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sexta-feira, 30 de março de 2018

15. As Obras da Lei e as Boas Obras segundo Paulo - PARTE 1


**INFORMAÇÃO ESPÍRITA**

A fé sem obras está morta



**15. As Obras da Lei e as Boas Obras segundo Paulo**

PARTE 1

Partiremos da premissa sobre a visão de Jesus acerca das obras da lei, sendo elas ‘rituais’, ‘festas’, ‘cerimoniais’, ‘dogmas’, ou quaisquer exigências tais como ‘dízimos’, guardar os ‘sábados’ e coisas deste tipo. Acreditamos que sobre os fundamentos lançados pelo Mestre, objetivaremos chegar à distinção de Paulo sobre as obras da lei e boas obras.

Dos dois grandes mandamentos, segundo Jesus, dependem a Lei e os Profetas e estes nos dão a mérito e demérito sobre o nosso galardão, tão logo praticarmos estes dois maiores mandamentos, o que seria imprescindível, a fim de atingirmos a plenitude de nossa consciência e, por conseguinte, a nossa salvação. Segundo Jesus, estes dois grandes mandamentos estavam na Torah, mas não eram praticados, tanto que após a citação da passagem de Mt 22:36-40, Jesus faz uma série de advertências, as quais estão registradas em Mt 22:41-46; 23:1-39. Não citaremos todas as passagens por ser desnecessário, mas comentaremos pontos importantes, a fim de definirmos as advertências de Jesus sobre obras da legalidade judaica, sendo estas baseadas nas credenciais e rituais da fé e não na prática da essência da Torah.

1ª Advertência - Então falou Jesus às multidões e aos seus discípulos, dizendo: Na cadeira de Moisés se assentam os escribas e fariseus. Portanto, tudo o que vos disserem, isso fazei e observai; mas não façais conforme as suas obras; porque dizem e não praticam. (Mt 23:1-3). Ou seja, eram hipócritas em pregar, pois não praticavam nada do que diziam.

2ª Advertência - Todas as suas obras eles fazem a fim de serem vistos pelos homens; pois alargam os seus filactérios, e aumentam as franjas dos seus mantos; (Mt 23:5). Davam mais importância às exterioridades do que à prática da essência da Torá.

3ª Advertência - gostam do primeiro lugar nos banquetes, das primeiras cadeiras nas sinagogas, das saudações nas praças, e de serem chamados pelos homens: Rabi. (Mt 23:6-7). Davam muita importância ao fato de serem reconhecidos pelos homens com título de justos, mas negavam a humildade de servir, sem serem notados por homens.

4ª Advertência - Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque fechais aos homens o reino dos céus; pois nem vós entrais, nem aos que entrariam permitis entrar. [Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque devorais as casas das viúvas e sob pretexto fazeis longas orações; por isso recebereis maior condenação]. (Mt 23:13-14) Muitas palavras e poucas atitudes.

5ª Advertência - Fariseu cego! limpa primeiro o interior do copo, para que também o exterior se torne limpo. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia. (Mt 23:26-27). Adornavam a aparência de justos, mas não praticavam a essência da Torah, dando uma maior importância às exterioridades das liturgias religiosas e os prosélitos dos homens.

6ª Advertência - Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade. (Mt 23:28). É o que temos afirmado os que se acham justos aos próprios olhos não têm este comportamento de sempre tecerem julgamentos sobre todas as pessoas e demais crenças, que parecem justos aos olhos dos homens, se consideram filhos de Deus e salvos, mas, em seu interior são como sepulcros caiados pela hipocrisia de pregarem aquilo que não praticam.

Esta é a definição de Paulo, sobre estas exterioridades da Lei Mosaica que ele combatia tão veementemente. Jesus também lutava contra este comportamento farisaico, contra a hipocrisia dos que observavam a Lei, mas não praticavam a essência da Torah, que era em "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo". Paulo não poderia descartar estes dois grandes mandamentos em detrimento da fé como meio exclusivo de se chegar ao Pai, numa passagem isolada de Efésios em detrimento de todo o restante das Escrituras que dizem repetidamente "A cada um segundo as suas obras", e inclusive ratificado por Jesus.

Conforme foi esclarecido acima de como eram estas obras da lei que tanto foram combatidos por Jesus e, por conseguinte, através de Paulo, entendo que o Paulo Neto, quando cita o Palhano Jr, este se baseia em fontes não espíritas para corroborar o que temos dito e que eles desenvolveram. Antes de adentrar sobre tal assunto, acerca do tema debatido sobre a “lei de Moisés, lei de Deus, cumprimento da lei”.

Ademais, seria interessante reprisar as fontes citadas pelo autor Palhano Jr em sua obra “Aos Gálatas – A Carta da Redenção”, onde este diz:

Para compreendermos melhor o texto acima, é preciso meditar e entrar no verdadeiro significado das expressões: ‘justificado’, ‘obras da lei’, ‘fé’ e ‘carne’. É o que pretendemos fazer a seguir. O verbo empregado na epístola para justificado é dikaicó, característico de Paulo e tão empregado por ele, que é preciso entendê-lo de modo correto. Na margem da Revised Standard Version of Bible, o termo é traduzido como “tido por justo”, isto é, considerado justo ou aprovado aos olhos de Deus; e o ponto a ser decidido era a maneira pela qual o indivíduo alcançaria uma posição aceitável diante de Deus (Guthrie, D. Gálatas, introdução e comentários, São Paulo, Vida Nova, 1984, p. 107)”.

“Vamos agora à expressão ‘obras da lei’. Talvez devêssemos fazer aqui um parêntese para um estudo pormenorizado sobre essa expressão, mas não o faremos; acrescentá-lo-emos mais tarde ou em um apêndice. A expressão grega ex ergon nomou tem sido traduzida para o português como “pelas obras da lei”, contudo pela proposta de Tenney (Tenney, M. C. Galatian: the charter of christiam liberty. Michigan, Eerdmans Publishing, 1950, p. 194), uma tradução mais exata seria “por obras legais”, isso porque a palavra ‘lei’ foi usada sem o artigo definido, principalmente em certas frases escolhidas que transmitem significações especializadas. A ausência do artigo usualmente significa que a qualidade do conceito escolhido é salientado em lugar da sua identidade, embora em Gálatas e em outras epístolas, Paulo se refira à “lei mosaica” como a principal concretização do conceito. Em Roberton (Robertons, A. T. A grammar of the greek new Testament in the light of historical research, 3ª edição. New York, George H. Doran Co. 1919, p. 796)(...).

A lei compreendia toda ela aos Judeus, todavia, ao que se refere Paulo acerca das “por obra legais”, segundo A expressão grega ex ergon nomou proposta de Tenney (Tenney, M. C. Galatian: the charter of christiam liberty. Michigan, Eerdmans Publishing, 1950, p. 194). Este é o entendimento esclarecido acima de como era visto por Jesus e como foi combatido por ambos, tanto pelo Mestre, como por Paulo.

SEGUE

Thiago Toscano Ferrari


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