CAPÍTULO 16 = JESUS E REPOUSO
Há, no homem, sempre presente, um imenso desejo de repousar,
espairecer, sair do trabalho, refazer energias.
Programas de férias se sucedem em todas as quadras do ano, com
excursões, esportes, divertimentos.
Quem reside nos campos deseja viajar às cidades; quem trabalha nas
montanhas busca as praias; quem vive nos trópicos anela pelo frio e as
recíprocas são verdadeiras.
A febre das viagens toma conta das criaturas.
Aquele que as não realiza, sente-se diminuído, marginalizado, sem
status social.
Por extensão, todos desejam realizar o seu plano alternativo de
espairecimento e descanso.
Um grande número se entrega a trabalhos esfalfantes durante o ano
para economizar e realizar o seu sonho nas férias.
Labora até a exaustão, assume compromissos para pagar depois, a
expensas de juros escorchantes no resgate penoso, a fim de gozar hoje.
Comenta-se sobre as facilidades para viajar, as vantagens, e tudo
são apenas palavras.
Trata-se de um modismo.
Com raras exceções, as viagens são penosas e as excursões
exaustivas.
Pouco repouso e muito incômodo. As alegrias e entusiasmos do começo
emurchessem à medida que passam os dias, substituídos pelo sono irregular,
pelas indisposições, pelas horas intérminas de espera em hotéis abarrotados,
com serviços deficientes e outros percalços.
A propaganda bem apresentada fala da excelência de tudo, que a
realidade demonstra não ser verdade.
Na ocasião do retorno, quando não acontecem problemas muito comuns
em tais ocasiões, recompõem-se as aparências a fim de impressionar aqueles que
ficaram, e os comentários exagerados afloram aos lábios sorridentes dos
felizardos, que agora partem para a faina de regularizar ou recuperar os
gastos, cansando-se muito mais.
*
Toda mudança de atividade faculta renovação de energias e dá novas
motivações.
Um bom balanço de labores define quais as opções de que se dispõe
como alternativas para o bem-estar.
O homem necessita, sem dúvida, de férias, de repouso, de
espairecimento, que lhe proporcionam alegrias e refazimento para prosseguir
trabalhando.
Expedientes excitantes, planos extravagantes, movimentação contínua
e horários preestabelecidos constituem esforços desnecessários, com desperdício
de energias.
A preocupação com trajes, a aparência, o tormento das compras de
novidades e lembranças, exaurem o sistema nervoso, que se desgoverna, gerando
irritação e mau humor.
*
Jesus comentou que “o Pai até hoje trabalha” e Ele “também
trabalha”.
O trabalho é lei da vida, tanto quanto o é o repouso. Este,
porém, não é paralisação, ociosidade, nem corrida da busca de coisa-nenhuma.
Como repouso entenda-se tranqüilidade interior, recuperação de
forças, conquista de otimismo, estar de bem com a vida.
Proporcionar-se relaxação, leitura agradável esporte sadio,
convivência com pessoas experientes, joviais, alegres, sem ruídos, viajar em
calma para tomar contato com outros lugares, costumes, indivíduos, sem pressa,
constituem método eficaz para um bem utilizado repouso.
Igualmente,
meditar, no próprio lar; orar, buscando sintonia
com as nascentes do pensamento superior; confraternizar com os sofredores,
confortando-os e ajudando-os; asserenar-se, escutando melodias de profundo
conteúdo emocional, são recursos valiosos e técnicas de repouso que podem ser
aplicados em qualquer lugar, nas horas possíveis.
Basta entrar no quarto, fechar a porta e conversar com Deus,
conforme ensinou Jesus ao referir-se à técnica da oração. O quarto é o mundo
íntimo e a porta é o acesso ao exterior. Nesse lugar silencioso ouvirás Deus.
*
No teu programa de saúde física e mental inclui o repouso como
necessidade prioritária.
Cuida, porém, do que farás como recurso repousante.
Aproveita a ocasião para descobrires-te, conheceres-te melhor e
identificar o que, em verdade, te é indispensável, selecionando com rigor
aquilo que necessitas para uma vida saudável, abandonando ou dando menos valor
aos demais.
Repouso, sim, com ação edificante.
JESUS E ATUALIDADE
DIVALDO PEREIRA FRANCO
DITADO PELO ESPÍRITO JOANNA DE ÂNGELIS
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