FRANCISCO DE ASSIS, O CHIQUINHO DE JESUS
"O corpo é nossa cela e a alma, o ermitão nessa cela, encerrado para orar para o Senhor e meditar Nele." - Francisco de Assis -
Ele conversava com os bichinhos e os espíritos da natureza. Às vezes, entrava em êxtase* olhando a lua e flutuava sobre a campina enevoada. Ele chamava o sol de irmão e sua luz de esplendor celeste. Seu nome era Francisco, o menino simples de Jesus, o Chiquinho do amor. Certo dia, ele viu Jesus em seu próprio coração e entrou em êxtase. Foi possuído por uma atmosfera de puro amor e flutuou nela. As testemunhas de sua ascensão foram os bichinhos e os espíritos da natureza. Esse homem simples foi possuído por aquelas ondas de amor silenciosas emanadas por Jesus, o amigo dos homens. Ele era de Assis, mas seu coração era de Jesus. E o amor que o guiava era incondicional, de todo mundo, além das referências de raça, religião, sexo ou cultura. Aquele amor que ama a prostituta e a dona de casa, o plebeu e o rei, o materialista e o religioso, o tolo e o sábio, o ocidental e o oriental, o homem e a mulher, o velho e a criança, os bichinhos e os espíritos da natureza. Aquele amor que opera em silêncio e que só quem viaja espiritualmente nas suas ondas em serviço a favor do mundo sabe. Aquele amor, pai da poesia, mãe da canção e fonte inspiradora de textos criativos, viagens espirituais enobrecedoras da consciência e toques sadios. Aquele amor que possuiu o Francisco dos bichinhos e que iluminou seus passos desde então. Aquele amor que arrebatou seu espírito para os planos celestes e tornou-o o Chiquinho dos sofredores, o homem simples que ajuda invisivelmente a humanidade com suas preces luminosas e seu coração generoso. O Chiquinho de Jesus, um mestre estelar que ajuda os homens em silêncio, mas que só os bichinhos e os espíritos da natureza continuam testemunhando sua ação luminosa. O Chiquinho do amor, a quem homenageio com esses pobres escritos que nasceram de um coração que sempre se lembra com admiração da prece que ele ensinou: "Senhor, faz de mim um instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve amor. Onde houver discórdia, que eu leve união. Onde houver erro, que eu leve verdade. Onde houver dúvida, que eu leve a fé. Senhor, faz de mim um instrumento de vossa paz. Onde houver ofensa, que eu leve o perdão. Se há desespero, que eu leve a esperança. Onde há tristeza, que eu leve a alegria. Onde houver trevas, que eu leve a luz. Ó mestre, faz com que eu procure mais Consolar do que ser consolado. Ó mestre, faz com que eu procure mais Compreender, do que ser compreendido. Ó mestre, faz com que eu sempre Procure mais amar, do que ser amado. Porque é dando que nós recebemos. É perdoando que nós somos perdoados. E é morrendo que nós nascemos Para a vida eterna. Amém." (Oração de Francisco de Assis). Aqui e agora, nas luzes do século XXI e agradecendo as ondas de um oceano de amor que chega e beija as areias das praias do meu coração espiritual, lembro-me do Chiquinho do amor e de Jesus, o amigo dos homens. E penso naqueles homens e mulheres que estão voltando agora de uma dura jornada de trabalho em meio ao tráfego da cidade de São Paulo (o meu templo iniciático de concreto cinzento que tanto me ensina a viver entre os homens) e que acordaram muito cedo para a labuta diária. Esses homens e mulheres anônimos que tanto admiro por sua tenacidade e esforço digno para sobreviver em meio a tantos problemas... Essas pessoas que tenho certeza de que Jesus e Chiquinho do amor estão abraçando no silêncio da compaixão regeneradora. Esses meus irmãos de caminhada terrena pelos quais meu coração ora em silêncio em agradecimento por suas lições de bravura e ombridade dentro do caos urbano. Aqui, nas luzes do século XXI e vivendo em uma das maiores cidades do planeta, só tenho a agradecer aquele amor que ilumina meu coração e me faz voar espiritualmente contente por ter acesso às vibrações da Espiritualidade e sabedor de que muitos não têm esse acesso por falta de recursos e que estão presos agora em um engarrafamento estúpido ali na av. Paulista e em outros lugares. Que um abraço invisível possa ajudá-los na dura caminhada da experiência diária entre as pessoas, pois essa é a maior prova iniciática que existe.** Paz e luz.
- Wagner D. Borges - São Paulo, 29 de agosto de 2001, as 19:30h
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