMA NA ERRATICIDADE

Em primeiro lugar, vamos analisar o termo erraticidade, que não encontrei no novo dicionário Houaiss, mas que está no Caldas Aulete, volume II, editora Delta S.A., autorizada por E. Pinto Cia. Ltda., Lisboa-Portugal, organizado por Hamílcar de Garcia: “o mesmo que erratibilidade, substantivo feminino, caráter do que é errático. (Espiritismo): Estado dos espíritos durante os intervalos das suas encarnações."

O termo erraticidade se refere ao plano espiritual, onde vivem as almas dos desencarnados.

Quanto ao termo errante, encontramos nos dois dicionários citados os mesmos significados: “que anda ao acaso, sem destino certo"

Vem do latim errans, errantis, que significa " que anda sem destino, que se engana."

O verbo errar vem do latim erro, erras, erravi, erratum, errare e significa ' vagar, andar sem destino, apartar-se do caminho, perder-se' donde o figurado ' errar, cometer uma falta, enganar-se, hesitar, duvidar'. (Dicionário Houaiss)

Kardec denominou errantes aos espíritos que estão no plano espiritual, espíritos ainda em desenvolvimento, sujeitos a erros e às reencarnações.

“A casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito, oferecendo aos Espíritos desencarnados estações apropriadas ao seu adiantamento."

Diz Kardec que podemos também entender " Há muitas moradas na casa de meu Pai" ao estado feliz ou infeliz dos desencarnados na erraticidade.

O espiritismo nos ensina que a morte do corpo físico, só por si, não transforma ninguém. As mudanças do sentir, pensar e agir acontecem pelo esforço próprio, após muitas reflexões sobre si mesmo, sobre suas ações e reações no viver cotidiano, aqui ou no além. Desperta-se no plano espiritual como realmente se é, com as mesmas idéias, com a mesma maneira de ser.

Analisando o novo estado, já consciente do que lhe aconteceu e acontece, pode o recém desencarnado querer mudar-se ou não.

Assim, há espíritos que nem se apercebem do novo estado. Continuam nas casas, fazendo as mesmas coisas, sem entender a indiferença dos familiares, que não lhe respondem, nem falam com eles.

Outros, mesmo percebendo a nova situação, continuam nos seus propósitos de fazer o mal, engajando-se em grupos conhecidos ou não dos que se lhe assemelham.

Uns sentem-se revoltados, inconformados, fecham-se a qualquer auxílio.  Outros sentem-se libertos da prisão do corpo físico, buscam encontrar-se com amigos que lhe antecederam, reencontram amigos dos quais estiveram afastados.

Há os que perambulam, sem destino, sem mesmo saber o que querem. Há os que se elevam admirando as belezas do universo.

Há os que, plenos de remorso, sentem-se culpados, perambulando a esmo ou se deixando aprisionar por espíritos das trevas, que ainda se comprazem no mal. Há os que reencontram companheiros da jornada terrestre e continuam no trabalho do bem a que se afeiçoara.

As pessoas que buscaram mais os valores espirituais sentem-se felizes, pelo dever cumprido e elevam-se em busca de paragens mais espiritualizadas. As que se entregaram aos valores e prazeres materiais sentem-se presas ao visgo da Terra e não conseguem desprender-se dela.

São tantos e tão variados os estados das almas que deixam o corpo físico, que Kardec escreveu ser possível também interpretar as palavras de Jesus, no sentido de serem esses estados moradas dos espíritos.

Cada um está no plano espiritual ligado aos sentimentos, emoções, ideais, ações que vivenciaram quando encarnados. Cada um vive mesmo em companhia de outros, na morada psíquica que construiu para si. Sendo um ser em desenvolvimento, auto- educável e perfectível, pode, sempre que o queira transformar sua casa psíquica, melhorando-a.

O mesmo acontece no plano material.

Cada homem vive na morada psíquica que constrói para si, através dos sentimentos, emoções, sensibilidade, inteligência, razão, nas ações e reações do viver na Terra. Influenciamos e somos influenciados sempre de acordo com o que temos e somos no íntimo.

Cabe-nos pois, construir nossa morada psíquica, desde já, aqui e agora, com ideais nobres e elevados que o Mestre Jesus no trouxe, visto ser ele o caminho, a verdade e a vida e toda a humanidade terrestre só será feliz quando todos viverem seus ensinos da amor e perdão, independente da nacionalidade, da crença de cada um.

Bibliografia:

1 - Allan Kardec, O LIVRO DOS ESPÍRITOS, LIVRO PRIMEIRO, Capítulo III: CRIAÇÃO, V: Pluralidade dos Mundos. Capítulo IV, Pluralidade das Existências, itens III e IV: Reencarnação nos Diferentes Mundos e Transmigração Progressiva. Capítulo VI, VIDA ESPÍRITA, I e II: Espíritos Errantes e Mundos Transitórios.

2- Emmanuel, A CAMINHO DA LUZ, CAPÍTULO lll: As Raças Adâmicas.

Leda de Almeida Rezende Ebner
Janeiro / 2003

Centro Espírita Batuira
cebatuira@cebatuira.org.br
Ribeirão Preto (SP)

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