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quinta-feira, 7 de abril de 2016

ESTUDO 58 O LIVRO DOS MÉDIUNS - SEGUNDA PARTE DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS – CAPITULO XIV - Médiuns Sonâmbulos - Itens 172 a 174

O LIVRO DOS MÉDIUNS

(Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores)

Por
ALLAN KARDEC

Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.

SEGUNDA PARTE

DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS

CAPITULO XIV

OS MÉDIUNS
Médiuns Sonâmbulos

Estudo 58- Itens 172 a 174

Antes de estudarmos a mediunidade sonambúlica recorremos ao O Livro dos Espíritos no Capítulo VIII que trata dos fenômenos de emancipação da alma. Ver também o seguinte endereço eletrônico de onde retiramos os esclarecimentos abaixo: 

Sonambulismo [do latim somnus= sono e ambulare= marchar, passear] - Estado de emancipação da alma mais completo do que no sonho. O sonho é um sonambulismo imperfeito. No sonambulismo, a lucidez da alma, isto é, a faculdade de ver, que é um dos atributos de sua natureza, é mais desenvolvida. Ela vê as coisas com mais precisão e nitidez, o corpo pode agir sob o impulso da vontade da alma. O esquecimento absoluto no momento do despertar é um dos sinais característicos do verdadeiro sonambulismo, visto que a independência da alma e do corpo é mais completa do que nos sonhos. 

Sonambulismo artificial - Sonambulismo provocado por emanação magnética ou passe. 

Sonambulismo magnético - Aquele que é provocado pela ação de uma pessoa sobre outra por meio do fluido magnético que esta derrama sobre aquela. 

Sonambulismo natural - Aquele que é espontâneo e se produz sem provocação e sem influência de nenhum agente exterior. 

Sonâmbulo [do francês somnambule] - Pessoa em estado de sonambulismo, podendo levantar-se, andar e falar durante o sono. 

No item V, cap. VIII de O Livro dos Espíritos, respondendo a Allan Kardec, os Espíritos explicam que o sonâmbulo possui mais conhecimentos do que os que lhe supõe. Esta é a razão das idéias inatas do sonâmbulo, quando fala com exatidão de coisas que ignora quando desperto, de coisas que estão mesmo acima de sua capacidade intelectual. Tais conhecimentos dormitam, porque, por demasiado imperfeito, seu invólucro corporal não lhe consente rememorá-lo. 

O sonâmbulo é um Espírito que se encontra encarnado para cumprir a sua tarefa, despertando dessa letargia quando cai em estado sonambúlico. Considerando que já vivemos inúmeras existências, esta mudança é que, ao sonâmbulo, como a qualquer Espírito, ocasiona a perda material do que haja aprendido em precedente existência. Entrando no estado chamado crise, lembra-se do que sabe, mas sempre de modo incompleto. Sabe, mas não poderia dizer donde lhe vem o que sabe, nem como possui os conhecimentos que revela. Passada a crise, toda recordação se apaga e ele volve à obscuridade.

Afirma Allan Kardec que a experiência mostra que os sonâmbulos também recebem comunicações de outros Espíritos, que lhes transmitem o que devam dizer e suprem à incapacidade que denotam. Isto se verifica principalmente nas prescrições médicas. O Espírito do sonâmbulo vê o mal, outro lhe indica o remédio. Essa dupla ação é às vezes patente e se revela, além disso, por estas expressões muito freqüentes: dizem-me que diga, ou proíbem-me que diga tal coisa. Neste último caso, há sempre perigo em insistir-se por uma revelação negada, porque se dá azo a que intervenham Espíritos levianos, que falam de tudo sem escrúpulo e sem se importarem com a verdade.

Até certo ponto, as faculdades de que goza o sonâmbulo são as que têm o Espírito depois da morte (desencarnado), pois cumpre se atenda à influência da matéria a que ainda se acha ligado.

Nos fenômenos sonambúlicos, em que a alma se transporta, o sonâmbulo experimenta no corpo as sensações do frio e do calor existentes no lugar onde se acha sua alma, muitas vezes bem distante do seu corpo. A alma, em tais casos, não deixou inteiramente o corpo; conserva-se-lhe presa pelo laço (cordão fluídico) que os liga e que então desempenha o papel de condutor das sensações. Quando duas pessoas se comunicam de uma cidade para outra, por meio da eletricidade (telefone), esta constitui o laço que lhes liga os pensamentos. Daí vem que confabulam como se estivessem ao lado uma da outra.

O uso que um sonâmbulo faz da sua faculdade influi muito no seu estado depois da morte. Como o bom ou mau uso que o homem faz de todas as faculdades com que Deus o dotou.

No estado de desprendimento em que fica colocado, o Espírito do sonâmbulo entra em comunicação mais fácil com os outros Espíritos encarnados ou não encarnados, comunicação que se estabelece pelo contato dos fluidos, que compõem os períspiritos e servem de transmissão ao pensamento, como o fio elétrico.

O sonâmbulo vê ao mesmo tempo o seu próprio Espírito e o seu corpo, os quais constituem, por assim dizer, dois seres que lhe representam a dupla existência corpórea e espiritual, existências que, entretanto, se confundem, mediante os laços que as unem. Nem sempre o sonâmbulo se apercebe de tal situação e essa dualidade faz que muitas vezes fale de si, como se falasse de outra pessoa. É que ora é o ser corpóreo que fala ao ser espiritual, ora é este que fala àquele.

Mediunidade Sonambúlica

Configura-se nos médiuns que em estado de sonambulismo são assistidos por Espíritos. Pode considerar-se o sonambulismo uma variedade da faculdade mediúnica, ou, melhor, são duas ordens de fenômenos que freqüentemente se acham reunidos: 

O sonâmbulo age sob a influência do seu próprio Espírito; é sua alma que, nos momentos de emancipação, vê, ouve e percebe, fora dos limites dos sentidos. O que ele externa tira-o de si mesmo; suas idéias são, em geral, mais justas do que no estado normal, seus conhecimentos mais dilatados, porque tem livre a alma. O médium, ao contrário, é instrumento de uma inteligência estranha; é passivo e o que diz não vem de si. 

Em resumo, o sonâmbulo exprime o seu próprio pensamento, enquanto que o médium exprime o de outrem. Mas, o Espírito que se comunica com um médium comum também o pode fazer com um sonâmbulo; dá-se mesmo que, muitas vezes, o estado de emancipação da alma facilita essa comunicação. 

Muitos sonâmbulos veem perfeitamente os Espíritos e os descrevem com tanta precisão, como os médiuns videntes. Podem confabular com eles e transmitir-nos seus pensamentos. O que dizem, fora do âmbito de seus conhecimentos pessoais, lhes é com freqüência sugerido por outros Espíritos. 

Allan Kardec relata o exemplo de um rapaz sonâmbulo, de 14 a 15 anos, de inteligência muito vulgar e instrução extremamente escassa. Entretanto, no estado de sonambulismo, dava provas de lucidez extraordinária e de grande perspicácia. Isso, sobretudo, no tratamento das enfermidades e operou grande número de curas consideradas impossíveis. Certo dia, dando consulta a um doente, descreveu a enfermidade com absoluta exatidão? "Não basta? lhe disseram? agora é preciso que indiques o remédio"? "Não posso? respondeu ele? meu anjo doutor não está aqui". “? A quem chama você de anjo doutor?" "? O que dita os remédios? Então, não é você que mesmo que vê os remédios? Oh, não, pois não estou dizendo que é meu anjo doutor quem os indica?"

Assim, nesse sonâmbulo, quem via a doença era seu próprio Espírito, que para isso não precisava de assistência. Mas a indicação dos remédios era feita por outro Espírito. Não estando presente esse outro, ele nada podia dizer. Quando só, era apenas sonâmbulo; assistido por aquele a quem chamava seu anjo doutor, era médium - sonâmbulo.

A lucidez sonambúlica é uma faculdade que se radica no organismo e que independe, em absoluto, da elevação, do adiantamento e mesmo do estado moral do indivíduo. Pode, pois, um sonâmbulo ser muito lúcido e ao mesmo tempo incapaz de resolver certas questões, desde que seu Espírito seja pouco adiantado. O que fala por si próprio pode, portanto, dizer coisas boas ou más, exatas ou falsas, demonstrar mais ou menos delicadeza e escrúpulo nos processos de que use, conforme o grau de elevação, ou de inferioridade do seu próprio Espírito. A assistência então de outro Espírito pode suprir-lhe as deficiências. Mas, um sonâmbulo, tanto como os médiuns, pode ser assistido por um Espírito mentiroso, leviano, ou mesmo mau. Aí, sobretudo, é que as qualidades morais exercem grande influência, para atraírem os bons Espíritos. 

E concluímos esse estudo com texto de André Luiz no livro Nos Domínios da Mediunidade: " O sonambulismo puro, quando em mãos desavisadas, pode produzir belos fenômenos, mas é menos útil na construção espiritual do bem. A psicofonia inconsciente, naqueles que não possuem méritos morais suficientes à própria defesa, pode levar à possessão, sempre nociva, e que por isso, apenas se evidencia integral nos obsessos que se renderam às forças vampirizantes. 

Bibliografia:

KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap XIV - 2ª Parte

KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos: edição especial. Capivari: EME, 1997 - Cap VIII - Item V e VIII

BIGHETTI, Leda Marques - Educação Mediúnica - Teoria e Prática-1º volume: 1.ed. Ribeirão Preto: BELE, 2005 - pág 204 - 205

         
Tereza Cristina D'Alessandro
Junho/2006


Centro Espírita Batuira
cebatuira@cebatuira.org.br

Ribeirão Preto - SP

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