O LIVRO DOS MÉDIUNS * Estudo nr.11
Estudo nr.11
- Capítulo III - Método
Semelhante incompreensão acontece também nas pesquisas psíquicas, quando o método estatístico não pode ter o valor e a expressão que se lhe quer emprestar, justamente porque o Espírito, o pensamento e a vontade não são forças mecânicas que se submetem inteiramente às experiências de laboratório.
Admissíveis, sem dúvida, serão os processos a serem utilizados visando a evitar as fraudes e embustes, tal como o fizeram os investigadores do passado e o fazem os da atualidade.
Todavia, exigências naturais, prudência e cautela, necessárias ao controle das pesquisas não devem ser confundidas com métodos científicos rígidos e inaplicáveis, por incompatíveis.
Frivolidades, fraudes, diversões, prestidigitação e toda sorte de passatempo devem ser permanentemente combatidos pelos espíritas sinceros, em face aos prejuízos que causam aos praticantes, atingindo, por via indireta, a seriedade com que deve ser praticada a Doutrina.
A generalidade dos sábios do mundo, ao lado das cautelas naturais que devem presidir o trato das questões atinentes ao Espiritismo, ainda não se aperceberam da extraordinária força do pensamento e do poder resultante das afinidades psíquicas, para só citar dois fatores essenciais nas experiências com o mundo invisível.
Muitos deles ainda não entenderam que as inteligências libertas do jugo da matéria não podem ser tratadas pelos mesmos sistemas aplicados a forças mecânicas, nem se subordinam passivamente a controles de laboratório.
Se não se levar em consideração seres livres, com vontade própria, mas sem o revestimento físico, capazes de determinar os rumos de fenômenos inabituais , tal como acontece nas intervenções dos Espíritos no mundo corpóreo, qualquer experiência ou investigação pode fracassar, ou levar a deduções falsas, por desconhecimento das leis naturais que regem as relações entre dois mundos diferentes em sua estrutura.
Daí os constantes insucessos nas pesquisas de sábios e especialistas sem o necessário lastro em matéria de ciência psíquica. A ignorância das causas e condições atuantes somada à insuficiência das regras aplicadas, inadequadas aos fins objetivados, determinam fracassos, erros e falsas deduções.
A suspeita permanente, a desconfiança indiscriminada, a inadequação de meios, a ignorância do que é o mundo espiritual são fatores que favorecem a manifestação freqüente de entidades inferiores interessadas sem perturbar, em fortalecer convicções erradas, sem simular e incentivar fraudes e mistificações nos sensitivos, visando a desacreditar experiências mal conduzidas, numa mescla de falso e verdadeiro, de difícil distinção.
O Mundo Espiritual, é constituído por seres benfazejos e maléficos, só através do Espiritismo pode ser melhor conhecido. Sem as luzes da Doutrina, muitos podem tornar-se vítimas das potências inferiores capazes de conduzir os imprudentes e despreparados ao erro, à obcecação às obsessões.
À medida que o observador atento e estudioso, moralizado e interessado na obra do Bem, isento de preconceitos e imbuído do desejo de servir penetra nos domínios do invisível, pouco a pouco compreende a grandiosidade da obra do Criador do Universo que não se restringe à ordem física mas se estende aos domínios do Espírito imperecível, muito mais vastos e complexos.
Observará também que em toda parte se manifestam a ordem e a harmonia em tudo, embora pelas nossas limitações, muitas vezes só chegamos a perceber o lado negativo das coisas.
próxima edição:
Capítulo III - Método – continua
Bibliografia:
Kardec, Allan – O Livro dos Médiuns,
Kardec, Allan – O Livro dos Espíritos,
Kardec, Allan - O que é o Espiritismo,
Borges, Juvanir – Tempo de Transição.
Elisabeth Maciel
Abril
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