Entre a Terra e o Céu_11_Novos
Apontamentos
Livro: Entre a Terra e o Céu
Capítulo XI - Novos Apontamentos
Trechos do Capítulo:
"Hilário, aderindo à renovação da
palestra, indagou da irmã Blandina se ela era a dirigente do parque em que nos
achávamos, ao que ela informou, com humildade:
_ Não me atribua tamanho crédito. Tenho
tarefas variadas aqui e alhures, entretanto, sou mera servidora. O nosso
educandário guarda mais de duas mil crianças, mas, sob os meus cuidados,
permanecem apenas doze. Somos um grande conjunto de lares, nos quais muitas almas
femininas se reajustam para a venerável missão da maternidade e conosco
multidões de meninos encontram abrigo para o desenvolvimento que lhes é
necessário, salientando-se que quase todos se destinam ao retorno à Terra para
a reintegração no aprendizado que lhes compete.
_ E a direção central? - inquiriu meu
colega, esmiuçador.
_ Não reside aqui. O parque é uma das várias
dependências de vasto estabelecimento de assistência e educação, do qual somos
hoje tutelados.
No fundo, nossa casa é larga escola, dotada
com todos os recursos indispensáveis ao nosso aproveitamento. Os melhores
processos de habilitação espiritual funcionam conosco, em benefício dos que vão
renascer na carne e dos que se dirigirão, mais tardem às Esferas
Superiores.
_ Mas possuem aqui até mesmo os cursos
primários de alfabetização?
_ Como não? - falou nossa jovem amiga -
precisamos movimentar todas as medidas de despertamento espiritual ao nosso
alcance. A cultura intelectual pode não se condição básica de nossa felicidade,
no entanto, é imperativo de engrandecimento de nossa alma. Quem não sabe ler,
não sabe ver como deve.
E sorrindo, acrescentou:
_ A evolução, a competência, o aprimoramento
e a sublimação resultam do trabalho incessante. Quanto mais se nos avulta o
conhecimento, mais nos sentimos distanciados do repouso. A inércia opera a
coagulação de nossas forças mentais, nos planos mais baixos da vida. O Serviço
é a nossa bênção.
(...)
_ Quanto a mim (...), entretanto, minha
tarefa pessoal mais importante se verifica num templo católico, a que me
vinculei profundamente, quando de minha última reencarnação.
(...)
_ Não estranhem. Partilho com Blandina o
estudo das leis divinas para renovar-me em espírito, com vistas ao grande
futuro, mas o amor que ainda trago por velhos companheiros de luta humana
constrange-me a larga demora, em serviço de cooperação, na antiga “casa"
de fé religiosa a que me afeiçoei.
_ Aliás - ponderou o Ministro, sensato -, o
auxílio divino é como o Sol, irradiando-se para todos. As instituições e as
almas que se voltam para o Pai Celestial recebem o suprimento de recursos de
que necessitam, segundo as possibilidades de recepção que demonstrem.
(...)
_ Pelo pensamento (...) A intuição
beneficia em toda parte, e, quanto mais alto é o teor de qualidades nobres na
criatura, mais ampla é a zona lúcida de que se serve para registrar o socorro
espiritual. (...) E a preocupação de riqueza e pompa, quase sempre mantida pelo
sacerdócio nos ofícios, inutiliza por vezes os nossos melhores esforços,
porque, enquanto a atenção da alma se prende a exterioridades, as forças
contrárias ao bem e à luz encontram facilidades positivas para a cultura do
fanatismo e da discórdia. Ainda assim, superando tais obstáculos é sempre
possível algo fazer em benefício do próximo.
(...)
_ Meu amigo, entre cooperar e aprovar, há
sensível diferença. A sociedade ajuda a criança sem infantilizar-se. As igrejas
nascidas do Cristianismo caminham para grande renovação. O progresso assim
exige. (...) Entretanto, cabe-nos considerar as religiões que envelhecem como
frutos fortemente amadurecidos. A polpa alterada pelo tempo deve ser colocada à
margem, contudo, as sementes são indispensáveis à produção do futuro.
Auxilie-mos as igrejas antigas, em vez de acusá-las. Todos somos filhos do Pai
Celestial e onde houver o mínimo gérmen de Cristianismo aí surgirão recursos de
recuperação do homem e da coletividade para o Cristo, Nosso Senhor.
(...) "
Questões sugeridas para início do estudo:
01) ante a seguinte assertiva:
"Somos um grande conjunto de lares, nos
quais muitas almas femininas se reajustam para a venerável missão da
maternidade (...)"
Como podemos compreender a missão da
maternidade?
02) Poderíamos comparar o parque a que se
refere o capítulo a um Centro Espírita? Por quê?
03) Qual o entendimento quanto à seguinte
assertiva: "Os melhores processos de habilitação espiritual funcionam
conosco, em benefício dos que vão renascer na carne e dos que se dirigirão,
mais tardem às Esferas Superiores."
04) Comentar as seguintes assertivas:
04a) "A cultura intelectual pode não se
condição básica de nossa felicidade, no entanto, é imperativo de
engrandecimento de nossa alma.
Quem não sabe ler, não sabe ver como
deve."
04b) "A evolução, a competência, o
aprimoramento e a sublimação resultam do trabalho incessante. Quanto mais se
nos avulta o conhecimento, mais nos sentimos distanciados do repouso. A inércia
opera a coagulação de nossas forças mentais, nos planos mais baixos da vida. O
Serviço é a nossa bênção.
04c) "o auxílio divino é como o Sol,
irradiando-se para todos. As instituições e as almas que se voltam para o Pai
Celestial recebem o suprimento de recursos de que necessitam, segundo as
possibilidades de recepção que demonstrem.
05) Qual o ensinamento que nos traz AL sobre
a nos posicionar quanto às demais religiões? Por que?
06) Qual o ensinamento que o capítulo
deixou para vc?
Conclusão:
Prosseguindo a conversa com Blandina e
Mariana, trabalhadoras do "Lar da Bênção", André Luiz, Clarêncio e
Hilário ouviram elucidações sobre o tipo de trabalho prestado por aquela
Instituição a espíritos necessitados que lá se encontram internados. Como
Mariana professava credo religioso diferente dos demais presentes, os
benfeitores conversaram sobre a prática religiosa e seus diversos segmentos,
resultando da conversa valiosos ensinamentos a respeito.
QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO
1) Ante a seguinte assertiva: Somos um
grande conjunto de lares, nos quais muitas almas femininas se reajustam para a
venerável missão da maternidade (...). Como podemos compreender a missão da
maternidade?
Na questão 582 do Livro dos Espíritos, os
Espíritos consideram a paternidade (aqui entendida em sentido amplo -
paternidade e maternidade) uma verdadeira missão. Ao receber como filho um
espírito que está retornando às lides da carne para prosseguir sua evolução, os
pais assumem responsabilidade quanto ao seu futuro. A eles cabe dirigir o filho
na senda do bem, contribuindo para a aquisição dos valores morais que
caracterizam o homem de bem. Para tanto, Deus dotou-lhe, na fase da infância,
de uma organização física débil e delicada, tornando-o propício a receber o
ensinamento indispensável à aquisição daqueles valores.
2) Poderíamos comparar o parque a que se
refere o capítulo a um Centro Espírita? Por quê?
Se considerarmos a casa espírita um local
cujo objetivo é o aprendizado e tratamento espiritual, o parque visitado por
André Luiz e os demais benfeitores pode ser como tal caracterizado. Vemos, pelo
relato do Autor espiritual, que os espíritos que lá se encontram internados
recebem ensinamentos morais e culturais, com o objetivo de impulsioná-los ao
aprimoramento intelectual e moral. Outra não deve ser a finalidade dos centro
espíritas existentes no plano material.
3) Qual o entendimento quanto à seguinte
assertiva: Os melhores processos de habilitação espiritual
funcionam conosco, em benefício dos que vão renascer na carne e dos que
se dirigirão, mais tarde, às Esferas Superiores.?
A benfeitora destacou o objetivo da
instituição de preparar espíritos que irão retornar à experiência carnal e os
que serão dirigidos a esferas superiores. Para atingir esse fim, ressaltou que
a instituição se utiliza do que denominou "os melhores processos de
habilitação espiritual", ressaltando a capacitação do Parque para esse
trabalho.
4) Comentar as seguintes assertivas:
4-a) A cultura intelectual
pode não ser condição básica de nossa
felicidade, no entanto, é imperativo de
engrandecimento de nossa alma. Quem não sabe ler, não sabe ver como deve.
Os Espíritos ensinam que o progresso do
homem tem duas vertentes: intelectual e moral. Cumpre aos espíritos
progredirem nesses dois sentidos. Quis, portanto, a benfeitora, dizer que o
progresso intelectual, embora por si só não baste para que se atinja a
felicidade, sendo um dos pilares desta, é um imperativo para o engrandecimento
do espírito. O progresso intelectual, geralmente, vem à frente do moral e
o impulsiona. Através dele, o homem compreende o bem e o mal,
possibilitando-lhe o desenvolvimento do livre-arbítrio para escolher entre um e
outro.
4-b) A evolução, a competência, o
aprimoramento e a sublimação resultam do trabalho incessante. Quanto mais se
nos avulta o conhecimento, mais nos sentimos distanciados do repouso. A inércia
opera a coagulação de nossas forças mentais, nos planos
mais baixos da vida. O Serviço é a nossa bênção."
A inércia pode ser considerada uma doença do
espírito, paralisando o desenvolvimento de sua força mental e não permitindo a
elevação do pensamento. Como conseqüência, o espírito se sintoniza com outros
de baixa vibração, ficando preso aos planos mais baixos da existência. O
antídoto para esse mal é o trabalho no bem, como disse a benfeitora Blandina.
4-c) o auxílio divino é como o Sol,
irradiando-se para todos. As instituições e as almas que se voltam
para o Pai Celestial recebem o suprimento de recursos
de que necessitam, segundo as
possibilidades de recepção que demonstrem."
Deus não faz distinção entre seus filhos.
Todos podem receber suas irradiações amorosas. Basta proceder conforme o seu
código moral, instituído para nortear a nossa existência. Principalmente, a Lei
de Adoração, que nos ensina a necessidade do nos mantermos ligados ao Criador.
No entanto, para que sejamos merecedores da bondade divina, é preciso que
façamos a nossa parte, o que definirá as nossas possibilidades de recepção. Ou,
como ensinou o Cristo: "a cada um segundo as suas obras".
5) Qual o ensinamento que nos traz André
Luiz sobre a nos posicionar quanto às demais religiões? Por quê?
A benfeitora Mariana ensina a tolerância
religiosa. Embora representem um Cristianismo distorcido,
devemos compreender e amar os irmãos que se dedicam à pratica das
religiões tradicionais que ainda mantenham um gérmen do ensinamento do Cristo.
Com todas as distorções que apresentam e que com os esclarecimentos do
Espiritismo aprendemos a não mais aceitar, todos somos filhos de Deus e, desde
que a chama da doutrina de Jesus seja mantida acesa, esses irmãos também
receberão do Alto o auxílio que necessitam para suportarem suas provações.
6) Qual o ensinamento que o capítulo deixou
para você?
Toda a obra de André Luiz é rica em
ensinamentos. Há sempre muito o que destacar de seus textos. Deste
capítulo em estudo, mesmo, muito podemos retirar. Destacaremos, entretanto, a
questão da crença religiosa. Conforme os benfeitores nos passam, o importante,
o que de fato nos fará alcançar o reino de Deus
prometido por Jesus é a comunhão com o Criador. É
praticarmos a lei de justiça, de amor e de caridade, a mais preciosa das Leis
Morais, independentemente de credo religioso. As diversas denominações
religiosas que conhecemos são resultado das nossas imperfeições, que ainda nos
faz dependentes de uma religião para nos religar ao Criador. Dia virá, contudo,
em que a humanidade evoluirá e, atingindo a perfeição relativa possível, não
mais precisará de religião para se ligar ao Pai.
A ligação com o Criador se fará diretamente,
como Jesus o faz. Haverá um só rebanho e um só pastor, desaparecendo todas as
facções religiosas hoje existentes.
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