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sábado, 10 de março de 2018


COMUNICAÇÃO -  INFORMAÇÃO ESPÍRITA




CIÊNCIA

SÉRIE PERSPECTIVAS DA SOBREVIVÊNCIA

*3- ARREPENDIMENTO E REGENERAÇÃO*

Walter Barcelos

Os Estatutos Imutáveis da Justiça Divina vigoram em toda a Vida Universal promovendo a regeneração moral de todos os Espíritos.

Os órgãos superiores da Espiritualidade com desvelo organizam em famílias os Espíritos endividados, elabora as experiências individuais, planeja as reencarnações expiatórias, favorece as intercessões em favor das almas decaídas, aplica os processos das provações acerbas aos Espíritos mais compromissados com a Lei e outorga o mérito, o prêmio e a promoção aos Espíritos vitoriosos.

Continuemos analisando os extraordinários conceitos da Justiça Divina contidos no livro: "O CÉU E O INFERNO”, 1ª Parte, cap. VII, no item Código Penal da Vida Futura -(C.P.V.F.).

1 - "... o Espírito é sempre o árbitro do próprio destino, podendo prolongar os sofrimentos pela pertinácia no mal ou suavizá-los e anulá-los pela prática do Bem”. Allan Kardec (C.I. - 1ª Parte, cap. VIIC. P.V.F. 130)

Grande número de pessoas indaga:

"Será que o destino existe mesmo?" Na lógica da Doutrina Espírita, realmente o destino existe em cada Espírito, baseado sempre em suas ações de vidas passadas.

As criaturas ignorantes entendem o destino muito erradamente. Jogam tudo na fatalidade.

Esta idéia é um erro de entendimento. O destino é uma programação de experiências e provações para cada Espírito, contudo não é fatal em seus acontecimentos. O Espírito poderá mudá-lo a todo momento, tudo dependendo de sua vontade determinante em se corrigir e renovar, buscando uma vida mais correta e moral superior. Todo dia é oportunidade bendita de se mudar o destino para melhor. Os sofrimentos expiatórios na vida de cada Espírito diminuirão, à medida que ele se proponha permanecer no bom caminho, fazendo todo o Bem e abandonando gradativamente a prática do mal.

2 - "O arrependimento, conquanto seja o primeiro passo para a regeneração, não basta por si só: são precisas a expiação e a reparação". Allan Kardec (C.I. - 1ª Parte - cap.VII - C.P.V.F. 160).

O arrependimento é a primeira atitude moral para a regeneração de qualquer Espírito. Não há regeneração sem arrependimento verdadeiro. É a tomada sincera de consciência a respeito de suas más ações que redundaram em prejuízos consideráveis às suas vítimas de vidas passadas. O remorso é a dor moral do arrependimento e a luz primeira de renovação; no entanto, por si só, não soluciona os problemas e dramas do destino. É indispensável aceitar medidas sérias e passar por experiências dolorosas, para conquistar a reabilitação moral perante a Lei de Deus: a expiação e a reparação. A expiação será experimentar em outra existência os sofrimentos idênticos que fizeram sofrer suas vítimas. É a cobrança da Lei de Causa e Efeito, que não falha. O Espírito causador de prejuízos ao próximo terá ainda que reparar as faltas cometidas, se comprometendo a colaborar com suor e trabalho, sofrimentos e dedicação na recuperação e reabilitação, no progresso e felicidade daqueles que foram suas vítimas em vidas pretéritas.

3 - "O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito, destruindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão seria uma graça, não uma anulação”. Allan Kardec (C.I. - 1ª Parte - cap.VII - C.P.V.F. 160).

Na Justiça Divina não há privilégios para ninguém. Todo Espírito necessita passar pelo mesmo processo de regeneração da consciência. O começo da transformação de um Espírito culpado se dá pelo arrependimento sincero. Ao Espírito culpado, para sair em definitivo da consciência torturada, é indispensável trabalhar com todas as forças, usando os melhores sentimentos na justa reparação junto àqueles que foram suas vítimas no ontem. Se as vítimas já se encontram em faixas superiores da Espiritualidade, terá que experimentar os mesmos processos cármicos ao lado de outros Espíritos com semelhantes compromissos. Somente com a exata reparação junto às vítimas de vidas passadas, principalmente na convivência do grupo familiar, acionando as melhores forças do coração, aplicando fé e coragem, compreensão e paciência, perdão e humildade, conseguirá alcançar a anulação de suas dívidas para com a Lei Maior da Vida.

4- "A necessidade da reparação é um princípio de rigorosa justiça, que se pode considerar verdadeira lei da reabilitação moral dos Espíritos”. AlIan Kardec (C.I - 1ª Parte - cap.VII - C.P.V.F., nota nº1 referente ao código 170).

A simples confissão dos erros e o pedido de perdão perante aqueles que sofreram com nossas más ações não são o bastante, para o alívio integral da consciência. O Espírito conseguirá a isenção integral da culpa, depois de haver reparado por completo seus erros e crimes, trabalhando e servindo muito em benefício de suas vítimas de vidas pretéritas. O Espírito recupera a tranqüilidade de consciência somente depois de realizar inteiramente seus compromissos de cooperação às vítimas e vencer todos os trâmites da Justiça do Pai Amantíssimo, que deseja e faz por onde na reabilitação de seus filhos desviados do caminho do Bem.

5- "Algumas pessoas repelem-na (a reparação) porque acham mais cômodo o poder quitarem-se das más ações por um simples arrependimento, só dependente de palavras com auxílio de algumas fórmulas; contudo, libertas, por assim se julgarem, verão mais tarde se isso lhes bastava”. AlIan Kardec (C. I. - 1ª Parte - cap. VII - C.P.V.F., nota nº1 do código 170).

O simples arrependimento, como ele é conhecido na Terra, não tem valor perante a Justiça de Deus. O arrependimento seguido de remorso é o começo de uma nova caminhada para o Espírito culpado, mas somente por isso não estará livre das conseqüências difíceis e dolorosas, devido à Lei de Causa de Efeito. Nossas vítimas em toda parte cobrarão por vingança e justiça, emitindo vibrações desequilibrantes de ódio e incompreensão, revolta e amargura. Nossa mais acertada conduta será compreender as almas que sofreram em nossas mãos e que hoje nos cobram duramente. Devemos trabalhar com vontade e determinação, coragem e fé, amor e renúncia, cooperando dentro de nossas possibilidades a fim de recuperarmos aos poucos a simpatia perdida e a paz de consciência. Aproveitemos mais intensamente o dia de hoje, na convivência familiar, amando e perdoando, silenciando e servindo, por mais difíceis sejam nossas experiências, pois estamos resgatando, em módicas prestações, o mal que praticamos por atacado em vidas anteriores.

6- "Quem não repara os seus erros numa existência, por fraqueza ou má vontade, achar-se-á numa existência ulterior em contato com as mesmas pessoas que de si tiveram queixas e em condições voluntariamente escolhidas, de modo a demonstrar-lhes reconhecimento e fazer-lhes tanto bem quanto mal lhes havia feito”. Allan Kardec (C. I. - 1ª Parte - cap. VII - C.P.V.F. nº 170).

Podemos sofrer uma existência inteira ao lado de Espíritos aos quais muito devemos e nem por isso estaremos resgatando nossas dívidas, se nossas atitudes ao invés do sentimento de reconciliação forem de ódio e impaciência, repulsa e intransigência.

Não realizamos o de que mais precisávamos no campo vasto dos sentimentos, na força da afeição pura, no reatamento dos laços de amizade, da restauração da simpatia pelo perdão incondicional, da paciência vitoriosa e da tolerância que supera obstáculos. Se perdermos essas chances maravilhosas enquanto estamos todos juntos, no grupo familiar, fatalmente teremos que recomeçar tudo em nova existência. Sabe Deus quando será! Sempre que deixamos para amanhã o que poderíamos fazer hoje, o futuro sempre fica mais difícil, o destino mais confuso e as experiências mais problemáticas. Ouçamos na acústica do coração o que nos fala o Divino Educador das Almas: "Reconciliai-vos o mais depressa possível com o vosso adversário, enquanto todos estais a caminho..." (Mateus, 5:25).

FONTE

A FLAMA ESPÍRITA


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