INFORMAÇÃO
ESPÍRITA
O
IMORTAL
JORNAL DE
DIVULGAÇÃO ESPÍRITA
Um
minuto com Joanna de Ângelis
(...)
O teu sinal de vinculação com Deus é a prece.
Fala-Lhe
em linguagem simples, honesta, entregando-te aos Seus planos e
rogando-Lhe entendimento para melhor discerni-los.
Sentirás
a presença de Deus através da paciência ante as circunstâncias
difíceis; da resignação em face dos problemas que não podem ser
solucionados; da coragem perante os testemunhos, e o amor sempre, em
todos os momentos e situações.
Quem
pensa em Deus, nutre-se de paz.
Quem
se comunica com Deus, estua de recursos e forças para vencer-se e
mais ajudar.
JOANNA
DE ÂNGELIS, orientadora espiritual de Divaldo P. Franco, é autora,
entre outras obras, do livro Otimismo, do qual foi extraído o
texto acima.
De
coração para coração
Astolfo
O. de Oliveira Filho
Por
que sofrem as crianças?
Diante
dos sofrimentos pelos quais milhões de crianças inocentes estão
diária e sistematicamente passando, atribuir esse fato a um simples
resgate de vidas passadas é um equívoco que não encontra amparo no
que nos é ensinado pelo Espiritismo.
No
capítulo V d´O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec
escreveu:
“Não há crer (...) que todo
sofrimento suportado neste mundo denote a existência de uma
determinada falta. Muitas vezes são simples provas buscadas pelo
Espírito para concluir a sua depuração e ativar o seu progresso.
Assim, a expiação serve sempre de prova, mas nem sempre a prova é
uma expiação. Provas e expiações, todavia, são sempre sinais de
relativa inferioridade, porquanto o que é perfeito não precisa ser
provado.
Pode, pois, um Espírito haver chegado
a certo grau de elevação e, nada obstante, desejoso de adiantar-se
mais, solicitar uma missão, uma tarefa a executar, pela qual tanto
mais recompensado será, se sair vitorioso, quanto mais rude haja
sido a luta. Tais são, especialmente, essas pessoas de instintos
naturalmente bons, de alma elevada, de nobres sentimentos inatos, que
parece nada de mau haverem trazido de suas precedentes existências e
que sofrem, com resignação toda cristã, as maiores dores, somente
pedindo a Deus que as possam suportar sem murmurar.
Pode-se, ao contrário, considerar
como expiações as aflições que provocam queixas e impelem o homem
à revolta contra Deus. Sem dúvida, o sofrimento que não provoca
queixumes pode ser uma expiação; mas é indício de que foi buscada
voluntariamente, antes que imposta, e constitui prova de forte
resolução, o que é sinal de progresso.” (O
Evangelho segundo o Espiritismo,
capítulo V, item 9.)
No
capítulo VIII da 2ª Parte do livro O Céu e o Inferno,
Kardec relata o caso de Marcel, um menino de cerca de 10 anos que se
encontrava internado num hospital de província. Totalmente
contorcido, já pela sua deformidade inata, já pela doença, as
pernas se lhe torciam roçando pelo pescoço, num tal estado de
magreza, que eram pele sobre ossos. O corpo, uma chaga; os
sofrimentos, atrozes. Marcel era oriundo de uma família israelita. A
moléstia dominava aquele seu organismo havia oito longos anos, e no
entanto demonstrava o enfermo uma candura, uma paciência e uma
resignação edificantes.
Um
dia, o menino disse ao médico que o assistia:
–
Doutor, tenha a bondade de me dar
ainda uma vez aquelas pílulas ultimamente receitadas.
– Para
quê? replicou-lhe o médico, se já te ministrei o suficiente, e
maior quantidade pode fazer-te mal...
– É
que eu sofro tanto, que dificilmente posso orar a Deus para que me dê
forças, pois não quero incomodar os outros enfermos que aí estão.
Essas pílulas fazem-me dormir e, ao menos quando durmo, a ninguém
incomodo.
O
fato basta para demonstrar a grandeza daquela alma encerrada num
corpo informe. Onde teria ido essa criança haurir tais sentimentos?
Certo, não foi no meio em que se educou; além disso, na idade em
que principiou a sofrer, não possuía sequer o raciocínio. Tais
sentimentos eram-lhe inatos; mas então por que se via condenado ao
sofrimento, admitindo-se que Deus houvesse concomitantemente criado
uma alma assim tão nobre e aquele mísero corpo instrumento dos
suplícios? É preciso negar a bondade de Deus, ou admitir a
anterioridade de causa, isto é, a preexistência da alma e a
pluralidade das existências.
Os
últimos pensamentos daquele menino, ao desencarnar, foram para Deus
e para o caridoso médico que o assistiu por longo tempo.
Decorrido
algum tempo, foi seu Espírito evocado na Sociedade de Paris, onde
deu em 1863 a seguinte comunicação:
“A vosso chamado, vim fazer que a
minha voz se estenda para além deste círculo, tocando todos os
corações. Oxalá seu eco se faça ouvir na solidão, lembrando-lhes
que as agonias da Terra têm por premissas as alegrias do céu; que o
martírio não é mais do que a casca de um fruto deleitável, dando
coragem e resignação.
“Essa voz lhes dirá que, sobre o
catre da miséria, estão os enviados do Senhor, cuja missão
consiste na exemplificação de que não há dor insuperável, desde
que tenhamos o auxílio do Onipotente e dos seus bons Espíritos.
Essa voz lhes fará ouvir lamentações de mistura com preces, para
que lhes compreendam a harmonia piedosa, bem diferente da de coros de
lamentações mescladas com blasfêmias.
“Um dos vossos bons Espíritos,
grande apóstolo do Espiritismo, cedeu-me o seu lugar por esta noite.
Por minha vez, também me compete dizer algo sobre o progresso da
vossa Doutrina, que deve auxiliar em sua missão os que entre vós
encarnam para aprender a sofrer. O Espiritismo será a pedra de
toque; os padecentes terão o exemplo e a palavra, e então as
imprecações se transformarão em gritos de alegria e lágrimas de
contentamento.” (O Céu e
o Inferno, 2ª Parte, cap.
VIII.)
Kardec
perguntou-lhe: – Pelo que afirmais, parece que os vossos
sofrimentos não eram expiação de faltas anteriores. O Espírito de
Marcel respondeu:
“Não seriam uma expiação direta,
mas asseguro-vos que todo sofrimento tem uma causa justa. Aquele a
quem conhecestes tão mísero foi belo, grande, rico e adulado. Eu
tivera turiferários e cortesãos, fora fútil e orgulhoso.
Anteriormente fui bem culpado; reneguei Deus, prejudiquei meu
semelhante, mas expiei cruelmente, primeiro no mundo espiritual e
depois na Terra. Os meus sofrimentos de alguns anos apenas, nesta
última encarnação, suportei-os eu anteriormente por toda uma
existência que ralou pela extrema velhice. Por meu arrependimento
reconquistei a graça do Senhor, o qual me confiou muitas missões,
inclusive a última, que bem conheceis. E fui eu quem as solicitou,
para terminar a minha depuração. Adeus, amigos; tornarei algumas
vezes. A minha missão é de consolar, e não de instruir. Há,
porém, aqui muitas pessoas cujas feridas jazem ocultas, e essas
terão prazer com a minha presença.” (O
Céu e o Inferno, 2ª
Parte, cap. VIII.)
Essa
mania – tão comum em certos meios – de apontar supostas causas
para determinados fatos deve ser evitada, sobretudo pelas pessoas que
usam a tribuna ou se valem da imprensa para divulgar os ensinamentos
espíritas. Trata-se da prática do conhecido achismo, que somente
prejudica e em nada beneficia a divulgação da doutrina espírita.
Se
não temos condições nem conhecimento de causa para formular uma
explicação ou dar uma resposta a determinada pergunta, basta dizer:
- Não sei. E, conforme o caso: - Não sei, mas vou pesquisar e então
lhe darei a resposta. Agir de forma diferente é prestar um
desserviço à doutrina que abraçamos.
Pílulas
gramaticais
Muito
usada na linguagem médica, a palavra luxação significa:
deslocação de certos órgãos; deslocamento permanente das
superfícies que compõem uma articulação e que, assim, perdem suas
relações anatômicas normais. Pode originar-se de traumatismo,
malformação (luxação congênita) ou de lesões outras, como
artrites que incidam sobre articulação (luxação patológica ou
espontânea).
Pertinente
a luxação, temos o verbo luxar: praticar a luxação de;
deslocar, desarticular; ficar deslocado; desarticular-se.
Não
confundamos, porém, luxar com luchar, cujo significado é
sujar, emporcalhar.
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