O
LIVRO DOS MÉDIUNS
Estudo
14:
(Guia
dos Médiuns e dos Doutrinadores)
Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.
Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.
Estudo
14: Capítulo IV - Sistemas
Doravante, deixaremos de
observar os sistemas de negação absoluta.
Pedimos notar que faremos
apenas um registro dos sistemas, sem delongarmos em raciocínios a
seu respeito, para que possamos seguir a seqüência do livro.
Sistemas
das causas físicas:
Após a verificação dos
fenômenos, a primeira conclusão a que se chegou foi a de atribuir
os movimentos ao magnetismo, à eletricidade ou à ação de um
fluido qualquer, em uma palavra, a uma causa exclusivamente física,
material.
Sistema
do Reflexo:
Percebida
e reconhecida a ação inteligente, falta saber agora qual seria a
fonte dessa inteligência. Pensou-se que poderia ser a do médium ou
dos assistentes, que se refletiria como a luz ou as ondas sonoras.
A
experiência poderia dar a palavra final a respeito
e foi efetivamente comprovado que esta teoria é falsa.
Sistema
da alma coletiva:
Segundo
este sistema, somente a alma do médium se manifesta, mas
identificando-se com a de muitas outras pessoas presentes ou
ausentes, para formar um todo coletivo que reuniria aptidões, a
inteligência e os conhecimentos de cada uma delas.
Esses
dados foram reunidos em uma brochura chamada Luz, mas apesar do nome
tinha uma conotação obscura.
Este
sistema foi pouco compreendido, inclusive na sua época.
Sistema
sonambúlico:
Admite
que todas as comunicações inteligentes
precedem da alma ou Espírito do médium, porém para explicar como o
médium pode tratar de assuntos que estão fora do seu conhecimento,
em vez de considerá-lo como dotado de uma alma coletiva, atribui
essa aptidão a uma superexcitação momentânea de suas faculdades
mentais, a um estado sonambúlico ou extático que exalta e
desenvolve a sua inteligência.
Sistema
pessimista, diabólico ou demoníaco:
Constatada
a intervenção de uma inteligência estranha, tratava-se de saber de
que natureza era essa inteligência.
O meio
mais usado era perguntar, mas algumas pessoas não viam nisso uma
garantia suficiente.
A
crença na comunicação exclusiva dos demônios, por mais irracional
que seja, não pareceria impossível quando se consideravam os
Espíritos como seres criados fora da Humanidade. Mas desde que
sabemos que os Espíritos são apenas as almas dos que já viveram,
ela perdeu todo o seu prestígio e podemos dizer toda a
verossimilhança.
Sistema
otimista:
Diferente
daqueles que só vêem nos fenômenos comunicações diabólicas, há
aqueles que só vêem a dos Espíritos bons.
Partem
do princípio que a alma liberta da matéria, está livre de qualquer
véu e deve possuir a soberana ciência e a soberana sabedoria.
As
pessoas tiveram que aprender por si mesmas a desconfiar
dos Espíritos, tanto como desconfiavam dos homens.
Sistema
uniespírito ou monoespírito:
É a
crença de
que um único Espírito se comunica com os homens e esse Espírito é
o Cristo, protetor da terra.
Ainda
se poderia admitir essa ilusão, se os que assim crêem só tivessem
obtido comunicações excelentes, porém admite-se também terem
recebido comunicações más atribuindo-as ao Diabo.
Entre
essas duas opiniões tão diversas quem decidirá?
Este
sistema foi considerado irracional e sem condições de resistir a um
sistema sério.
Sistema
da alma material:
Consiste
apenas numa opinião particular sobre a natureza íntima da alma,
segunda a qual a alma e o perispírito não seriam distintos, ou
melhor, o perispírito seria a própria alma em depuração por meio
das transmigrações, como o álcool se depura nas destilações.
Este
princípio não invalida nenhum dos princípios fundamentais da
Doutrina Espírita, pois nada modifica em relação ao destino da
alma.
O tema
perispírito será estudado em estudos posteriores.
Sistema
multiespírita ou poliespírita:
Indicamos
os resultados gerais a que se chegou através de uma observação
completa e que hoje formam a crença, podemos dizer, da
universalidade dos Espíritos, porque os sistemas restritivos não
passam de opiniões isoladas:
1. Os
fenômenos espíritas são produzidos por inteligências
extracorpóreas, ou seja, pelos Espíritos.
2. Os
Espíritos constituem o mundo invisível e estão por toda parte,
povoam os espaços até o infinito, estão ao nosso redor e estamos
em constante contato.
3. Os
Espíritos agem constantemente sobre o mundo físico e sobre o mundo
moral, sendo uma das potências da natureza.
4. Os
Espíritos não
são entidades à parte da Criação: são as almas dos que viveram
na Terra ou em outros mundos, desprovidos do seu envoltório
corporal; do que segue que as almas dos homens são Espíritos
encarnados e que ao morrer nos tornamos Espíritos desencarnados.
5. Há
Espíritos de todos os graus de bondade e de malícia, de saber e
ignorância.
6. Estão
submetidos à lei do progresso e todos podem chegar à perfeição,
mas como dispõem do livre-arbítrio alcançam-na dentro de um tempo
mais ou menos longo, segundo os seus esforços e sua vontade.
7. São
felizes ou infelizes, conforme o bem ou mal que fizeram durante a
vida e o grau de desenvolvimento a que chegaram; a felicidade
perfeita e sem nuvens só é alcançada pelos que chegaram ao supremo
grau de perfeição.
8. Todos
os Espíritos, em dadas circunstâncias, podem manifestar-se aos
homens e o número dos que podem comunicar-se é indefinido.
9. Os
Espíritos se comunicam por meio de médiuns, que lhes servem de
instrumento e de instrumentos e intérpretes.
10. Reconhecem-se
a superioridade e a inferioridade dos Espíritos pela linguagem: os
bons só aconselham o bem e só dizem coisas boas; os maus enganam e
todas as suas palavras trazem o cunho da imperfeição e da
ignorância.
Os
diversos graus porque passam os Espíritos constam da Escala Espírita
e o estudo dessa classificação é indispensável para se avaliar a
natureza dos Espíritos que se manifestam e suas boas e más
qualidades.
Encerramos
assim, as indicações dos sistemas utilizados, buscando apenas
um esboço de registro, uma vez serem estes sistemas motivo de
observação e pesquisa válidos somente em sua época.
Bibliografia:
Kardec, Allan – O Livro dos Médiuns
Kardec, Allan - O que é o Espiritismo.
Elisabeth
Maciel
Setembro / 2002
Setembro / 2002
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