Estudo
Evangélico
Livro: “PALAVRAS DE VIDA ETERNA”
Francisco C. Xavier /
Emmanuel
Estudo n. 4
AMOR E TEMOR
"O perfeito amor lança fora
o temor". (João, 4 : 18)
Muito se fala sobre o amor.
Grandes expectativas são criadas em torno desse sentimento que há vinte séculos
tanta ênfase foi dada por Jesus e em nome do qual o homem tem se hostilizado,
fomentado tragédias, gerado grandes dificuldades e criado a separação entre os
indivíduos.
Emmanuel a partir do versículo em
estudo nos fala em Perfeito e Imperfeito Amor, identificando-o: evangélico e
humano, isto é como o conhecemos na Terra.
Haverá divergências entre o amor
humano e o amor instituído no Evangelho?
Se há, quais serão elas?
Léon Denis define o amor humano
como "um sentimento, um impulso do ser que o leva para o outro com o
desejo de unir-se a ele".
O que contem esse movimento, em
direção ao outro, que caracteriza o amor comum, mais conhecido de nós?
Geralmente esse movimento, salvo
raras exceções, está ligado a tendências neuróticas que levam a uma redução da
sinceridade, aumento do egocentrismo, dos quais resultam freqüentemente
emulações variadas do amor. Por isso, esse amor conhecido é uma mistura de
sentimentos e impulsos que visam obter satisfações egoístas e doentias.
Assim, rotulam-se por amor:
As
expectativas parasitárias de uma pessoa fraca e fútil de explorar o próximo
para conseguir vantagens;
A
necessidade de conquistar alguém para autoafirmar-se através do triunfo sobre a
fraqueza alheia;
A
necessidade de viver dentro de outra vida, induzindo prejuízos de natureza
variada, que causa satisfação ao seu autor;
Necessidade
de ser admirado, aprovado, elogiado;
Necessidade
de afeto, atenção;
Dependência
emocional que leva a buscar apoio em união com outros de modo a fugir de si
próprio e a completar o vazio afetivo;
Utilização
do outro para satisfação sexual, etc...
O “amor” estabelecido nessas
bases se torna nocivo e perigoso já que os sentimentos e impulsos mórbidos
contidos acabam por aflorar quando as necessidades doentias deixam de ser
atendidas. Ao acontecer isso esse "amor" revela todo o seu fundo
pernicioso e hostil dando a impressão falsa de que o amor se transformou em
ódio, quando na realidade o ódio lá estava contido no íntimo. Enquanto as
necessidades eram prontamente atendidas camuflava-se. Decididamente esse amor é
desastroso gerando males, sofrimentos, comprometendo o homem.
Essa forma de amar não constitui
o verdadeiro amor ensinado por Jesus, mas formas da infinita gradação que vai
desde as mais simples até as mais sublimes formas de expressar-se.
Amor conjugal, amor materno, amor
filial, amor à pátria, à raça, etc..., são refrações do verdadeiro amor, que
abrange e penetra todos os seres e desabrocha sob formas variadas que nada mais
são do que um meio de acender nos seres as claridades do verdadeiro amor.
O amor, que se reveste de variadas
formas, é o princípio da vida universal, pois ele e nele o Pai criou os seres e
hauriu a vida para dá-la às almas que concomitantemente a efusão vital,
receberam o princípio afetivo destinado a germinar e expandir-se pelos séculos
afora até aprender a dar-se, a dedicar-se e sacrificar-se pelos outros
espontaneamente, sem nada esperar em troca. É dessa forma que o ser se
engrandece, enobrece aproximando-se do Pai, da felicidade imperturbável.
Perfeitamente desenvolvido, o
Amor é um sentimento que se manifesta em todas as atitudes do ser e não somente
em relação a determinadas pessoas; tem como principal característica o real
interesse pelas necessidades do outro, sejam elas quais forem.
A diferença entre o verdadeiro
amor e o identificado no texto como amor imperfeito, está em que, no primeiro,
o sentimento pelo próximo supera tudo o mais, e no segundo, prepondera as
necessidades doentias ou pessoais do ser.
No texto em estudo Emmanuel
ratifica estas reflexões dizendo:
“O imperfeito amor, procurando o
gozo próprio no concurso dos outros é quase sempre o egoísmo em disfarce (...),
buscando a si mesmo nas almas a fim para atormentá-las sob múltiplas formas de
temor (...): a exigência e o crime, a crueldade e o desespero, acabando ele
próprio no inferno da amargura e frustração.
O verdadeiro amor faz o bem e
sacrifica-se sem esperar retribuição porque compreende que o Pai traçou
caminhos para a evolução aprimoramento das almas, que a felicidade não é a
mesma para todos e que amar significa entender, ajudar, abençoar e sustentar
sempre os corações (...), no degrau de luta em que lhes é próprio “
Assim, "para que nossa alma
se expanda sem receio através das realizações que o Senhor nos confia é
necessário saber amar com abnegação e ternura entre esperança incansável e o
serviço incessante do bem". Não devemos ficar aguardando uma oportunidade
para praticar o bem ou esperando que alguém reconheça nossas atitudes como boas
e amorosas essa postura caracteriza manifestação do amor imperfeito, do egoísmo
que leva o indivíduo a ficar em amargura e frustração.
Nossa principal luta consiste na
edificação, construção desse verdadeiro amor, conforme ensina Jesus e nos
relembra João, o sentimento que leva a respeitar, interessar-se, auxiliar
qualquer ser humano, a sentir em todos irmãos, a orientar no sentido da
solidariedade e da cooperação.
Um novo mandamento vos dou, disse
Jesus: "Que vos amei uns aos outros como eu vos amei". O amor entre
os homens como mandamento tem uma conotação essencial: que é o modo como Ele
ama e que estabelece o reinado da fraternidade legítima entre os homens onde
impulsos e sentimentos egocêntricos, fontes de nossos temores, não permanecem.
Bibliografia.
Carlos Toledo Rizzini. Você e a
Renovação Espiritual - O que é o amor? Editora
Cultural Espírita Edicel Ltda. 1
a. Edição.
Léon Denis. O Problema do Ser, do Destino e da Dor. Cap. XXV. O Amor. Federação
Espírita Brasileira (FEB). 11 a. Edição.
IRACEMA
LINHARES GIORGINI
JAIME GILBERTO ROSA
Outubro / 2001
JAIME GILBERTO ROSA
Outubro / 2001
Centro Espírita Batuira
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