Entre a Terra e o Céu _08_Deliciosa Excursão
Centro Virtual de Divulgação e Estudo do
Espiritismo - CVDEE
Sala Virtual de Estudos Nosso Lar
Estudo das obras de André Luiz
Livro em estudo: Entre a Terra e o Céu
Tema: Deliciosa Excursão
Referência: Capítulo VIII
Trecho do Capítulo
(...)
Deixando-o a sós, na sala estreita, saímos
para a noite.
Entrelaçando as mãos, e conservando nossas
irmãs no circuito fechado de nossas forças, empreendemos a formosa romagem.
Quem na Terra poderá imaginar as deliciosas
sensações da alma livre?
Viajando com a rapidez do pensamento,
avançamos à frente da sombra noturna, largando para trás o deslumbramento da
aurora, em colorido e cantante dilúculo...
(...)
Dona Antonina, amparando-se em Clarêncio
qual se fora uma filha apoiada nos braços paternos, inquiriu, maravilhada:
_ Porque não transformar esta excursão em
transferência definitiva? Pesa o corpo, à maneira de insuportável cruz de
carne, quando conseguimos sentir a Terra, de longe...
_ É verdade - concordou a outra irmã, que
se sustentava em nós -, porque não nos é dado permanecer , olvidando os pesares
e os dissabores do mundo?
_ Compreendemos - ajuntou o Ministro,
generoso -, compreendemos quanta inquietação punge o espírito reencarnado,
mormente quando desperto para a beleza da vida superior, entretanto, é
indispensável saibamos louvar a oportunidade de servir, sem jamais desmerecê-la.
Achamo-nos ainda distantes da redenção total e todos nós, com alternativas mais
ou menos longas, devemos, abraçar a luta na carne, de modo a solver com
dignidade nossos velhos compromissos. Somos viajores nos milênios incessantes.
Ontem fomos auxiliados, hoje nos cabe auxiliar.
(...)
Antonina, porém, como se estivesse
irradiando insopitável curiosidade, mesclada de alegria, voltou a exclamar:
_ Ah! se morrêssemos hoje!... Se a carne
não nos pesasse mais...
O Ministro, contudo, imprimindo mais grave
entonação à voz, mas sem perder a brandura que lhe era peculiar, considerou, de
imediato:
_ Se hoje abandonassem o veículo de matéria
densa, quem diz que seriam felizes? Quem de nós obterá a suprema ventura, sem a
perfeita sublimação pessoal?
(...)
_ Agora, vocês visitarão filhinhos
abençoados que a morte lhes arrebentou temporariamente ao convívio terrestre.
Vocês se sentem como quem num palácio dourado, em pleno paraíso de amor, mas, e
os filhinhos que ficam? Haverá Céu sem a presença daqueles que amamos? Teremos
paz sem alegria para o que moram em nosso coração? Imaginemos que as algemas do
cárcere físico se partissem agora... O atormentado lar humano cresceria de
vulto na saudade que as tomaria de assalto... A lembrança dos filhos aprisionados
no Planeta acorrentá-las-ia ao mundo carnal, à maneira de forte raiz retendo a
árvore no solo escuro. Os rogos e os gemidos, as lutas e as provas dos rebentos
menos felizes da existência lhes falariam ao espírito mais imperiosamente que
os cânticos de bem-aventurança dos filhos afortunados e, naturalmente,
desceriam do Céu para a Terra, preferindo a posição de angustiadas servas
invisíveis, trocando a resplendente glória da liberdade pelos dolorosos
padecimentos da prisão, de vez que a ventura maior de quem ama reside em dar de
si mesmo, a favor das criaturas amadas...
(...)
_ Somos devedores uns dos outros! ... Laços
mil nos jungem os corações. Por enquanto, não há paraíso perfeito para quem
volta da Terra, tanto quanto não existe purgatório integral para quem regressa
ao humano sorvedouro! O amor é a força divina, alimentando-nos em todos os
setores da vida e o nosso melhor patrimônio é o trabalho com que nos compete
ajudar-nos, mutuamente.
(...)
_ É pelo trabalho - prosseguiu o orientador
- que nos despojamos, pouco a pouco, de nossas imperfeições. A Terra, em sua
velha expressão física, não é senão energia condensada em época imemorial,
agitada e transformada pelo trabalho incessante, e nós, as criaturas de Deus,
nos mais diversos degraus da escala evolutiva, aprimoramos faculdades e
crescemos em conhecimento e sublimação, através do serviço...O verme ,
arrastando-se, trabalha em benefício do solo e de si mesmo; o vegetal,
respirando e frutescendo, ajuda a atmosfera ae auxilia-se. O animal, em luta
perene, é útil à gleba em que se desenvolve, adquirindo experiências que lhe
são valiosas, e nossa alma, em constantes peregrinações, através de formas
variadas, conquista os valores indispensáveis à sublime ascensão... Somos
filhos da eternidade, em movimentação para a glória da verdadeira vida e só
pelo trabalho, ajustado à Lei Divina, alcançaremos o real objetivo de nossa
marcha!
(...)
_ Porque não guardamos a viva recordação de
nossas existências anteriores? Não seria bendita felicidade o reencontro
consciente com aqueles que mais amamos?! ...
_ Sim, sim... - confirmava Clarêncio,
enquanto nossa deliciosa excursão prosseguia, célere - mas, na condição
espiritual em que ainda nos situamos, não sabemos orientar os nossos desejos
para o melhor. Nosso amor ainda é insignificante migalha de luz, sepultada nas
trevas do nosso egoísmo, qual ouro que se acolhe no chão, em porções
infinitesimais, no corpo gigantesco da escória. Assim como as fibras do cérebro
são as últimas a se consolidarem no veículo físico em que encarnamos na Terra,
a memória perfeita é o derradeiro altar que instalamos em definitivo, no tempo
de nossa alma, que, no Planeta, ainda se encontra em fases iniciais de
desenvolvimento. É por isso que nossas recordações são fragmentárias...
Todavia, de existência em existência, de ascensão em ascensão, nossa memória
gradativamente converte-se em visão imperecível, a serviço de nosso espírito
imortal...
_ Mas, se pudéssemos reconhecer no mundo os
nossos antigos afetos, se pudéssemos tecer os semblantes amigos de outras eras,
identificando-os... - aventurou Antonina, reverente.
_ Retomar o contacto com os melhores, seria
recuperar igualmente os piores - atalhou Clarêncio, bondoso - e,
indiscutivelmente, não possuímos até agora o amor equilibrado e puro, que se
consagra aos desígnios superiores, sem paixão. Ainda não sabemos querer sem
desprezar, amparar sem desservir. Nossa afetividade, por enquanto, padece
deploráveis inclinações. Sem o esquecimento transitório, não saberíamos receber
no coração o adversário de ontem para regenerar-nos, regenerando-o. A Lei é
sábia. De qualquer modo, porém, não olvidemos que nosso espírito assinala todos
os passos da jornada que lhe é própria, arquivando em si mesmo todos os lances
da vida, para formar com eles o mapa do destino, de acordo, com os princípios
de causa e efeito que nos governam a estrada, mas somente mais tarde, quando o
amor e a sabedoria sublimarem a química dos nossos pensamentos, é que
conquistaremos a soberana serenidade, capaz de abranger o pretérito em sua
feição total...
(...)
_ A Lei, contudo, é invariavelmente a Lei.
Viveremos em qualquer parte, com os resultados de nossas ações, assim como a
árvore, em qualquer trato de solo, produzirá conforme a espécie a que se
subordina.
(...)
QUESTÕES INICIAIS PARA ESTUDO:
01) Como verificamos, Clarêncio está
acompanhando Antonina e outra encarnada, afastadas do corpo físico durante o
sono, para visitarem seus filhos que as antecederam no retorno ao lar
espiritual. Assim, vamos estudar e conversar sobre os sonhos? O que são? Há
diferentes tipos? Quais? Como entendermos os sonhos?
02) Um outro aspecto que na conversa
mantida entre eles, durante a caminhada para chegarem ao destino a que se
propunham naquele momento, comentavam sobre o esquecimento de existências e de
laços passados. Qual o motivo de, ao reencarnamos, nos ser dado o esquecimento
anterior de nossas experiências? Por que o esquecimento é necessário?
03) Ainda durante a conversa mantida,
verifica-se que Antonina e a outra encarnada, solicitavam que houvesse o
término da encarnação ali naquele momento, uma vez que a vida na Terra era
cheia de pesares e dissabores, que a cruz de carne era insuportável. Como
compreendermos e aprendermos com a resposta fornecida por Clarêncio?
04) Como entender as assertivas
abaixo, são elas atuais? Por que?:
04a) _ Se hoje abandonassem o veículo de
matéria densa, quem diz que seriam felizes? Quem de nós obterá a suprema
ventura , sem a perfeita sublimação pessoal?
04b)Somos devedores uns dos outros! ...
Laços mil nos jungem os corações. Por enquanto, não há paraíso perfeito para
quem volta da Terra, tanto quanto não existe purgatório integral para quem
regressa ao humano sorvedouro! O amor é a força divina, alimentando-nos em
todos os setores da vida e o nosso melhor patrimônio é o trabalho com que nos
compete ajudar-nos, mutuamente.
04c) Somos viajores nos milênios
incessantes. Ontem fomos auxiliados, hoje nos cabe auxiliar
04d)É pelo trabalho - prosseguiu o
orientador - que nos despojamos, pouco a pouco, de nossas imperfeições. A
Terra, em sua velha expressão física, não é senão energia condensada em época
imemorial, agitada e transformada pelo trabalho incessante, e nós, as criaturas
de Deus, nos mais diversos degraus da escala evolutiva, aprimoramos faculdades
e crescemos em conhecimento e sublimação, através do serviço...(...)Somos
filhos da eternidade, em movimentação para a glória da verdadeira vida e só
pelo trabalho, ajustado à Lei Divina, alcançaremos o real objetivo de nossa
marcha!
04e)Retomar o contacto com os melhores,
seria recuperar igualmente os piores - atalhou Clarêncio, bondoso - e,
indiscutivelmente, não possuímos até agora o amor equilibrado e puro, que se
consagra aos desígnios superiores, sem paixão. Ainda não sabemos querer sem
desprezar, amparar sem desservir. Nossa afetividade, por enquanto, padece
deploráveis inclinações. Sem o esquecimento transitório , não saberíamos
receber no coração o adversário de ontem para regenerar-nos, regenerando-o. A
Lei é sábia. De qualquer modo, porém, não olvidemos que nosso espírito assinala
todos os passos da jornada que lhe é própria, arquivando em si mesmo todos os
lances da vida, para formar com eles o mapa do destino, de acordo, com os
princípios de causa e efeito que nos governam a estrada, mas somente mais
tarde, quando o amor e a sabedoria sublimarem a química dos nossos pensamentos,
é que conquistaremos a soberana serenidade, capaz de abranger o pretérito em
sua feição total...
Conclusão:
Através do desdobramento pelo sono físico,
duas mulheres encarnadas são levadas pela equipe
de benfeitores espirituais dirigida por Clarêncio a um
estabelecimento no plano espiritual destinado ao amparo e
re-educação de espíritos desencarnados em idade infantil. Durante a
viagem, as duas mulheres sentem uma grata sensação de gozo que a levaram a
manifestar o desejo de não mais retomarem o corpo físico. Clarêncio aproveitou
a circunstância para transmitir valiosos ensinamentos a respeito dos objetivos
da nossa passagem pelo mundo material e do esquecimento do passado a que
ficamos sujeitos quando reencarnamos.
QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO
1.- Como verificamos, Clarêncio está
acompanhando Antonina e outra encarnada, afastadas do corpo físico durante o
sono, para visitarem seus filhos que as antecederam no retorno ao lar
espiritual. Assim, vamos estudar e conversar sobre os sonhos? O que são? Há
diferentes tipos? Quais? Como entendermos os sonhos?
O sonho é a soma das lembranças daquilo que
o espírito viu e viveu em desdobramento, durante o sono físico, quando se
encontrava livre ou das reminiscências diárias que se encontram guardadas em
seu inconsciente. Em geral, essas lembranças são fragmentos do que o espírito
vivencia durante o sono e tanto mais amplas são quanto a sua evolução.
Muitas classificações existem, procedentes
de autores diversos, sobre os vários tipos de sonhos. Podemos resumi-las da
seguinte maneira:
- sonhos que expressam lembranças e/ou
preocupações de fatos cotidianos, impressas em nossa mente. Denominados pelos
autores de sonhos psicológicos ou sonhos comuns.
- sonhos que resultam de algum distúrbio do
organismo físico, como, por exemplo, resultado da ingestão de excesso
alimentar momentos antes do sono, comumente conhecidos como
"pesadelos". São os chamados sonhos físicos.
- sonhos que expressam a lembrança do que o
espírito vivenciou durante a emancipação da alma, no mundo espiritual.
São recordações de encontros com parentes,
amigos, desafetos, de estudos que participamos, conversas, tarefas que
desenvolvemos, sempre no mundo espiritual. São os sonhos espirituais.
2.- Um outro aspecto que na conversa
mantida entre eles, durante a caminhada para chegarem ao destino a que se
propunham naquele momento, comentavam sobre o esquecimento de existências e de
laços passados. Qual o motivo de, ao reencarnamos, nos ser dado o esquecimento
anterior de nossas experiências? Por que o esquecimento
é necessário?
Na questão 392 do Livro dos Espíritos,
responderam os Espíritos a Kardec que "não pode o homem, nem deve, saber
tudo. Deus assim o quer em sua sabedoria. Sem o véu que lhe oculta certas
coisas, ficaria ofuscado, como quem, sem transição, saísse do
escuro para o claro. Esquecido de seu passado ele é mais senhor de si."
Com efeito, o esquecimento do passado é uma
necessidade para a nossa evolução. Sem ele, um dos objetivos principais
de retornarmos à carne, que é o de nos harmonizarmos com os nossos desafetos do
passado, aprendendo a amá-los, ficaria frustrado, pois a presença constante dos
fatos que nos levaram a essa animosidade o impediria.
Esse esquecimento, contudo, é temporário,
pois os acontecimentos de nossas passagens pretéritas ficam armazenados em
nossa mente, latentes, prontos para serem desarquivados tão logo nosso estado
evolutivo permita. Assim se dá nos mundos mais adiantados, onde a lembrança do
passado não mais constitui obstáculo à convivência dos espíritos que lá
reencarnam.
Nesse sentido foi a explicação de Clarêncio
a respeito da questão, destacando que "sem o esquecimento
transitório, não saberíamos receber no coração o adversário de
ontem para regenerar-nos, regenerando-o" e que "somente mais tarde,
quando o amor e a sabedoria sublimarem a química dos nossos pensamentos, é que
conquistaremos a soberana serenidade, capaz de abranger o pretérito em sua
feição total...".
3.- Ainda durante a conversa mantida,
verifica-se que Antonina e a outra encarnada, solicitavam que houvesse o término
da encarnação ali naquele momento, uma vez que a vida na Terra era cheia de
pesares e dissabores, que a cruz de carne era
insuportável. Como compreendermos e aprendermos com a resposta fornecida
por Clarêncio?
Clarêncio ensinou que devemos aceitar os
desígnios da Providência, que tudo nos concede, mas no
tempo certo.
Somos ainda tão imperfeitos que sequer
sabemos distinguir o que é melhor para nós. Como explicou às duas mulheres, não
poderemos ser felizes enquanto os que amamos também não o forem. Quis
ensinar que devemos aceitar os desígnios de Deus,
demonstrando-lhes o quanto sofreriam os filhos que deixariam presos aos
respectivos veículos físicos.
Foi o modo didático que o benfeitor
encontrou para fazê-las entender a necessidade de cumprirem sua programação
reencarnatória com fé e resignação.
4.- Como entender as assertivas abaixo? São
elas atuais? Por que?
As afirmações de Clarêncio são todas muito
atuais, pois, sendo a nossa evolução permanente mas gradativa, somos ainda os
mesmos da época em que se passaram os fatos trazidos por André Luiz na obra
que estamos estudando.
Ainda somos necessitados dessas orientações
e, podemos até mesmo afirmar, sempre seremos, pois são ensinos que se eternizam
pela sua sabedoria e relação com a realidade da nossa existência. Senão
vejamos:
a) "Se hoje abandonassem o veículo de
matéria densa, quem diz que seriam felizes? Quem de nós obterá a suprema
ventura, sem a perfeita sublimação pessoal?"
Para ser feliz não basta querer. É preciso
se sentir feliz por inteiro, num sentimento que brote do nosso interior mais
íntimo. Essa felicidade que buscamos e que sequer sabemos como é somente será
sentida quando todos à nossa volta também assim se sentirem. As duas mulheres,
equivocadamente, achavam que poderiam ser felizes com os gozos que a sensação
de liberdade decorrente do afastamento do corpo físico propicia. Esqueciam-se de
que deixariam para trás espíritos que receberam como filhos e que delas ainda
necessitavam para prosseguirem a caminhada. Essa circunstância, certamente,
lhes obstaria a felicidade que imaginavam poder alcançar com o desprendimento
do corpo físico.
b) "Somos devedores uns dos outros!...
Laços mil nos jungem os corações. Por enquanto, não há paraíso perfeito para
quem volta da Terra, tanto quanto não existe purgatório integral para quem
regressa ao humano sorvedouro! O amor é a força divina, alimentando-nos em
todos os setores da vida e o nosso melhor patrimônio é o trabalho com que nos
compete ajudar-nos, mutuamente."
No estágio evolutivo em que se encontra a
humanidade terrena, o reino dos céus anunciado por Jesus ainda se encontra
muito distante. Sabemos que esse reino é um estado consciencial,
que somente será encontrado com a
nossa transformação moral, objetivo maior da reencarnação. Como isso
ainda é inalcançável, Clarêncio afirmou que não há paraíso perfeito
para quem volta da Terra, ou seja, ainda não estamos aptos a gozar da
felicidade plena, mesmo no plano espiritual. O amor e o trabalho em prol do
próximo necessitado são os dois caminhos ensinados pelo benfeitor para a
obtenção dessa felicidade.
c) "Somos viajores nos milênios incessantes.
Ontem fomos auxiliados, hoje nos cabe auxiliar."
O benfeitor destaca a nossa condição de
espíritos imortais, viajores da eternidade, que ontem recebemos e, por
isso, agora nos cabe doar. É o cumprimento da regra áurea de Jesus:
"Tudo que quiserdes que os outros vos façam, fazei também a eles".
d) "É pelo trabalho - prosseguiu
o orientador - que nos despojamos, pouco a pouco, de nossas imperfeições. A
Terra, em sua velha expressão física, não é senão energia condensada em época
imemorial, agitada e transformada pelo trabalho incessante, e
nós, as criaturas de Deus, nos mais diversos degraus
da escala evolutiva, aprimoramos faculdades e crescemos
em conhecimento e sublimação, através do serviço... (...) Somos filhos
da eternidade, em movimentação para a glória da verdadeira vida e
só pelo trabalho, ajustado à Lei Divina, alcançaremos o real objetivo de nossa
marcha!"
Clarêncio destaca a importância do
trabalho, uma das leis morais classificadas por Allan Kardec. Cita como exemplo
da sua importância a própria Terra, resultado de um trabalho incessante de
transformação. Somente por meio do trabalho a ser
desenvolvido par e passo com as demais leis divinas é que o espírito alcançará
a perfeição possível,
por todos buscada através das reencarnações
sucessivas.
e) "Retomar o contato com os
melhores, seria recuperar igualmente os piores - atalhou Clarêncio, bondoso - e,
indiscutivelmente, não possuímos até agora o amor equilibrado e puro, que se
consagra aos desígnios superiores, sem paixão. Ainda não sabemos querer sem
desprezar, amparar sem desservir. Nossa afetividade, por enquanto, padece
deploráveis inclinações. Sem o esquecimento transitório , não saberíamos
receber no coração o adversário de ontem para regenerar-nos, regenerando-o. A
Lei é sábia. De qualquer modo, porém, não olvidemos que nosso espírito assinala
todos os passos da jornada que lhe é própria, arquivando em si mesmo todos os
lances da vida, para formar com eles o mapa do destino, de acordo, com os princípios
de causa e efeito que nos governam a estrada, mas somente mais tarde, quando o
amor e a sabedoria sublimarem a química dos nossos pensamentos, é que
conquistaremos a soberana serenidade, capaz de abranger o pretérito em sua
feição total..."
É mais um comentário feito por Clarêncio a
cerca do esquecimento do passado que nos é imposto por ocasião da reencarnação.
Como vimos acima, sem ele a nossa evolução seria ainda mais penosa, pelo
constrangimento que nosso comportamento pretérito nos causaria. Sendo a Lei de
Deus evolucionista, o que fizemos ontem não importa. Devemos colocar uma pedra
sobre os fatos pretéritos e buscarmos a nossa transformação olhando para o
futuro feliz que nos aguarda. O que fizemos há hum minuto atrás não pode mais ser
desfeito. Portanto, não adianta olhar para trás.
Esqueçamos o passado e comecemos a nossa
reforma íntima, sempre tendo como norte os ensinamentos do Cristo.
"Aquele que perseverar até o fim, esse
será salvo", disse Jesus.
Muita paz a todos.
Sala Nosso Lar
CVDEE
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