O LIVRO DOS MÉDIUNS - Estudo 18
(Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores)
Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.
Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.
SEGUNDA
PARTE
DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS
CAPITULO 1
AÇÃO DOS ESPÍRITOS
SOBRE A MATÉRIA
item 57
- Formação do
Perispírito: Os Fluidos
Em estudo
anterior relembramos que Allan Kardec ao analisar a ação dos Espíritos sobre a
matéria, concluiu que essa ação só é possível porque o Espírito
não é uma abstração, mas um ser definido, limitado e circunscrito.Acrescenta que o Espírito encarnado é a alma do corpo; quando o deixa
pela morte, não sai desprovido de qualquer envoltório, e apresenta a forma
humana.
Na questão 88 de O Livro dos Espíritos, os instrutores espirituais responderam a Kardec que os Espíritos “(...) são, se o
quiserdes, uma flama, um clarão ou uma centelha etérea.”. Isto se aplica ao Espírito propriamente dito, como princípio
intelectual e moral, ao qual não saberíamos dar uma forma determinada. Mas, em
qualquer de seus graus, ele está sempre revestido de um invólucro ou perispírito, cuja natureza se eteriza à medida que ele se purifica e se eleva na
hierarquia. Dessa maneira, a idéia de forma é para nós inseparável da idéia de
Espírito, a ponto de não concebermos esta sem aquela. O perispírito, portanto,
faz parte integrante do Espírito como o corpo faz parte integrante do homem.
Portanto, conforme definição contida em O Livro dos Médiuns, cap. 32 - Vocabulário Espírita; do grego "peri: em torno, o Perispírito
é o envoltório semimaterial do Espírito. Nos encarnados, serve de intermediário
entre o Espírito e a matéria; nos Espíritos errantes (desencarnados sujeitos à
reencarnação), constitui o corpo fluídico do Espírito".
Ainda em O Livro
dos Médiuns, 1ª parte, cap I,
Item 54 - O homem é, portanto, formado de três partes essenciais:
1ª - o
corpo ou ser material, análogo ao dos animais e animado pelo mesmo princípio
vital;
2ª - a
alma, Espírito encarnado, do qual o corpo é a habitação;
3ª - O perispírito,
princípio intermediário, substância semimaterial, que serve de primeiro envoltório
ao Espírito e une a alma ao corpo. Tais são, num fruto, a semente,
a polpa e a casca.
Formação do Perispírito
Explica Kardec no item 57 que, embora fluídico, o perispírito se
constitui de uma espécie de matéria como se observa nos casos de aparições
tangíveis. Sob a ação de certos médiuns verificou–se a aparição de mãos, com
todas as propriedades das mãos vivas, dotadas de calor, podendo ser
apalpadas, oferecendo a resistência de corpos sólidos, pegando as pessoas, e
que de repente se esvaneciam como sombras. A ação inteligente dessas mãos prova
que elas são a parte visível de um ser inteligente invisível. Sua tangibilidade, sua temperatura, a impressão sensorial que produzem,
chegando mesmo a deixar marcas na pele, a dar pancadas dolorosas, a acariciar
delicadamente, provam que são materialmente constituídas. Sua desaparição
instantânea prova, entretanto, que essa matéria é extremamente sutil e se
comporta como algumas substâncias que podem, alternativamente, passa do estado
sólido ao fluídico e vice-versa.
Para entender a formação do perispírito é preciso estudar os elementos
fluídicos que constituem o mundo que percebemos e aquele que escapa aos nossos
sentidos, formando o mundo espiritual.
Os Fluidos
O fluido cósmico universal é a matéria elementar primitiva, cujas
modificações e transformações constituem a inumerável variedade dos corpos da
Natureza. Como princípio elementar do Universo, ele assume dois estados
distintos: o de eterização ou imponderabilidade, que se pode considerar o primitivo
estado normal, e o de materialização ou ponderabilidade, que é, de certa
maneira, consecutivo àquele. O ponto intermediário é o da transformação do
fluido em matéria tangível. Mas, ainda aí, não há transição
brusca, porquanto podem considerar-se os nossos fluidos imponderáveis como
termo médio entre os dois estados. (Ver A Gênese, cap. IV, nº10 e seguintes.)
Cada um desses dois estados dá origem, naturalmente, a fenômenos
especiais:
Fenômenos
materiais: pertencem ao mundo visível e resultam do estado de materialização ou
ponderabilidade; são da alçada da Ciência propriamente dita.
Fenômenos
espirituais ou psíquicos: pertencem ao mundo invisível e resultam do estado de eterização
ou imponderabilidade; ligam-se de modo especial à existência dos Espíritos e são estudados pelo
Espiritismo.
Explica Kardec que, como a vida espiritual e a corporal se acham em
constante relação, os fenômenos das duas categorias muitas vezes se produzem
simultaneamente. Encarnado, o homem só pode perceber os fenômenos psíquicos que
se prendem à vida corpórea; os do domínio espiritual escapam aos sentidos
materiais e só podem ser percebidos no estado de Espírito.
No estado de eterização, o fluido cósmico não é uniforme e sem deixar de
ser etéreo, sofre modificações tão variadas em gênero e mais numerosas talvez
do que no estado de matéria tangível. Essas modificações constituem fluidos
distintos que, embora procedentes do mesmo princípio, são dotados de
propriedades especiais e dão lugar aos fenômenos peculiares ao mundo
espiritual. Para os Espíritos, esses
fluidos tem uma aparência tão material,
quanto a dos objetos tangíveis para os encarnados, e são, para eles, o que são
para nós as substâncias do mundo material.
Os elementos fluídicos do mundo espiritual escapam aos nossos
instrumentos de análise e aos nossos sentidos, feitos para sentirem a matéria
tangível e não a matéria etérea.
Continuando, o Codificador explica que, a pureza absoluta, da qual não
temos idéia, é o ponto de partida do fluido universal; o ponto oposto é o em
que ele se transforma em matéria tangível. Entre esses dois extremos, dão-se
inúmeras transformações, mais ou menos aproximadas de um e de outro. Os fluidos
mais próximos da materialidade, os menos puros, conseguintemente, compõem o que
se pode chamar de atmosfera espiritual da Terra. É desse meio, onde igualmente vários são os graus de pureza, que os
Espíritos encarnados e desencarnados, deste planeta, haurem os elementos
necessários à manutenção de suas existências.
Desse meio fluídico, do meio onde se encontra, é
que o Espírito retira os elementos fluídicos que constituirão o seu
perispírito; esse envoltório é, então, formado dos fluidos ambientes,
resultando daí que os elementos constitutivos do perispírito naturalmente
variam, conforme os mundos.
Em nosso próximo estudo continuaremos estudando a formação do
perispírito, mas relembramos com Allan Kardec,
“É essencial o estudo sobre os fluidos, porque nele está a chave de uma imensidade de fenômenos que não se
conseguem explicar unicamente com as leis da matéria”.
BIBLIOGRAFIA
KARDEC,
Allan - O Livro dos
Médiuns: 2.ed. São Paulo:FEESP, 1989 - Cap. I
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos: ed. especial São Paulo:EME,
1997 - Cap. I e II
KARDEC, Allan - A Gênese: 26.ed.Brasília: FEB,1984 - cap X
e XIV
Elisabeth Maciel / Tereza
Cristina D’Alessandro
Janeiro / 2003
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