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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Entre a Terra e o Céu_11_Novos Apontamentos

Entre a Terra e o Céu_11_Novos Apontamentos

Livro: Entre a Terra e o Céu
Capítulo XI - Novos Apontamentos

Trechos do Capítulo:

"Hilário, aderindo à renovação da palestra, indagou da irmã Blandina se ela era a dirigente do parque em que nos achávamos, ao que ela informou, com humildade:

_ Não me atribua tamanho crédito. Tenho tarefas variadas aqui e alhures, entretanto, sou mera servidora. O nosso educandário guarda mais de duas mil crianças, mas, sob os meus cuidados, permanecem apenas doze. Somos um grande conjunto de lares, nos quais muitas almas femininas se reajustam para a venerável missão da maternidade e conosco multidões de meninos encontram abrigo para o desenvolvimento que lhes é necessário, salientando-se que quase todos se destinam ao retorno à Terra para a reintegração no aprendizado que lhes compete.

_ E a direção central? - inquiriu meu colega, esmiuçador.

_ Não reside aqui. O parque é uma das várias dependências de vasto estabelecimento de assistência e educação, do qual somos hoje tutelados.
No fundo, nossa casa é larga escola, dotada com todos os recursos indispensáveis ao nosso aproveitamento. Os melhores processos de habilitação espiritual funcionam conosco, em benefício dos que vão renascer na carne e dos que se dirigirão, mais tardem às Esferas
Superiores.

_ Mas possuem aqui até mesmo os cursos primários de alfabetização?

_ Como não? - falou nossa jovem amiga - precisamos movimentar todas as medidas de despertamento espiritual ao nosso alcance. A cultura intelectual pode não se condição básica de nossa felicidade, no entanto, é imperativo de engrandecimento de nossa alma. Quem não sabe ler, não sabe ver como deve.

E sorrindo, acrescentou:

_ A evolução, a competência, o aprimoramento e a sublimação resultam do trabalho incessante. Quanto mais se nos avulta o conhecimento, mais nos sentimos distanciados do repouso. A inércia opera a coagulação de nossas forças mentais, nos planos mais baixos da vida. O Serviço é a nossa bênção.

(...)

_ Quanto a mim (...), entretanto, minha tarefa pessoal mais importante se verifica num templo católico, a que me vinculei profundamente, quando de minha última reencarnação.

(...)

_ Não estranhem. Partilho com Blandina o estudo das leis divinas para renovar-me em espírito, com vistas ao grande futuro, mas o amor que ainda trago por velhos companheiros de luta humana constrange-me a larga demora, em serviço de cooperação, na antiga “casa" de fé religiosa a que me afeiçoei.

_ Aliás - ponderou o Ministro, sensato -, o auxílio divino é como o Sol, irradiando-se para todos. As instituições e as almas que se voltam para o Pai Celestial recebem o suprimento de recursos de que necessitam, segundo as possibilidades de recepção que demonstrem.

(...)

_ Pelo pensamento (...)  A intuição beneficia em toda parte, e, quanto mais alto é o teor de qualidades nobres na criatura, mais ampla é a zona lúcida de que se serve para registrar o socorro espiritual. (...) E a preocupação de riqueza e pompa, quase sempre mantida pelo sacerdócio nos ofícios, inutiliza por vezes os nossos melhores esforços, porque, enquanto a atenção da alma se prende a exterioridades, as forças contrárias ao bem e à luz encontram facilidades positivas para a cultura do fanatismo e da discórdia. Ainda assim, superando tais obstáculos é sempre possível algo fazer em benefício do próximo.

(...)

_ Meu amigo, entre cooperar e aprovar, há sensível diferença. A sociedade ajuda a criança sem infantilizar-se. As igrejas nascidas do Cristianismo caminham para grande renovação. O progresso assim exige. (...) Entretanto, cabe-nos considerar as religiões que envelhecem como frutos fortemente amadurecidos. A polpa alterada pelo tempo deve ser colocada à margem, contudo, as sementes são indispensáveis à produção do futuro. Auxilie-mos as igrejas antigas, em vez de acusá-las. Todos somos filhos do Pai Celestial e onde houver o mínimo gérmen de Cristianismo aí surgirão recursos de recuperação do homem e da coletividade para o Cristo, Nosso Senhor.

(...) "

Questões sugeridas para início do estudo:

01) ante a seguinte assertiva:

"Somos um grande conjunto de lares, nos quais muitas almas femininas se reajustam para a venerável missão da maternidade (...)"

 Como podemos compreender a missão da maternidade?

02) Poderíamos comparar o parque a que se refere o capítulo a um Centro Espírita? Por quê?

03) Qual o entendimento quanto à seguinte assertiva: "Os melhores processos de habilitação espiritual funcionam conosco, em benefício dos que vão renascer na carne e dos que se dirigirão, mais tardem às Esferas Superiores."

04) Comentar as seguintes assertivas:

04a) "A cultura intelectual pode não se condição básica de nossa felicidade, no entanto, é imperativo de engrandecimento de nossa alma.

Quem não sabe ler, não sabe ver como deve."

04b) "A evolução, a competência, o aprimoramento e a sublimação resultam do trabalho incessante. Quanto mais se nos avulta o conhecimento, mais nos sentimos distanciados do repouso. A inércia opera a coagulação de nossas forças mentais, nos planos mais baixos da vida. O Serviço é a nossa bênção.

04c) "o auxílio divino é como o Sol, irradiando-se para todos. As instituições e as almas que se voltam para o Pai Celestial recebem o suprimento de recursos de que necessitam, segundo as possibilidades de recepção que demonstrem.

05) Qual o ensinamento que nos traz AL sobre a nos posicionar quanto às demais religiões? Por que?

06)  Qual o ensinamento que o capítulo deixou para vc?

Conclusão:

Prosseguindo a conversa com Blandina e Mariana, trabalhadoras do "Lar da Bênção", André Luiz, Clarêncio e Hilário ouviram elucidações sobre o tipo de trabalho prestado por aquela Instituição a espíritos necessitados que lá se encontram internados. Como Mariana professava credo religioso diferente dos demais presentes, os benfeitores conversaram sobre a prática religiosa e seus diversos segmentos, resultando da conversa valiosos ensinamentos a respeito.

QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO

1) Ante a seguinte assertiva: Somos um grande conjunto de lares, nos quais muitas almas femininas se reajustam para a venerável missão da maternidade (...). Como podemos compreender a missão da maternidade?

Na questão 582 do Livro dos Espíritos, os Espíritos consideram a paternidade (aqui entendida em sentido amplo - paternidade e maternidade) uma verdadeira missão. Ao receber como filho um espírito que está retornando às lides da carne para prosseguir sua evolução, os pais assumem responsabilidade quanto ao seu futuro. A eles cabe dirigir o filho na senda do bem, contribuindo para a aquisição dos valores morais que caracterizam o homem de bem. Para tanto, Deus dotou-lhe, na fase da infância, de uma organização física débil e delicada, tornando-o propício a receber o ensinamento indispensável à aquisição daqueles valores.

2) Poderíamos comparar o parque a que se refere o capítulo a um Centro Espírita? Por quê?

Se considerarmos a casa espírita um local cujo objetivo é o aprendizado e tratamento espiritual, o parque visitado por André Luiz e os demais benfeitores pode ser como tal caracterizado. Vemos, pelo relato do Autor espiritual, que os espíritos que lá se encontram internados recebem ensinamentos morais e culturais, com o objetivo de impulsioná-los ao aprimoramento intelectual e moral. Outra não deve ser a finalidade dos centro espíritas existentes  no  plano material.

3) Qual o entendimento quanto à seguinte assertiva: Os melhores processos  de  habilitação  espiritual  funcionam conosco, em benefício dos que vão renascer na carne e dos que se dirigirão, mais tarde, às Esferas Superiores.?

A benfeitora destacou o objetivo da instituição de preparar espíritos que irão retornar à experiência carnal e os que serão dirigidos a esferas superiores. Para atingir esse fim, ressaltou que a instituição se utiliza do que denominou "os melhores processos de habilitação espiritual", ressaltando a capacitação do Parque para esse trabalho.

4) Comentar as seguintes assertivas:

4-a) A  cultura  intelectual  pode  não  ser  condição  básica  de  nossa  felicidade,  no  entanto,  é  imperativo  de engrandecimento de nossa alma. Quem não sabe ler, não sabe ver como deve.

Os Espíritos ensinam que o progresso do homem tem duas vertentes: intelectual e moral.  Cumpre aos espíritos progredirem nesses dois sentidos. Quis, portanto, a benfeitora, dizer que o progresso intelectual, embora por si só não baste para que se atinja a felicidade, sendo um dos pilares desta, é um imperativo para o engrandecimento do espírito. O progresso intelectual, geralmente, vem à frente do moral  e  o  impulsiona.  Através dele, o homem compreende o bem e o mal, possibilitando-lhe o desenvolvimento do livre-arbítrio para escolher entre um e outro.

4-b) A evolução, a competência, o aprimoramento e a sublimação resultam do trabalho incessante. Quanto mais se nos avulta o conhecimento, mais nos sentimos distanciados do repouso. A inércia opera  a  coagulação  de  nossas forças mentais, nos planos mais baixos da vida. O Serviço é a nossa bênção."

A inércia pode ser considerada uma doença do espírito, paralisando o desenvolvimento de sua força mental e não permitindo a elevação do pensamento. Como conseqüência, o espírito se sintoniza com outros de baixa vibração, ficando preso aos planos mais baixos da existência. O antídoto para esse mal é o trabalho no bem, como disse a benfeitora Blandina.

4-c) o auxílio divino é como o Sol, irradiando-se para todos. As instituições e as almas que se  voltam  para  o  Pai Celestial recebem o suprimento de  recursos  de  que  necessitam,  segundo  as  possibilidades  de  recepção  que demonstrem."

Deus não faz distinção entre seus filhos. Todos podem receber suas irradiações amorosas. Basta proceder conforme o seu código moral, instituído para nortear a nossa existência. Principalmente, a Lei de Adoração, que nos ensina a necessidade do nos mantermos ligados ao Criador. No entanto, para que sejamos merecedores da bondade divina, é preciso que façamos a nossa parte, o que definirá as nossas possibilidades de recepção. Ou, como ensinou o Cristo: "a cada um segundo as suas obras".

5) Qual o ensinamento que nos traz André Luiz sobre a nos posicionar quanto às demais religiões? Por quê?

A benfeitora Mariana ensina a tolerância religiosa.  Embora representem um Cristianismo  distorcido,  devemos compreender e amar os irmãos que se dedicam à pratica das religiões tradicionais que ainda mantenham um gérmen do ensinamento do Cristo. Com todas as distorções que apresentam e que com os esclarecimentos do Espiritismo aprendemos a não mais aceitar, todos somos filhos de Deus e, desde que a chama da doutrina de Jesus seja mantida acesa, esses irmãos também receberão do Alto o auxílio que necessitam para suportarem suas provações.

6) Qual o ensinamento que o capítulo deixou para você?

Toda a obra de André Luiz é rica em ensinamentos. Há sempre muito o que destacar de seus textos.  Deste capítulo em estudo, mesmo, muito podemos retirar. Destacaremos, entretanto, a questão da crença religiosa.  Conforme os benfeitores nos passam, o importante, o que de fato nos fará alcançar o  reino  de  Deus  prometido  por  Jesus  é  a comunhão com o Criador. É praticarmos a lei de justiça, de amor e de caridade, a mais preciosa das Leis Morais, independentemente de credo religioso. As diversas denominações religiosas que conhecemos são resultado das nossas imperfeições, que ainda nos faz dependentes de uma religião para nos religar ao Criador. Dia virá, contudo, em que a humanidade evoluirá e, atingindo a perfeição relativa possível, não mais precisará de religião para se ligar ao Pai.


A ligação com o Criador se fará diretamente, como Jesus o faz. Haverá um só rebanho e um só pastor, desaparecendo todas as facções religiosas hoje existentes.

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