*Tipos de Espíritos Comunicantes*
*Obsessão / Desobsessão (Suely Caldas Schubert), 3ª parte-cap. 12 (pág 171-180)*
*ESPÍRITOS QUE FAZEM SOFRER*
*ESPÍRITOS QUE DESEJAM TOMAR O TEMPO DA REUNIÃO*
(Leia também a questões 23 e 49 do livro Como Doutrinar os Espíritos - CDE)
Vêem com a idéia preconcebida de ocupar o tempo dos trabalhos e assim perturbarem o seu desenrolar.
Usam muito a técnica de acusar os participantes, os espíritas em geral, ou comentam sobre as comunicações anteriores, zombando dos problemas apresentados. Tentam alongar a conversa, têm resposta para tudo.
Observando o seu intento, o doutrinador não deve debater com eles, tentando provar a excelência do Espiritismo, dos propósitos da reunião e dos espíritas, mas sim levá-los a pensar em si mesmos. Procurar convencê-los de que enquanto analisam, criticam ou perseguem outras pessoas, esquecem-se de si mesmo, de buscar a sua felicidade e paz interior.
Quase nunca são esclarecidos de uma só vez. Voltam mais vezes.
*ESPÍRITOS IRÔNICOS*
(Leia também a questão 11 do livro Como Doutrinar os Espíritos - CDE)
São difíceis para o diálogo. E, geralmente, sendo muito inteligentes, usam a ironia como agressão. Ferem o doutrinador e os participantes com os comentários mais irônicos e contundentes. Ironizam os espíritas, acusando-os de usarem máscara; de se fingirem de santos; de artifícios dos quais, dizem, utilizam para catequizar os incautos; de usar magia, hipnotismo, etc.
Alguns revelam que seguem os participantes da reunião para vigiar-lhes os passos e que ninguém faz nada do que prega.
Em hipótese alguma deve-se ficar agastado ou melindrado com isso. É, aliás, o que almejam. Pelo contrário, devemos aceitar as críticas ferinas, inclusive porque apresentam grande fundo de verdade. Essa aceitação é a melhor resposta. A humildade sincera, verdadeira, nascida da compreensão de que em realidade somos ainda muito imperfeitos.
Tentar defender-se, mostrar que os espíritas trabalham muito, que naquele Centro se produz muito, é absolutamente ineficaz. Será até demonstração de vaidade de nossa parte, visto que temos ciência de nossa indigência espiritual e do pouco que produzimos e progredimos. E eles sabem disto.
Aceitando as acusações e sentindo, acima de tudo, o quanto existe de razão no que falam, eles aos poucos se desarmarão. Simultaneamente ir conscientizando-os do verdadeiro estado em que se encontram; da profunda solidão em que vivem, afastados dos seus afetos mais caros; que, em realidade, são profundamente infelizes -- eis alguns dos pontos que podem ser abordados.
Tais entidades voltam mais vezes, pois esse esclarecimento demanda tempo.
*ESPÍRITOS ESCARNECEDORES*
Esclarecendo os Desencarnados (Umberto Ferreira), págs. 59-60
Freqüentemente, espíritos escarnecedores se manifestam na reunião e se valem do escárnio para provocar os componentes do grupo, com o objetivo de irritá-los e desestabilizá-los, comprometendo o trabalho a ser realizado.
Os membros da reunião, especialmente o dirigente ou o esclarecedor encarregado do caso, não devem-se deixar influenciar pelas palavras do comunicante, muito menos se irritar com ele. Ao contrário, devem se colocar acima das suas provocações e cultivar o sentimento de compreensão e indulgência para com ele. Não é conveniente responder às provocações, nem polemizar.
A melhor atitude é ignorar as provocações e tentar melhorar a sintonia com os mentores espirituais, para descobrir as suas necessidades mais íntimas e planejar o que vai dizer-lhe. E, assim que tiver oportunidade, começar a falar-lhe serenamente.
O esclarecedor pode dizer-lhe:
*Você foi criado por Deus, como todos nós. E Ele o ama como a todos os seus filhos e não se afasta de nenhuma das suas criaturas. Nós é que nos afastamos pela sintonia com o mal e por deixarmos o caminho do bem, utilizando o livre arbítrio que Ele concede a todos.*
*Nós estamos aqui em Seu nome e em nome de Jesus, para falar ao seu coração, convidando-o a iniciar um novo aprendizado, numa escola espiritual, sob a orientação de trabalhadores da Seara de Jesus, que lhe esclarecerão as dúvidas e o ensinarão a praticar o bem.*
*Somos todos irmãos e queremos o seu bem. Aproveite esta oportunidade!*
Mesmo que o espírito continue escarnecendo, o esclarecedor deve prosseguir imperturbável e falando com amor. Se não conseguir demovê-lo, pode recorrer à oração e deixá-lo aos cuidados dos bons espíritos, que o encaminharão ao lugar certo.
O comunicante pode ser tocado pelas palavras, sentimento e serenidade do esclarecedor e dos demais membros da reunião, e mudar de atitude; nesse caso, o diálogo pode tomar a direção determinada pelo que o espírito disser.
*COMENTÁRIOS DE MANOEL PHILOMENO DE MIRANDA*
*Tramas do Destino (Manoel Philomeno de Miranda), págs. 105-107*
Não obstante a forma como os irmãos infelizes do além-túmulo agem em relação às suas vitimas, também investem, simultaneamente, contra os que lhes distendem mãos amigas, provocando a irrupção de problemas no lar, no trabalho, na rua, com que objetivam descoroçoar o ânimo desses abnegados agentes da caridade e do amor. Atiram-lhes petardos mentais com que pretendem penetrar a fortaleza interior; inspiram desânimo; empestam a psicosfera de que se nutrem os lidadores da solidariedade; utilizam-se de pessoas frívolas, que lhes servem de instrumentos dóceis; despertam sentimentos contraditórios; açulam paixões... Tudo fazem por instalar a dúvida, criar áreas de atritos, impondo, quando possível, sucessão de acontecimentos desagradáveis. Programam conversações doentias e telecomandam comentários deprimentes, tais como: todo aquele que se envolve com a prática do bem, somente recebe ingratidão; enquanto se trabalha no programa da caridade, as coisas dão para trás; embora ajudando-se com dedicação, não se recebe ajuda ; os maus progridem e os bons, interessados na melhora e progresso dos seus irmãos, sofrem, incompreensivelmente...
Alguns trabalhadores, pouco adestrados ao culto dos deveres de enobrecimento, agasalham essas idéias perturbadoras, deixando-se desanimar ou intoxicando-se pela revolta que delas decorre. Não lhes passa pela mente que todos mantemos vínculos de sombra com a retaguarda e que nos acontece somente o que merecemos ou a nossa insensatez engendra.
As provações, em qualquer circunstância, constituem aprendizado valioso e desconto de títulos em débito, postos em cobrança no transcurso da oportunidade melhor com que mais facilmente se libera o homem das responsabilidades negativas, inditosas.
Sempre bênçãos não podem ser tomadas à conta de punição ou experimentação divina para testar a frágil resistência humana...
Outrossim, desde que ninguém jornadeia à mercê do acaso, sujeito a ocorrências de dor e sombra sem que as mereça, fácil compreender-se que os credenciados pelo esforço pessoal ao serviço edificante recolhem maior quota de ajuda. conforme o ensino evangélico de que mais recebe aquele que mais dá.
Naturalmente, os Benfeitores Espirituais, interessados na ascensão dos seus tutelados, vêem, identificam as graves teceduras das redes de que se utilizam os maus, não ficando inermes, nem os deixando à própria sorte. Enquanto sabem que toda aflição bem recebida produz conquista de relevo para quem a aceita de bom grado, reconhecem que a dor defluente da obra do amor propicia maior soma de aquisições, impulsionando com facilidade a sublimação dos propósitos e a liberação do passado.
A pedra lapidada fulge e o pântano drenado se adorna de flores.
Sem embargo, esses abnegados Mensageiros alentam os que com eles sintonizam; resguardam-nos do mal, induzem-nos à perseverança no trabalho da auto-iluminação; sustentam-lhes a fé; promovem encontros circunstanciais edificantes; conduzem-nos a Esferas de luz e a Escolas de sabedoria, quando ocorre o desprendimento parcial pelo sono; dão informações preciosas; irrigam a mente que se torna fértil de idéias elevadas; produzem euforia interior... Não afastam, porém, os problemas nem as lutas, por saberem que, através de tais, melhormente se purificam e elevam...
Como a Terra é também preciosa Escola, tudo se transmuda em ensinamento, em cuja conquista se devem investir todos os valores possíveis.
*ESPÍRITOS DESAFIANTES*
(Leia também a questão 21 do livro Como Doutrinar os Espíritos - CDE)
Vêm desafiar-nos. Julgam-se fortes, invulneráveis e utilizam-se desse recurso para amedrontar. Ameaçam os presentes com as mais variadas perseguições e desafiam-nos a que prossigamos interferindo em seus planos.
Cabe ao doutrinador ir encaminhando o diálogo, atento a alguma observação que o comunicante fizer e que sirva como base para atingir-lhe o ponto sensível. Todos nós temos os nossos pontos vulneráveis -- aquelas feridas que ocultamos cuidadosamente, envolvendo-as na couraça do orgulho, da vaidade, do egoísmo, da indiferença.
Em geral, os obsessores, no decorrer da comunicação, acabam resvalando e deixando entrever os pontos suscetíveis que tanto escondem. Aparentam fortaleza, mas, como todos, são indigentes de amor e de paz. Quase sempre estão separados de seus afetos mais caros, seja por nível evolutivo, seja por terem sido feridos por eles.
O doutrinador recorrerá à energia equilibrada -- dosada no amor --, serena e segura, quando sentir necessidade.
Espíritos desse padrão vibratório quase sempre têm que se comunicar mais vezes. O que se observa é que a cada semana eles se apresentam menos seguros, menos firmes e fortes que na anterior. Até que se atinge o momento do despertar da consciência.
*TÉCNICAS E RECURSOS*
Diálogo com as Sombras (Hermínio C. Miranda), págs. 216, 217, 221, 222, 238 e 239
O doutrinador precisa estar muito atento a esses sinais reveladores. Tentar identificá-los é sua tarefa, mas que o faça com muito tato, paciência e compreensão. Ninguém gosta de revelar suas fraquezas, seus erros, seus crimes, suas mazelas e imperfeições. Nada de coações, de pressões, de imposições. Espere com paciência, busque com tranqüila perseverança, que a verdade virá. Lembre-se de que ela se encontra ali mesmo, na memória daquele irmão que sofre. Ele a dirá, se é que chegou a sua hora de mudar de rumo. Basta um pouco de ajuda, habilidade, tato e paciência. É preciso, também, que tenhamos a faculdade da empatia, ou seja, apreciação emocional dos sentimentos alheios. Veja bem: apreciação emocional. É necessário que as nossas emoções estejam envolvidas. Se apenas assistimos às agonias de um Espírito que se debate nas suas angústias, não temos empatia; somos meros espectadores. É preciso aprender a vibrar com ele, sofrer com ele, compreender sua relutância em abrir-se, aceitar seu temor em descobrir suas feridas, mas, a despeito de tudo isso, ajudá-lo a descobri-las...
Estejamos certos, porém, de que a resistência será grande, a luta interior que presenciaremos será dolorosa, difícil, e muitas vezes o Espírito recuará novamente, temeroso, acovardado, sentindo-se ainda despreparado.
Neste caso, ouvimos sempre uma destas frases:
- Ainda não estou preparado... Espere um pouco mais... De outra vez... Deixe-me. Dê-me mais tempo. Preciso pensar...
Junto de um companheiro particularmente agoniado, presenciamos a dura batalha entre os lampejos da esperança de paz e os apelos de seu insaciado desejo de vingança: iria, agora, abandonar tudo aquilo, que era a motivação de sua vida, e o tinha sido por séculos e séculos? Entregar-se à dor? Abandonar a sua vítima? E a sua vingança? E, no entanto, ninguém melhor do que ele sentia a inadiável necessidade de uma atitude de renúncia, embora sabendo que apenas trocava uma dor por outra.
O doutrinador não o forçou. Limitou-se a dizer, com o coração aberto à compreensão e ao afeto:
- A decisão é sua. Claro que você pode continuar a fazer isso. Deus, que amparou aquele a quem você persegue por tanto tempo, há de continuar amparando-o. Mas, e você? É isto que lhe convém? É isto mesmo que você quer?
***
O problema das ameaças merece alguma digressão mais ampla, porque ele tem implicações muito sérias no trabalho de doutrinação.
Em primeiro lugar, como nos disse um Espírito amigo, certa vez, não podemos colher rosas, sem jamais nos ferirmos nos espinhos. Quanta verdade nesta imagem! Por mais estranho que nos pareça, a uma observação superficial, os Espíritos mais terrivelmente perturbados e desarmonizados guardam em si incrível potencial para as realizações futuras - aptidões, experiências e qualificações inesperadas, preciosas, e, por mais fantástico que nos pareça, uma enorme capacidade de amar.
Um deles, muito difícil, agressivo, poderoso, quase inabordável, não pôde conter sua gratidão, depois de desperto: beijou, com emoção e respeito, a mão de seu aturdido doutrinador, o mesmo que, ainda há poucas semanas, ele daria tudo para destruir.
No trabalho mediúnico de desobsessão, temos, pois, que contar com contratempos, ferimentos e angústias, especialmente se deixarmos cair as nossas guardas. Isto é válido para todo o grupo, e não apenas para o médium, ou para o doutrinador. O cerco aperta-se, ainda que estejamos guardados na prece e na vigilância.
- "Vigiai e orai" - disse o Cristo, segundo Marcos - "para não cairdes em tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca." (Marcos, 14:38.)
O Espírito deseja a libertação, teme novas quedas, sonha com a paz, sofre a ausência de afetos muito profundos e, de certa forma, está pronto para a vida em plano melhor e mais purificado, ou, pelo menos, não tão difícil e grosseiro como este mundo de provas em que vivemos; mas, no fundo, mergulhado no corpo físico, que o sufoca, sua vontade debilita-se e a fraqueza da carne vence as melhores intenções. Os seres desencarnados inferiores que nos vigiam, nos espionam e nos assediam, sabem disso, tão bem ou melhor do que nós, e, enquanto puderem, hão de reter-nos na retaguarda, pelo menos, como disse um amigo espiritual muito querido, para engrossar as fileiras dos que estão parados.
Mesmo com toda a vigilância, e em prece, continuamos vulneráveis. E "eles" sabem disso. Quando o esquecemos, eles nos lembram:
- Você pensa que é invulnerável?
Quem poderá responder que é? E as nossas mazelas, os erros ainda não resgatados, as culpas ainda não cobradas, as infâmias ainda não desfeitas? Contudo, temos que prosseguir o trabalho de resgate, a despeito dos espinhos das rosas, das ameaças e, logicamente, de um ou outro desengano maior. É preciso estarmos, no entanto, bem certos de que, em nenhuma hipótese, sofreremos senão naquilo em que ofendemos a Lei, e jamais em decorrência do trabalho de desobsessão, em si mesmo. Seria profundamente injusta a Lei, se assim não fosse. Então, vamos ser punidos porque estamos procurando, exatamente, praticar a Lei universal do amor fraterno e da solidariedade que nos recomenda o Cristo?
Não aceitaremos a intimidação, mas não a devolveremos com uma palavra ou um gesto de desafio ou de provocação. É necessário não intimidar-se diante da bravata, mas sem cometer o engano de ridicularizá-la. Há uma diferença considerável em ser intimorato e ser temerário. Nossa bagagem de erros ainda a resgatar não nos permite usar o manto da invulnerabilidade, mas não deve deter os nossos passos na ajuda ao irmão que sofre. Mesmo que ele nos fira, com a peçonha de seu rancor inconsciente, quando lhe estendermos a mão, para ajudá-lo a levantar-se, ele nos será muito grato se o conseguirmos e, no fundo, bem no fundo de si mesmo, ele, mais do que ninguém, deseja e espera que nós consigamos salvá-lo, pois que, por si mesmo, com seus próprios recursos, ele não o conseguiu ainda. E, afinal de contas, se os espinhos nos ferirem, aqui e ali, também estaremos nos libertando das nossas próprias culpas.
A regra, portanto, é esta: não ridicularizar a bravata, nem desafiar a ameaça; não responder à ironia com a mofa; não se intimidar, mas não ser imprudente.
***
Em casos excepcionais, sob condições especiais, mentores espirituais, presentes, incorporam-se em outros médiuns, para doutrinar o Espírito manifestado. E comum, nestes casos, falarem com inusitada energia e firmeza, e, no entanto, sem o menor traço de rancor, de impaciência, de agressividade. Um desses companheiros amados, certa vez disse um "Basta!", com incontestável autoridade, ao Espírito que deblaterava com arrogância e impertinência.
O problema da palavra enérgica é, pois, extremamente delicado. Se pronunciada antes da hora, no momento inoportuno, pode acarretar inconvenientes e perigos incontornáveis, pois que não podemos esquecer-nos de que os Espíritos desarvorados empenham-se, com extraordinário vigor e habilidade, em arrastar-nos para a altercação e o conflito, clima em que se sentem muito mais à vontade do que o doutrinador. Se este "topar a briga", estará arriscando-se a sérias e imprevisíveis dificuldades. Não pode, por outro lado, revelar-se temeroso e intimidado. Esse meio-ermo, entre destemor e intrepidez, é a marca que distingue um doutrinador razoável de um incapaz, pois os bons mesmo são raríssimos. E aquele que se julga um bom doutrinador está a caminho de sua própria perda, pois começa a ficar vaidoso. Os próprios Espíritos desequilibrados encarregam-se de demonstrar que não há doutrinadores impecáveis. Muitas vezes envolvem, enganam e mistificam. Se o doutrinador julga-se invulnerável e infalível, está perdido: é melhor passar suas atribuições a outro que, embora não tão qualificado intelectualmente, tenha melhor condição, se conseguir manter-se ao mesmo tempo firme e humilde.
*ESPÍRITOS DESCRENTES*
(Leia também a questão 16 do livro Como Doutrinar os Espíritos - CDE)
Apresentam-se insensíveis a qualquer sentimento. Descrêem de tudo e de todos. Dizem-se frios, céticos, ateus.
No entanto, o doutrinador terá um argumento favorável, fazendo-os sentir que apesar de tudo continuam vivos e que se comunicam através da mediunidade. Também poderá abordar outro aspecto, que é o de dizer que entende essa indiferença, pois que ela é resultante dos sofrimentos e desilusões que o atormentam. Que, em realidade, essa descrença não o conduzirá a nada de bom, e sim a maiores dissabores e a uma solidão insuportável.
O doutrinador deve deixar de lado toda argumentação que vise a provar a existência de Deus, pois qualquer tentativa nesse sentido não atingirá o objetivo. Eles estão armados contra essa doutrinação e é esta justamente a que esperam encontrar. Primeiro, deve-se tentar despertá-los para a realidade da vida, que palpita dentro deles, e da sofrida posição em que se colocam, por vontade própria. Ao se conscientizarem do sofrimento em que jazem, da angústia que continuadamente tentam disfarçar, da distância que os separa dos seres amados, por si mesmos recorrerão a Deus. Inclusive, o doutrinador deve falar-lhes que somente o Pai pode oferecer-lhes o remédio e a cura para seus males.
*ESPÍRITOS QUE AUXILIAM OS OBSESSORES*
(Leia também a questão 108 do livro Como Doutrinar os Espíritos - CDE)
São bastante comuns nas reuniões. Às vezes, dizem abertamente o que fazem e que têm um chefe. Em outros casos, tentam esconder as suas atividades e muitos chegam a afirmar que o chefe não quer que digam nada. Também costumam dizer que foram trazidos à força ou que não sabem como vieram parar ali.
É preciso dizer-lhes que ninguém é chefe de ninguém. Que o nosso único chefe é Jesus. Mostrar-lhes também o mal que estão praticando e do qual advirão sérias conseqüências para eles mesmos. É de bom alvitre mencionar que o chefe no qual tanto acreditam em verdade não lhes deseja bem-estar e alegrias, visto que não permite que sigam seu caminho ao encontro de amigos verdadeiros e entes queridos. (47).
(47) Quando mencionamos os entes queridos do comunicante, isto não significa forçar a comunicação de um deles. Inclusive deve-se evitar fazê-lo, pois isto deve ser natural e cabe aos Mentores resolverem. É comum que se diga ao obsessor: Lembre-se de sua mãe. Deve-se evitar isto, pois a resposta poderá ser: Por quê? ela não prestava ou era pior que eu, etc. Daí o cuidado.
*ESPÍRITOS VINGATIVOS*
São aqueles obsessores que, por vingança, se vinculam a determinadas criaturas.
Muitos declaram abertamente seus planos, enquanto que outros se negam a comentar suas ações ou o que desejam. Costumam apresentar-se enraivecidos, acusando os participantes de estarem criando obstáculos aos seus planos. Falam do passado, do quanto sofreram nas mãos dos que hoje são as vítimas. Nesses casos, o doutrinador deve procurar demonstrar-lhes o quanto estão se prejudicando, o quanto o ódio e a vingança os tornam infelizes; que, embora o neguem, no fundo, prosseguem sofrendo, já que não encontram um momento de paz; que o ódio consome aquele que o cultiva. É importante levá-los a refletir sobre si mesmos, para que verifiquem o estado em que se encontram. A maioria se julga forte e invencível, mas confessam estar sendo tolhidos pelos trabalhos da reunião, o que os enfurece. Diante desse argumento, o doutrinador deve enfatizar que a força que tentam demonstrar se dilui ante o poder do Amor que dimana de Jesus.
Conforme o caso, os resultados se apresentam de imediato. O obsessor, conquistado pelo envolvimento fluídico do grupo e pela lógica do doutrinador, sente-se enfraquecido e termina por confessar-se arrependido. Em outros casos, a entidade se retira enraivecida, retornando para novas comunicações, nas semanas seguintes. Quando voltam, identificam-se ou são percebidos pelos participantes ante a tônica que imprimirem à conversação.
*ESPÍRITOS MISTIFICADORES*
(Leia também a questão 66 e 74 do livro Como Doutrinar os Espíritos - CDE)
São os que procuram encobrir as suas reais intenções, tomando, às vezes, nomes ilustres ou ares de importância. Chegam aconselhando, tentando aparentar que são amigos ou mentores. Usam de muita sutileza e podem até propor modificações no andamento dos trabalhos.
Mistificadores existem que se comunicam aparentando, por exemplo, ser um sofredor, um necessitado, com a finalidade de desviar o ritmo das tarefas e de ocupar o tempo.
O médium experiente e vigilante e o grupo afinizado os identificarão. Mas não se pode dispensar toda a vigilância e discernimento.
Numa reunião bem orientada, se se comunica um mistificador, nem sempre significa que haja desequilíbrio, desorganização ou invigilância. As comunicações desse tipo são permitidas pelos Mentores, para avaliar a capacidade do grupo e porque sabem o rendimento da equipe, e que o mistificador terá possibilidades de ser ali beneficiado.
O médium que recebe a entidade detém condições de sentir as suas vibrações. Mesmo que o grupo não perceba, o médium sabe e, posteriormente, após os trabalhos, no instante da avaliação, tem ensejo de declarar o que sentiu e quais eram as reais intenções do comunicante. Ressalte-se, contudo, que, quando o grupo é bem homogêneo, todos ou alguns participantes perceberão o fato.
*ESPÍRITOS OBSESSORES INIMIGOS DO ESPIRITISMO*
São, geralmente, irmãos de outros credos religiosos. Alguns agem imbuídos de boa fé, acreditando que estão certos. Muitos, todavia, o fazem absolutamente cônscios de que estão errados, pelo simples prazer de provocar discórdia. Dizem-se defensores do Cristo, da pureza dos seus ensinamentos. Não admitem que os espíritas sigam Jesus.
O doutrinador deve evitar as explanações sobre religião. De nada adiantará tentar convencê-los de que o Espiritismo é a Terceira Revelação, o Consolador Prometido. É este o caminho menos indicado. Deve-se evitar comparações entre religiões. A conversação deve girar em torno dos ensinamentos de Jesus. Comparar-se o que o Mestre ensinou e as atitudes dos que se dizem seus legítimos seguidores. São muito difíceis de ser convencidos. São cultos e cristalizados em seus pontos de vista.
*ESPÍRITOS GALHOFEIROS, ZOMBETEIROS*
(Leia também a questão 59 do livro Como Doutrinar os Espíritos - CDE)
Apresentam-se tentando perturbar o ambiente, seja fazendo comentários jocosos, seja dizendo palavras e frases engraçadas, com a intenção de baixar o padrão vibratório dos presentes. Alguns chegam rindo; um riso que prolongam a fim de tomar tempo; exasperar e irritar os presentes, ou também levá-los a rir.
É preciso muita paciência com eles e o grupo deve manter elevado o teor dos pensamentos e vibrações. Deve-se procurar o diálogo no sentido de torná-los conscientes da inutilidade dessa atitude e de que em verdade, o riso encobre, não raro, o medo, a solidão e o desassossego.
*ESPÍRITOS LIGADOS A TRABALHOS DE MAGIA, TERREIRO, ETC*
(Leia também a questão 24 do livro Como Doutrinar os Espíritos - CDE)
Vez por outra surgem na sessão entidades ligadas aos trabalhos de magia, despachos, etc. Podem estar vinculados a algum nome, a algum caso que esteja sendo tratado pela equipe. Uns reclamam da interferência havida; outros propõem trabalhos mais pesados para resolver os assuntos; vários reclamam de estar ali e dizem não saber como foram parar naquele ambiente, pedindo inclusive muitos objetos empregados em reuniões que tais.
O doutrinador irá observar a característica apresentada, fazendo a abordagem correspondente.
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