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segunda-feira, 26 de março de 2018

12. A fé está acima das obras?


**INFORMAÇÃO ESPÍRITA**


A fé sem obras está morta


**12. A fé está acima das obras?**

Esclarecemos acima o princípio básico de “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”. Destarte, entendemos que este princípio esteve ligado à mensagem, tanto de Paulo quanto de Tiago e principalmente na mensagem do Mestre Jesus que instituiu este princípio no NT, demonstrando que toda a lei e os profetas dependem desta moral universal. Portanto, caro leitor, se para alguns que aceitam a graça pela fé apenas dizerem que “sou salvo, e não me aplicar às boas obras, tanto as com amor ao próximo como a Deus (exemplo de Abraão), revelarão que a minha fé é apenas teórica” e, por conseguinte, uma fé morta e incapaz de gerar frutos, conforme apresentamos, inclusive no segundo capítulo da epístola de Tiago este princípio fundamental do grande mandamento, somos impelidos a compreender que só poderemos “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos” através daquilo que se chama AÇÃO.

Com o fito de nos questionar novamente, alguns que aceitam a graça pela fé apenas, tentando incutir a ideia de a fé esta acima das obras, nos apresentam mais uma pergunta para meditar, conforme havíamos dito que verdadeiramente a fé sem obras é morta, nos questionam: “se, conforme dizem, o que seriam as obras sem fé?” Assim sendo, nos convidam os que aceitam a graça pela fé apenas a meditarmos em Hb 11:6 antes de respondermos. O mais curioso, na pergunta, é querer enfatizar que possa haver efeito sem causa e pior, se há obras, invariavelmente existe a fé interior em algo superior e que se traduz nas obras de amor ao próximo.
O texto aludido pelos que aceitam a graça pela fé apenas no contexto do capítulo 11 da epístola aos Hebreus, esta passagem até o desfecho da epístola nos traz a fé em Deus como perseveraram os patriarcas e os profetas; tendo em vista na consumação da obra pela vinda do Messias, sendo este, Jesus que aperfeiçoou a Lei e suportou aos que O negaram e lhe tiraram a própria vida, mesmo assim perseverou o Mestre em permanecer no Amor por aqueles que o odiavam, sem esperar o retorno. É isto que depreendemos do texto resumidamente, Hb 13:1-6. Não há nada no texto que dê a inferência de que a fé está acima das obras. Não há como fugir a questão de que a fé sem obras está morta, pois, se a fé está acima das obras, segundo os que aceitam a graça pela fé apenas e defensores da fé somente, por si só ela subsistia e é isso não é verdade, portanto, nem uma e nem outra está acima, ambas estão no mesmo patamar, mas que sem obras, a fé é morta e não há boas obras sem a fé em algo transcendental – Deus.

Os que aceitam a graça pela fé apenas, na tentativa de enfatizarem a ideia de que Cornélio, pelo relato em Atos nos aponta para a fé como algo que era suficiente para que ele tivesse a sua salvação, esquecem-se de que as orações e esmolas de Cornélio subiram a Deus. Tendo em vista esta atitude de Cornélio, poderiam apenas as suas orações subir a Deus? É claro que não, pois era necessária esta sua fé em algo transcendental e à abnegação da prática das boas obras, simbolizadas pelas esmolas, bem como podemos constatar:

eis que se apresentou diante de mim um varão de vestes resplandecentes e disse: Cornélio, a tua oração foi ouvida, e as tuas esmolas, lembradas na presença de Deus. (At 10:30-31).

Nesta passagem, ocorre que o Cornélio tinha sido ouvido apenas pelo ouvir segundo o que defendem os que aceitam a graça pela fé apenas, sem entrever o merecimento de Cornélio pelas orações (fé) e esmolas (obras). Deixamos a simples pergunta: Se Cornélio fosse apenas um homem que fizesse orações a Deus, ele teria a oportunidade de que estas subissem até Ele e de que um Anjo lhe visitasse? Creio que não, este caso também confirma que a fé sem obras é morta.

O que enfatizamos, na resposta anterior, é que se Cornélio não aperfeiçoasse a fé (orações) e obras (esmolas), tão pouco seria recompensado. Em vista disso, não entendemos onde ele encontrou que a fé está acima das obras, pois, se assim o fosse, a fé sem obras não estaria morta e seria como inverter a ordem proposta na própria Escritura (Tg 2:26). Ademais, se para o apóstolo Pedro:

Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados. (I Pe 4:8)

Não será nenhum que aceitam a graça pela fé apenas que nos induzirá a crer de outro modo. Se a prática das boas obras de amor para com o próximo está Acima de tudo, estaria a fé acima das obras? Cremos que não!


Thiago Toscano Ferrari


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