A água nossa de cada dia!
A Doutrina Espírita, codificada há mais de 150 anos, é pioneira em alertar-nos quanto às consequências dos desperdícios e dos excessos cometidos de qualquer natureza.
Em O Livro dos Espíritos, questão 704, Allan Kardec faz a seguinte pergunta aos Espíritos superiores:
Tendo dado ao homem a necessidade de viver, Deus lhe facultou em todos os tempos os meios? A resposta é conclusiva. ... Deus deu ao homem a vida e os meios de viver.
A terra tem condições de produzir o necessário para os que a habitam, visto que somente o necessário é útil.
O supérfluo nunca o é.
Na questão seguinte, o Mestre de Lyon, na busca de mais clareza sobre o tema, indaga: Por que nem sempre a terra produz bastante para fornecer ao homem o necessário?
Eles respondem: É que, ingrato, o homem a despreza! No entanto, ela (a terra) é uma excelente mãe... Se o que a terra produz não lhe basta a todas as necessidades, é que o homem emprega no supérfluo o que poderia ser aplicado no necessário... Imprevidente não é a Natureza; é o homem que não sabe regrar seu viver.
Essas informações transmitidas pelos Espíritos dão para nós a dimensão exata do quanto temos ainda que nos educar, para utilizar com sabedoria e bom senso, os recursos disponibilizados pela Divina Providência.
A água é um desses recursos dado ao homem para sua sobrevivência na Terra. A crise que experimentamos, hoje, em algumas regiões, não tem outra causa, senão a falta de consciência na utilização desse recurso. Além disso, ressentimo-nos da ausência de políticas públicas e de um sistema de gestão que encare o problema com seriedade. A população precisa saber qual seu papel. Caso contrário, dará pouca importância ao tema, achando que não tem nada a ver com isso.
Sabemos que 75% da superfície do planeta são cobertas de água.
A maior parte desse volume, 97% em números redondos, encontra-se nos oceanos e mares água salgada imprópria ao consumo humano e à utilização na agricultura. Outra parte (2%) está nas geleiras, calotas polares e lençóis freáticos profundos de difícil acesso. Sobra cerca de 1% de água acessível. É um recurso finito. Pode acabar.
Entretanto, este percentual bem cuidado, segundo depreendemos das respostas dos Espíritos, dá para abastecer a Humanidade, desde que ela cumpra seu papel de preservar os mananciais existentes, não poluindo os rios, os lagos, o solo, a atmosfera, etc., e não destruindo as reservas florestais.
A educação das pessoas para o uso da água - ou de qualquer outro recurso - é essencial para a sustentabilidade do planeta. Povo educado cuida bem de seu patrimônio, preservando-o.
Portanto, devemos nos reposicionar perante a natureza, rever atitudes e adotar novos hábitos coerentes com nossas necessidades, abominando os excessos de qualquer gênero, para que não enfrentemos uma crise maior, que possa colocar em cheque o nosso futuro.
Geraldo Ribeiro / Editor
BATUÍRA JORNAL
Ano XVIII - nº 108
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