EVANGELHO ESSENCIAL 6e
Eulaide Lins
Luiz Scalzitti
5 - BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS
INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS
Se fosse um homem de bem, teria morrido
Espírito Fénelon – Sens, 1861
Falando de um homem mau, que escapa de um perigo, costuma-se dizer: "Se fosse um homem bom, teria morrido." assim falando, diz-se uma verdade, pois, muito frequentemente sucede dar Deus a um Espírito de progresso ainda iniciante prova mais longa, do que a um bom que, por prêmio do seu mérito, receberá a graça de ter tão curta quanto possível a sua provação.
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Se morre um homem de bem, cujo seu vizinho é um homem mau, logo observa-se: "Antes fosse este." Cometes um grande erro, porque aquele que parte concluiu a sua tarefa e o que fica talvez não tenha principiado a sua.
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A verdadeira liberdade para o Espírito, consiste no rompimento dos laços que o prendem ao corpo e que, enquanto estiver na Terra, está em cativeiro.
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Habitua-te a não censurar o que não pode compreender e creias que Deus é justo em todas as coisas. Muitas vezes, o que te parece um mal é um bem. Tão limitadas são as tuas faculdades, que o conjunto do grande todo não o apreendem os teus sentidos rudes.
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Esforça-te por sair, pelo pensamento, de teu pequeno planeta e, à medida que te elevares, diminuirá para ti a importância da vida material que, nesse caso, se apresentará como simples incidente, no curso infinito da tua existência espiritual, única existência verdadeira.
Os tormentos voluntários
Espírito Fénelon – Lião,1860
Vive o homem incessantemente em busca da felicidade, que igualmente lhe foge, porque felicidade pura não se encontra na Terra.
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Apesar dos sofrimentos que formam o acompanhamento inevitável da vida terrena, o homem poderia gozar de relativa felicidade, se não a procurasse nas coisas perecíveis e sujeitas às mesmas contrariedades, isto é, nos prazeres materiais em vez de a procurar nas alegrias da alma, que são uma antecipação das alegrias celestes, imperecíveis.
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Em vez de procurar a paz do coração, única felicidade real neste mundo, o homem se mostra ávido de tudo o que o agitará e perturbará, e, coisa singular, como que de propósito, cria para si tormentos que está nas suas mãos evitar.
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Haverá maiores tormentos do que os que derivam da inveja e do ciúme?
Para o invejoso e o ciumento, não há repouso; estão incessantemente febris. O que não têm e os outros possuem lhe causa insônias; seu único interesse é o de menosprezar os outros.
A Verdadeira Infelicidade
Espírito Delphine de Girardin –Paris, 1861
Todos falam da infelicidade, todos já a sentiram e julgam conhecer-lhe o caráter múltiplo. Quase todos se enganam, a verdadeira infelicidade não é o que os homens, isto é, os infelizes, o supõem.
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Eles a veem na miséria, no fogão sem fogo, no credor que ameaça, no berço de que o anjo sorridente desapareceu, nas lágrimas, no caixão que se acompanha de cabeça descoberta e com o coração despedaçado, na angústia da traição, na miséria do orgulhoso que desejara envolver-se em ouro e mal oculta a sua nudez sob os farrapos da vaidade. A tudo isso e a muitas coisas mais se dá o nome de infelicidade, na linguagem humana. É infelicidade para os que só veem o presente;
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A verdadeira infelicidade, porém, está mais nas consequências de um fato, do que no próprio fato.
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Um acontecimento considerado feliz na ocasião, mas que acarreta consequências desastrosas, não é mais infeliz do que outro que a princípio causa viva contrariedade e acaba produzindo o bem?
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Para julgarmos qualquer coisa, precisamos ver-lhe as consequências.
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Assim, para bem apreciarmos o que, em realidade, é feliz ou desgraçado para o homem, precisamos transportar-nos para além desta vida, porque é lá que as consequências se fazem sentir. Tudo o que se chama infelicidade, segundo a curta visão humana, cessa com a vida corporal e encontra a sua compensação na vida futura.
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Vou revelar-lhes a infelicidade sob uma nova forma, sob a forma bela e florida que acolhes e desejas com todas as forças de suas almas iludidas. A infelicidade é a alegria, é o prazer, é o tumulto, é a vã agitação, é a satisfação louca da vaidade, que fazem calar a consciência, que comprimem a ação do pensamento, que atordoam o homem com relação ao seu futuro. A infelicidade é o ópio do esquecimento que ardentemente procuras conseguir.
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A melancolia
Espírito François de Genéve – Bordéus
A melancolia ocorre quando o Espírito, que aspirando à felicidade e à liberdade, se cansa, ligado ao corpo que lhe serve de prisão, em vãos esforços para sair dele. Reconhecendo inúteis esses esforços, cai no desânimo e, como o corpo lhe sofre a influência, toma-lhe o cansaço, o abatimento, uma espécie de indiferença, e julga-se infeliz. Resistam com energia a essas impressões que lhes enfraquecem a vontade.
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São próprios do espírito de todos os homens os desejos por uma vida melhor; mas, não as busquem neste mundo
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Lembrem-se que, durante as suas estadas na Terra, têm de desempenhar uma missão de que não suspeitas, quer dedicando-se à sua família, quer cumprindo as diversas obrigações que Deus lhe confiou. Se, no curso dessa estada-provação, caírem sobre si os cuidados, as inquietações e tribulações, sejam fortes e corajosos para os suportar.
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