Entre a Terra e o Céu _04_Sendas de Provas
Livro: Entre a Terra e o Céu
Tema: Sendas de Provas
Referência: Capítulo IV
INICIO CAPÍTULO IV
"- Amaro experimentava imensa devoção
afetiva pelo filhinho. Sabendo-o sem o carinho materno e reconhecendo que a
madrasta não primava pelo amor, junto ao enteados, cobria o caçula de mimos.
Assemelhavam-se a dois velhos amigos...Zulmira, em razão disso, ralada de
despeito, passou a ver no menino um adversário..."
"... Zulmira, pouco a pouco, permitiu
que o ódio lhe ocupasse o coração e deixou que o ciúme a enceguecesse a ponto
de suspirar pelo desaparecimento do rapazinho... alimentava secreto anseio de
presenciar-lhe o fim. Chegava mesmo a estimular-lhe indébitas incursões na via
pública, admitindo que algum veículo podia fazer o que não tinha coragem de
realizar com as próprias mãos... Foi nesta disposição de espírito que
acompanhou a família ao banho matinal... Amaro e a filhinha distanciaram-se...
Zulmira assumia a guarda do garoto... Não seria aquele o momento azado para
consumar o velho propósito ? E se relegasse o menino a si mesmo?
Ninguém poderia culpá-la...Passou do
projeto à ação e de pronto afastou-se. Em se vendo a sós , o enteado,
interessou-se mais vivamente pelas conchas coloridas e foi mar a dentro
até que um onda mais veloz o tragou. A criança gritou, pedindo-lhe amparo...
Realmente, poderia ter retrocedido alguns passos, salvando-a, mas vencida pelos
sinistros pensamentos que lhe dominavam a cabeça, esperou que o mar concluísse
o horrível trabalho que não tivera coragem de executar..."
"... Zulmira ausentara-se do corpo mas
não desfrutava de paz... enlaçada por Odila, com evidentes sinais de terror,
ouvia as objurgatórias da rival que a acusava:
- Que fizeste de meu filhinho ? Assassina !
assassina!
Pagarás muito caro a intromissão no lar que
é somente, meu!...
- Não, não! ... - respondia a vítima.- Não
matei ! não fui em quem matou !..."
"- Júlio trazia consigo a morte
prematura no quadro de provações. Era um suicida reencarnado... A segunda
esposa de Amaro porém sofre o resultado das infelizes deliberações que albergou
no espírito... Odila que poderia perceber a verdade por estar no plano
espiritual , em vista do apego enlouquecedor que tem pelo marido, tem o centro
genésico plenamente descontrolado e isso lhe impede a visão mais ampla..."
Considerações feitas pelo Ministro:
"- No sentido da Lei, Zulmira não é
culpada... Todavia, quem de nós não é responsável pelas idéias que arroja em si
mesmo? Nossas intenções são atenuantes ou agravantes das faltas que cometemos.
Nossos desejos são forças mentais coagulantes, materializando-nos as ações que,
no fundo, constituem o verdadeiro campo em que a nossa vida se
movimenta..."
QUESTÕES A SEREM ESTUDADAS:
01- Qual sentimento predomina em Zulmira?
a- O amor pelo marido
b- A vaidade caracterizada
pelo ciúme
02- Qual sentimento predomina em Odila?
a- O amor pelo marido e pelo
filho
b- A vaidade caracterizada
pelo ciúme
03- O ciúme é uma real demonstração de
amor?
04- Odila estava certa em obsediar Zulmira
já que esta tinha deixado seu filho perecer?
05- Zulmira é culpada pela morte do
enteado?
06- Por que Odila não consegue perceber o
que aconteceu com seu filho realmente já que está no plano espiritual?
07- O enteado de Zulmira foi uma vítima?
08- Existem vítimas em qualquer história de
vida?
C
O N C L U S Ã O
Emancipada do corpo físico pelo sono,
Zulmira encontra-se com a Odila, sua obsessora, tem com ela um áspero diálogo,
onde fica demonstrada a identidade vibratória em que se situavam. O
benfeitor Clarêncio aproveita a oportunidade para explicar os acontecimentos
que deram origem ao processo obsessivo e
ministrar valiosos ensinamentos a cerca do tema.
QUESTÕES
PROPOSTAS PARA ESTUDO
1.- Qual sentimento predomina em
Zulmira?
a- O amor pelo marido
b- A vaidade caracterizada pelo ciúme
Zulmira ainda cultivava um ciúme
injustificável do marido. Não aceitou o amor deste pelos filhos, notadamente
pelo menor desencarnado e contribuiu decisivamente para que sua desencarnação
se operasse. Não se pode falar em verdadeiro amor numa situação dessas. O
verdadeiro amor não nutre sentimento de posse, que é a grande causa do ciúme.
2.- Qual sentimento predomina em Odila?
a- O amor pelo marido e pelo filho
b- A vaidade caracterizada pelo ciúme
Odila se encontrava na mesma situação
espiritual de Zulmira. Como esta, também sustentava um ciúme doentio pelo
marido e não aceitava a idéia de ter de se afastar dele e viver na nova
condição de desencarnada. Aliás, a identidade de sentimentos
é que fez com que ambas vibrassem
numa mesma faixa, possibilitando um
entrelaçamento de pensamentos que resultou num processo obsessivo de graves
proporções. Não tinha amor
pelo marido, mas, apenas, atendia aos
apelos do sexo, exacerbado pela paixão.
3.- O ciúme é uma real demonstração de
amor?
O verdadeiro amor não convive com o ciúme.
Uma real demonstração de amor é a confiança no ser amado, é a sua aceitação
como ele é e não como gostaríamos que fosse. Como se disse aqui, uma real
demonstração de amor "é compreensão, confiança, afeto" pois o amor é
"uma das únicas, senão a única coisa que não diminui quando
dividido. O ciúme é demonstração de insegurança e
desequilíbrio emocional. Em doses extremas,
transforma-se em doença, como se vê no caso em questão."
4.- Odila estava certa em obsediar Zulmira
já que esta tinha deixado seu filho perecer?
A obsessão nunca é uma atitude correta. O
obsessor é um espírito ainda muito atrasado em sua evolução, que não confia nem
aceita as leis divinas. Não sabe que, ao obsediar o próximo, está causando um
mal também a si próprio.
Enquanto se dedica ao processo obsessivo,
deixa de adquirir atributos que impulsionarão o seu progresso, ficando sua
evolução estagnada. Enquanto não muda de atitude, o obsessor cada vez mais se
afasta da verdadeira felicidade,que só o amor pode construir.
5.- Zulmira é culpada pela morte do
enteado?
Clarêncio considerou que Zulmira não era
culpada pelo acidente que vitimou o filho de Amaro e Odila, considerando o fato
em si. No entanto, não deixou de responsabilizá-la pelas idéias que cultivou,
durante todo o tempo, de se livrar do menor, que considerava um entrave entre
ela e o marido. Conforme explicou o benfeitor, os desejos expressos em nossos
pensamentos são forças mentais que se materializam em ações. Sustentando
o desejo de se livrar do pequeno, Zulmira acabou sendo
levada à prática de abandoná-lo à própria sorte, em pleno mar, que
ensejou o seu afogamento. Nem mesmo o carma trazido por aquele
espírito isenta Zulmira de responsabilidade, pois a lei de causa e efeito
cumpre-se naturalmente, sem que ninguém precise se arvorar em seu executor.
6.- Por que Odila não consegue perceber o
que aconteceu com seu filho realmente já que está no plano espiritual?
Como temos visto em nossos estudos, o poder
de percepção do espírito depende do seu estado de equilíbrio em que se encontra
e de sua evolução. Odila se encontrava absolutamente desequilibrada e
demonstrava ser espírito pouco evoluído. Não percebeu, sequer, a presença dos
socorristas espirituais. Seu psiquismo não lhe permitia ter a real
consciência do que se passava em seu redor.
7.- O enteado de Zulmira foi uma vítima?
Foi vítima de seus próprios atos. Como
esclareceu Clarêncio, Júlio trouxe para essa encarnação a programação de uma
morte prematura. Era a forma de expiar gravíssima infração às leis divinas,
praticada em reencarnação pretérita, em que se suicidara. Naturalmente, a lei
de causa e efeito se faria presente, ainda que Zulmira não houvesse tramado o
acidente fatal. O magnetismo que rege o Universo o levaria a uma circunstância
que, de uma ou outra maneira, faria com que desencarnasse em tenra idade.
8.- Existem vítimas em qualquer história de
vida?
Vítimas podemos ser apenas de nossos atos e
pensamentos, como podemos ser deles beneficiários. A escolha é
sempre nossa. Para tanto, Deus nos dotou de livre-arbítrio, que nos
permite escolhermos o caminho que nos levará à perfeição possível e, com esta,
à felicidade eterna ou reino do céu, como disse Jesus em sua passagem pela
carne.
Muita paz a todos.
Sala Nosso Lar
CVDEE
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