PRIMEIRA
PARTE
FATORES
DE PERTURBAÇÃO
1 Fatores de perturbação
A segunda metade do Século XIX transcorre numa Eurásia sacudida
pelas contínuas calamidades guerreiras, que se sucedem, truanescas, dizimando
vidas e povos.
As admiráveis conquistas da Ciência que se apóia na Tecnologia, não logram
harmonizar o homem belicoso e insatisfeito, que se deixa dominar pela vaga do
materialismo utilitarista, que o transforma num amontoado orgânico que pensa, a
caminho de aniquilamento no túmulo.
Possuir, dominar e gozar por um momento, são a meta a que se atira, desarvorado.
Mal se encerra a guerra da Criméia, em 1856, e já se inquietam os
exércitos para a hecatombe francoprussiana, cujos efeitos estouram em 1914,
envolvendo o imenso continente na loucura selvagem que ameaça de consumição a
tudo e a todos.
O Armistício, assinado em nome da paz, fomentou o explodir da
Segunda Guerra Mundial, que sacudiu o Orbe em seus quadrantes.
Somando-se efeitos a novas causas, surge a Guerra Fria, que se
expande pelo sudeste asiático em contínuos conflitos lamentáveis, em nome de
ideologias alienígenas, disfarçadas de interesses nacionais, nos quais, os
armamentos superados são utilizados, abrindo espaços nos depósitos para outros
mais sofisticados e destrutivos...
Abrem-se chagas purulentas que aturdem o pensamento, dores
inomináveis rasgam os sentimentos asselvajando os indivíduos. O medo e o
cinismo dão-se as mãos em conciliábulo irreconciliável.
A Guerra dos seis dias, entre árabes e judeus, abre sulcos profundos
na economia mundial, erguendo o deus petróleo a uma condição jamais esperada.
Os holocaustos sucedem-se.
Os crimes hediondos em nome da liberdade se acumulam e os tribunais
de justiça os apóiam.
O homem é reduzido à ínfima condição no “apartheid”, nas lutas de
classes, na ingestão e uso de alcoólicos e drogas alucinógenas como abismo de
fuga para a loucura e o suicídio.
Movimentos filosóficos absurdos arregimentam as mentes jovens e desiludidas
em nome do Nadaísmo, do Existencialismo, do Hippieísmo e de comportamentos
extravagantes mais recentes, mais agressivos, mais primários, mais violentos.
O homem moderno estertora, enquanto viaja em naves superconfortáveis
fora da atmosfera e dentro dela, vencendo as distâncias, interpretando os
desafios e enigmas cósmicos.
A sonda investigadora penetra o âmago da vida microscópica e abre
todo um universo para informações e esclarecimentos salvadores.
Há esperança para terríveis enfermidades que destruíram gerações, enquanto
surgem novas doenças totalmente perturbadoras.
A perplexidade domina as paisagens humanas.
A gritante miséria econômica e o agressivo abandono social fazem das
cidades hodiernas o palco para o crime, no qual a criatura vale o que conduz, perdendo
os bens materiais e a vida em circunstâncias inimagináveis.
hodiernas:
Atuais: 1 novas, correntes, atuais, modernas, vigentes, recentes,
contemporâneas.
Há uma psicosfera de temor asfixiante enquanto emerge do imo do
homem a indiferença pela ordem, pelos valores éticos, pela existência corporal.
Desumaniza-se o indivíduo, entregando-se ao pavor, ou gerando-o, ou indiferente
a ele.
Os distúrbios de comportamento aumentam e o despautério desgoverna.
Uma imediata, urgente reação emocional, cultural, religiosa,
psicológica, surge, e o homem voltará a identificar-se consigo mesmo.
A sua identidade cósmica é o primeiro passo a dar, abrindo-se ao
amor, que gera confiança, que arranca da negação e o irisa de luz, de beleza,
de esperança.
A grande noite que constringe é, também, o início da alvorada que
surge.
Neste homem atribulado dos nossos dias, a Divindade deposita a
confiança em favor de uma renovação para um mundo melhor e uma sociedade mais
feliz.
Buscar os valores que lhe dormem soterrados no íntimo é a razão de
sua existência corporal, no momento.
Encontrar-se com a vida, enfrentá-la e triunfar, eis o seu fanal.
fanal
1. sinal luminoso para orientar os navegantes; farol.
2. facho de luz.
O Homem Integral
DIVALDO PEREIRA FRANCO
DITADO PELO ESPÍRITO JOANNA DE ÂNGELIS
GRUPOS UNIVERSO ESPÍRITA
- 16 9 97935920 - 31 8786-7389
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