Nl04 20
Reencontro -
CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo
do Espiritismo
Sala Virtual de Estudos Nosso Lar
Estudo das obras de André Luiz
Livro em estudo: Libertação
Tema: Reencontro
Referência: Capítulo XX
TRECHOS DO CAPÍTULO
(...)
_ todos os companheiros incorporados à nossa
missão destes dias – avisava Gubio, paternal – desde que se mantenham
perseverantes no propósito de auto-restauração. Seguem ao nosso lado, com
acesso aos círculos de trabalho condigno, onde estudantes do bem e da luz lhes
acolherão, com simpatia, as aspirações de vida superior. Espero, contudo, que
não aguardem milagres na esfera próxima. O trabalho de reajustamento próprio é
artigo de lei irrevogável, em todos os ângulos do Universo. Ninguém suplique
protecionismo a que não fez jus , nem flores de mel às sementes amargar que
semeou em outro tempo. Somos livros vivos de quanto pensamos e praticamos e os
olhos cristalinos da Justiça Divina nos lêem, em toda parte. Se há um
ministério humano, na Crosta da Terra, determinando sobre as vidas inferiores
da gleba planetária, temos, em nossas linhas de ação, o ministério dos anjos,
dominando em nossos caminhos evolutivos. Ninguém trai os princípios
estabelecidos. Possuímos agora o que ajuntamos no dia de ontem e possuiremos
amanhã o que estejamos buscando no dia de hoje. E como emendar é sempre mais
difícil que fazer, não podemos contar com o favoritismo, na obra laboriosa do
aprimoramento individual, nem provocar solução pacífica e imediata para
problemas que gastamos longos anos a entretecer. A prece ajuda, a esperança
balsamiza, a fé sustenta, o entusiasmo revigora, o ideal ilumina, mas o esforço
próprio na direção do bem é a alma da realização esperada. Em razão disso,
ainda aqui, a bênção do minuto, a dádiva da hora e o tesouro das oportunidades
de cada dia hão de ser convenientemente aproveitados se pretendemos
santificadora ascensão. Felicidade, paz, alegria, não se improvisam.
Representam conquistas da alma no serviço incessante de renovar-se para a
execução dos Desígnios Divinos. Felizmente, desde agora estamos abrigados no
santuário da boa vontade e, ainda neste instante, cabe-nos não esquecer a
promessa evangélica: “quem perseverar até ao fim, será salvo”. A Graça
Celestial, sem dúvida, é um sol permanente e sublime. Urge, porém, a criação de
possibilidades superiores em nós, para fixar-lhe os raios e recebê-los.
(...)
Evidenciando manifesta preocupação no olhar
muito lúcido, o nosso orientador prosseguiu esclarecendo que Gregório, ciente
das novidades havidas no drama de Margarida e informado acerca da renovação de
muitos companheiros e colaboradores dele, agora francamente inclinados ao bem,
entendiados da ignorância e do ódio, da perversidade e da insensatez, se
revoltara contra ele Gúbio, dispondo-se a buscá-lo para um ajuste de que se
julgava credor. Explicou, emocionado, que num duelo espiritual, como
aquele a esboçar-se, esperava de todos nós o auxílio eficiente da prece e das
emissões mentais de amor puro. Não deveríamos receber os doestos e
insultos de Gregório por ofensas pessoais, nem levar suas atitudes à conta de
maldade ou grosseria. Competia-nos observar-lhe nos gesto de incompreensão a
dor que se lhe cristalizara no Espírito oprimido e inconformado, vendo-lhe nas
palavras, não a maldade deliberada, mas, sim, a eclosão de uma revolta doentia
e infeliz que não poderia prejudicar e ferir senão a ele próprio. O pensamento
é uma força vigorosa, comandando os mínimos impulsos da alma e, se nos
entregássemos à reação espiritual, armada de ódio ou desarmonia, pactuaríamos
com a violência, impedindo, não só a manifestação providencial de Matilde, a
benfeitora, mas também a renovação de Gregório, que guardava a inteligência
centralizada no mal. Emissões de mágoa ou revide colocar-nos-iam em trabalho
contraproducente. As vibrações de amor fraternal, quais as que o Cristo nos
legou, são as verdadeiras energias dissolventes da vingança, da perseguição, da
indisciplina, da vaidade e do egoísmo que atormentam a experiência humana. Além
disso, tornou o Instrutor bondoso, cumpria-nos considerar que aquela mente
transviada do trilho divino se caracterizava muito mais pela moléstia do
orgulho ferido e impenitente, que pela perversidade. Gregório era tão somente
um infeliz, quanto nós mesmos em passado próximo ou remoto, acicatado por
rebeliões e remorsos interiores a lhe desajustarem os sentimentos. Merecia, por
isso mesmo, nossa dedicação carinhosa e confortadora, ainda mesmo que nos
visitasse com aparências de celerado ou de louco. Nossa conduta, aliás, nada
apresentava de surpreendente, em semelhante capítulo, porque não fora para
ensinar-nos outras lições que o Cristo trabalhara em benefício de todos e
padecera na cruz, sem ninguém.
(...)
_ Saldanha, em companhia do Mestre que
abraçamos, só há lugar para o trabalho sadio, com entendimento das lições de
sacrifício e iluminação que nos deixou. Não acredites que um golpe possa
desaparecer com outro golpe. Não se cura a ferida, aprofundando o sulco da
carne em sangue. A cicatriz abençoada surge sempre à custa de enfermagem,
remédio ou retificação, com ascendentes de amor. Quem pretende o Reinado do
Cristo entrega-se a Ele. Somos servos. A defesa, qualquer que seja, pertence ao
Senhor.
(...)
Cabia-nos, pois, agora, a atitude de oração e
expectativa amorosa de quem sabia compreender, ajudar e perdoar.
(...)
O Instrutor, não obstante palidíssimo,
dando-nos a idéia de que já se achava em comunicação com entidades superiores e
imperceptíveis ao nosso olhar, mais uma vez nos exortou ao silêncio, à
paciência, à serenidade e à prece, recomendando-nos seguir todos os fatos, sem
revolta, sem mágoa e sem desânimo.
(...)
Alguns minutos se desdobraram apressados e
Gregório, com algumas dezenas de assalariados, surgiu em campo (...)
(...)
Fixou, com mais atenção, os olhos felinos na
assembléia, mas, exceto eu, que deveria permanecer atento à tarefa direcional
que me fora cometida, ninguém ousou modificar a atitude de profunda
concentração nos propósitos de humildade e amor a que fôramos conclamados.
(...)
Antes, porém, que conseguisse ligar o intento
à ação (...) a voz cristalina e terna de Matilde ressoou acima de nossas cabeças,
exortando-o, com amorosa firmeza:
_ Gregório, não enregeles o coração quando o
Senhor te chama, por mil modos, ao trabalho renovador! O teu longo período na
dureza e secura está terminado. Não intentes contra os abençoados aguilhões de
nosso Eterno Pai! O espinho fere, enquanto o fogo o não consome; e a pedra
mostra resistência, enquanto o fio d’água a não desgasta! Para a tua alma,
filho meu, findou a noite em que a tua razão se eclipsou no mal. A ignorância
pode muito; no entanto, é simples nada quando a sabedoria espalha os seus
avisos. Não admitas que os monstros da negra magia te alimentem o coração com a
felicidade desejável!
(...)
_ Acreditas, porventura – prosseguiu a voz
materna adulçorada –, que o amor pode alterar-se no curso do tempo? Supuseste,
um dia, que eu te pudesse esquecer? Olvidaste a imantação de nossos destinos?
Peregrine minhalma através de mil mundos, suspirarei sempre pela integração de
nossos espíritos. A luz sublime do amor que nos arde nos sentimentos mais
profundos pode resplandecer nos precipícios infernais, atraindo para o Senhor
aqueles que amamos. Gregório ressurge!
(...)
_ Lembra-te (...) Tremendos desenganos
surpreenderam-te o despertar, e, embora humilhado e padecente, coagulaste os
pensamentos no ácido venenoso da revolta e elegeste a escravização das
inteligências inferiores por única posição digna de conquistar. Durante
séculos, tens sido apenas rude disciplinador de almas criminosas e perturbadas
que o túmulo encontrou na imprudência e no vício. Não te doerá, porém, filho
meu, a triste condição de gênio desprezível? Semelhante pergunta não morre sem
resposta. Falam por ti o imenso tédio do mal e a profunda solidão
interior que presentemente te invadem as horas. Aprendeste com infinito
desapontamento que os tesouros divinos não repousam em frias arcas de valores
amoedados, e sabes, agora, que Jesus dispõe de escasso tempo para frequentar
basílicas suntuosas, não obstante respeitáveis, porque de escura senda humana
emergem soluços de peregrinos sem luz e sem lar, sem arrimo e sem pão...
(...)
_ Vim para combater, não para argumentar. Não
temo sortilégios. Sou um chefe e não posso perder os minutos com palavras
tergiversantes. Não admito a presença de minha mãe espiritual de outras eras.
Conheço as artimanhas dos fascinadores e não tenho outra alternativa senão
duelar.
(...)
_ Por quem és! Anjo ou demônio, aparece e
combate! Aceitas meu desafio?
_ Sim... – respondeu Matilde, com ternura e
humildade.
_ Tua espada?! – trovejou Gregório,
arquejante.
_ Vê-la-ás dentro em breve...
(...)
Compreendi que a valorosa emissária se
materializaria ali mesmo, utilizando os fluidos vitais que o nosso orientador
lhe forneceria.
(...)
Adiantava-se, digna e calma, na direção do
sombrio perseguidor; todavia, Gregório, perturbado e impaciente, atacou-a de
longe e empunhou a lâmina em riste, exclamando, resoluto:
_ Às armas! Às armas! ...
Matilde estacou serena e humilde, embora
imponente e bela, com a majestade de uma rainha coroada de Sol.
Decorridos alguns instantes ligeiros,
movimentou-se novamente e, alçando a destra radiosa até ao coração, caminhou
para ele, afirmando, em voz doce e terna:
_ Eu não tenho outra espada, senão a do amor
com que sempre te amei!
E de súbito desvelou o semblante vestalino
revelando-lhe a individualidade num dilúvio de intensa luz. Contemplando-lhe,
então, a beleza suave e sublime, banhada de lágrimas, e sentindo-lhe as
irradiações enternecedoras dos braços que, agora, se lhe abriam, envolventes e
acolhedores, Gregório deixou cair a lâmina acerada e de joelhos se prosternou,
bradando:
_ Mãe! Minha mãe! Minha mãe! ...
(...)
Verificara-se, ali, naquele abraço, espantoso
choque entre a luz e a treva, e a treva não resistiu...
(...)
Após abraçam-nos, generosa, desmaterializou-se
(...)
(...)
Edificado, feliz, Gúbio sustentou Gregório,
inerte, nos braços à maneira do cristão fiel que se orgulha de suportar o
companheiro menos feliz. Orou, cercado de claridade santificante,
arrancando-nos lágrimas irreprimíveis de alegria e reconhecimento e, depois,
ante a paz que se establecera, triunfante e ditosa, deu por fina a nossa tarefa
(...)
(...)
Surgira, para mim, a despedida.
(...)
O Instrutor abraçou-me e, retendo-me junto do
coração, falou, bondoso:
_ Jesus te recompense, filho meu, pelo papel
que desempenhaste nesta jornada de libertação. Nunca te esqueças de que o amor
vence todo ódio e de que o bem aniquila todo mal.
(...)
E voltando, sozinho, ao meu domicílio
espiritual, roguei, chorando:
_ Mestre de Bondade Infinita, não me abandonaste!
Ampara-me a insuficiência de servo imperfeito e infiel!
Em torno, reinava insondável e sublime
silêncio. (...) qual celeste resposta de luz.
QUESTÕES INICIAIS PARA ESTUDO
01) Gúbio, ao início do capítulo, refere-se à
necessidade da perseverança na auto-restauração. Assim, vamos falar um
pouquinho sobre as restaurações necessárias em nós mesmos?
a) O que é reforma íntima?
b) Qual a necessidade e por quê fazê-la ?
02) Gúbio ainda faz uma preleção sobre a
necessidade do trabalho para o reajustamento próprio, como podemos entender a
importância do trabalho? Por que?
03) Como podemos explicar e entender a
seguinte assertiva: ”Ninguém trai os princípios estabelecidos. Possuímos agora
o que ajuntamos no dia de ontem e possuiremos amanhã o que estejamos buscando
no dia de hoje.”?
04) Gúbio, em outro parágrafo, explica
que Gregório informado da renovação de muitos de “seus subalternos” iria atrás
de Gúbio , a fim de buscar um duelo espiritual e que para tanto seria
necessário que todos o auxiliassem eficientemente através da prece e das
emissões mentais de amor puro. Como podemos explicar o pedido feito?
05) Como podemos entender e aplicar a
nós mesmos a seguinte assertiva: “O pensamento é uma força vigorosa, comandando
os mínimos impulsos da alma e, se nos entregássemos à reação espiritual, armada
de ódio ou desarmonia, pactuaríamos com a violência, impedindo, não só a
manifestação providencial de Matilde, a benfeitora, mas também a renovação de
Gregório, que guardava a inteligência centralizada no mal. Emissões de mágoa ou
revide colocar-nos-iam em trabalho contraproducente. As vibrações de amor
fraternal, quais as que o Cristo nos legou, são as verdadeiras energias
dissolventes da vingança, da perseguição, da indisciplina, da vaidade e do
egoísmo que atormentam a experiência humana”?
06) Mais adiante, respondendo à
indagação de Saldanha do motivo pelo qual não faziam eles um movimento
coordenado de repulsão energética, Gúbio diz que em companhia do Mestre que
abraçamos somente havia lugar para o trabalho sadio, posto que um golpe
não desaparece com outro golpe e que a ferida se cura com remédio. Como podemos
entender e aplicar em nossa jornada a lição que nos deixa Gúbio?
07) Posteriormente, na conversa mantida
entre Matilde e Gregório, este queria uma luta armada. Matilde a aceitou
dizendo que : “_ Eu não tenho outra espada, senão a do amor com que
sempre te amei! “ . E , com a arma do amor, vence a escuridão em que vivia
Por que o amor é a arma mais poderosa na conquista do Espírito? Por que o
amor vence todo ódio?
Bibliografia sugerida:
O Livro dos Espíritos
O Evangelho Segundo o Espiritismo
Conclusão:
Encerrando
a história narrada por André Luiz, que estudamos nessas últimas semanas,
chegamos ao ato final que viria coroar de êxito o trabalho da equipe de benfeitores
espirituais dirigida por Gúbio: a transformação de Gregório, o sumo
sacerdote que comandava a falange de entidades ainda estacionadas na prática do
mal e que exerciam severo domínio obsessivo sobre suas vítimas. Mas qual a arma
utilizada pelos trabalhadores no bem para operar essa transformação? O
amor. O amor divino de que todos estamos impregnados, embora nem sempre
tenhamos consciência ou nos lembremos disto. E a portadora desse amor foi
Matilde, mãe de Gregório em existência pretérita, que, com a força de seu amor,
o fez se convencer da necessidade da mudança.
QUESTÕES
PROPOSTAS PARA ESTUDO
01) Gúbio, ao início do capítulo, refere-se
à necessidade da perseverança na auto-restauração. Assim, vamos falar um
pouquinho sobre as restaurações necessárias em nós mesmos?
a) O que é reforma íntima?
Segundo o conceito do escritor Ney Prieto
Peres, "a reforma íntima é um processo contínuo de autoconhecimento da
nossa intimidade espiritual, modelando-nos progressivamente na vivência
evangélica, em todos os sentidos da nossa existência. É a transformação do
homem velho, carregado de tendências e erros seculares, no homem novo, atuante
na implantação dos ensinamentos o Divino Mestre, dentro e fora de si." É,
portanto, uma necessidade e a razão principal de nos encontrarmos vivenciando
um corpo de carne.
b) Qual a necessidade e por que fazê-la?
A reforma íntima é necessária para nos
despojarmos das imperfeições, através do burilamento de nós mesmos, que nos
levará ao nosso aprimoramento espiritual. Transformando-nos, estaremos dando a
nossa contribuição para que se opere a transformação de toda a
humanidade. E a bússola a ser seguida é o Evangelho de Jesus, vivenciado em espírito
e verdade e não apenas reverenciado externamente.
02) Gúbio ainda faz uma preleção sobre a
necessidade do trabalho para o reajustamento próprio,
como podemos entender a importância do trabalho? Por quê?
A lei do trabalho é uma das dez partes em
Kardec dividiu as leis morais para fins de estudo, no Livro dos Espíritos, seguindo,
aliás, a divisão adotada por Moisés. Constitui, portanto, o trabalho, uma
das leis da Natureza à qual ninguém se deve
furtar, pois é por meio dele que vamos desenvolver nossa inteligência e nos
aperfeiçoar moralmente, ampliando nossas faculdades.
03) Como podemos explicar e entender a
seguinte assertiva: ”Ninguém trai os princípios estabelecidos. Possuímos agora
o que ajuntamos no dia de ontem e possuiremos amanhã o que estejamos buscando
no dia de hoje.”?
É o princípio citado por Jesus e relatado no
Evangelho de Mateus ensinando que a cada um será dado segundo as suas
obras. É a lei de ação e reação que rege o Universo, não só no que se refere às
coisas materiais como também à vida espiritual e que o Espiritismo veio
relembrar à humanidade. Colhemos hoje o que plantamos ontem e colheremos
amanhã o que plantarmos hoje. Somos os construtores do nosso destino, foi o que procurou
transmitir aos presentes o Instrutor Gúbio.
04) Gúbio, em outro parágrafo, explica
que Gregório, informado da renovação de muitos de “seus
subalternos”, iria atrás dele, a fim de buscar um duelo espiritual
e que para tanto seria necessário que
todos o auxiliassem eficientemente através da prece e das
emissões mentais de amor puro. Como podemos explicar o pedido feito?
Através do pensamento e da nossa vontade
emitimos forças fluídicas que se irradiam além do nosso
corpo físico.
A qualidade dessa energia irradiada depende
da qualidade do nosso pensamento e da nossa vontade. Gúbio pediu aos
presentes que orassem em seu auxílio e emitissem ondas mentais de amor pura
para que, com isso, atraíssem a assistência dos Espíritos Superiores que lhe
intuiriam sobre como agir, através da sintonia do pensamento e lhe dariam
forças para enfrentar a situação que se delineava.
05) Como podemos entender e aplicar a nós
mesmos a seguinte assertiva: “O pensamento é uma força vigorosa, comandando
os mínimos impulsos da alma e, se nos entregássemos à reação espiritual,
armada de ódio ou desarmonia
pactuaríamos com a violência, impedindo, não só a manifestação providencial de
Matilde, a benfeitora, mas também a renovação de Gregório, que guardava a
inteligência centralizada no mal. Emissões de mágoa ou revide
colocar-nos-iam em trabalho contraproducente. As vibrações de amor fraternal,
quais as que o Cristo nos legou, são as verdadeiras energias dissolventes
da vingança, da perseguição, da indisciplina, da
vaidade e do egoísmo que atormentam a experiência humana”?
Como vimos em capítulo anterior, segundo o
instrutor Gúbio o pensamento é "força criadora de nossa própria alma e,
por isto mesmo, é a continuação de nós mesmos. Através dele, atuamos no meio em
que vivemos e agimos, estabelecendo o padrão de nossa influência, no bem
ou no mal." Portanto, a natureza do pensamento é que
vai definir a nossa sintonia vibratória que irá influenciar e receber
influências, para o bem ou para o mal, conforme a
qualidade do pensamento que emitimos. O amor é uma criação de Deus e, como tal,
o sentimento mais poderoso que existe, triunfando sempre sobre os sentimentos
negativos, como o ódio, o egoísmo e o desejo de vingança.
06) Mais adiante, respondendo à indagação
de Saldanha do motivo pelo qual não faziam
eles um movimento coordenado de repulsão energética, Gúbio
diz que em companhia do Mestre que abraçamos somente havia
lugar para o trabalho sadio, posto que um golpe não desaparece com outro
golpe e que a ferida se cura com remédio.
Como podemos entender e aplicar em nossa
jornada a lição que nos deixa Gúbio?
Todo o ensinamento de Jesus foi no sentido de
que somente através do amor se pode transformar as pessoas. Uma reação da mesma
natureza à que pretendia Gregório adotar não iria operar a sua desejada
transformação. "A ferida se cura com remédio", como disse Gúbio e não
com mais violência. E o remédio maior é o amor, pois só ele cobre uma multidão
de pecados, como afirmou Pedro em sua primeira carta, demonstrando haver
assimilado o ensinamento do Mestre.
07) Posteriormente, na conversa mantida
entre Matilde e Gregório, este queria uma luta armada. Matilde a aceitou
dizendo que: “Eu não tenho outra espada, senão a do amor com que sempre te
amei!”. E, com a arma do amor, vence a escuridão em que vivia Por que
o amor é a arma mais poderosa na conquista do Espírito? Por que o amor
vence todo ódio?
Porque o espírito é uma centelha de Deus.
Traz dentro de si a divindade irradiada em seu ser, como a luz do Sol
sobre a Terra. Sendo Deus todo amor em grau infinito, significa que temos todo
esse amor dentro de nós, latente, à espera de que eliminemos a escuridão que o
impede de brilhar. O mais insensível dos espíritos, o mais endurecido e perseverante
no mal traz, também, dentro de si esse amor divino, bastando que se saiba
fazê-lo desabrochar. Matilde, espírito de grande elevação, sabia muito bem como
fazer. Bastou derramar sobre Gregório sua luz e seu amor materno que ele não
resistiu, entregando-se por inteiro às forças do bem. Era o início de seu
processo de transformação.
Muita paz a todos.
Sala Nosso Lar
C V D E E
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