Unidade 2
*Tema: A COMUNHÃO COM DEUS*
A Prece. A fé e o seu poder. O Homem e o Sentimento Religioso. Amor a Deus. Adoração. Vida Contemplativa.
SEF - Sociedade Espírita Fraternidade
*Estudo Teórico-Prático da Doutrina Espírita*
*A Prece:*
A quem conteste a eficácia da Prece. Dizem: conhecendo Deus as nossas necessidades, inútil se torna mostrá-la.
A verdade é que a prece proporciona a quem ora, um bem estar incalculável já que aproxima a Criatura do Criador.
“A prece é o orvalho Divino que aplaca o calor excessivo das paixões”.
Não existe qualquer fórmula para orar.
O Espiritismo reconhece como boas as preces de todos os cultos, quando ditas de coração e não somente com os lábios.
A qualidade da prece é ser clara simples e concisa.
A prece pode ter como objeto um pedido, um agradecimento ou uma glorificação.
As preces feitas a Deus, escutam-nas os Espíritos incumbidos da execução de suas vontades (de Deus).
*Tipos de Prece:*
No livro "Estudando a Mediunidade" (psicografado por Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito de André Luiz), p. 174 à 176, são mencionados os seguintes tipos de preces:
Vertical - expressa aspirações elevadas.
Horizontal - encontra ressonância entre aqueles Espíritos ainda ligados aos problemas terrestres, vivendo, portanto, horizontalmente.
Descendente - a essa não daremos a denominação de “prece”, substituindo-a por “invocação”, consoante aconselha o Ministro Clarêncio no livro "Entre a Terra e Céu" (psicografado por Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito de André Luiz). Nesta a resposta virá de entidades de baixo tom vibratório.
Nossas preces encontrarão sempre a resposta dos nossos afins, dos que comungam conosco tais ou quais idéias, tais ou quais objetivos.
Quando Jesus nos disse: “Tudo o que pedirdes com fé, em oração, vós o recebereis” (Mateus, 21:22).
Desta afirmação, podemos concluir que:
“Concedido vos será o que quer que pedirdes pela prece” Seria ilógico deduzir que basta pedir para obter, bem como, também seria injusto acusar a Providência de não atender a toda súplica que se lhe faça.
É como procede um pai criterioso que recusa ao filho o que seja contrário aos seus interesses.
O santuário doméstico que encontre criaturas amantes da oração e dos sentimentos elevados, converte-se em campo sublime das mais belas florações e colheitas espirituais.
Falamos a Deus dos nossos problemas, suplicamos que Ele nos ilumine o entendimento, para que saibamos receber dignamente as decisões.
Em verdade, todos nós podemos endereçar a Deus, em qualquer parte e em qualquer tempo, as mais variadas preces; no entanto, nós todos precisamos cultivar paciência e humildade, para esperar e compreender as respostas de Deus.
“Orando, o Cristo falava ao Pai. No intervalo da oração, escutava Deus.”
A prece, em verdade, não pode mudar as leis imutáveis; ela não poderia, de maneira alguma, mudar nossos destinos; seu papel é proporcionar-nos socorro e luzes que nos tornem mais fácil o cumprimento da nossa tarefa terrestre.
Pergunta 658 de “O Livro dos Espíritos”: A prece é agradável a Deus?
R. - A prece é sempre agradável a Deus, quando ditada pelo coração, porque a
intenção é tudo para Ele...
Pergunta 660 de “O Livro dos Espíritos”: A prece torna o homem melhor?
R. - Sim, porque aquele que faz a prece com fervor e confiança se torna mais forte contra as tentações do mal, e Deus lhe envia bons Espíritos para o assistir. É um socorro jamais recusado, quando o pedimos com sinceridade.
O essencial não é orar muito, mas orar bem.
A prece não pode ter o efeito de mudar os desígnios de Deus, mas a alma pela qual se ora experimenta alívio, porque é um testemunho de interesse que se lhe dá e porque o infeliz é sempre consolado, quando encontra almas caridosas que compartilham as suas dores...
*A Fé e o seu poder:*
Fé, no sentido comum, corresponde à confiança em si mesmo. Fé, crença desta ou daquela religião: fé judaica, fé budista, fé católica etc.
Existe também a fé pura, difícil de ser encontrada, por ser uma conquista lenta, fruto de experiências de várias vidas.
Conseguir a fé é alcançar a possibilidade de não mais dizer:
“Eu creio , mas afirmar, eu sei”.
A fé pode ser Raciocinada ou Cega.
Fé Cega: aceita sem verificação nenhuma, assim o verdadeiro como o falso. levado ao excesso, produz o fanatismo.
Fé Raciocinada: se baseia na verdade, garante o futuro, porque nada tem a temer do progresso das luzes, dado que o que é verdadeiro na obscuridade, também o é à luz meridiana.
A principal condição da verdadeira fé é, pois, ser raciocinada.
Outra condição é prender-se à verdade, não se compactuando, nunca, com a mentira.
A fé verdadeira não se conquista de uma hora para outra. É trabalho do tempo, de experiências vivenciadas.
Em certas pessoas, a fé parece de algum modo inata, sinal evidente de anterior progresso. Em outras pessoas, ao contrário, elas dificilmente penetram, estão com a educação por fazer.
Inspiração Divina, a fé desperta todos os instintos nobres que encaminham o homem para o bem. É a base da Regeneração.
Fé sincera: empolgante, contagiosa, comunicativa.
Fé aparente: é indiferente, apenas usa de palavras sonoras que deixam frio quem as escuta.
Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da humanidade.
Em Mateus (Evangelista Mateus) Cap. 17, versículos 14-20, Marcos Cap.9 v.v.14-29, Lucas Cap. 9, v.v. 37-93.
Um certo pai procura Jesus, pedindo para curar seu filho obsidiado, já que os discípulos não conseguiram.
Jesus cura o enfermo.
Os discípulos perguntaram: porque não pudemos curá-lo, Jesus respondeu: - por causa da vossa incredulidade.
Se tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: transporta-te daí para ali e ela se transportaria, e nada seria impossível...
“Tudo é possível àquele que crê” o pai do menino do relato acima exclama “Creio, Senhor! ajuda a minha incredulidade!
*O Homem e o Sentimento Religioso:*
O sentimento religioso, nasce com o indivíduo. Existiu em todos os povos, se bem que sob formas diferentes.
Podemos dizer que nunca existiram povos ateus, pois este sentimento é inato no ser humano.
Ora, por medos decorrentes das forças desorganizadas das eras primeiras da vida. Dessas forças, surgiram as diferentes formas da apaziguar a fúria dos seus responsáveis.
Mediantes cultos que se transformariam em Religiões com as suas variadas cerimonias, cada vez mais complexas e sofisticadas...
Nas raças bárbaras proliferaram as idéias terroristas de um Deus, cuja cólera destruidoras se abrandaria à custa de sacrifício humanos.
Hoje, mais facilmente entendemos que “a adoração verdadeira é do coração”.
E posto que Deus é Amor, não há como adorá-lo senão: amando-nos uns aos outros”, pois como sabiamente nos ensina João o apóstolo Cap.4:v.v. 20):
- Se o homem não ama a seu irmão, que lhe está próximo, como pode amar a Deus, a quem não vê?
*Amor a Deus, Adoração:*
O conhecimento da verdade sobre Deus, sobre o mundo e a vida é o que há de mais essencial, de mais necessário, porque é ele que nos sustenta, nos inspira e nos dirige, mesmo à nossa revelia.
“(...) Deus é o Espírito de Sabedoria, de Amor e de Vida, o poder infinito que governa o mundo (...)
Só gradualmente vamos entendendo Deus na sua essência, na medida que desenvolvemos as nossas capacidades perceptivas.
Deus é o princípio, é o absoluto, o infinito, o eterno. Deus é conceito e matéria, principio e forma, causa e efeito...
O homem que nega a Deus encontra-se, transitoriamente, envolvido pelo manto da ignorância.
Da paternidade de Deus decorre a fraternidade humana.
Espíritos mais evoluídos adoram Deus em Espírito.
Os involuídos, necessitam de uma imagem material, não é uma mentira consciente. É uma tradução da linguagem espiritual, que lhe é incompreensível, em uma linguagem concreta, a ele acessível.
assim ele pode ver e tocar as imagens de Deus.
A evolução leva cada vez mais a sentir Deus, não apenas transcendente, mas também imanente.
O indivíduo espiritualizado acabará por sentir a presença Dele não somente em si, mas em torno de si.
Então se descobrirá que Deus está em toda parte, que o seu templo é o universo, seu altar pode ser o coração do homem.
*Vida Contemplativa:*
Nenhum mérito trás a vida contemplativa. Portanto, se é certo que não fazem o mal, também o é que não fazem o bem, são inúteis.
Demais, não fazer o bem já é um mal. Há momentos na vida que se faz necessário a prática da meditação.
São momentos breves, dentro do cotidiano da nossa existência. Deus quer que o homem pense nele mas não quer que só nele pense, pois lhe impôs deveres a cumprir na terra.
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