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domingo, 25 de março de 2018

11. I Coríntios 13, o conhecimento pleno e a prática do Amor


**INFORMAÇÃO ESPÍRITA**


A fé sem obras está morta


**11.  I Coríntios 13, o conhecimento pleno e a prática do Amor

Neste tópico, existe a tão alegada tentativa de se desassociar a caridade do amor e vice-versa, como se a caridade pregada no Espiritismo fosse esse espantalho, engendrado pelos contraditores. Devido a isso, iremos ao cerne da questão, a fim de dirimir as dúvidas decorrentes. Todavia, sabemos através de Lc 17:21, que sobre “o Reino de Deus está em cada um de nós”, cuja explanação realizada e amplamente comentada está no tópico "Seremos salvos ou temos que nos salvar?". Adentrando neste quesito, sabemos que, segundo versão da Bíblia Anotada:

Agape é mais que afeição mútua; expressa a valorização altruísta no objeto amado. (Bíblia Anotada)

O Amor é mais do que a afeição mútua em amar aqueles que nos amam, ou seja, das pessoas, umas para com as outras, já que o Amor expressa a valorização altruísta no objeto amado indistintamente. Em outras palavras, altruísta é o próprio altruísmo a quem amamos e vamos ao significado desta palavra para entender melhor:

Altruísta s. 2 gén.,
pessoa que pratica o altruismo;
pessoa cheia de filantropia;
adj. 2 gén.,
relativo ao altruísmo;
filantropo. Altruísmo do Fr. Altruisme
s. m.,
disposição para se interessar e dedicar ao próximo;
amor ao próximo;
abnegação;

filantropia. Como foi dito na nota de rodapé da Bíblia Anotada que o Amor expressa a valorização altruísta no objeto amado. Recorremos ao significado da palavra altruísta e altruísmo, onde este nos deu a certeza de que não basta ter uma afeição mútua, é preciso ser filantropos, ou seja, não esperar retorno do que realizamos em favor daqueles que amamos (Mt 6:2-3) e dos que nos perseguem, é ainda preciso ter a disposição para se interessar e dedicar ao próximo, e esta postura só será possível através da abnegação em favor daqueles que amamos e mais, daqueles que estão fora do nosso circulo de afeição e até por aqueles que nos odeiam.

Após a versão da nota de rodapé da Bíblia de Jerusalém, ela vem a nos esclarecer ainda mais o que estamos descortinando:

À diferença do amor passional e egoísta é a caridade (agape) é um amor de dileção, que quer o bem do próximo (Bíblia de Jerusalém).

Vemos que somente a prática da caridade (agape) que se pode opor ao amor passional e egoísta e foi isto que demonstramos. Este é o que Paulo realmente enfatiza, sobre este amor que não espera retorno, se interessa e dedica-se ao próximo através da abnegação, realizando tudo o que gostaria que vos fizesse e isso será possível somente através das boas obras, ou obras de Amor (caridade) pela qual realmente iremos chegar à plenitude do amor ao próximo, assim como o Mestre nos amou e vivenciou esta realidade em seus atos.

Após estes esclarecimentos acima, vemos o seguinte questionamento dos que aceitam a graça pela fé apenas: “não há nenhuma inferência de que seja o Amor de Deus para com conosco e sim o nosso sentimento para como o próximo?” Diante do contexto de I Co 13 não há realmente a inferência de que seja o amor de Deus para conosco, e sim do nosso amor como um dom supremo e que leva a perfeição. Voltando ao texto de Paulo, os que aceitam a graça pela fé apenas dizem que “este texto de 1 Co 13 fala somente do agape como o amor de Deus, texto e contexto analisados”. Após esta afirmação de que o texto e contexto afirmam o amor (agape) de Deus. Se nesta trata do amor de Deus, como poderíamos exercer este amor então? Através das obras? Ou da fé? A lógica do texto nos mostra que iremos exercer este sentimento somente através das obras de amor (ágape / caridade).

Conforme explanado anteriormente que o sentido do amor nesta passagem é amplo, geral e irrestrito, numa alusão ao Amor de Deus, segundo este amor, o que apontamos é que neste contexto este amor se reflete sobre a caridade (agape) é um amor de dileção, que quer o bem do próximo (Bíblia de Jerusalém). Segundo os que aceitam a graça pela fé apenas, nos questionam: “como explicar o versículo 3 do referido capítulo? E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria”. Ocorre que o amor (ágape / caridade) não é somente doar todos seus bens materiais aos mais necessitados, é preciso ter a disposição para se interessar e dedicar ao próximo, e esta postura só será possível através da abnegação em favor deles. É isto o que Paulo quis dizer e que viria a ser o pleno conhecimento e a perfeição, para o que era ainda imperfeito. O verso 5 explica isso: "...não busca os seus interesses...". Espero que também não esqueça o verso 2.

Agora, dentro deste mesmo contexto e defesa da alegação dos que aceitam a graça pela fé apenas, não haveria lógica em “distribuir todos os meus bens para sustento dos pobres (= caridade) e... não ter caridade?” O que mencionamos é que a caridade não é somente isso e foi o que demonstramos acima. No entanto, o agape de Deus por nós em nos entregar Jesus (Jo 3:16) para que por meio Dele fôssemos salvos, devido a direção das atitudes que devemos ter, a fim de alcançar o grau de pureza dos espíritos de escol, disso não duvidamos, mas como seria o nosso amor ao próximo? Somente se nos entregarmos por ele através do agape com a abnegação e a dedicação a cada um de nosso semelhante indistintamente. Por este motivo que acreditamos que somente através das obras de amor (agape) é que poderemos chegar ao conhecimento pleno e por isso que elas estão acima da fé, bem como:

Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor (ágape / caridade). (I Co 13:13)

Ter apenas fé em Jesus, sem por os seus ensinamentos em prática, é fé morta e sem capacidade de nos dar a condição de chegar à perfeição. Assim sendo, somente através das obras de amor que estaremos em condições de atingir o conhecimento pleno.


Thiago Toscano Ferrari



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