**INFORMAÇÃO ESPÍRITA**
A
fé sem obras está morta
**15.
As Obras da Lei e as Boas Obras segundo Paulo**
PARTE 2
Todavia, os contraditores nos
apresentam alguns exemplos, como em uma analogia as “obras da lei” a que Paulo
se refere são as obras de todas as leis anunciadas no VT, conforme abaixo:
1
- Neste primeiro ponto, os que aceitam a graça pela fé apenas
abordam que em Nm 8:1-3; 8 e 14-18,
Esdras refere-se que “a mesma Lei é
chamada ora de Lei de Deus ora de Lei de Moisés, indistintamente”. Assim sendo,
toda a reprovação de Paulo está sobre o quesito de obras no sentido da
legalidade judaizante para angariar a recompensa, já que por meio da fé e
prática dos ensinos de Jesus é que seriam suficientes para a justificação.
Nesta citação de Esdras,
encontramos em Lv 23:33-36; 39-43; Dt 16:13-15. Mediante as referências,
encontramos uma lei estabelecida com preceitos para “A Festa dos Tabernáculos”. Certamente que esta obra da legalidade
religiosa se tornou mais importante do que a prática dos ensinamentos do Mestre
com o passar dos séculos. Por este motivo que, tanto Jesus como Paulo combatiam
estes comportamentos farisaicos. Ou seja, alguém aqui pratica esta legalidade
religiosa que é uma lei divina, segundo os que aceitam a graça pela fé apenas?
Cremos que não, e por este motivo que salientamos a prática do Evangelho.
2
- Já em Gl 3:10,
os que aceitam a graça pela fé apenas enfatizam que nesta citação lemos que:
"Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão
escritas no livro da lei para fazê-las", e este vem a classificar como
“numa clara citação a Dt 27:26, que enumera “obras da lei” tanto as cerimoniais como a parte integrante dos 10
mandamentos”. Ao examinarmos o texto aludido, chegamos ao seguinte parecer.
Primeiro, segundo os que aceitam a graça pela fé apenas, as obras da lei são
todas as obras a que se refere Paulo, entretanto se não há nenhuma
diferenciação de boas obras como as obras da lei, este argumento se autopulveriza em dois aspectos, pois,
nos versos posteriores da passagem aventada, lemos:
E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de
Deus, porque o justo viverá pela fé. Ora, a lei não procede de fé, mas: Aquele que observar os seus
preceitos por eles viverá. (Gl 3:11-12).
Após este esclarecimento, vemos
que o defensor da graça encontra-se em dois dilemas.
a)
Se
para os que aceitam a graça pela fé apenas, as “boas obras” e “obras da lei”
são a mesma coisa, temos no texto acima que pela lei, ninguém é justificado diante de Deus e que em Tiago
lemos: Verificais que uma pessoa é
justificada por obras e não por fé somente (Tg 2:24). Se Paulo se
refere às legalidades religiosas e Tiago das boas obras, o problema está
resolvido, mas se os que aceitam a graça pela fé apenas sustentarem a sua tese
de não separar o trigo do joio, eles anulam em sua interpretação um desses
textos confrontados e controversos.
b)
Outro
dilema em que estão os que aceitam a graça pela fé apenas com a sua linha de
argumentação, é que se a lei não
procede de fé, essas mesmas obras não procedem da fé, tão logo a fé não
seria a causa e as obras nem muito menos seriam a consequência. Porém, se é
acerca das legalidades religiosas que Paulo se refere e não as obras da lei
como um todo, tão logo teremos sanado o problema, pois as boas obras procedem da fé que sem elas é morta.
3
– Os que aceitam a graça pela fé apenas encerram dizendo que em
Mc 7:10, “Jesus declara: "Porque
Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe". E ainda, segundo eles:
“Jesus coloca este mandamento a ser observado como lei de Moisés e, portanto,
esta também seria uma ‘obra da lei’ de Moisés”. Quem declara este mandamento (Ex 20:12)? Certamente não foi Moisés,
mas por meio dele que nos foi passado, pois este declara uma legalidade
religiosa, como uma lei disciplinar na passagem
do mesmo verso que foi suprimida,
e:
Quem maldisser a seu pai ou a sua mãe seja punido de morte. (Dt
5:16; Ex 21:17; Lv 20:9)
Nesta citação do sétimo capítulo
do evangelho de Marcos, Jesus enfatiza a tradição dos anciãos por darem mais
valor as suas tradições religiosas, rejeitando os mandamentos divinos (Mc 7:
1-9). Há a inferência que não é o que está fora do homem que o contamina, mas o
que está dentro dele que o faz, sendo estes os sentimentos de hipocrisia,
rancor, mágoa, ódio, orgulho, egoísmo e não um demônio externo.
Portanto, ao fim destes três
pequenos exemplos mal compreendidos, dentre outros mais que trouxemos, estes
são suficientes para esvaziar a afirmação de que Paulo se referia as “boas
obras” e “obras da lei” como um todo. Ademais, o pensamento e atitude de Paulo
era a de que ele estava se referindo, não a que o indivíduo ‘não seria
justificado por suas obras, mas sim, não seria justificado pelas obras da
legalidade religiosa’, ou através das “obras da lei”.
Com efeito, cremos que ter fé, só
por ter de nada adianta, já que a fé
sem obras está morta, porém, para os que aceitam a graça pela fé apenas,
o apóstolo “Paulo ensina outra coisa, que as obras, sem a fé, não salvam
ninguém”. E onde que há efeito sem
causa? Não há a possibilidade de existirem as “boas obras” que, sendo de
amor ao próximo possam ser diferenciadas das mesmas “boas obras” universais de
amor ao próximo. Seria como tentar condenar alguém que pratica esta lei de “amor ao próximo”, sendo que todos que
as praticam serão os justos e os
injustos serão todos aqueles que não as praticam. Esta será a diferença
entre justos e injustos.
Referente ao texto de Gl 5:4-6 foi esclarecido no texto em
análise, e conforme Paulo, este diz que Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça decaístes. (v. 4). Mais
adiante, o apóstolo Paulo identifica qual era tal preceito religioso da lei de
Moisés que ainda vigorava e que não justificava, tal como:
Nós, entretanto, pelo Espírito
aguardamos a esperança da justiça que provém da fé. Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão nem a incircuncisão vale
coisa alguma; mas sim a fé que opera pelo amor. (vv. 5-6).
Quando Paulo fala que a fé que opera pelo amor. Não que ele
queria dizer que a fé opera o amor, mas que a fé é operada pelo amor, ou seja,
através do amor das boas obras que exemplificam o “amor ao próximo” e que exprimem o princípio de que “a fé sem obras está morta” de que o
amor que faz a fé operante. Caso contrário, a fé é morta!
Mais adiante, quando os que
aceitam a graça pela fé apenas comentam o texto de Gl 5:14, eles dizem que nos contradizemos textualmente, pois nesta
pequena passagem, tenta o proponente passar a impressão de que ao afirmar Jesus
o “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”, “faz parte do mesmo mandamento que ele um pouco mais acima chamou de “obras da lei de Moisés”,
especificamente em (Lv 31 19:18)”. E onde foi que afirmamos que o mandamento de
“Amar o próximo como a nós mesmos” é sobre as obras da legalidade religiosa?
Esclarecemos que tais obras da lei eram aventadas pelos judaizantes, conforme o
próprio apóstolo Paulo que nos diz:
Mas, se sois guiados pelo
Espírito, não estais debaixo da lei.
(v. 18 do mesmo capítulo).
Estranho incitarmos que pelo
espírito está acima da lei de “Amar a Deus sobre todas as coisas e Amar ao
próximo como a si mesmo”. É claro e evidente que é sobre a legalidade religiosa
a que ele se refere de que:
Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei;
da graça decaístes. (v. 4 do mesmo capítulo).
Neste caso, Paulo exemplifica como
sendo o preceito judaico da circuncisão, onde reza a pregação de Paulo neste
ponto, recomendando que... pelo amor
servi-vos uns aos outros (v. 13).
Thiago Toscano Ferrari
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