O LIVRO
DOS MÉDIUNS Estudo 16:
(Guia dos
Médiuns e dos Doutrinadores) Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a
teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o
Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os
escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.
SEGUNDA
PARTE
DAS
MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS
CAPITULO 1
AÇÃO DOS
ESPÍRITOS SOBRE A MATÉRIA
Tudo que
serve para suspender uma ponta do véu do desconhecido contribui para o
desenvolvimento da inteligência, dilata o circuito das idéias, levando-nos ao
conhecimento das leis da natureza. O Espiritismo leva-nos a conhecê-la, ensina
a influência que o mundo invisível exerce sobre o visível e as suas relações
recíprocas.
A
Doutrina Espírita é a prova patente da existência da alma e de sua
individualidade, depois da morte, de sua imortalidade e de seu verdadeiro
destino. É, pois, a força destruidora do materialismo, não com o raciocínio,
mas com fatos.
Como será
que seres inteligentes que vivem naturalmente invisíveis entre nós poderiam
demonstrar sua presença?
A razão
nos mostra que isto não é impossível se observarmos que a aceitação de todos os
povos sobreviveu até os dias de hoje, pois em uma época onde o concreto, o
palpável foi objeto de pesquisas no sentido de conhecer e de saber
o porquê, como no século XIX, a falta de conhecimento, a ignorância sobre a
natureza dos espíritos contribuiu para fortalecer a dúvida.
Geralmente
a dificuldade do entendimento repousa sobre o fato que as manifestações só
podem ocorrer se existir a ação do Espírito sobre a matéria e, para isso é
necessário entender que o Espírito não é uma abstração, mas um ser definido,
limitado e circunscrito.
Essa é a
idéia que se faz dos Espíritos e que torna, a princípio,
incompreensível o fenômeno das manifestações, sendo que elas não podem ocorrer
sem a ação do Espírito sobre a matéria.
O
Espírito encarnado é a alma do corpo e quando o deixa pela morte, não sai
desprovido de qualquer envoltório. Os Espíritos nos dizem que conservam a forma
humana e quando se manifestam é sob essa forma que são reconhecidos.
Se
observados no momento que acabam de deixar a vida, acham se perturbados, tudo é
confuso, vêem o seu próprio corpo perfeito ou mutilado, segundo o gênero de
morte; por outro lado vêm a si mesmos e se sentem vivos.
A
princípio tudo parece confuso, mas passado o primeiro momento de perturbação, o
corpo parece uma roupa velha da qual se despiram e que não querem mais. Não
sofrem dores físicas e são felizes de poder transpor o espaço como faziam
antes muitas vezes em seus sonhos. Sentem-se mais leves e como livres de um
fardo.
Mesmo
percebendo a falta do corpo, constatam a inteireza da personalidade
que tem uma forma que não os constrange nem os embaraça e têm a
consciência do eu, da individualidade. Isto nos leva a concluir que a
alma não deixa tudo no túmulo, levando consigo alguma coisa.
Várias
observações e fatos irrecusáveis demonstraram a existência no homem de três
componentes:
1- Alma
ou Espírito - princípio inteligente onde se encontra o mundo moral.
2- Corpo
– invólucro material e grosseiro.
3- Perispírito
– invólucro fluídico, semi material que serve de liame entre a alma
e o corpo.
A morte é
a desagregação do envoltório grosseiro que a alma abandona. O outro envoltório
desprende-se e vai com a alma, que dessa maneira tem sempre um instrumento.
O
perispírito, embora fluídico, etéreo, vaporoso, invisível para nós em seu
estado normal, é também material, apesar de não termos, até o presente, podido
captá-lo e submetê-lo à análise.
Este
segundo envoltório da alma existe, portanto, na própria vida corpórea. É o
intermediário de todas as sensações que o Espírito percebe e através do qual o
Espírito transmite a sua vontade ao exterior, agindo sobre os órgãos do corpo.
Para nos
servirmos de uma comparação material, é o fio elétrico condutor que serve para
a recepção e a transmissão do pensamento. Ele é o veículo das nossas
emoções.
O
Espírito pensa, o perispírito transmite os impulsos e o corpo físico executa. É
o perispírito que preside à formação do ser, funcionando como molde, a ordenar
as substâncias que vão constituir o corpo físico. É nele que se gravam como num
vídeo tape as nossas experiências com suas imagens, sons e emoções.
A
Medicina, considerando apenas o elemento material ponderável, priva-se do
conhecimento de uma causa permanente de ação, na apreciação dos fatos.
Lembramos
que o conhecimento do perispírito é a chave de uma infinidade de problemas até
agora inexplicáveis.
O
perispírito não é uma dessas hipóteses a que se recorre nas ciências para a
explicação de um fato. Sua existência não foi somente revelada pelos Espíritos,
pois resulta também de observações.
Por
agora, nos limitaremos a dizer que, seja durante a sua união com o corpo ou
após a separação, a alma jamais se separa do seu perispírito.
Bibliografia:
Kardec,
Allan - O Livro dos Médiuns - Segunda Parte – Cap. I
Kardec,
Allan - O que é o Espiritismo – Cap. I
Miranda,
Herminio C. – Diálogo com as Sombras – Cap. II – i) 2.
Elisabeth
Maciel
Novembro
/ 2002
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