CAPÍTULO 3 = JESUS E HUMANIDADE
Jesus-Homem é a lição de vida que haurimos no Evangelho como
convite ao homem que se deve deificar.
Não havendo criado qualquer doutrina ou sistema, Jesus tornou a
Sua vida o modelo para que o homem se pudesse humanizar, adquirindo a expressão
superior.
No Seu tempo, e ainda agora, o homem tem sido símbolo de
violência, prepotência e presunção, dominador exterior, estorcegando-se, porém,
na sua fragilidade, nos seus conflitos e perecibilidade.
Após os Seus exemplos surgiu um diferente homem: humilde, simples,
submisso e forte na sua perenidade espiritual.
*
Enquanto os grandes pensadores de todos os tempos estabeleceram
métodos e sistemas de doutrinas, Ele sustentou, no amor, os pilotis da ética
humanizadora para a felicidade.
Não se utilizou de sofismas, nem de silogismos, jamais aplicando
comportamentos excêntricos ou fórmulas complexas que exigissem altos níveis de
inteligência ou de astúcia. Tudo aquilo a que se referiu é conhecido, embora as
roupagens novas que o revestem.
Utilizou-se de um insignificante grão de mostarda, para lecionar
sobre a fé; recorreu a redes de pesca e a peixes, para deixar imperecíveis
exemplos de trabalho; a semente caindo em diferentes tipos de solos, para
demonstrar a diversidade de sentimentos humanos ante o pólen de luz da Sua
palavra.
O “sermão da montanha” inverteu o convencional e aceito sem
discussão, exaltando a vítima inocente ao invés do triunfador arbitrário; o
esfaimado de justiça, de amor e de verdade, em desconsideração pelo farto e
ocioso, dilapidador dos dons da vida.
*
Jesus é a personagem histórica mais identificada com o homem e com a
humanidade.
Todo o Seu ministério é feito de humanização, erguendo o ser do
instinto para a razão e daí para a angelitude.
Igualmente, é o Homem que mais se identifica com Deus.
Nunca se lhe refere como se estivesse distante, ou fosse
desconhecido, ou temível.
Apresenta-o em forma de Amor, amável e conhecido, próximo das
necessidades humanas, compassivo e amigo.
Reformula o conceito mosaico e atualiza-o em termos de conquista
possível, aproximando os homens dele pela razão simples de Ele estar sempre
próximo dos indivíduos que se recusam a doar-se-lhe em amor.
Referindo-se ao “reino”, não o adorna de quimeras nem o torna
pavoroso; antes, desperta nos corações o anelo de consegui-lo na realidade da
transcendência de que se reveste.
Nega o mundo, sem o maldizer, abençoando-o nas maravilhosas
paisagens nas quais atende a dor, e deixa-se mergulhar em meditações profundas
sob o faiscar das estrelas luminferas do Infinito.
Jesus, na humanidade, significa a luz que a aquece e a clareia.
*
Se te deixaste fossilizar por doutrinas ortodoxas que pretendem nEle
ter o seu fundador, renasce e busca-O, na multidão ou no silêncio da reflexão,
fazendo uma releitura das Suas palavras, despidas das interpretações forjadas.
Se te decepcionaste com aqueles que se dizem seguidores dEle, mas
não Lhe vivem os exemplos, olvida-os, seguindo-O na simplicidade dos convites
que Ele te endereça até agora e estão no conteúdo das Suas mensagens, ainda
vivas quão ignoradas.
Se não lhe sentiste o calor, rompe o frio da tua indiferença e
faze-te um pouco imparcial, sem reações adrede estabelecidas, facultando-Lhe
penetrar-te o coração e a mente.
Na tua condição humana necessitas dEle, a fim de cresceres, saindo
dos teus limites para o infinito do Seu amor.
Jesus veio ao homem para humanizá-lo, sem dúvida.
Cabe-te, agora, esquecer por momentos das tuas pequenezes e
recebe-lO, assim cristificando-te, no logro da tua realização plena e total.
JESUS E ATUALIDADE
DIVALDO PEREIRA FRANCO
DITADO PELO ESPÍRITO JOANNA DE ÂNGELIS
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