INFORMAÇÃO
ESPÍRITA
TRIBUNA
DO ESPIRITISMO
O
semear tende ao infinito...
Somos
responsáveis pela semeadura.
Lívia
Maria Ribeiro Leme Anunciação
livia.maleme@gmail.com
Jesus
Cristo ao nos ensinar por parábolas, nos traz profundas reflexões
na Parábola do Semeador (Mt 13:3-9; Mc 4:3-9; Lc 8:4-8).
Allan
Kardec, no Livro “O Céu e o Inferno”, logo no capítulo I,
quando faz apontamentos sobre “O porvir e o nada” menciona que
“pela crença do nada o homem concentra, forçosamente, todos os
seus pensamentos na vida presente”. Quando a semente cai pelo
caminho e os pássaros a comem Jesus nos fala da fugacidade, da
semeadura sem consciência espiritual, da semeadura material, aquela
necessidade que o homem possui e que passa tão rapidamente que não
traz senão a satisfação momentânea sem construção salutar
alguma. Kardec aponta para esse olhar egoísta em que o homem pensa
somente em si, sendo o egoísmo um obstáculo para a evolução
moral. O homem de fato evolui, cada um a seu tempo, entretanto,
quanto mais obscuro o envoltório ocular e das percepções, mais
morosa é a caminhada, ocorrendo assim entraves nesta jornada. As
sementes são largadas, jogadas ao léu, mas sem a colheita. O
coração se enche de orgulho e devasta aquela existência. A
vivência do Espírito se torna incrédula.
De
uma forma simplista, leiga e ausente do conhecimento da
espiritualidade, a humanidade nasceria então isenta de qualquer
responsabilidade perante o mundo em que vive. Todo o conhecimento
científico e apropriação da cultura é condicionado aos processos
educacionais implícitos em cada realidade. Entretanto, nós
espíritas, sabemos da bagagem do Espírito e compreendemos que ao
nascermos nesta existência boa parte da semeadura foi realizada em
existências anteriores e se estende ao infinito em um continuum.
Vejamos
a análise pela lei de causa e efeito. Se a semente é plantada na
rocha, na pedra, sem semeadura e sem cuidados, certamente a
germinação está prejudicada. Quantos de nós, por diversos
momentos, plantamos essa semente na pedra por fim de palavras
proferidas e colocadas em momentos inoportunos, com pensamentos
depreciativos e destrutivos? Certamente, o efeito disso é a morte da
semente plantada. É o fracasso da vida, pois a semente é o elemento
divino do porvir.
Um
exemplo: o olhar materializado para as coisas do mundo, sem a
influência do conhecimento da espiritualidade conduz a uma cegueira
espiritual, obscurecendo as luzes da verdadeira vida e leva o
Espírito ao sono profundo e da ignorância.
A
semente nada mais é que nosso coração. Cada um tem sua história,
mas o coração fértil envolto e regado pela Luz Divina supõe
trabalho com aprendizagens, ora dolorosas ora ditosas. É um misto de
vivências que nos constroem em busca da evolução espiritual
constante.
Quando
Jesus nos chama a atenção para a semeadura, Ele nos coloca como
responsáveis pela nossa existência e a lei do livre arbítrio
regula, então esta semeadura, e a vivência no Evangelho é o solo
fértil para germinar as sementes plantadas pelas nossas
experiências.
Assim,
ora depuramos as tendências, ora adquirimos novos débitos e ora
internalizamos virtudes que se cristalizam em nossa consciência.
Enfim,
nossa evolução espiritual tende ao infinito.
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