(Guia dos Médiuns e
dos Doutrinadores)
Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.
Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.
DAS MANIFESTAÇÕES
ESPIRITAS
CAPITULO 1
AÇÃO DOS ESPÍRITOS
SOBRE A MATÉRIA
- Funções do Perispírito
Em estudo anterior (nº
20) vimos que o perispírito devido às suas propriedades específicas dá ao
Espírito, mesmo encarnado, inúmeras condições de ação. É também o responsável
por funções de extrema importância nas experiências do Espírito, como podemos
ver:
- “Serve de ligação, de
intermediário entre o Espírito e o corpo;
- “Define a individualidade;
- “Exerce função de modelador
do corpo biológico, durante o processo reencarnatório;
- “Identifica a posição
evolutiva do princípio espiritual, já que o Espírito não tem forma;
- “Exerce a função reparadora
nas células do corpo físico;
- “Veicula a mediunidade.
Estas funções nos mostram o papel preponderante do perispírito, e
diz André Luiz em Evolução em Dois Mundos: "(o perispírito) este não é um reflexo do corpo físico,
porque na realidade é o corpo físico que o reflete, tanto quanto ele próprio, o
corpo espiritual, retrata em si mesmo o corpo mental que lhe preside a
formação".
O próprio Espírito modela o seu envoltório, apropriando-o às suas
necessidades, de modo a lhe permitir manifestar-se nos mundos material e
espiritual.
A seguir alguma das importantes funções do perispírito:
a) Intermediário entre o
Espírito e o corpo
Ver estudo nº 17.
b) Na definição da
individualidade
Graças à sua
complexidade, conserva intacta a individualidade, através das inúmeras
reencarnações, e se faz responsável pela transmissão ao Espírito das sensações
que o corpo experimenta como ao corpo informa das emoções procedentes do
Espírito.
Allan Kardec em A
Gênese, cap XI, item 18: "Quando o Espírito tem de encarnar num corpo
humano em vias de formação, um laço fluídico, que mais não é do que uma
expansão do seu perispírito, o liga ao gérmen que o atrai por uma força
irresistível, desde o momento da concepção. À medida que o gérmen se
desenvolve, o laço se encurta. Sob a influência do princípio vito-material do gérmen, o perispírito, que possui certas propriedades da
matéria, se une molécula a molécula, ao corpo em formação, donde o poder dizer-se que
o Espírito, por intermédio de seu perispírito, se enraíza, de certa maneira, nesse gérmen, como uma planta
na terra. Quando o gérmen chega ao seu desenvolvimento, completa é a união;
nasce então o ser para a vida exterior".
d) Na desencarnação
Ainda Kardec em A
Gênese, cap. XI, item 18: "Por um efeito contrário, a união do perispírito
e da matéria carnal, que se efetuara sob a influência do princípio vital do
gérmen, cessa, desde que esse princípio deixe de atuar, em consequência da
desorganização do corpo (morte).
Mantida que era por uma força atuante, tal união se desfaz, logo que essa força
deixa de atuar. Então o perispírito se desprende, molécula a molécula, conforme se unira, e ao Espírito é restituída a
liberdade. Assim, não é a partida do Espírito que
causa a morte do corpo; esta é que determina a partida do Espírito".
e) Na evolução
O Espírito através
dos seus sentimentos, pensamentos e vontade impregna magneticamente o seu
perispírito, causando deformações, marcas, mutações, lesões mesmo. Léon Denis,
no livro Depois da Morte, cap32 - Vontade e os fluidos, esclarece: "O
invólucro fluídico do ser depura-se, ilumina-se, ou se obscurece, segundo a
natureza elevada ou grosseira dos pensamentos em si refletidos. Qualquer ato,
qualquer pensamento, repercute e grava-se no perispírito. Daí as consequências
inevitáveis para a situação da própria alma, embora esta seja sempre senhora de
modificar o seu estado pela ação contínua que exerce sobre seu invólucro".
Todo que aquele que
doa, com empenho, disciplina e amor, também tem marcas desses teores no seu
perispírito. Assim o médium doador, amoroso e abnegado tem a grande
possibilidade de aquisições espirituais à medida que mais se dedica e se
aprofunda no seu trabalho, tornando-se instrumento cada vez mais hábil, para a
atuação dos Espíritos, em favor de alguém.
f) No trabalho do passe -
Função reparadora
Allan Kardec em O
Livro dos Médiuns, cap.VIII, itens 129 e 131: "Podendo o Espírito (...)
pela ação de sua vontade operar na matéria elementar (derivada do fluido
cósmico universal) uma transformação íntima que lhe confira determinadas
propriedades, já que essa faculdade é inerente a natureza do Espírito, que muitas
vezes a exerce de modo intuitivo, quando necessário, e sem disso se aperceber e
sabendo-se que, (...) papel capital desempenha a vontade em todos os fenômenos
do magnetismo, assim se explica a faculdade de cura pelo contato e pela
imposição das mãos."
Compreende-se que,
sendo o perispírito o veículo da vontade do Espírito, cabe a ele o papel
transformador e reativo dos fluidos, especialmente quando movimentados nos
trabalhos do passe.
O perispírito tem
participação ímpar nos fenômenos e nas manifestações mediúnicas e anímicas. O
processo da comunicação mediúnica ostensiva tem início com a concentração do
médium, que possibilita a expansão do seu perispírito, visando atingir o transe
mediúnico. A seguir, o médium coloca-se em postura mental receptiva e atenta
para captar as idéias do Espírito comunicante e, devido à expansão do seu
perispírito, o médium assimila, capta as vibrações do ser que se lhe acerca,
transmitindo reciprocamente os seus conteúdos de energia, permitindo ao
comunicante falar, escrever, chorar, rir, emocionar-se, vivendo, por momentos,
o calor da solidariedade humana.
Assim demonstrado,
compreende-se que o perispírito reflete o pretérito do homem, que nas suas
tendências no presente, liberta-se das fixações negativas ou as avoluma,
consoante a direção que der às próprias experiências.
Toda experiência no
mal o brutaliza, desequilibrando-lhe os tecidos sutis do perispírito, a atingir
as células do corpo físico em desordens variadas, em forma de enfermidades
insolúveis.
As ações de
enobrecimento e os pensamentos superiores, quando cultivados, oferecem-lhe
potencialidades elevadas, que libertam das paixões, com conseqüente sublimação
do dos sentimentos que exornam o Espírito.
Não foi por outra
razão que Jesus recomendou cuidado em relação aos escândalos, às agressões
mentais, morais e físicas, considerando melhor o homem entrar na Vida sem o
membro escandaloso, do que com ele, como a afirmar que melhor é ser vítima do
que fator de qualquer desgraça.
Entendendo claramente a importância do perispírito em todos estes
processos, desfaz-se em nós a idéia de "fenômenos" que derrogam Leis
da Natureza.
No próximo concluiremos o estudo da Ação dos Espíritos sobre a
matéria.
BIBLIOGRAFIA
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São
Paulo: FEESP, 1989 - Cap. I, VI, VIII
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos: ed. especial
São Paulo: EME, 1997 - Cap. I, IV – Perispírito
KARDEC, Allan -
A Gênese: 26. ed. Brasília: FEB,1984 - cap. XI e XIV
DENIS, Léon - Depois da Morte: 14. ed. Brasília:
FEB, 1987 - cap. XXXII
XAVIER, Francisco C./ Espírito ANDRÉ LUIZ -
Evolução em Dois Mundos: 8. ed. Brasília: FEB, 1985 - cap.II
Neves, J. Azevedo, G.; Calazans, N.; Ferraz, J. - Vivência
Mediúnica - Projeto Manoel P. de Miranda: 2. ed. Salvador: LEAL, 1994, cap.6 –
Passividade
FRANCO, DIVALDO P./ Espírito JOANNA DE ÂNGELIS -
Estudos Espíritas: 4 ed. Brasília:FEB, 1987, cap. 4 – Perispírito
Elisabeth Maciel / Tereza Cristina D'Alessandro
Abril / 2003
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