Homossexualidade
A questão 202 de O Livro dos Espíritos afirma:
“Quando errante, o que prefere o espírito: encarnar no corpo de um homem ou de
uma mulher? Isso pouco lhe importa. O que o guia na escolha são as provas por
que haja de passar”.
Essa colocação da codificação demonstra a
existência da bissexualidade psicológica do espírito, o que não identifica uma concordância
com a vivência bissexual do ser enquanto encarnado no campo da genitalidade. Posteriormente,
essa postura doutrinária encontraria confirmação nos estudos da psicanálise.
Na Revista Espírita, Allan Kardec assim se expressa
quanto às experiências sexuais do espírito em suas diversas encarnações: “É com
o mesmo objetivo que os espíritos encarnam nos diferentes sexos. Aquele que foi
homem poderá renascer mulher e aquele que foi mulher poderá renascer homem, a
fim de realizar os deveres de cada uma dessas posições e sofrer as provas.
(...) Pode acontecer que o espírito percorra uma série de existências no mesmo
sexo, fazendo com que, durante muito tempo, possa conservar no estado de
espírito o caráter de homem ou de mulher, cuja marca nele ficou impressa”.
Por meio da mediunidade de Chico Xavier, André Luiz
assim esclarece: “Na essência, o sexo é a soma das qualidades passivas ou
positivas do campo mental do ser. É natural que o espírito acentuadamente feminino
se demore séculos e séculos nas linhas evolutivas da mulher e que o espírito marcadamente
masculino se detenha por longo tempo nas experiências do homem”.
É essa condição de que o sexo seja mental, como bem
esclarece a codificação e as obras secundárias, que pode explicar a questão da
homossexualidade. Se o sexo não fosse mental, não haveria razão para a existência
de tal condição, já que a morfologia do corpo não se superpõe aos poderes da
mente, mas se sujeita às suas ordens. E essa estrutura psicológica na qual se
erguem os destinos foi manipulada com os ingredientes do sexo através de
milhares de reencarnações, conforme afirma Emmanuel pela psicografia de Chico
Xavier.
As causas morais
No campo das causas morais, encontramos aquelas
criaturas que abusaram das faculdades genésicas tanto da posição masculina como
da feminina, arruinando a vida de outros indivíduos, destruindo uniões e lares
diversos. Elas são induzidas a procurar uma nova posição ao reencarnarem, em corpos
físicos opostos às suas estruturas psicológicas, a fim de que possam aprender, em
regime de prisão, a reajustarem seus próprios sentimentos.
Encontramos também aqueles que persistem nessas
práticas por uma busca
hedonista, sem maior compromisso com a vida, que
reencarnam assim na tentativa de retratarem suas posições em nova chance de resgate.
São espíritos rebeldes, pertinazes em seus erros, que encontram na questão da
inversão sexual uma oportunidade para o refazimento de suas vidas, na qual a
lei divina lhes coloca diante de situações semelhantes ao passado de faltas,
cobrando-lhes posturas mais éticas perante si e o outro.
Causas educacionais
As causas educacionais podem ser agrupadas em
atávicas e atuais. A atávica é resultado de vivências repetitivas dos espíritos
em culturas e comunidades onde a prática homossexual seria aceita e até
estimulada, como na Grécia antiga e em certas tribos indígenas, ou nas
sociedades culturais e religiosas que segregavam ou segregam seus membros,
facilitando esse comportamento nas criaturas. Assim, ao reencarnarem em um
local onde o homossexualismo não fosse mais aceito como prática livre
esbarrariam em sua condição viciosa.
Já dentro das atuais, temos aquelas causas advindas
dos defeitos de educação nos lares, onde o comprometimento dos afetos já
estaria presente anteriormente, em que as paixões deterioradas do passado
tendem a levar pais e parentes ascendentes a estimularem posturas psicológicas
e sexuais inversas ao seu estado físico em seus descendentes, sem que
necessariamente ocorressem comportamentos ostensivamente incestuosos.
Encontramos também os casos de pais contrariados em seus desejos quanto ao sexo
do rebento, levando-o a uma condição inversa ao de seu sexo físico ou aqueles
dos quais a entidade reencarnante, ao perceber esse desejo inconsciente dos
pais, busca se adaptar patologicamente a essa situação durante o processo da
gestação.
Outra causa está na presença de segmentos atuais da
sociedade e da cultura estimulando esse tipo de conduta, quando uma linguagem
mais política e sem qualquer comprometimento ético, através dos vários meios de
comunicação de massa, estimula e condiciona as criaturas a acreditarem que
essas vivências seriam uma postura natural, dependendo unicamente da escolha
realizada pelo indivíduo. Esse posicionamento vai de encontro a uma visão
social mais ampla, que continua atribuindo ao homossexualismo uma condição de
marginalidade, mantendo um processo de segregação social e associando a ele outras
posturas marginalizadas, como o abuso das drogas e a prostituição, agravando
ainda mais a situação daqueles que optaram por esse caminho sexual.
Causas obsessivas
Entre esse tipo de causa, podemos citar os casos em
que parceiros do passado delituoso, em processos homossexuais ou vivências
heterossexuais pervertidas, reencontram-se em condição de ódio ou paixão doentia,
estimulando uma postura homossexual no encarnado com o objetivo de atender o
desencarnado em seus anseios viciosos ou de levar sua vítima para uma situação
constrangedora e de intenso sofrimento. Esses desencarnados poderiam estar em
uma condição mental de homossexualidade ou não, induzindo o encarnado em um
projeto de total desestruturação íntima e social.
O processo obsessivo não precisa necessariamente ter
sua origem em uma encarnação anterior. Ocorre que, nos casos de uma obsessão
atual, os parceiros da vivência patológica participam de opções de vida
viciosas, onde geralmente o encarnado invigilante busca posições mentais sexualmente
pervertidas ou locais nos quais esses comportamentos são socialmente aceitos, condicionando-se
a essas práticas.
Uma outra situação possível, oriunda de um processo
obsessivo, seria aquela na qual um espírito obsediando um encarnado em posição
sexual inversa à sua, enfermado por uma interação intensa e duradoura, passa a
sentir prazer sexual semelhante à sua vítima, pervertendo-se nesse campo e se
condicionando a uma vivência homossexual em uma próxima encarnação. Nesses
casos, a situação obsessiva teria existido em uma encarnação anterior e a homossexualidade
seria a desdita daquele que teria sido o algoz naquela vivência. Seria o famoso
caso em que “o tiro saiu pela culatra”.
À seguir Dramas familiares
Textos dos
colaboradores da
Revista Cristã de Espiritismo
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