Estudo
Evangélico
Livro: “PALAVRAS DE VIDA ETERNA”
Francisco C. Xavier /
Emmanuel
Estudo n.3
EVITANDO A TENTAÇÃO
“Vigiai e orai para
não entrardes em tentação "- Jesus (Marcos,14:38)
A palavra evitar quer
dizer fugir, evadir-se, esquivar-se, e a palavra tentação significa disposição
ou ânimo para prática de coisas diferentes ou censuráveis, perdição. Devido a
herança que cada um traz do passado, da nossa condição evolutiva, podemos
entender que evitar a tentação é simplesmente fugir dela, quando na realidade
ela será evitada, quando nos dispusermos ao trabalho de mudança íntima, nos
educando, aí então, fortalecidos moralmente, conseguiremos superá-la
naturalmente, com entendimento e não apenas fugindo.
Qual o modo mais fácil de levar a efeito a vigilância pessoal para evitar a
queda em tentações? (q. 217, “O Consolador”).
Emmanuel responde:
"A maneira mais simples é a de cada um estabelecer um tribunal de
autocrítica, em consciência própria, procedendo para com outrem, na mesma
conduta de retidão que deseja da ação alheia para consigo próprio".
Isto quer dizer que
devemos estar constantemente analisando nosso procedimento para com as pessoas,
para não ferirmos, não magoarmos, da mesma maneira que não queremos ser
magoados ou feridos.
Como seres, ainda,
imperfeitos, conviveremos com o semelhante, também, imperfeito.
Não há como fugir e
isolar-se em torres de marfim, mosteiros inacessíveis, para viver na solidão,
com medo do convívio com o outro.
Somos multidão com
deformidades espirituais e a diferença evolutiva entre nós, não é
significativa. Vivemos num universo inteiramente solidário, no qual uns devem
ajudar e amparar outros, ou como diz o Evangelho: amar-nos uns aos outros. Não
é tão difícil, e é necessário. Para tanto é preciso exercitarmos o Amor.
Daí, a recomendação
da vigilância.
Essa porém, não é no
sentido de isolamento para fugir da tentação, mas, para que trabalhando os
males que nos afligem intimamente, façamos esforço grande para os superarmos,
procurando conhecer-nos intimamente, melhor trabalhando com as nossas
dificuldades espirituais.
As mais terríveis
tentações estão dentro de nós, no íntimo da nossa individualidade.
Ao reencarnarmos
trazemos as forças desequilibradas pelo passado de enganos, porém, teremos as
oportunidades que possibilitarão o reajuste, o equilíbrio.
Fazendo análise
íntima, perceberemos que é nas nossas tendências encontramos as mais vivas
sugestões de inferioridade. Daí a importância da vigilância, para não
permitirmos que outras mentes, também, em desequilíbrio consigam domínio sobre
nós.
Podemos exercitar o
bom ânimo, a paciência, a fé e a humildade, abnegação, compreensão, etc., em
todos os instantes. Nesses exercícios estaremos exercendo esse vigiar, que em
síntese, significa estar atento mantendo um campo íntimo, mental de trabalho no
Bem.
No contato com
aqueles mais próximos, teremos material de aprendizado, para desenvolver os
valores da boa-vontade, do perdão, da fraternidade pura e do bem incessante.
Devido ao estágio
evolutivo em que estamos, é natural soframos tentações, pois, elas estão
conosco. Temos o dever de educando-nos combatê-las energicamente, vigiando e
orando.
Apesar da
advertência, da convivência, da proximidade com Jesus, o apóstolo Pedro, que
deixara tudo para seguir o Mestre, negou-o justamente quando mais se fazia
preciso o testemunho de sua crença, de sua solidariedade. Ele que havia dito:
"Ainda que me seja necessário morrer contigo, de modo nenhum te
negarei", repentinamente, cedendo às suas próprias fragilidades, negou o
Cristo três vezes, antes do cantar do galo.
Este fato confirma
que não existe ninguém isento de tentações. Aliás, será nesse trabalho de
despertamento que o estudo passa que ficaremos precavidos cautelosos,
trabalhando, e não apenas guardando, do mesmo modo que orar não quer dizer
adorar sem nada produzir, ficando na ociosidade.
Não podemos nos
permitir ficar em atitude de vigilância e oração, fugindo à luta necessária
para a renovação.
Trabalhemos no Bem
infatigavelmente, e estaremos vigiando e orando para não cairmos em tentação.
Bibliografia:
Fonte Viva – F. C. Xavier/Emmanuel - lição 110
Diálogo com as sombras- H. Miranda - pág. 53
Maria Aparecida Ferreira Lovo
Setembro / 2001
Setembro / 2001
Centro Espírita Batuira
cebatuira@cebatuira.org.br
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