Céu inferno_016
1ª parte capítulo IX- Os demônios - Os demônios segundo a Igreja (itens 7 a 19)
1. Explique com base no que você já estudou:
a) Como a Igreja define os anjos:
b) Como os demônios são explicados pela
Igreja:
c) Qual é a função dos anjos decaídos?
2. Por que se poderia dizer que esta doutrina
não se coaduna com a Justiça Divina?
3. Na sua opinião, por que a Igreja criou a
doutrina dos Anjos?
4. Esta doutrina nega ou reafirma os
atributos de Deus? Por quê?
Conclusão:
1.
a) Como seres criados a parte na obra de
Deus; são superiores aos homens e já nascem perfeitos, ou seja, têm natureza
angélica e são destinados ao bem e servem de elo entre Deus e os homens.
b) Deus criou todos os seres para o bem,
porém, alguns se rebelaram e escolheram o caminho do mal; assim, surgiram os
demônios, seres dedicados exclusivamente ao mal, perversos e contra Deus.
Seriam a antítese dos anjos.
c) Dedicam-se a forjar armadilhas para
desviar os homens do caminho do bem, conquistando, assim adeptos ao "reino
do mal" que habitam.
2. Deus que é soberanamente justo e bom, não
criaria seres que, de antemão, já estavam destinados ao mal, apenas para
colocar a prova o homem. Se pensarmos bem para que o homem precisaria de
demônios se ele mesmo é capaz de criar seu próprio inferno?
3. Para coagir pelo medo numa época em que,
talvez, isso fosse necessário. O problema é que a humanidade evoluiu e a Igreja
ficou parada num tempo de terrorismo que não mais se justifica.
4. Nega de todas as maneiras. Deus não
permitiria que existissem seres com a única função de provocar a derrocada do
homem. Se permitisse não seria justo nem bom. Se não pudesse impedir, não seria
Deus pois que não teria controle sobre a própria criação.
Se houvesse demônios, seriam obra de Deus.
Mas, porventura, Deus seria justo e bom se houvera criado seres destinados
eternamente ao mal e a permanecerem eternamente desgraçados? Se há demônios,
eles se encontram no mundo inferior em que habitais e em outros semelhantes.
São esses homens hipócritas que fazem de um Deus justo um Deus mau e vingativo
e que julgam agradá-lo por meio das abominações que praticam em seu nome.
(...)
Os homens fizeram com os demônios o que
fizeram com os Anjos. Como acreditaram na existência de seres perfeitos desde
toda a eternidade, tomaram os Espíritos inferiores por seres perpetuamente
maus. Por demônios se devem entender os Espíritos impuros, que muitas vezes não
valem mais do que as entidades designadas por esse nome, mas com a diferença de
ser transitório o estado deles. São Espíritos imperfeitos, que se rebelam
contra as provas que lhes tocam e que, por isso, as sofrem mais longamente,
porém que, a seu turno, chegarão a sair daquele estado, quando o quiserem.
Poder-se-ia, pois, aceitar o termo demônio com esta restrição. Como o entendem
atualmente, dando-se-lhe um sentido exclusivo, ele induziria em erro, com o
fazer crer na existência de seres especiais criados para o mal. Satanás é
evidentemente a personificação do mal sob forma alegórica, visto não se poder
admitir que exista um ser mau a lutar, como de potência a potência, com a
Divindade e cuja única preocupação consistisse em lhe contrariar os desígnios.
Como precisa de figuras e imagens que lhe impressionem a imaginação, o homem
pintou os seres incorpóreos sob uma forma material, com atributos que lembram
as qualidades ou os defeitos humanos. É assim que os antigos, querendo
personificar o Tempo, o pintaram com a figura de um velho munido de uma foice e
uma ampulheta. Representá-lo pela figura de um mancebo fora contra-senso. O
mesmo se verifica com as alegorias da fortuna, da verdade, etc. Os modernos
representaram os Anjos, os puros Espíritos, por uma figura radiosa, de asas
brancas, emblema da pureza; e Satanás com chifres, garras e os atributos da
animalidade, emblema das paixões vis. O vulgo, que toma as coisas ao pé da
letra, viu nesses emblemas individualidades reais, como vira outrora Saturno na
alegoria do Tempo. (LE, q. 131)
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