INFORMAÇÃO
ESPÍRITA
ENQUANTO
VIVEM NA ESCURIDÃO
(Orientações
Práticas para atividades de Desobsessão
Rubens
Santini – Distribuição gratuita
(rubens.santini@gmail.com)
IV
- Equipe de Desobsessão
No
trabalho de desobsessão, a equipe é composta de: Dirigente,
Doutrinadores, Médiuns e Apoiadores (ou Assistentes). Todos os
componentes têm as suas funções, as suas responsabilidades. TODOS
SÃO IMPORTANTES! Podemos comparar o grupo de desobsessão ao corpo
humano: os olhos têm a sua utilidade, assim como as mãos, os
pés,... O corpo humano sem a visão fica prejudicado, e assim por
diante! Não devemos invejar a função alheia. Temos o nosso papel
dentro do grupo e devemos fazer a nossa parte da melhor maneira
possível!
Vamos,
então, descrever a finalidade de cada membro do grupo mediúnico:
DIRIGENTE
(2)“O
Dirigente da reunião é aquele que preside os trabalhos,
encaminhando todo o seu desenrolar. É o responsável, no plano
terrestre, pela reunião. A figura daquele que diri-ge é de muita
importância para todo o grupo. Deve ser uma pessoa que conheça
profundamente a Doutrina Espírita e, mais do que isto, que viva os
seus postulados, obtendo assim a autoridade moral imprescindível aos
labores dessa ordem. Esta autoridade é fator primacial, pois uma
reunião dirigida por quem não a possui será, evidentemente,
ambiente propício aos Espíritos perturbadores. Diz-nos Kardec que a
verdadeira superioridade é a moral e é esta que os Espíritos
realmente respeitam. É ele que irá infundir nos integrantes da
equipe a certeza de uma direção segura e equilibrada. O Dirigente
precisa ser, pois, alguém em quem o grupo confie, uma pessoa que
represente para os encarnados a diretriz espiritual, aquela que na
realidade sustenta e orienta tudo o que ocorre. Ele é o
representante da direção existente na espiritualidade, o pólo
catalisador da confiança e da boa vontade de todos.”
2
Extraído de “Obsessão/Desobsessão – Suely C. Shubert - FEB
DOUTRINADOR
Fomos
buscar as informações necessárias sobre o papel do Doutrinador nas
seguintes fontes: “Diálogo com as Sombras” (Hermínio Miranda) e
“Obsessão e Desobsessão” (Suely Shubert). Vamos ver, então, o
que eles relataram:
(3)”Num
grupo mediúnico, chama-se Doutrinador a pessoa que se incumbe de
dialogar com os companheiros desencarnados necessitados de ajuda e
esclarecimento. Qualquer bom dicionário leigo dirá que doutrinar é
instruir em uma doutrina, ou simplesmente, ensinar. E aqui já
começamos a esbarrar nas dificuldades que a palavra doutrinador nos
oferece, no contexto da prática mediúnica. Em primeiro lugar,
porque o Espírito que comparece para debater conosco os seus
problemas e afeições, não está em condições, logo nos primeiros
contatos, de receber instruções doutrinárias, ou seja, acerca da
Doutrina Espírita, que professamos, e com a qual pretendemos
ajudá-lo. Ele não vem disposto a ouvir uma pregação, nem
predisposto ao aprendizado, como ouvinte paciente ante um guru
evoluído.”
3
“Diálogo com as Sombras” – Hermínio C. Miranda - FEB
4
“Obsessão e Desobsessão” – Suely Shubert - FEB
(4)”Esclarecer,
em reunião de desobsessão, é clarear o raciocínio; é levar uma
Entidade desencarnada, através de uma série de reflexões, a
entender determinado problema que ela traz consigo e que não
consegue resolver; ou fazê-la compreender que as suas atitudes
representam um problema para terceiros, com agravantes para ela
mesma. É levá-la a modificar conceitos errôneos, distorcidos e
cristalizados, por meio de uma lógica clara, concisa, com base na
Doutrina Espírita e, sobretudo, permeada de amor. Essa é uma das
mais belas tarefas na reunião de desobsessão e que requer muita
prudência, discernimento e diplomacia. Que requer, principalmente, o
ascendente moral daquele que fala sobre aquele que ouve, que está
sendo atendido. Esse ascendente moral faz com que as explicações
dadas levem o cunho da serenidade, da energia equilibrada e da
veracidade.
(...)
O esclarecimento não se faz mostrando erudição, conhecimentos
filosóficos ou doutrinários. Também não há necessidade de dar
uma aula sobre o que é o Espiritismo, nem mostrar o quanto os
Espíritos trabalham. Como não é o instante para criticar,
censurar, acusar ou julgar. Esclarecer não é fazer sermão. Não
surtirão bons resultados palavras revestidas de grande beleza, mas
vazias, ocas, frias. Não atenderão às angústias e aflições
daquele que sofre e muito menos abrandarão os revoltados e
vingativos. (...) Para sentir aquilo que diz, é essencial ao
doutrinador uma vivência que se enquadre nos princípios que procura
transmitir. Assim, a sua vida diária deve ser pautada, o mais
possível, dentro dos ensinamentos evangélicos e doutrinários.
Inclusive, porque os desencarnados que estão sendo atendidos, não
raro, acompanham-lhe os passos (não somente o doutrinador, mas
também aos demais integrantes da equipe), para verificar o seu
comportamento e se há veracidade em tudo o que fala e aconselha. Eis
o motivo pelo qual Joanna de Ângelis recomenda:
“(...)
quem se faz instrutor deve valorizar o ensino, aplicando-o em si
mesmo.”
MÉDIUNS
(5)”O
médium, desde os instantes iniciais de sua trajetória na seara
mediúnica espírita, aprende que a prática dessa faculdade exigirá
dele – se quiser produzir algo de proveitoso em benefício dos que
sofrem e, concomitantemente, conseguir o desenvolvimento de sua
aptidão – esforço e dedicação, estudo metódico e constante do
Espiritismo, perseverança, disciplina e muita vontade de se renovar,
de se trans-formar, para o que deverá também aliar o trabalho da
caridade aos requisitos mencionados. (...) Serão testados na boa
vontade, paciência e perseverança no trato tanto do obsidiado como
dos obsessores; serão mesmo vigiados por estes últimos que lhe
espreitam os passos, pondo-lhes à prova a resistência e a fé.
Estarão, enfim, cooperando para o labor sagrado da cura das almas –
finalidade maior da Doutrina Espírita. (...) A atuação
propriamente dita dos médiuns, durante uma sessão mediúnica de
desobsessão, é de vital importância para o bom andamento dos
trabalhos. Eles são os instrumentos de que o Mundo Maior se
utilizará para o pronto atendimento aos Espíritos sofredores e
obsessores. (...) A incorporação de um obsessor ou de um suicida,
por exemplo, é bastante penosa para o medianeiro. As vibrações
desses Espíritos, a atmosfera psíquica em que vivem repercutem
profundamente no médium. Este passa a se identificar com os
sofrimentos ou perturbações que apresentem, como também sentirá
os reflexos das angústias e dos sentimentos de que são portadores.”
5
Extraído de “Obsessão e Desobsessão” – Suely Shubert
6
“Diálogo com as sombras” – Hermínio de Miranda
(6)”Há
manifestações difíceis, dolorosas, que deixam resíduos
vibratórios perturbadores. Em casos assim, o médium não deve ser
deixado à sua sorte, com as dores e as canseiras resultantes. Se o
Dirigente não puder socorrê-lo com um passe restaurador, designe
alguém do grupo para fazê-lo, mas diga-lhe uma breve palavra de
carinho ou lhe faça um gesto de solidariedade, para que o médium
sinta o apoio e a compreensão para a sua árdua tarefa.”
(7)
”O doente espiritual que se comunica mediunicamente, começa a
receber tratamento de que necessita, quando energias equilibradas
contém as suas manifestações destrambelhadas. Dessa forma, se o
médium secundar-lhe e endossar-lhe o descontrole emocional e verbal,
não raro estará contribuindo para cristalizar ainda mais os seus
problemas. O médium ao apassivar-se, cedendo a sua instrumentalidade
orgânica ao intercâmbio com Espíritos menos felizes, deve exercer
um completo controle sobre o enfermo. Disciplinando gestos
agressivos, palavras contundentes, comentários maliciosos, estará
exercendo a Caridade preconizada pelo Senhor.”
7
“Doutrinação” – Roque Jacintho
8
“Diálogo com as sombras” – Hermínio Miranda
ASSISTENTES/APOIADORES/PARTICIPANTES
(8)”O
participante, porém, precisa estar preparado para a eventualidade de
conviver com o grupo por longos anos, sem que nenhum fenômeno
ostensivo se passe na intimidade de seu ser. Não pense, porém, que
é inútil, só porque não incorpora, não vê ou não ouve
Espíritos; às vezes, sua participação é preciosa. Conserve-se
firme e tranqüilo; contribua para manter um bom ambiente de
vibrações amorosas, vigie seus pensamentos, permaneça concentrado
e em prece nos momentos mais críticos. Não se aflija se a sua
contribuição é menos ostensiva. Num grupo bem harmonizado, todos
são úteis e necessários, como já ensinava Paulo, há tantos
séculos:
-
Com efeito – dizia ele aos Coríntios (Primeira Epístola, cap. 12,
vers. 14 e seguintes)
– o
corpo não se compõe de um só membro, senão de muitos. Se o pé
dissesse:
“Como
não sou mão, não pertenço ao corpo”, deixará de ser parte do
corpo por isso?
Se
todo corpo fosse olho, onde ficaria o ouvido? E se fosse todo ouvido,
onde ficaria o olfato?”
“Nada,
pois, de ambicionar, ou mesmo desejar, faculdades para as quais não
estamos preparados, ou pelo menos, ainda não estamos preparados.”
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