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segunda-feira, 24 de setembro de 2018

17ª Aula - RETORNO DA VIDA CORPÓREA À VIDA ESPIRITUAL


INFORMAÇÃO ESPÍRITA


CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO – 1º Ano – 37ª. Edição – FEESP

Zulmira da Conceição Chaves Hassesian

17ª Aula - RETORNO DA VIDA CORPÓREA À VIDA ESPIRITUAL

Parte A - A ALMA APÓS A MORTE - SEPARAÇÃO DA ALMA E DO CORPO - PERTURBAÇÃO ESPÍRITA

Analisando do ponto de vista filosófico do Espiritismo, a morte não significa a interrupção da vida. A morte resulta da extinção das forças vitais do ser orgânico.

No momento da morte física a alma volta a ser Espírito e conserva a sua individualidade não a perde jamais, mesmo após a morte do corpo físico.

A individualidade é um atributo do Espírito, demonstrada, através do perispírito, de acordo com as inúmeras comunicações de seres desencarnados, que fornecem detalhes particulares da vida física anterior.

O perispírito é o envoltório fluídico da alma, da qual não está separado nem antes, nem após a morte, podendo conservar, temporariamente, a aparência física que tinha em sua última encarnação.

Cientificamente, está devidamente comprovada a sobrevivência da individualidade do Espírito após a morte física. Portanto o Espírito é imortal, porém não é eterno, pois somente Deus é eterno conserva o seu patrimônio de experiências existenciais, cuja memória é propriedade exclusiva do Espírito. Após o desencarne, o Espírito conserva todas as suas experiências da vida e principalmente, as aquisições morais, e nada leva com relação às conquistas materiais.

Após a criação o Espírito será imortal, entretanto, não é eterno, porque foi criado por Deus e somente Deus é eterno.

O Espírito encarnado, em sua maioria, não se lembra de que é hospede da esfera que o recebe para a sua jornada de experiências e aprendizado, para alcançar estágios mais sublimes, na sua evolução espiritual.

Depois do desencarne, o Espírito tem conhecimento, com exatidão, que o reino do bem ou o domínio do mal, residem dentro de cada um.

A consciência desse fato proporcionaria ao ser encarnado, o comprometimento em semear o bem e a luz, mais intensamente em sua jornada terrena.

SEPARAÇÃO DA ALMA E DO CORPO

A confiança e a fé na vida futura não são suficientes para excluir a apreensão da passagem da vida física para a vida espiritual. Muitos, não temem a morte, entretanto, permanecem inseguros quanto à transição de uma vida para a outra.

A extinção da vida orgânica provoca a separação da alma e do corpo, pela ruptura do laço fluídico que os une; mas essa separação jamais é brusca; o fluido perispiritual se separa pouco a pouco de todos os órgãos, de sorte que a separação não é completa e absoluta senão quando não reste mais um único átomo do perispírito unido a uma molécula do corpo.

Na transição do plano físico para o plano espiritual, existem várias sensações dos Espíritos e verifica-se que as essas condições dependem do desprendimento do perispírito, que apresentam diversas variações:

1) se, no momento da extinção da vida orgânica o desligamento do perispírito já estiver completado, a alma nada sentirá;

2) se, nesse momento, a união dos dois elementos, estiver no auge de suas forças, produzir-se-á uma espécie de ruptura ou dilaceramento;

3) se, a união já se apresentar enfraquecida, a separação será fácil e se dará sem abalo ou choque;

4) se, após a completa extinção da vida orgânica, ainda existirem muitos pontos de contatos entre o corpo físico e o perispírito, a alma poderá sentir os efeitos da decomposição do corpo, até que as ligações sejam completa-mente rompidas.

A separação da alma e do corpo não é dolorosa, há maior sofrimento para o corpo durante a vida que no momento da morte. É a alma quem sofre e não o corpo físico, este serve como o instrumento da dor.

A Doutrina Espírita esclarece que a “intensidade e a duração do sofrimento estão na razão da afinidade entre o corpo físico e perispírito” e conclui que “o estado moral da alma é a causa principal que influi sobre a maior ou menor facilidade do desligamento.” (Céu e Inferno)

PERTURBAÇÃO ESPÍRITA

Conforme esclarece a Doutrina Espírita, na passagem da vida corpórea para vida espiritual, produz-se ainda, um outro fenômeno de capital importância: o da perturbação. Nesse momento a alma sente um entorpecimento que paralisa, momentaneamente, as suas faculdades e neutralizam, pelo menos em parte, as sensações. A alma fica em estado cataléptico, de sorte que quase nunca tem consciência do seu último suspiro.

O estado do Espírito no momento da morte pode se resumir assim: O Espírito sofre tanto mais quanto o desligamento do corpo seja mais lento. O tempo de desligamento esta em razão de adiantamento do Espírito. Para o Espírito desmaterializado, cuja consciência é pura, a morte é um sono de alguns instantes, isenta de todo sofrimento, e cujo despertar é cheio de suavidade.

A perturbação pode ser considerada como estado normal no instante da morte e a sua duração é indeterminada; e varia de algumas horas a alguns anos.

Na morte natural, a que resulta da extinção das forças vitais ou da doença, o desligamento se processa gradual-mente. No ser humano, cuja alma esta desmaterializada, e cujos pensamentos se separaram das preocupações terrestres, o desligamento é quase completo, antes da morte real; o corpo vive ainda a vida orgânica, e a alma já entrou na vida espiritual.

A afinidade entre o corpo e o perispírito esta na razão do apego do Espírito a matéria; está no seu máximo no homem cujas preocupações todas se concentram na vida e nos gozos terrenos; ela é nula naquele cuja alma depurada, esta identificada por antecipação com a vida espiritual.

Nas mortes violentas, por suicídio, acidente, ferimentos e etc., o Espírito é surpreendido, espanta-se, não acredita que esteja morto e sustenta teimosamente que não morreu. Não obstante, vê o seu corpo, sabe que é dele, mas não compreende que esteja separado.

A perturbação que se segue a morte nada tem de penosa para o homem de bem: é calma, semelhante à que acompanha um despertar tranquilo. Para aquele cuja consciência não esta pura é cheia de ansiedade e angústias.

BIBLIOGRAFIA

KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos - Segunda Parte - cap. III - 149 a 165

KARDEC, Allan - O Céu e o Inferno- Segunda Parte - cap. I- item4 a 9 e 13.

Parte B - PARÁBOLA DO MORDOMO OU ADMINISTRADOR INFIEL

Definição de parábola: As parábolas do Evangelho são narrativas alegóricas, contendo figuras e quadros das ocorrências cotidianas, entretanto, capaz de transmitir verdades indispensáveis, através de métodos comparativos para facilitar a compreensão de ensinamentos e preceitos morais.

Importância do método pedagógico: “Ainda hoje, esse método é portador de resultados eficientes. A sua vigência permite que se transfiram as informações de uma para outra geração, através das épocas, sem que percam a sua atualidade, podendo ser sempre interpretadas conforme as circunstâncias e características culturais de cada época” (J.A.)

E Jesus disse aos seus discípulos: “havia um homem rico, que tinha um administrador; e este lhe foi denunciado como esbanjador dos seus bens”.

Chamou-o e perguntou-lhe: que é isto que ouço a teu respeito?

Presta conta da tua administração, pois já não podes mais ser meu administrador.

Disse o administrador consigo mesmo: Que hei de fazer, já que o meu senhor me tira a administração? Não tenho forças para trabalhar na terra; de mendigar tenho vergonha.

Eu sei o que hei de fazer para que, quando for despedido da administração, me recebam em suas casas.

Tendo chamado cada um dos devedores do seu senhor, perguntou ao primeiro: Quanto deves ao meu patrão?

Respondeu ele: Cem cados (vasos de barro) de azeite. Disse-lhe então: Toma a tua conta, assenta-te depressa e escreve cinquenta.

Depois perguntou a outro: E tu, quanto deves? Respondeu ele: Cem coros (medida dos hebreus) de trigo. Disse-lhe: Toma a tua conta e escreve oitenta.

E o senhor louvou o administrador infiel, por haver procedido sabiamente; porque os filhos deste mundo são mais sábios na sua própria geração do que os filhos da luz.

E eu vos recomendo: Com as riquezas da iniquidade, façam amigos; para que, quando estas vos faltarem, esses amigos vos recebam nos tabernáculos (tenda usada pelos hebreus no deserto) eternos.

Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco, também é injusto no muito.

Se, pois, não vos tomardes fiéis na aplicação das riquezas de origem injusta, quem vos confiará a verdadeira riqueza?

E se não vos tornardes fiéis na aplicação do alheio, quem vos dará o que é vosso?

Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro; ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e as riquezas” - Jesus (Lucas 16; 1 a 13)

Sintetizemos a parábola, interpretando os seus personagens:

O senhor ou proprietário: Deus.

O mordomo infiel: o homem.

Os devedores beneficiados: nosso próximo. Há bens dados a administração: todos os bens materiais existentes no mundo que habitamos (propriedades, fortuna, posição social, família, corpo físico, etc.).

Interpretação da parábola: A parábola fala de um administrador (mordomo) que se comportou desonestamente. Então, chamado às contas, antes que fosse despedido convocou os devedores do proprietário (o senhor) e mandou que confessassem dívidas menores que as verdadeiras; com esse procedimento, visava captar a simpatia e boa vontade deles.

Nesta parábola, parece que Jesus incentiva a prática de atos ilícitos ou apologia a desonestidade é uma consagração à fraude. Entretanto, não é esse o objetivo do ensinamento. Sabemos que no Evangelho de Jesus não existe nada dúbio e que é necessário interpretá-lo, segundo o espírito que vivifica.

No uso e administração de qualquer desses bens, o homem procede como mordomo infiel: apropria-se deles com exclusivismo, egoisticamente, acumulam os só para si, desrespeita os direitos alheios, prejudica o próximo.

A “infidelidade” está em se apossar do que nos é dado temporariamente, “para administrar”.

O homem sendo o depositário, o administrador dos bens que Deus lhe depositou nas mãos, severas contas lhe serão pedidas do emprego que lhes dará, em virtude do seu livre-arbítrio. O mau emprego consiste em utilizá-los somente para a sua satisfação pessoal.”

Ao contrário, o emprego é bom sempre que dele resulta algum bem para os outros. O mérito é proporcional ao sacrifício que para tanto se impõe.” (ESE - cap. XVI, item 13)

BIBLIOGRAFIA:

Novo Testamento. (Lc 16: 1-13)

ALMEIDA, José de Souza e. - As Parábolas - cap. VII.

SCHUTEL, Cairbar - Parábolas e Ensinos de Jesus - 1° Parte.



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