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quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

nl03_01_Entre dois planos - MUNDO MAIOR

nl03_01 MUNDO MAIOR_ Entre dois planos

Estamos dando início hoje ao estudo de mais uma obra de André Luiz, a quinta da série de livros sempre ricos de ensinamentos que o autor espiritual nos trouxe.
Nesse livro, André Luiz continua sua narrativa do trabalho de socorro espiritual que desenvolve, agora integrado a nova equipe.
Vamos ao texto para estudo:

Prefácio: Na jornada evolutiva, de Emmanuel

"Dos quatro cantos da Terra diariamente partem viajores humanos, aos milhares, demandando o país da Morte. Vão-se de ilustres centros da cultura européia, de tumultuárias cidades americanas, de velhos círculos asiáticos, de ásperos climas africanos. Procedem das metrópoles, das vilas, dos campos...
Raros viveram nos montes da sublimação, vinculados aos deveres nobilitantes. A maioria constitui-se de menores de espírito, em luta pela outorga de títulos que lhes exaltem a personalidade.  Não chegaram a ser homens completos."
"Iludidos na teoria do menor esforço, inexistente nos círculos elevados, contavam com preeminência pessoal, sem nenhum testemunho de serviço e distantes do trabalho digno, em um céu de gozos contemplativos, exuberante de conforto melifico."
"A missão de André Luiz é, porém, a de revelar os tesouros de que somos herdeiros felizes na Eternidade, riquezas imperecíveis, em cuja posse jamais entraremos sem a indispensável aquisição de Sabedoria e de Amor.
Para isto, não lidamos em milagrosos laboratórios de felicidade improvisada, onde se adquiram dotes de vil preço e ordinárias asas de cera.  Somos filhos de Deus, em crescimento."
"A morte a ninguém propiciará passaporte gratuito para a ventura celeste. Nunca promoverá homens a anjos. Cada criatura transporá essa aduana da eternidade com a exclusiva bagagem do que houver semeado, e aprenderá que a ordem e a hierarquia, a paz do trabalho edificante, são característicos imutáveis da Lei, em toda parte.
Ninguém, depois do sepulcro, gozará de um descanso a que não tenha feito jus, porque "o Reino do Senhor não vem com aparências externas"."
"É natural, porém: cada lavrador respira o ar do campo que escolheu.
Para todos, contudo exoramos a bênção do Eterno:  tanto para eles, quanto para nós."
Emmanuel
1
Entre dois planos
"Esplendia o luar, revestindo os ângulos da paisagem de intensa luz. Maravilhosos cúmulos a Oeste, espraiados no horizonte, semelhavam-se a castelos de espuma láctea, perdidos no imenso azul; confinando com a amplidão, o quadro terrestre contrastava com o doce encantamento do alto, deixando entrever a vasta planície, recamada de arvoredo em pesado verde-escuro."
"- A região do encontro está próxima.
A palavra do Assistente Calderaro interrompeu-me a meditação.
. . .
Não viajávamos, ambos, sem objetivo.
Em breves minutos, partilharíamos os trabalhos do Instrutor Eusébio,  abnegado paladino do amor cristão, em serviço de auxílio a companheiros necessitados."
"Eusébio... Superintendia prestigiosa organização de assistência  em  zona intermediária, atendendo a estudantes relativamente espiritualizados, pois ainda jungidos ao círculo carnal, e a discípulos recém-libertos do campo físico.
A enorme instituição,  a que dedicava direção fulgurante,  regurgitava  de  almas situadas entre as esferas inferiores e as superiores, gente com imensidão de problemas e de indagações de toda a espécie, a requerer-lhe paciência e sabedoria;..."
"O vento passava cantando,  em surdina;  no recinto iluminado  de  claridades inacessíveis à faculdade receptiva do olhar humano, aglomeravam-se algumas centenas de companheiros, temporariamente afastados do corpo físico pela força liberativa do sono.
Amigos de nossa esfera atendiam-nos com desvelo, mostrando interesse afetivo, prazer d servir e santa paciência.  Reparei que muitos se mantinham de pé; outros, contudo, se acomodavam nas protuberâncias do solo alcatifado de relva macia, em palestra grave e respeitosa."
"- Temos aqui, em cálculo aproximado, mil e duzentas pessoas.  Deste número oitenta por cento se constituem de aprendizes dos templos espiritualistas, em seus ramos diversos, ainda inaptos aos grandes vôos do conhecimento, conquanto nutram fervorosas aspirações de colaboração no Plano Divino.  São companheiros de elevado potencial de virtudes.  Exemplificam a boa vontade, exercitam-se ma iluminação interior através  de esforço louvável; contudo, ainda não criaram o cerne da confiança  para uso próprio.  ...
Apesar da claridade que lhes assinala as diretrizes, ainda padecem desarmonias e angústias, que lhes ameaçam o equilíbrio incipiente...."
"- O acaso não opera prodígios. Qualquer realização há que planejar, atacar, pôr a termo.  Para que o homem físico se converta em homem espiritual, o milagre exige muita colaboração de nossa parte.  As asas sublimes da alma eterna não se expandem nos acanhados escaninhos de uma chocadeira.  Há que trabalhar, brunir, sofrer.
Nesse momento, aproximou-se alguém dirigindo-nos a palavra: era um solícito companheiro informando-nos que Eusébio penetrara o recinto."
"Consolidada a quietude no ambiente, elevou a destra para o Alto e orou com inflexão comovedora:
Senhor da vida,
Abençoa-nos o propósito
De penetrar o caminho da luz!...

Somos Teus filhos,
Ainda escravos de círculos restritos,
Mas a sede do Infinito
Dilacera-nos os véus do ser.

Herdeiros da imortalidade,
Buscamos-Te as fontes eternas,
Esperando, confiantes, em Tua misericórdia.

. . . . . . . . . . .

Dilata-nos a percepção diante da vida,
Abre-nos os olhos
Enevoados pelo sono da ilusão,
Para que divisemos Tua glória sem fim!...
Desperta-nos docemente o ouvido,
A fim de percebermos o cântico
De tua sublime eternidade.
Abençoa as sementes de sabedoria
Que os teus mensageiros esparziram
No campo de nossas almas;
Fecunda-nos o solo interior,
Para que os divinos germens não pereçam.

. . . . . . . . . . . . .

Acorda-nos, Senhor da Vida,
Para a luz das oportunidades presentes;
Para que os atritos da luta não as inutilizem,
Guia-nos os pés para o supremo bem;
Reveste-nos o coração
Com a Tua serenidade paternal,
Robustecendo-nos a resistência!
Poderoso Senhor,
Ampara-nos a fragilidade,
Corrige-nos os erros,
Esclarece-nos a ignorância,
Acolhe-nos em Teu amoroso regaço.

Cumpram-se, Pai Amado,
Os Teus desígnios soberanos,
Agora e sempre.
Assim seja."

"Meus olhos foram impotentes para conter  as lágrimas felizes  que as formosas cintilações me destilavam das fontes ocultas do espírito.  E,  antes que o nobre mentor retomasse a palavra, agradeci em silêncio a resposta do Céu, reconhecendo na prece, mais uma vez, não só a manifestação da reverência religiosa, senão também o recurso de acesso aos inesgotáveis mananciais do Divino Poder."

Questões para estudo e participação:

1.-  Quais os principais ensinamentos contidos na mensagem de Emmanuel, no texto que serve de prefácio ao livro?

2.-  Quais as necessidades dos espíritos que compareceram para ouvir a palestra do Instrutor Eusébio?

3.-  Em que a prece proferida pelo benfeitor se identifica com a platéia assistente?

Conclusão:

Vimos, nesse primeiro capítulo da obra cujo estudo estamos iniciando, que André Luiz, aproveitando-se da semana sem obrigações definidas a serem cumpridas, solicitou e obteve consentimento para participar da  equipe de  socorristas orientada pelo Assistente Calderaro.
 Essa equipe especializara-se em socorro espiritual no campo psíquico, tratando de encarnados enfermos com problemas de natureza psicológica.
Iniciando sua participação nessa nova tarefa, o Autor compareceu a uma reunião com o Instrutor Eusébio, dirigente da Instituição responsável pelo trabalho.
A narrativa do que foi essa reunião encontramos nos primeiros capítulos, iniciando-se pela prece proferida por aquele Mentor.

Questões para estudo e participação:

1.-  Quais os principais ensinamentos contidos na mensagem de Emmanuel, no texto que serve de prefácio ao livro?
Emmanuel nos mostra, nesta bela página que prefacia a obra de André Luiz, que o nosso futuro na vida espiritual depende unicamente de como vivemos o presente na vida material.  Comenta a permanente transmigração de espíritos que deixam a carne diariamente, vindos dos quatro cantos do Planeta  e em condições  absolutamente diversas, moral e intelectualmente.
No entanto, o tratamento que recebem da Providência Divina é o mesmo para todos, independente de classe social, raça ou credo religioso. Mostra o equívoco das teorias teológicas, que prometem um céu de gozos contemplativos, onde o esforço e o trabalho são inexistentes.
Adverte-nos, ainda, o insigne Mentor, que a morte não opera milagres transformadores de homens em anjos, propiciando "passaporte gratuito para a ventura celeste".  Cada um adentrará na nova forma de vida com a bagagem que cultivou durante a existência física, continuando o mesmo homem que saiu do plano físico, com os mesmos vícios cultivados e as mesmas virtudes conquistadas.
Em suma, Emmanuel, com palavras próprias, reafirma a máxima ensinada por Jesus em sua passagem entre os homens:  a cada um, segundo as suas obras.
       
2.-  Quais as necessidades dos espíritos que compareceram para ouvir a palestra do Instrutor Eusébio?
Os espíritos que compareceram à palestra do Instrutor Eusébio, emancipados pelo sono físico, eram portadores de aptidões à prática do bem, possuidores de qualidades reconhecidamente positivas e despendiam esforços louváveis no sentido do exercício do trabalho caritativo.  No entanto, ainda não adquiriram a auto-confiança necessária ao engajamento nas tarefas edificantes.  Ainda hesitavam diante dos obstáculos naturais que se lhes opunham no caminho.  Não se encontravam preparados o suficiente para o enfrentamento das provas indispensáveis ao crescimento espiritual e se debatiam com angústias e desarmonias causadoras de desequilíbrio.
Eram, pois, necessitados da assistência e das orientações dos benfeitores espirituais para que pudessem se tornar instrumentos a serviço da frente de trabalho socorrista.
Nessas reuniões, recebem a influência dos instrutores inconscientemente, gravando na memória os ensinamentos que, mais tarde, se transformarão em ídéias e inspirações edificantes, através de recordações imprecisas.

3.-  Em que a prece proferida pelo benfeitor se identifica com a platéia assistente?

Na prece proferida antes da palestra propriamente dita, Eusébio, humildemente, coloca-se no mesmo nível da assistência, confessando-se ao Criador ainda em condição de hesitação e ignorância diante dos desafios da vida.  Roga o fortalecimento e a intuição necessários para que todas as oportunidades de progresso sejam aproveitadas; pede ao Pai que os guie no caminho a ser percorrido e os afaste das tentações naturais que compõem o cenário da estrada evolutiva.

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