nl04_18_Palavras de benfeitora
CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e
Estudo do Espiritismo
Sala Virtual de Estudos Nosso Lar
Estudo das obras de André Luiz
Livro em estudo: Libertação
Tema: Palavras de benfeitora
Referência: Capítulo XVIII
TRECHOS DO CAPÍTULO
A reunião noturna guardava-nos
surpreendente alegria.
(...)
Recomendou-nos o esquecimento dos velhos
erros e aconselhou-nos atitude interior de sublimada esperança, emoldurada em
otimismo renovador, a fim de que as nossas energias mais nobres fossem ali
exteriorizadas. Esclareceu que um caso de socorro, quando orientado nos princípios
evangélicos, qual sucedia no problema de Margarida, é sempre suscetível de
comunicar alívio e iluminação a muita gente, elucidando, ainda, que ali nos
encontrávamos para receber a bênção do Plano Superior, mas, para isso,
tornava-se imperioso guardar inequívoca posição de superioridade moral, porque
o pensamento, em reunião qual aquela, punha em jogo forças individuais de suma
importância no êxito ou no fracasso do tentame.
(...)
_ Senhor Jesus (...)
(...)
Sabemos que nunca nos impediste o acesso aos
celeiros da graça divina e não ignoramos que a tua luz, quanto a do Sol, cai
sobre santos e pecadores, justos e injustos... Mas nós, Senhor, nos achamos
atrofiados pela própria imprevidência. Temos o peito ressecado pelo egoísmo e
os pés congelados na indiferença, desconhecendo o próprio rumo.(...)
(...)
Dentro da extensa noite que improvisamos
para nós mesmos, pelo abuso dos benefícios que nos emprestaste, possuímos tão
somente a lanterna bruxuleante da boa vontade, que a ventania das paixões pode
apagar de um momento para outro.
(...)
Distanciados, agora, do corpo de carne, não
nos deixes cadaverizados no egoísmo e na discórdia.
Envia-nos, magnânimo, os mensageiros de tua
bondade infinita, para que possamos abandonar o sepulcro de nossas antigas
ilusões!
(...)
O instrutor parecia vacilante, embora o
halo radioso que lhe cobria gloriosamente a cabeça veneranda.
Chamou-me num sopro e informou:
_ André, dirige os trabalhos da reunião,
enquanto devo fornecer recursos à materialização de nossa benfeitora Matilde.
Vejo-a ao nosso lado, esclarecendo haver chegado a noite longamente esperada
por seu coração materno. Antes do reencontro com Gregório, em companhia de
bem-aventuradas entidades que a assistem, pretende quantos aqui hoje se
candidatam ao serviço preparatório de ingresso em círculos superiores.
Tremi, perante a ordem, mas não hesitei.
Tomei-lhe o lugar, sem detença, enquanto o
sábio mentor se recolhia a dois passos de nós, em profunda meditação.
(...)
Mais alguns instantes e Matilde surgiu
diante de nós, venerável e bela.
O fenômeno da materialização de uma
entidade sublimada ali se fizera prodigioso aos nossos olhos, em processo quase
análogo ao que se verifica nos círculos carnais.
(...)
_ Meus amigos, todos guardais a hora feliz
de abençoado retorno à esfera do recomeço; entretanto, a dádiva do vaso de
carne é inapreciável bênção divina.
Não busqueis a reencarnação tão somente
pela ânsia de olvido, nos sonhos do mundo que as tentações do campo inferior
podem transformar em pesadelo.
A vida que conhecemos, até agora, é
contínuo processo de aperfeiçoamento.
Não basta desejar. É imprescindível
orientar o desejo na direção do Bem Infinito.
(...)
_ Não julgueis seja eu excepcional
emissária do reino de luz. Sou humilde servidora, sem outro crédito perante o
eterno Doador que não seja o de boa vontade. Meus pés jazem ainda marcados pelo
pretérito obscuro e meu coração ainda guarda cicatrizes recentes e
profundas de experiências amargurosas, que os dias incessantes, até agora, não
conseguiram apagar.
Não me confirais, portanto, nomes e títulos
que não possuo. Sou simplesmente vossa irmã de luta, interessada em acordar-vos
para a sublimidade do futuro.
Nosso coração é um templo que o Senhor
edificou, a fim de habitar conosco para sempre.
Gloriosas sementes de divindade esperam-nos
a harmonia e o ajustamento interiores para desabrocharem, dentro de nós mesmos,
arrebatando-nos às esferas resplandecentes.
A aquisição das virtudes iluminativas, no
entanto, não constitui serviço instantâneo da alma, suscetível de efetuar-se de
momento para outro.
Somos, cada qual de nós, um ímã de elevada
potência ou um centro de vida inteligente, atraindo forças que se harmonizam
com as nossas e delas constituindo nosso domicílio espiritual.(...) Todos nós
exteriorizamos energias, com as quais nos revestimos, e que nos definem muito
mais que as palavras.
De que valeria o retorno à oficina da
carne, sem conhecimento das obrigações que nos competem, ante a Justiça Divina?
Que nos adiantaria o temporário esquecimento do passado, sem nos integrarmos na
responsabilidade, a maior força capaz de nos socorrer nos círculos de matéria
densa e que se traduz em tendência nobre a persistir conosco?
A volta à vestimenta física é uma bênção
que poderemos conseguir à custa de generosas intercessões , quando nos faleçam
méritos para obtê-la, no instante oportuno, por nós mesmos, tanto quanto é
possível conseguir trabalho digno na Esfera da Crosta, movimentando amigos que
nos conduzam aos objetivos disputados; no entanto, qual ocorre a muitos
encarnados que se localizam em respeitáveis quadros de serviço, tão só para
usarem direitos que nada fizeram pelos merecer, com flagrante abuso das leis
que nos regem as ações, muitas almas procuram o santuário da carne, formulando
precipitadas promessas, e nele penetram agravando os próprios débitos. Tímidas,
levianas ou inconseqüentes, aproveitam o estágio bendito na Região da Neblina,
para repetiram as mesas faltas de outra época, com absoluta perda do tempo, que
é patrimônio do Senhor.
(...)
_ Rogais o regresso à sombra protetora da
carne, no propósito de desfazer os sinais desagradáveis que vos marcam a veste
espiritual. Contudo, já armazenastes suficiente força para esquecer os males
que vos foram causados na Crosta da Terra? reconheceis os vossos erros, a ponto
de aceitar a necessária retificação? Fortalecestes o ânimo, a fim de examinar
as necessidades que vos são peculiares, sem aflições alucinatórias? Aprendestes
a servir com o Cordeiro Divino, até ao sacrifício pessoal na cruz da
incompreensão humana, anulando na própria alma as zonas viciadas de sintonia
com os poderes das trevas? Já auxiliastes os companheiros de caminho evolutivo
e salvador com a intensidade e a eficiência que vos justifiquem a rogativa de
colaboração intercessora? Que boas obras já efetuastes a fim de rogardes novos
recursos do Céu? Com quem contais para vencer nas experiências porvindouras?
Acreditais, porventura, que o lavrador recolherá sem plantar? Armazenastes
bastante serenidade e entendimento no coração, de modo a não vos intoxicardes
amanhã, no plano físico, sob o bombardeio sutil dos raios pardos da cólera, da
inveja ou do ciúme nefasto? Permaneceis convencidos de que ninguém se aquecerá
ao Sol Divino, sem abrir o próprio coração às correntes da Luz Eterna?
Ignorais, acaso, que é preciso igualmente trabalhar para que se mereça a bênção
de um templo carnal na Terra? Que amigos beneficiastes para pedir-lhes a
ternura e o sacrifício da paternidade e da maternidade no mundo, em vosso
favor?
Não vos iludais.
(...)
Para nós, porém, senhores de vigorosa
inteligência, que já respiramos em centenas de formas diversas e que já
atravessamos vários climas evolutivos, ofendendo e sendo ofendidos, amando e
odiando, acertando e errando, resgatando débitos e contraindo-os, a vida não
pode resumir-se a mero sonho, como se a reencarnação constituísse simples
processo de anestesia da alma.
É indispensável, pois, que nos refaçamos,
aprimorando o tom vibratório de nossa consciência, alargando-a para o bem
supremo e iluminando-a à claridade renovadora do Divino Mestre.
A mente humana, honrando os patrimônios
celestiais que lhe foram conferidos, não poderá vegetar, à feição do arbusto
enfezado que nada produz de útil na economia do orbe, nem deve imitar o
irracional que se localiza na retaguarda da inteligência incompleta.
Uma existência entre os homens, por mais
humilde, para nós outros é acontecimento importante demais para que o
apreciemos sem maior consideração. Todavia, sem abraçar a noção de
responsabilidade individual, que nos deve marcar o esforço de santificação,
qualquer empresa dessa ordem é arriscada, porque em nosso aprendizado
intensivo, na recapitulação, cada Espírito, segue sozinho no círculo dos
próprios pensamentos, sem que os companheiros de jornada, com raríssimas
exceções, lhe conheçam as esperanças mais nobres e lhe partilhem as aspirações
dignificadoras. Cada criatura encarnada permanece só, no reino de si mesma, e
faz-se indispensável muita fé e suficiente coragem para marcharmos
vitoriosamente, sob o invisível madeiro redentor que nos aperfeiçoa a vida, até
ao Calvário da suprema ressurreição.
(...)
_ Como iniciar o esforço de minha
restauração?
(...)
_ Outros irmãos, não longe de nós,
suportando a carga das mesmas culpas, peregrinam, desditosos, entre o pesadelo
e a aflição inomináveis. Abre teu coração para eles. Começarás ajudando-os a
enxergar a senda regenerativa, alimentando-os com esperanças e ideais novos e
atraindo-os ao trabalho de sublimação, pelo esforço, na constante aplicação do
bem. Sofrer-lhes-ás as injúrias, os remoques, as incompreensões, mas
descobrirás um meio de ampará-los com eficiência e brandura. Depois de
semelhante sementeira, , principiarás a recolher as bênçãos da paz e de luz,
porquanto, o Espírito que ensina com amor, embora delituoso e imperfeito, acaba
aprendendo as mais difíceis lições da responsabilidade que adquire,
transmitindo a outros revelações salvadoras que lhe não pertencem. Realizando
esse serviço nobilitante, retomarás, então, mais tarde, o corpo físico,
recapitulando os ensinamentos que gravaste na mente interessada em renovar-se.
Reencontrarás, daí em diante, mil motivos para a cólera violenta; e a tentação
de eliminar adversários, prostrando-os a golpe mortal, visitar-te-á com
freqüência o coração. Se souberes , porém, e, sobretudo, se
quiseres vencer os próprios impulsos destrutivos, quando te encontrares em
plena e abençoada luta na "esfera do recomeço", plantando amor e paz,
luz e aperfeiçoamento, ao redor dos teus pés, então terás demonstrado
aproveitamento real e efetivo das dádivas recebidas e revelar-te-ás preparado
para maior ascensão.
(...)
_ Grande mensageira do bem (...) Que
farei para retornar à paz? Como traduzir o arrependimento que me enche a alma
de infinita amargura?
(...)
_ Milhares de seres, despojados da
roupagem fisiológica, estertoram em zona próxima, sob o guante cruel das
paixões a que se algemaram, invigilantes. Poderás encetar o reajustamento de
tuas energias, dedicando-te, nos círculos próximos ao levantamento dos
sofredores de boa vontade. Com esquecimento de ti mesma, arrebatarás muitos
Espíritos, cadaverizados no abuso, aos pântanos de dor em que se debatem.
Plantarás na mente deles novos princípios e novas luzes, consolando-os e
transformando-os, a caminho da harmonia divina, reconquistando, por tua vez, o
direito de regresso ao campo bendito da carne. Reconduzida, então, à abençoada
escola terrestre, receberás, talvez, a prova terrível da beleza física, a fim
de que o contacto com as tentações da própria natureza inferior te retempere o
aço do caráter, se conseguires manter fidelidade suprema ao amor santificante.
Esta é a lei, minha filha! Para que nos reergamos com segurança, depois da
queda ao precipício, é imprescindível auxiliar quantos se projetaram nele, consolidando,
ante as dores alheias, a noção da responsabilidade que nos deve presidir às
ações porvindouras, de modo que a reencarnação não se converta em novo mergulho
no egoísmo. O único recurso de fugirmos definitivamente ao mal é o apoio
constante no Bem infinito.
(...)
_ E que nenhum de nós admita o acesso
fácil aos tesouros eternos, tão só porque atualmente nos vejamos libertos das
cadeias beneméritas do corpo de carne. O Senhor criou leis imperecíveis e
perfeitas para que não alcancemos o Reino da Divina Luz, ao sabor do acaso, e
Espírito algum trairá os imperativos sábios do esforço e do tempo! Quem
pretende a colheita de felicidade no século vindouro, comece desde agora a
sementeira de amor e paz.
(...)
QUESTÕES INICIAIS PARA NOSSO ESTUDO:
01) Gúbio, no início do capítulo, recomenda
a posição de superioridade moral, uma vez que o pensamento em reunião como
aquela punha em jogo forças individuais que penderiam para o êxito ou não da
tarefa. Assim:
a) O que é o pensamento? O que significa?
Qual sua força?
b) Qual a importância do pensamento? Por
que?
02) Em determinado momento, a fim de poder
ser medianeiro a Matilde, Gúbio chama André Luiz e pede que ele assuma a
direção dos trabalhos. Qual deve ser, pois, a nossa posição quando chamados ao
trabalho no bem? Justificar.
03) Comentar as seguintes assertivas:
a) "Nosso coração é um templo que o
Senhor edificou, a fim de habitar conosco para sempre.
Gloriosas sementes de divindade esperam-nos
a harmonia e o ajustamento interiores para desabrocharem, dentro de nós mesmos,
arrebatando-nos às esferas resplandecentes.
A aquisição das virtudes iluminativas, no
entanto, não constitui serviço instantâneo da alma, suscetível de efetuar-se de
momento para outro."
b) "Somos, cada qual de nós, um ímã de
elevada potência ou um centro de vida inteligente, atraindo forças que se
harmonizam com as nossas e delas constituindo nosso domicílio espiritual. (...)
Todos nós exteriorizamos energias, com as quais nos revestimos, e que nos definem
muito mais que as palavras."
c) "Para nós, porém, senhores de
vigorosa inteligência, que já respiramos em centenas de formas diversas e que
já atravessamos vários climas evolutivos, ofendendo e sendo ofendidos, amando e
odiando, acertando e errando, resgatando débitos e contraindo-os, a vida não
pode resumir-se a mero sonho, como se a reencarnação constituísse simples
processo de anestesia da alma.
É indispensável, pois, que nos refaçamos,
aprimorando o tom vibratório de nossa consciência, alargando-a para o bem
supremo e iluminando-a à claridade renovadora do Divino Mestre."
d) "(...) Todavia, sem abraçar a noção
de responsabilidade individual, que nos deve marcar o esforço de santificação,
qualquer empresa dessa ordem é arriscada, porque em nosso aprendizado
intensivo, na recapitulação, cada Espírito, segue sozinho no círculo dos
próprios pensamentos, sem que os companheiros de jornada, com raríssimas
exceções, lhe conheçam as esperanças mais nobres e lhe partilhem as aspirações
dignificadoras. Cada criatura encarnada permanece só, no reino de si mesma, e
faz-se indispensável muita fé e suficiente coragem para marcharmos
vitoriosamente, sob o invisível madeiro redentor que nos aperfeiçoa a vida, até
ao Calvário da suprema ressurreição."
e) "E que nenhum de nós admita o
acesso fácil aos tesouros eternos, tão só porque atualmente nos vejamos
libertos das cadeias beneméritas do corpo de carne. O Senhor criou leis
imperecíveis e perfeitas para que não alcancemos o Reino da Divina Luz, ao
sabor do acaso, e Espírito algum trairá os imperativos sábios do esforço e do
tempo! Quem pretende a colheita de felicidade no século vindouro, comece desde
agora a sementeira de amor e paz"
04) Qual(is) o(s) ensinamento(s) que
podemos apreender da palestra de Matilde? Justificar
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA:
LE ( questões 166/171 - Capítulos VII e
XII)
ESE (Capítulos: III, IV, XI, XII, XV)
C
O N C L U S Ã O
Como vimos no capítulo anterior, o lar de
Margarida transformara-se num posto de socorro espiritual, para
onde
acorreu um grande número de espíritos
sofredores, em busca de ajuda. O instrutor Gúbio aproveitou para reunir todos
numa grande assembléia, à qual compareceu a benfeitora
Matilde, espírito de grande elevação, que intercedera
em favor d Margarida, sua filha em passagem pretérita. Proferiu a benfeitora
instrutiva palestra, com sábios ensinamentos e orientações aos presentes sobre
a realidade da nossa existência.
QUESTÕES
PROPOSTAS PARA ESTUDO
1) Gúbio, no início do capítulo, recomenda
a posição de superioridade moral, uma vez que o pensamento em reunião como
aquela punha em jogo forças individuais que penderiam para o êxito ou não
da tarefa. Assim:
a) O que é o pensamento? O que significa?
Qual sua força?
Segundo definiu o instrutor Gúbio, o
pensamento é "força criadora de nossa própria alma e, por isto mesmo, é a continuação
de nós mesmos. Através dele, atuamos no meio em que vivemos e agimos,
estabelecendo o padrão de nossa influência, no bem ou no mal." Ou seja, é
uma criação que resulta do uso que fazemos do nosso livre-arbítrio, refletindo
o estágio de evolução moral e intelectual em que nos encontramos.
Sua força está no fato de se materializar e
ganhar o espaço, através do fluido cósmico universal em que vivemos
mergulhados.
b) Qual a importância do pensamento? Por
que?
Mergulhando no fluido cósmico universal, o
pensamento é levado por esse fluido a distâncias ilimitadas, chegando às mentes
de encarnados e desencarnados.
Com isso, cria um
vínculo fluídico entre os que se
afinizam por pensamentos da mesma natureza. É essa natureza
do pensamento que vai definir a nossa
sintonia vibratória espiritual, que será boa ou má, conforme a
qualidade do pensamento que emitimos.
2) Em determinado momento, a fim de poder
ser medianeiro a Matilde, Gúbio chama André Luiz
e pede que ele assuma a direção dos trabalhos. Qual deve ser,
pois, a nossa posição quando chamados ao trabalho
no bem?
Justificar.
O obreiro, quando chamado ao trabalho no
bem, deve se apresentar incondicionalmente, sem indagar quanto ao salário.
Devemos estar sempre preparados e pronto para o trabalho, que por vezes se nos
apresenta quando não esperamos, como aconteceu com André
Luiz. O nosso comportamento deve ser o mesmo adotado por esse benfeitor, que
"tremeu", segundo sua própria linguagem, posto que não a esperava,
mas não demonstrou hesitação, pondo-se, desde logo, a serviço.
No capítulo XX de "O
Evangelho Segundo o Espiritismo", há uma mensagem do Espírito de Verdade, em
que ele ensina:
"Ditosos serão os que houverem
trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse e sem outro móvel, senão a
caridade! Seus dias de trabalho serão pagos pelo cêntuplo do que tiverem
esperado. Ditosos os que hajam dito a seus irmãos: "Trabalhemos juntos e
unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre acabada a
obra", porquanto o Senhor lhes dirá: "Vinde a mim, vós
que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio
aos vossos ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse dano para
a obra!” Mas, ai daqueles que, por efeito das suas dissensões, houverem
retardado a hora da colheita, pois a tempestade virá e eles serão levados no
turbilhão!"
3) Comentar as seguintes assertivas:
a) "Nosso coração é um templo que o
Senhor edificou, a fim de habitar conosco para sempre.
Gloriosas sementes de divindade esperam-nos
a harmonia e o ajustamento interiores para desabrocharem, dentro de nós mesmos,
arrebatando-nos às esferas resplandecentes.
A aquisição das virtudes iluminativas, no
entanto, não constitui serviço instantâneo da alma, suscetível de efetuar-se de
momento para outro."
O reino de Deus está dentro de nós. Muitos
o esperam numa região demarcada, que denominam "céu", para onde esperam
ir após a "morte". No entanto, não precisamos "morrer" para
encontrá-lo. Ele já está ao nosso alcance, no nosso coração, que, como disse
Matilde, é um templo que Deus edificou para que o habitemos com Ele.
Como ensinou Jesus, vós sois deuses.
Temos a divindade dentro de nós, em forma de
sementes, que desabrocharão à medida que formos nos amoldando à sua
Lei, despojando-nos de nossos sentimentos inferiores e entrando
em sintonia com a perfeita harmonia do Universo. Quando alcançarmos esse objetivo, seremos,
então, arrebatados às esferas resplandecentes, como disse a benfeitora.
Todavia, são aquisições que somente alcançaremos com muita luta, muita dor,
muito sofrimento e muita renúncia em favor do próximo, através das
reencarnações sucessivas. Ninguém se sublimará de um momento para o outro.
b) "Somos, cada qual de nós, um ímã de
elevada potência ou um centro de vida inteligente, atraindo forças que se harmonizam
com as nossas e delas constituindo nosso domicílio espiritual. (...) Todos nós exteriorizamos energias,
com as quais nos revestimos, e que nos definem muito mais que as
palavras."
É a lei de sintonia explicada de maneira
clara e simples. Através de nossos atos e pensamentos, emitimos energias, fluidos,
que podem ser bons ou maus, de acordo com a qualidade do que agimos e pensamos.
Por intermédio dessa emanação fluídica, atraímos forças magnéticas
de idêntica natureza, que se harmonizam com as que emitimos e nas quais
estaremos mergulhados, sofrendo suas influências no campo físico e
psíquico. Essa emanação fluídica que emitimos é a nossa verdadeira
identidade. Por isso é que, no plano espiritual, o espírito não tem como disfarçar
sua evolução, suas intenções e seus sentimentos. Sem a proteção do corpo
físico, o espírito se desnuda e não mais pode se utilizar de
aparências nem de palavras ocultar sua real situação.
c) "Para nós, porém, senhores de
vigorosa inteligência, que já respiramos em centenas de formas diversas e que
já atravessamos vários climas evolutivos, ofendendo e sendo
ofendidos, amando e odiando, acertando e errando,
resgatando débitos e contraindo-os, a vida não pode resumir-se a mero sonho,
como se a reencarnação constituísse simples processo de anestesia da
alma. É indispensável, pois, que nos refaçamos, aprimorando o tom
vibratório de nossa consciência, alargando-a para o bem supremo e
iluminando-a à claridade renovadora do Divino Mestre."
Significa que não devemos levar uma vida
contemplativa, abstendo-nos do trabalho pela nossa sobrevivência e pelo auxílio
ao próximo. A reencarnação é uma oportunidade de crescimento que deve ser
utilizada para a busca do nosso aperfeiçoamento moral e intelectual,
despojando-nos dos nossos vícios e imperfeições e melhorando a qualidade
da nossa freqüência vibratória e deixando penetrar em nossa consciência a
luz de Jesus, que nos renova e fortalece.
d) "(...) Todavia, sem abraçar a noção
de responsabilidade individual, que nos deve marcar o esforço de santificação, qualquer
empresa dessa ordem é arriscada, porque em nosso aprendizado intensivo, na
recapitulação, cada Espírito, segue sozinho no círculo dos próprios
pensamentos, sem que os companheiros de jornada, com raríssimas exceções, lhe
conheçam as esperanças mais nobres e lhe partilhem as aspirações dignificadoras.
Cada criatura encarnada permanece
só, no reino de si mesma, e faz-se indispensável muita fé e
suficiente coragem para marcharmos vitoriosamente, sob o invisível
madeiro redentor que nos aperfeiçoa a vida, até ao Calvário da suprema ressurreição."
Embora sejamos seres cósmicos, vivendo numa
coletividade em que todos dependem de todos, a evolução se faz individualmente.
Cada um é o responsável pelo seu futuro, pelo êxito ou fracasso da sua
reencarnação. O nosso apesar de caminhar junto conosco, não conhece
as nossas necessidades evolutivas, o que nos faz permanecermos sós, no reino de
nós mesmos, como disse a benfeitora. Por isso é indispensável muita fé
e coragem para prosseguirmos a caminhada, tendo sempre em mente que Jesus está
à frente do processo.
e) "E que nenhum de nós admita o
acesso fácil aos tesouros eternos, tão só porque atualmente nos vejamos libertos
das cadeias beneméritas do corpo de carne. O Senhor criou leis imperecíveis e
perfeitas para que não alcancemos o Reino da Divina Luz, ao sabor do acaso, e
Espírito algum trairá os imperativos sábios do esforço e do tempo! Quem pretende
a colheita de felicidade no século vindouro, comece desde agora a sementeira de
amor e paz"
"Porque o Filho do homem há de vir na
glória de seu Pai, com os seus anjos; e então retribuirá a cada um segundo as
suas obras."
Esse é o ensinamento de Jesus, narrado por
Mateus em seu Evangelho, que a benfeitora Matilde traduziu através
dessas belas palavras. Ninguém se sublimará sem esforço e trabalho, pois a lei
de Deus é justa e igual para todos, não contemplando privilegiados.
Colhemos hoje o que plantamos ontem e colheremos amanhã o que plantarmos hoje.
Recomenda a benfeitora que comecemos a plantação desde já, tendo como adubo o
amor e a paz.
4) Qual(is) o(s) ensinamento(s) que podemos
apreender da palestra de Matilde?
Justificar.
Como vimos acima, a bela oração de Matilde
nos traz preciosos ensinamentos. Mostra-nos que somos uma centelha divina, que
trazemos a divindade dentro de nós, adormecida, esperando que despertemos para
ela; que é indispensável nos mantermos sintonizados com os bons espíritos,
alimentando-nos de bons atos e pensamentos; que ninguém ganhará o reino dos
céus sem esforço no sentido do bem; que somos os únicos responsáveis pelo nosso
destino; que as leis de Deus são misericordiosas, mas também justas e não
dispensa ninguém do trabalho.
Muita paz a todos.
Sala Nosso Lar
C V D E E
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