Entre a
Terra e o Céu _05_Valiosos apontamentos
CVDEE -
Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
Sala
Virtual de Estudos Nosso Lar
Estudo
das obras de André Luiz
Livro
em estudo: Entre a Terra e o Céu
Tema:
Valiosos apontamentos
Referência:
Capítulo IV
R E S U M
O
"Alcançáramos
a orla do mar, em plena noite.
A
movimentação da vida espiritual era aí muito intensa.
Desencarnados
de várias procedências reencontravam amigos que ainda se demoravam na Terra,
momentaneamente desligados do corpo pela anestesia do sono. Dentre esses,
porém, salientava-se grande número de enfermos.
Anciães,
mulheres e crianças, em muitos aspectos diferentes, compareciam ali, sustentados
pelos braços de entidades numerosas que os assistiam.
Conversações
edificantes e lamentos doloridos chegavam até nós.
Serviços
magnéticos de socorro urgente eram improvisados aqui e além... E o ar,
efetivamente, confrontado ao que respirávamos na área da cidade, era muito
diverso.
Brisas
refrescantes sopravam de longe, carreando princípios regeneradores e insuflando
em nós delicioso bem estar.
- O
oceano é miraculoso reservatório de forças - elucidou Clarêncio, de
maneira expressiva - ; até aqui, muitos companheiros de nosso plano trazem os
irmãos doentes, ainda ligados ao corpo da Terra, de modo a receberem
refazimento e repouso. Enfermeiros e amigos desencarnados desvelam-se na
reconstituição das energias de seus tutelados. Qual acontece na montanha
arborizada, a atmosfera marinha permanece impregnada por infinitos recursos de
vitalidade da Natureza. O oxigênio sem mácula, casado às emanações do
planeta, converte-se em precioso alimento de nossa organização espiritual,
principalmente quando ainda nos achamos direta ou indiretamente associados aos
fluidos da matéria mais densa.
Passávamos agora na vizinhança de uma dama extremamente abatida, quase
em decúbito dorsal, à frente das águas, recolhendo o auxílio magnético de um
benfeitor que se iluminava no serviço e na oração.
(...)
-
Trata-se de irmã do nosso círculo pessoal, assediada pelo câncer.
Foi retirada do veículo físico, através da hipnose, a fim de obter a
assistência que lhe é necessária.
- Mas -
objetei curioso - esse tipo de tratamento pode sustar o desequilíbrio das
células orgânicas? A doente conseguirá curar-se, de modo positivo?
O
Ministro sorriu e aclarou:
- Realmente,
na obra assistencial dos espíritos amigos, que interferem nos tecidos sutis da
alma, é possível, quando a criatura se desprende parcialmente da carne, a
realização de maravilhas. Atuando nos centros do perispírito, por vezes
efetuamos alterações profundas na saúde dos pacientes, alterações essas que se
fixam no corpo somático, de maneira gradativa. Grandes males são assim
corrigidos, enormes renovações são assim realizadas. Mormente quando
encontramos o serviço da prece na mente enriquecida pela fé transformadora,
facilitando-nos a intervenção pela passividade construtiva do campo em que
devemos operar, a tarefa de socorro concretiza verdadeiros milagres. O
corpo físico é mantido pelo corpo espiritual a cujos moldes se ajusta e, desse
modo, a influência sobre o organismo sutil é decisiva para o envoltório de
carne, em que a mente se manifesta.
(...)
- Nossa
ação, contudo, está subordinada à lei que nos rege. No problema de nossa
irmã, o concurso de nosso plano conseguirá tão somente angariar-lhe reconforto.
A moléstia, em razão das provas que lhe assinalam o roteiro pessoal,
atingiu insopitável extensão.
- Quer
dizer que ela, agora, apenas se habilita à morte calma ? - indagou Hilário,
atencioso.
-
Justamente - confirmou o orientador. - Com a cooperação em curso,
despertará no corpo desfalecente mais serena e mais confortada. Repetindo
as excursões até aqui, noite a noite, habituar-se-á, com entendimento superior,
à ideia da partida, transmitindo aos familiares resignação e coragem para o
transe da separação; aprenderá a contribuir com o seu esforço, no sentido de
aliviar-lhes as - Nossa ação, contudo, está subordinada à lei que nos rege.
No problema de nossa irmã, o concurso de nosso plano conseguirá tão
somente angariar-lhe reconforto. A moléstia, em razão das provas que lhe
assinalam o roteiro pessoal, atingiu insopitável extensão.aflições pela
humildade que edificará, dentro de si mesma... pouco a pouco;
desligar-se-á da carne enfermiça, acentuando a luz interior da própria
consciência, a fim de separar-se do ambiente que lhe e caro, como quem encontra
na morte física valiosa liberação para serviço mais enobrecido. E, assim,
em algumas semanas, mostrar-se-á admiravelmente preparada ante o novo
caminho...
(...)
- Já
sei a tua conclusão. É isso mesmo. A enfermidade longa é uma bênção
desconhecida entre os homens, constitui precioso curso preparatório da alma
para a grande libertação. Sem a moléstia dilatada, é muito difícil o
êxito rápido no trabalho da morte.
Nesse
instante, contudo, Zulmira e Odila chegavam à praia, em sítio não longe de nós.
Clarêncio
recomendou-nos atenção.
Rodeamo-las,
prestamente, qual se fossem irmãs enfermas, sob a nossa guarda.
Nem uma
nem outra nos identificavam a presença. Tão pouco pareciam interessadas
pelo movimento no logradouro.
A
primeira esposa de Amaro centralizava o olhar sobre a presa, enquanto que a
vítima revelava na expressão facial o intraduzível terror dos que se abeiram do
extremo desequilíbrio.
Zulmira
ensaiava o gesto de quem se propunha a regressar precipitadamente a casa, mas,
contida pela companheira, avançava, entre a aflição e o pavor.
E,
repetindo as mesmas acusações que já ouvíramos, Odila martelava o cérebro da
outra, reiterando, desapiedada:
-
Recorda o crime, infeliz ! lembra-te da horrível manhã em que te fizeste
assassina ! onde colocaste meu filho ? porque afogaste um inocente
?
- Não,
não! - gritava a pobrezinha dementada - não fui eu! Juro que não fui eu!
Julio foi tragado pelas ondas...
- E
porque não velaste pela criança que meu marido levianamente confiou às tuas
mãos infiéis? acaso, não te acusa a própria consciência? onde
situas o senso de mulher ? pagar-me-ás alto preço pelo relaxamento
delituoso... Não permitirei que Amaro te ame, alimentarei a antipatia dele
contra ti, atormentarei as pessoas que te desejarem socorrer, destruirei a
própria casa de que te apossaste e me pertence! ... Impostora! Impostora! ...
- Sim,
sim... - concordava Zulmira, terrificada -, não matei, mas não fiz o que me
competia para salvá-lo! Perdoa-me! Perdoa-me! Prometo empenhar-me no
refazimento da paz de todos... Serei uma escrava de teu marido e restituí-lo-ei
aos teus braços; converter-me-ei em serva de tua filhinha, cujos passos
orientarei para o bem, mas, por piedade, deixa-me viver ! Liberta-me!
Compadece-te de mim!...
- Nunca!
Nunca! - bradava a interlocutora, friamente - tua falta é imperdoável.
Mataste! Deves confessar o delito perpetrado à frente da polícia!
... Dobrar-te-ei a cerviz! Serás recolhida à penitenciária, para que te
mistures às delinqüentes de tua laia!...
- Não!
não! - suplicava Zulmira, com sinais comoventes de angústia.
- Se
não aniquilaste meu filho - bradava a outra, cruel -, devolve-o aos meus
braços! Devolve-o! Devolve-o!.
Nesse
momento, ambas se achavam à frente de determinada nesga da praia.
Os
olhos da pobre obsidiada adquiriram estranho fulgor.
- Foi
aqui! - rugiu a perseguidora, rudemente - aqui consumaste o sinistro plano de
extinção da nossa felicidade...
Qual se
fora tangida de secretos impulsos, a segunda mulher de Amaro desprendeu-se dos
braços que a constringiam e, penetrando as águas, clamava, aflita:
-
Júlio! Júlio!...
Odila,
no entanto, perturbada e ensandecida, pôs-se-lhe no encalço.
Sentindo-lhe
a aproximação, Zulmira rodou sobre os calcanhares e disparou de volta ao lar.
Acompanhamos
as duas, na competição a que se entregavam, sem perdê-las de vista.
Varando
a casa, incontinenti, dando a idéia de que o corpo adormecido era poderoso
magnete a atraí-la, Zulmira despertou, alagada de suor, conservando no cérebro
de carne a impressão de que vagueara em terrível pesadelo.
Tentou
gritar, mas não conseguiu.
Faleciam-lhe
as forças em colapso nervoso, insopitável. A dispnéia castigava-a com
violência, enquanto as coronárias se mostravam intumescidas.
Clarêncio
aproximou-se e aplicou-lhe fluídos salutares e repousantes.
Acalmou-se-lhe
o coração, vagarosamente, o campo circulatório tornou à feição normal.
Foi então que a desventurada senhora conseguiu gemer, clamando por
socorro."
QUESTÕES
PROPOSTAS PARA ESTUDO
1. Qual
a influência das forças da natureza sobre o equilíbrio físico e espiritual de
encarnados e desencarnados? Explique.
2. De
que maneira se processa o auxílio de espíritos benfeitores aos doentes do corpo
físico ?
3.
Comente, à luz da doutrina espírita, o seguinte parágrafo:
"-
Nossa ação, contudo, está subordinada à lei que nos rege. No problema de
nossa irmã, o concurso de nosso plano conseguirá tão somente angariar-lhe
reconforto. A moléstia, em razão das provas que lhe assinalam o roteiro
pessoal, atingiu insopitável extensão."
4. Como
uma enfermidade longa pode se tornar um benefício para o doente?
5. Que
novos ensinamentos você obteve neste capítulo?
QUESTÕES
PROPOSTAS PARA ESTUDO
1. Qual
a influência das forças da natureza sobre o equilíbrio físico e espiritual de
encarnados e desencarnados? Explique.
A
natureza é o reservatório mais abundante e vigoroso de princípios vitais.
Lembrando
que princípio vital é o princípio da vida material e orgânica, sendo comum a
todos os seres vivos desde a planta até o homem. A maioria diz que ele reside
em um fluido especial universalmente espalhado e do qual cada ser absorve uma
parcela durante a vida, o que se chama de fluido vital; o qual difere do fluido
cósmico (ou universal), que é substância sutil, maleável, energética que pode
ser manipulada pelo pensamento de Espíritos encarnados ou desencarnados, os
quais irão lhe imprimir variações.
Assim,
a natureza é fonte de energia, de vida; sendo ela quem age, silenciosa e
invisivelmente, para equilibrar as funções dos órgãos vitais do corpo humano.
Tanto
assim o é que a química utilizada pelos homens foi e é baseada nas associações
oriundas da natureza, ainda que possam ter inventado uma nomenclatura diferente
ou diversa e reduzido os valores químicos, mas sendo sua base sempre expressos
pela natureza.
2. De
que maneira se processa o auxílio de espíritos benfeitores aos doentes do corpo
físico ?
O
auxílio se processa através do desprendimento parcial do corpo físico; quando
então a Espiritualidade benfeitora irá atuar nos centros do perispírito.
Este
trabalho melhor sucesso terá quando o Espírito encarnado encontrar-se no
serviço mental da prece com fé.
Fazendo
um lembrete: centro de força é um ponto de convergência de energias captadas
pelo perispírito, posteriormente redistribuídas a todos os órgãos deste, assim
como aos corpos "inferiores" , tais como o físico e o duplo. Em geral
estuda-se sete centros vitais, que se vinculam, no corpo físico, a sete
importantes centros do organismo humano: centro genésico ou básico, situado
próximo à região genésica; centro gástrico, situado próximo ao estômago; centro
esplênico, situado próximo ao baço; centro cardíaco, situado próximo ao
coração; centro laríngeo, situado próximo à laringe; centro frontal, situado
entre os dois olhos e centro coronário, situado próximo à glândula pineal (ou
epífise), no cérebro.
3.
Comente, à luz da doutrina espírita, o seguinte parágrafo:
"-
Nossa ação, contudo, está subordinada à lei que nos rege. No problema de nossa
irmã, o concurso de nosso plano conseguirá tão somente angariar-lhe reconforto.
A moléstia, em razão das provas que lhe assinalam o roteiro pessoal,
atingiu insopitável extensão."
A
Espiritualidade somente pode atuar dentro dos limites impostos pela
determinação existente quanto ao programa de vida. No caso estudado, a moléstia
da doente revela ser parte da prova a qual estava ela vinculada na existência
terrestre e como tal a Espiritualidade pode amenizar e confortar, mas não
interferir.
4.
Como uma enfermidade longa pode se tornar um benefício para o doente?
A
enfermidade prolongada constitui em um curso preparatório, a fim de melhor e
com êxito ocorrer a libertação; posto que é neste tempo em que poderá o
Espírito ir se ungindo de luz interior de forma mais consciente.
5. Que
novos ensinamentos vc obteve neste capítulo?
Tratando-se
de uma resposta subjetiva, eis que cada qual irá se deter em um dos vários
assuntos que nos alerta André Luiz.
Poderíamos,
entretanto, sinteticamente dizer que o capítulo nos traz a necessidade de nos
conscientizar, não apenas em palavras, mas em ações , quanto à importância da
Natureza em nossas vidas, não apenas no sentido de que ela é um ponto de
equilíbrio no planeta Terra, mas também como ponto de equilíbrio do corpo
físico e perispiritual.
Nos
traz ainda a reflexão quanto à doença , de sua importância quando bem
compreendida e de onde , tal compreensão, nos traz o ajudar a conscientizar e
balsamizar corações.
Para
encerrar o estudo do capítulo, nada melhor que as palavras de Vinícius, in: Na
Seara do Mestre:
"(...)
Quando
saboreamos uma fruta, quando fruimos um conforto, quando vencemos uma
dificuldade, quando, enfim, realizamos uma velha aspiração, nossa alma sente
necessidade de ser grata a alguém. Esse alguém é Ele, palpitando no sacrário do
nosso coração.
A dor
que vai, o bem que fica, a alegria que chega, a lágrima que consola, o amor que
vivifica, redime e diviniza são expressões da graça de Deus tangendo as cordas
dos nossos sentimentos, elevando o diapasão da nossa sensibilidade moral.
A
Natureza é um livro aberto, cujas páginas descrevem, em caracteres animados, a
excelência do Autor da Vida e Criador do Universo.
Infelizes
dos analfabetos que não conseguem decifrar tão deslumbrantes e esplêndidos
símbolos!"
Abraços
com carinho no coração
Equipe
Nosso Lar CVDEE
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