CAPÍTULO 7 = JESUS E JUSTIÇA
Tem por objetivo a justiça reparar o dano causado e corrigir o
infrator, tornando-o útil à sociedade na qual se encontra.
A justiça trabalha em favor da educação utilizando-se de métodos
disciplinares, inclusive limitando a liberdade do delinquente, a fim de
poupá-lo, bem como a comunidade, de males mais graves.
O delito resulta do desrespeito aos códigos estabelecidos de leis
que regem os povos, propiciando direitos e deveres iguais aos indivíduos.
Quando a justiça se corrompe, o homem tresvaria e o abuso da
autoridade conduz aos extremos da sandice.
Em uma sociedade justa, todos desfrutam de oportunidades iguais de
progresso, face a uma idêntica distribuição de rendas. Nela, o forte ampara o
fraco, o sadio socorre o enfermo, o jovem ajuda o idoso, comportamento natural,
decorrente de uma consciência clara de dever, que estabelece a felicidade como
consequência da solidariedade entre as diversas criaturas.
À medida que o homem desenvolve os sentimentos e a inteligência se aprimora,
as suas leis são mais brandas e a sua justiça mais equânime.
Nos povos primitivos, a “lei do mais forte” prevalecia, substituída,
mais tarde, pela condição absurda da hereditariedade, até alcançar os elevados
princípios sóciodemocráticos, nos quais, a responsabilidade pessoal tem
prioridade na ação livre dos seus membros.
É longo, porém, ainda, o caminho a percorrer, para que seja
alcançado o respeito do homem pela vida, pelo próximo, pela natureza, pela
justiça sem arbitrariedade, sem punição.
*
Jesus fez-se paladino da justiça equânime.
Sua atitude para com as pessoas era sempre a mesma: de benevolência,
com o objetivo da educação.
A Nicodemos, que era doutor da alta câmara do Sinédrio, concedeu uma
entrevista, nada diferente daquela que facultou a Zaqueu, o cobrador de
impostos, ou à convivência com Lázaro e suas irmãs, em Betânia, ou ao ladrão,
na cruz, que Lhe buscara apoio.
Reconhecendo que os homens se diferenciam pelas suas conquistas
intelectuais e morais e que a hierarquia na qual se encontram é de aquisição
pessoal e sem jactância ou privilégios, a todos proporcionava as mesmas
condições e oportunidades, jamais se excedendo com qualquer um deles.
À adúltera, ou à vendedora de ilusões, ou aos sacerdotes que o
interrogaram, ou aos saduceus hábeis, ou aos fariseus hipócritas, sempre
concedeu o mesmo tratamento.
Quando invectivou os que tentavam envolvê-lo em ciladas sofistas,
comprometedoras, usou de energia sem esquecer da compaixão, por sabê-los
enfermos da alma, da qual procedem todos os fenômenos do comportamento.
Num período de arbitrariedades, foi magnânimo; de abuso do poder,
falou sobre a renúncia à arrogância, e fez-se humilde; de exploração, ensinou a
generosidade e viveu-a.
Propôs que a nossa não fosse a “justiça dos fariseus” que.
Moralmente doentes, esfalfavam os fracos, exploravam as viúvas e as crianças,
aproveitando-se da situação.
E quando Pilatos, que iria lavar as mãos culpadas pela
pusilanimidade do caráter. Lhe disse que tinha poder e autoridade sobre Ele,
redargüiu-lhe que estes lhe haviam sido concedidos, desde que, por sua vez, ele
também se encontrava sob uma condução maior. Porque o verdadeiro poder, a
excelente justiça, vêm de Deus.
*
Emaranhado nos próprios erros e tropeçando nas malhas da incompleta
justiça humana, reeduca-te.
Vítima das circunstâncias infelizes que te pesam, confia em Deus e
aguarda.
Injustiçado e sob arbitrária cobrança, não te desesperes.
Paga agora o que esqueceste de regularizar ontem, certo de que a
falência das leis terrenas não te exime de ser alcançado pela divina justiça.
Melhor que estejas sob reparação de compromissos, dos quais não te
recordas, do que gozando de liberdade física, mas carregando a consciência
culpada que se esconde na ilusão.
A real justiça sempre encontra o infrator.
Por tua parte, sê justo, equânime para com todos, tomando como
modelo de comportamento Jesus, que nunca se recusava.
JESUS E ATUALIDADE
DIVALDO PEREIRA
FRANCO
DITADO PELO ESPÍRITO
JOANNA DE ÂNGELIS
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