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quarta-feira, 19 de setembro de 2018

IV - Equipe de Desobsessão


INFORMAÇÃO ESPÍRITA

ENQUANTO VIVEM NA ESCURIDÃO
(Orientações Práticas para atividades de Desobsessão

Rubens Santini – Distribuição gratuita
(rubens.santini@gmail.com)


 IV - Equipe de Desobsessão

No trabalho de desobsessão, a equipe é composta de: Dirigente, Doutrinadores, Médiuns e Apoiadores (ou Assistentes). Todos os componentes têm as suas funções, as suas responsabilidades. TODOS SÃO IMPORTANTES! Podemos comparar o grupo de desobsessão ao corpo humano: os olhos têm a sua utilidade, assim como as mãos, os pés,... O corpo humano sem a visão fica prejudicado, e assim por diante! Não devemos invejar a função alheia. Temos o nosso papel dentro do grupo e devemos fazer a nossa parte da melhor maneira possível!

Vamos, então, descrever a finalidade de cada membro do grupo mediúnico:

DIRIGENTE

(2)“O Dirigente da reunião é aquele que preside os trabalhos, encaminhando todo o seu desenrolar. É o responsável, no plano terrestre, pela reunião. A figura daquele que diri-ge é de muita importância para todo o grupo. Deve ser uma pessoa que conheça profundamente a Doutrina Espírita e, mais do que isto, que viva os seus postulados, obtendo assim a autoridade moral imprescindível aos labores dessa ordem. Esta autoridade é fator primacial, pois uma reunião dirigida por quem não a possui será, evidentemente, ambiente propício aos Espíritos perturbadores. Diz-nos Kardec que a verdadeira superioridade é a moral e é esta que os Espíritos realmente respeitam. É ele que irá infundir nos integrantes da equipe a certeza de uma direção segura e equilibrada. O Dirigente precisa ser, pois, alguém em quem o grupo confie, uma pessoa que represente para os encarnados a diretriz espiritual, aquela que na realidade sustenta e orienta tudo o que ocorre. Ele é o representante da direção existente na espiritualidade, o pólo catalisador da confiança e da boa vontade de todos.”

2 Extraído de “Obsessão/Desobsessão – Suely C. Shubert - FEB

DOUTRINADOR

Fomos buscar as informações necessárias sobre o papel do Doutrinador nas seguintes fontes: “Diálogo com as Sombras” (Hermínio Miranda) e “Obsessão e Desobsessão” (Suely Shubert). Vamos ver, então, o que eles relataram:

(3)”Num grupo mediúnico, chama-se Doutrinador a pessoa que se incumbe de dialogar com os companheiros desencarnados necessitados de ajuda e esclarecimento. Qualquer bom dicionário leigo dirá que doutrinar é instruir em uma doutrina, ou simplesmente, ensinar. E aqui já começamos a esbarrar nas dificuldades que a palavra doutrinador nos oferece, no contexto da prática mediúnica. Em primeiro lugar, porque o Espírito que comparece para debater conosco os seus problemas e afeições, não está em condições, logo nos primeiros contatos, de receber instruções doutrinárias, ou seja, acerca da Doutrina Espírita, que professamos, e com a qual pretendemos ajudá-lo. Ele não vem disposto a ouvir uma pregação, nem predisposto ao aprendizado, como ouvinte paciente ante um guru evoluído.”

3 “Diálogo com as Sombras” – Hermínio C. Miranda - FEB

4 “Obsessão e Desobsessão” – Suely Shubert - FEB

(4)”Esclarecer, em reunião de desobsessão, é clarear o raciocínio; é levar uma Entidade desencarnada, através de uma série de reflexões, a entender determinado problema que ela traz consigo e que não consegue resolver; ou fazê-la compreender que as suas atitudes representam um problema para terceiros, com agravantes para ela mesma. É levá-la a modificar conceitos errôneos, distorcidos e cristalizados, por meio de uma lógica clara, concisa, com base na Doutrina Espírita e, sobretudo, permeada de amor. Essa é uma das mais belas tarefas na reunião de desobsessão e que requer muita prudência, discernimento e diplomacia. Que requer, principalmente, o ascendente moral daquele que fala sobre aquele que ouve, que está sendo atendido. Esse ascendente moral faz com que as explicações dadas levem o cunho da serenidade, da energia equilibrada e da veracidade.

(...) O esclarecimento não se faz mostrando erudição, conhecimentos filosóficos ou doutrinários. Também não há necessidade de dar uma aula sobre o que é o Espiritismo, nem mostrar o quanto os Espíritos trabalham. Como não é o instante para criticar, censurar, acusar ou julgar. Esclarecer não é fazer sermão. Não surtirão bons resultados palavras revestidas de grande beleza, mas vazias, ocas, frias. Não atenderão às angústias e aflições daquele que sofre e muito menos abrandarão os revoltados e vingativos. (...) Para sentir aquilo que diz, é essencial ao doutrinador uma vivência que se enquadre nos princípios que procura transmitir. Assim, a sua vida diária deve ser pautada, o mais possível, dentro dos ensinamentos evangélicos e doutrinários. Inclusive, porque os desencarnados que estão sendo atendidos, não raro, acompanham-lhe os passos (não somente o doutrinador, mas também aos demais integrantes da equipe), para verificar o seu comportamento e se há veracidade em tudo o que fala e aconselha. Eis o motivo pelo qual Joanna de Ângelis recomenda:

(...) quem se faz instrutor deve valorizar o ensino, aplicando-o em si mesmo.”

MÉDIUNS

(5)”O médium, desde os instantes iniciais de sua trajetória na seara mediúnica espírita, aprende que a prática dessa faculdade exigirá dele – se quiser produzir algo de proveitoso em benefício dos que sofrem e, concomitantemente, conseguir o desenvolvimento de sua aptidão – esforço e dedicação, estudo metódico e constante do Espiritismo, perseverança, disciplina e muita vontade de se renovar, de se trans-formar, para o que deverá também aliar o trabalho da caridade aos requisitos mencionados. (...) Serão testados na boa vontade, paciência e perseverança no trato tanto do obsidiado como dos obsessores; serão mesmo vigiados por estes últimos que lhe espreitam os passos, pondo-lhes à prova a resistência e a fé. Estarão, enfim, cooperando para o labor sagrado da cura das almas – finalidade maior da Doutrina Espírita. (...) A atuação propriamente dita dos médiuns, durante uma sessão mediúnica de desobsessão, é de vital importância para o bom andamento dos trabalhos. Eles são os instrumentos de que o Mundo Maior se utilizará para o pronto atendimento aos Espíritos sofredores e obsessores. (...) A incorporação de um obsessor ou de um suicida, por exemplo, é bastante penosa para o medianeiro. As vibrações desses Espíritos, a atmosfera psíquica em que vivem repercutem profundamente no médium. Este passa a se identificar com os sofrimentos ou perturbações que apresentem, como também sentirá os reflexos das angústias e dos sentimentos de que são portadores.”

5 Extraído de “Obsessão e Desobsessão” – Suely Shubert

6 “Diálogo com as sombras” – Hermínio de Miranda

(6)”Há manifestações difíceis, dolorosas, que deixam resíduos vibratórios perturbadores. Em casos assim, o médium não deve ser deixado à sua sorte, com as dores e as canseiras resultantes. Se o Dirigente não puder socorrê-lo com um passe restaurador, designe alguém do grupo para fazê-lo, mas diga-lhe uma breve palavra de carinho ou lhe faça um gesto de solidariedade, para que o médium sinta o apoio e a compreensão para a sua árdua tarefa.”

(7) ”O doente espiritual que se comunica mediunicamente, começa a receber tratamento de que necessita, quando energias equilibradas contém as suas manifestações destrambelhadas. Dessa forma, se o médium secundar-lhe e endossar-lhe o descontrole emocional e verbal, não raro estará contribuindo para cristalizar ainda mais os seus problemas. O médium ao apassivar-se, cedendo a sua instrumentalidade orgânica ao intercâmbio com Espíritos menos felizes, deve exercer um completo controle sobre o enfermo. Disciplinando gestos agressivos, palavras contundentes, comentários maliciosos, estará exercendo a Caridade preconizada pelo Senhor.”

7 “Doutrinação” – Roque Jacintho

8 “Diálogo com as sombras” – Hermínio Miranda

ASSISTENTES/APOIADORES/PARTICIPANTES

(8)”O participante, porém, precisa estar preparado para a eventualidade de conviver com o grupo por longos anos, sem que nenhum fenômeno ostensivo se passe na intimidade de seu ser. Não pense, porém, que é inútil, só porque não incorpora, não vê ou não ouve Espíritos; às vezes, sua participação é preciosa. Conserve-se firme e tranqüilo; contribua para manter um bom ambiente de vibrações amorosas, vigie seus pensamentos, permaneça concentrado e em prece nos momentos mais críticos. Não se aflija se a sua contribuição é menos ostensiva. Num grupo bem harmonizado, todos são úteis e necessários, como já ensinava Paulo, há tantos séculos:

- Com efeito – dizia ele aos Coríntios (Primeira Epístola, cap. 12, vers. 14 e seguintes)

o corpo não se compõe de um só membro, senão de muitos. Se o pé dissesse:

Como não sou mão, não pertenço ao corpo”, deixará de ser parte do corpo por isso?

Se todo corpo fosse olho, onde ficaria o ouvido? E se fosse todo ouvido, onde ficaria o olfato?”

Nada, pois, de ambicionar, ou mesmo desejar, faculdades para as quais não estamos preparados, ou pelo menos, ainda não estamos preparados.”

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