**INFORMAÇÃO ESPÍRITA**
POESIAS, HISTÓRIAS, E TEXTOS INFANTIS ESPIRITAS
AUTORES DIVERSOS
**APRENDENDO A REPARTIR**
Célia Xavier de Camargo
Bruno
era um menino que pensava apenas em si mesmo. Não repartia nada com ninguém.
Quando ganhava dos avós ou dos tios algum doce, chocolate ou balas, escondia
tudo no seu armário. E tão bem fazia que ninguém conhecia seu esconderijo, nem
sua mãe. Era seu tesouro. Sabem para quê?
Para
poder comer tudo depois, na hora em que estivesse sozinho.
A mãe
reprovava seu comportamento dizendo:
-
Bruno, meu filho, temos que aprender a repartir o que temos com os outros. Não
podemos ser egoístas e desejar tudo para nós. À medida que a gente dá, também
recebe.
Mas o
garoto respondia, mal-educado:
- Eu,
hein! Se fui eu que ganhei, tudo é meu! Não abro mão.
Seus
irmãozinhos menores, Breno e Bianca comiam os doces que tinham ganhado e Bruno
ficava só olhando, pensando no prazer que teria depois ao apreciar tudo sozinho
no seu quarto. Porém, Bruno ia brincar e se distraía, esquecendo que havia
guardado os presentes. E o tempo ia passando.
Um
belo dia, os irmãos de Bruno entraram em casa trazendo um pacote de balas e de
pirulitos cada um. Vinham contentes, exibindo os doces que tinham ganhado de um
senhor que passara na rua distribuindo guloseimas para as crianças.
Bruno,
que estava dentro de casa, nada ganhou, e fez bico:
- Eu
quero também! Eu quero! Dá um pouco pra mim?
Mas
Breno retrucou, decidido, com a aprovação de Bianca, a menorzinha:
- Não
dou não. Você nunca reparte nada com ninguém!
Bruno,
irritado e com cara de choro, respondeu:
-
Egoístas! Não faz mal. Tenho muita coisa guardada. Não preciso de nada! Vocês vão ver!
E
correu para o quarto, seguido de perto pelos irmãos, curioso de ver onde ficava
o esconderijo que Bruno escondia tão cuidadosamente e que eles nunca tinham
conseguido descobrir. Bruno abriu a porta do guarda-roupa, retirou uma gaveta
e, no fundo, num espaço vago, bem escondidinho, lá estava tudo o que ele tinha
ganhado e que conservara.
Com ar
de triunfo, enfiou a mão e foi retirando chocolates, doces, bolos, balas,
diante dos olhos arregalados dos pequenos. Mas, ó surpresa! Com espanto, Bruno
notou que os seus doces estavam com aspecto muito feio: os chocolates estavam
velhos, os doces tinham se estragado, os bolos estavam
azedos,
as balas meladas.
Terrivelmente
decepcionado, Bruno percebeu naquele instante que, em virtude do seu egoísmo,
não repartira nada para ninguém. E, pior que isso, constatou que ele mesmo não
aproveitara as coisas tão gostosas que lhe tinham dado com tanto carinho.
Agora, infelizmente, esta tudo estragado e teria que ser jogado no lixo.
Sentou-se na cama e, cobrindo a cabeça com as mãos, começou a chorar.
Seus
irmãos, que apesar de pequenos, tinham bom coração, aproximaram-se dele e Breno
disse:
- Não
fique triste, Bruno.
E, sob
seu olhar surpreso, repartiram fraternalmente com ele tudo o que tinham ganhado
naquele dia.
- Eu
não mereço a generosidade de vocês. Aprendi nesse momento importante lição.
Entendo agora o que mamãe quer dizer quando afirma que à medida que a gente dá,
recebe. Eu nunca dei nada e nada mereço, mas vocês provaram que têm um bom
coração. A partir de hoje, vou procurar ser menos egoísta.
Prometo!
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