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quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Entre a Terra e o Céu _04_Sendas de Provas

Entre a Terra e o Céu _04_Sendas de Provas

Livro: Entre a Terra e o Céu
Tema: Sendas de Provas
Referência: Capítulo IV

                 INICIO CAPÍTULO IV

"- Amaro experimentava imensa devoção afetiva pelo filhinho. Sabendo-o sem o carinho materno e reconhecendo que a madrasta não primava pelo amor, junto ao enteados, cobria o caçula de mimos. Assemelhavam-se a dois velhos amigos...Zulmira, em razão disso, ralada de despeito, passou a ver no menino um adversário..."

"... Zulmira, pouco a pouco, permitiu que o ódio lhe ocupasse o coração e deixou que o ciúme a enceguecesse a ponto de suspirar pelo desaparecimento do rapazinho... alimentava secreto anseio de presenciar-lhe o fim. Chegava mesmo a estimular-lhe indébitas incursões na via pública, admitindo que algum veículo podia fazer o que não tinha coragem de realizar com as próprias mãos... Foi nesta disposição de espírito que acompanhou a família ao banho matinal... Amaro e a filhinha distanciaram-se... Zulmira assumia a guarda do garoto... Não seria aquele o momento azado para consumar o velho propósito ? E se relegasse o menino a si mesmo?

Ninguém poderia culpá-la...Passou do projeto à ação e de pronto afastou-se. Em se vendo a sós , o enteado, interessou-se mais vivamente pelas conchas coloridas e foi  mar a dentro até que um onda mais veloz o tragou. A criança gritou, pedindo-lhe amparo... Realmente, poderia ter retrocedido alguns passos, salvando-a, mas vencida pelos sinistros pensamentos que lhe dominavam a cabeça, esperou que o mar concluísse o horrível trabalho que não tivera coragem de executar..."

"... Zulmira ausentara-se do corpo mas não desfrutava de paz... enlaçada por Odila, com evidentes sinais de terror, ouvia as objurgatórias da rival que a acusava:

- Que fizeste de meu filhinho ? Assassina ! assassina!

Pagarás muito caro a intromissão no lar que é somente, meu!...

- Não, não! ... - respondia a vítima.- Não matei ! não fui em quem matou !..."

"- Júlio trazia consigo a morte prematura no quadro de provações. Era um suicida reencarnado... A segunda esposa de Amaro porém sofre o resultado das infelizes deliberações que albergou no espírito... Odila que poderia perceber a verdade por estar no plano espiritual , em vista do apego enlouquecedor que tem pelo marido, tem o centro genésico plenamente descontrolado e isso lhe impede a visão mais ampla..."

Considerações feitas pelo Ministro:

"- No sentido da Lei, Zulmira não é culpada... Todavia, quem de nós não é responsável pelas idéias que arroja em si mesmo? Nossas intenções são atenuantes ou agravantes das faltas que cometemos. Nossos desejos são forças mentais coagulantes, materializando-nos as ações que, no fundo, constituem o verdadeiro campo em que a nossa vida se movimenta..."

QUESTÕES A SEREM ESTUDADAS:

01- Qual sentimento predomina em Zulmira?

    a- O amor pelo marido

    b- A vaidade caracterizada pelo ciúme

02- Qual sentimento predomina em Odila?
   
    a- O amor pelo marido e pelo filho

    b- A vaidade caracterizada pelo ciúme

03- O ciúme é uma real demonstração de amor?

04- Odila estava certa em obsediar Zulmira já que esta tinha deixado seu filho perecer?

05- Zulmira é culpada pela morte do enteado?

06- Por que Odila não consegue perceber o que aconteceu com seu filho realmente já que está no plano espiritual?

07- O enteado de Zulmira foi uma vítima?

08- Existem vítimas em qualquer história de vida?

C   O   N   C   L   U   S   Ã   O

 Emancipada do corpo físico pelo sono, Zulmira encontra-se com a Odila, sua obsessora, tem com ela um áspero diálogo, onde fica demonstrada a identidade vibratória em que se situavam.  O benfeitor Clarêncio aproveita a oportunidade para explicar os acontecimentos que deram origem  ao  processo  obsessivo  e  ministrar  valiosos ensinamentos a cerca do tema.                                    
   
QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO

 1.- Qual sentimento predomina em Zulmira?

a- O amor pelo marido
   
b- A vaidade caracterizada pelo ciúme

Zulmira ainda cultivava um ciúme injustificável do marido. Não aceitou o amor deste pelos filhos, notadamente pelo menor desencarnado e contribuiu decisivamente para que sua desencarnação se operasse. Não se pode falar em verdadeiro amor numa situação dessas. O verdadeiro amor não nutre sentimento de posse, que é a grande causa do ciúme.

2.- Qual sentimento predomina em Odila?
   
a- O amor pelo marido e pelo filho
 
b- A vaidade caracterizada pelo ciúme

Odila se encontrava na mesma situação espiritual de Zulmira. Como esta, também sustentava um ciúme doentio pelo marido e não aceitava a idéia de ter de se afastar dele e viver na nova condição de desencarnada.  Aliás, a identidade  de  sentimentos  é  que  fez  com  que  ambas  vibrassem  numa  mesma  faixa,  possibilitando  um entrelaçamento de pensamentos que resultou num processo obsessivo de graves proporções.  Não tinha amor
pelo marido, mas, apenas, atendia aos apelos do sexo, exacerbado pela paixão.

3.- O ciúme é uma real demonstração de amor?

O verdadeiro amor não convive com o ciúme. Uma real demonstração de amor é a confiança no ser amado, é a sua aceitação como ele é e não como gostaríamos que fosse.  Como se disse aqui, uma real demonstração de amor "é compreensão, confiança, afeto" pois o amor é "uma das únicas, senão a única coisa que não  diminui quando dividido. O ciúme é demonstração  de  insegurança  e  desequilíbrio  emocional.  Em  doses  extremas, transforma-se em doença, como se vê no caso em questão."

4.- Odila estava certa em obsediar Zulmira já que esta tinha deixado seu filho perecer?

A obsessão nunca é uma atitude correta. O obsessor é um espírito ainda muito atrasado em sua evolução, que não confia nem aceita as leis divinas. Não sabe que, ao obsediar o próximo, está causando um mal também a si próprio.

Enquanto se dedica ao processo obsessivo, deixa de adquirir atributos que impulsionarão o seu progresso, ficando sua evolução estagnada. Enquanto não muda de atitude, o obsessor cada vez mais se afasta da verdadeira felicidade,que só o amor pode construir.

5.- Zulmira é culpada pela morte do enteado?

Clarêncio considerou que Zulmira não era culpada pelo acidente que vitimou o filho de Amaro e Odila, considerando o fato em si. No entanto, não deixou de responsabilizá-la pelas idéias que cultivou, durante todo o tempo, de se livrar do menor, que considerava um entrave entre ela e o marido. Conforme explicou o benfeitor, os desejos expressos em nossos pensamentos são forças mentais que se materializam em ações.  Sustentando o desejo  de  se  livrar  do pequeno, Zulmira acabou sendo levada à prática de abandoná-lo à própria sorte, em pleno mar,  que  ensejou  o seu afogamento. Nem mesmo o carma trazido por aquele espírito isenta Zulmira de responsabilidade, pois a lei de causa e efeito cumpre-se naturalmente, sem que ninguém precise se arvorar em seu executor.

6.- Por que Odila não consegue perceber o que aconteceu com seu filho realmente já que está no plano espiritual?

Como temos visto em nossos estudos, o poder de percepção do espírito depende do seu estado de equilíbrio em que se encontra e de sua evolução. Odila se encontrava absolutamente desequilibrada e demonstrava ser espírito pouco evoluído. Não percebeu, sequer, a presença dos socorristas espirituais. Seu psiquismo não lhe permitia ter a real consciência do que se passava em seu redor.

7.- O enteado de Zulmira foi uma vítima?

Foi vítima de seus próprios atos. Como esclareceu Clarêncio, Júlio trouxe para essa encarnação a programação de uma morte prematura. Era a forma de expiar gravíssima infração às leis divinas, praticada em reencarnação pretérita, em que se suicidara. Naturalmente, a lei de causa e efeito se faria presente, ainda que Zulmira não houvesse tramado o acidente fatal. O magnetismo que rege o Universo o levaria a uma circunstância que, de uma ou outra maneira, faria com que desencarnasse em tenra idade.

8.- Existem vítimas em qualquer história de vida?

Vítimas podemos ser apenas de nossos atos e pensamentos, como podemos ser deles beneficiários. A  escolha  é  sempre nossa. Para tanto, Deus nos dotou de livre-arbítrio, que nos permite escolhermos o caminho que nos levará à perfeição possível e, com esta, à felicidade eterna ou reino do céu, como disse Jesus em sua passagem pela carne.


Muita paz a todos.

Sala Nosso Lar

CVDEE

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