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EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO
- O APRENDIZADO DA VIDA
Hermínio
C. Miranda
Voltemos,
à ligeira retrospectiva na História da Educação. Vimos que alguns
pensadores do segundo e terceiro séculos aceitaram a contribuição
da cultura geral ao melhor entendimento da fé. Mais do que isso,
entendiam mesmo que era pelos caminhos da cultura que o cristão
chegaria àquele entendimento. Tais posturas não eram unânimes,
pois havia discordâncias. É certo, porém, que dessa época em
diante os modelos educacionais em vigor passaram a ser bastante
influenciados pelo pensamento religioso, quando não dominados pela
Igreja, situação que se prolongaria pelos séculos afora. Aí pela
fase final da Idade Média o currículo escolar abrangia as chamadas
sete artes liberais e a filosofia, suplementado pelo estudo-
dogmático da doutrina católica. A Teologia não alcançara ainda o
status de um sistema filosófico orgânico.
As
sete artes liberais dividiam-se em dois grupos: o Trivium (gramática,
dialética e retórica) e o Quadrivium, espécie de curso superior,
onde se ensinava geometria, aritmética, música e astronomia. Ou
melhor, o que então era conhecido com esses nomes. Foi somente a
partir do século XI, depois de agitada fase de invasões e da
turbulência política e social, que a Europa conseguiu estabilidade
suficiente para novo impulso educacional. Abelardo (1079-1142) tentou
racionalizar a fé, deixando importante contribuição à
escolástica, enquanto S. Tomás de Aquino (1225-1274) ordenou a
doutrina da Igreja segundo moldes aristotélicos.
O
escolasticismo acabou exercendo influência positiva na fundação
das primeiras universidades européias, mas os modelos educacionais
continuavam limitados e um tanto rígidos. O bacharelado e o mestrado
em “artes” constituíam precondição de acesso a estudos mais
nobres, assim considerados, a Teologia, a Medicina e as leis. Na
Filosofia e na chave das ciências físicas dominava absoluto o
pensamento de Aristóteles. Em Medicina, Galeno e Hipócrates.
Seguiu-se novo período de decadência cultural que somente iria
receber impulsos renovadores com a Reforma Protestante. É que
entenderam os reformadores que chegara o momento de retomar a cultura
clássica, a fim de que o cristão pudesse entender e, por
conseguinte, melhor praticar, a doutrina de sua escolha. Após
veemente controvérsia entre os primeiros protestantes e os
humanistas, liderados, respectivamente, por Lutero de um lado e por
Erasmo de outro, coube a Philipp Melanchthon (1.497-1560), humanista
e protestante, promover a conciliação das duas correntes. Sob sua
influência direta ou indireta, as Universidades foram reorganizadas
e algumas criadas. Os modelos educacionais então implementados
prevaleceriam durante dois séculos e, em alguns casos, até mais do
que isso. Assim, alternando períodos de decadência com momentos de
retomada, os processos educacionais continuaram a sofrer as
influências dos tempos e dos pensadores.
O
próximo grande nome na História da Educação foi o de Jean Jacques
Rousseau, que com a sua obra EMILE produziu importante documento, a
despeito de suas óbvias limitações.
Entendia Rousseau que o Ser humano é intrinsecamente bom e que,
deixado aos seus próprios recursos, alcançaria fatalmente a
felicidade, o que é, no mínimo, uma visão superotimista e irreal
da natureza humana. O grande educador, cujo vulto se destaca a
seguir, é o de Pestalozzi (1746-1827), figura de particular
interesse para os espíritas, pois foi na sua famosa escola de
Yverdon, na Suíça, que Hippolyte-Léon Denizard Rivail — o futuro
Allan Kardec — passou alguns anos decisivos da sua formação
cultural e humanística. — Os alunos gozavam de grande liberdade —
escreveu Roger de Guimps, que ali estudou de 1808 a 1817 — as
portas do castelo permaneciam abertas o dia todo, e sem porteiros.
Podia-se sair e entrar a qualquer hora, como em toda casa de uma
família prevaleciam disso. Eles tinham, em geral, dez horas de aula
por dia, das seis da manhã às oito da noite, mas cada lição só
durava uma hora e era seguida de pequeno intervalo, durante o qual
ordinariamente se trocava de sala. Por outro lado, algumas dessas
lições consistiam em ginástica ou em trabalhos manuais, como
cartonagem e jardinagem. A última hora da jornada escolar, das sete
às oito da noite, era dedicada ao trabalho livre; as crianças
diziam: On travaille pour soi, e elas podiam, a seu belprazer,
ocupar-se de desenho ou de geografia, escrever a seus pais ou por em
dia seus deveres. (“Allan Kardec”, Zêus Wantuil e Francisco
Thiesen, Ed. FEB.) Por tudo isso diria Kardec anos mais tarde que “o
programa de toda uma ordem social só realizaria o mais absoluto
progresso da Humanidade, se os princípios que eles exprimem pudessem
receber integral aplicação”. Achava o grande educador suíço
que “o amor é o eterno fundamento da educação”,
princípio esse que ele traduziu em ação, assumindo a
responsabilidade de dar abrigo e instrução a crianças carentes e
abandonadas, às vezes sob as mais adversas condições, pois não
dispunham de recursos próprios. Em sua obra LEONARDO E GERTRUDES, em
quatro volumes, expôs suas idéias acerca dos problemas humanos de
sempre, pregando uma reforma social, moral e política. Em COMO
GERTURDES ENSINA SEUS FILHOS, publicada em 1801, concentrou-se no
problema específico da educação, que deveria ser ministrada a
partir de dois princípios básicos:
1)
o de que o pensamento preciso e claro depende de observação atenta
de objetos reais;
2)
o de que palavras e idéias, portanto, só fazem sentido quando
relacionadas com coisas concretas. Preconizava, portanto, um estudo
prático e objetivo, voltado para a realidade dos fatos. Por isso o
currículo do Instituto de Yverdon dava ênfase especial às práticas
de desenho, composição, canto, exercícios físicos, declamação
(mais em grupo do que individual), modelagem, colecionamento, traçado
de mapas e excursões pelo campo. Aspecto de particular relevo nas
inúmeras idéias que seu pioneirismo pôs em prática foi o da
instrução graduada segundo a capacidade do aluno, cujo potencial
era desenvolvido em grupamentos afins. De certo modo, esse conceito
seria retomado mais tarde por Lewis Madison Terman (1877 — 1956),
nos Estados Unidos, psicólogo especializado em testes de
inteligência. Terman desenvolveu técnicas próprias e criou a
expressão QI (Quociente de Inteligência). A aplicação de seus
testes ia revelando inteligências acima da média (100) que, a seu
ver, mereciam e precisavam de tratamento educacional diferenciado, a
fim de poderem desenvolver todo o seu potencial.
Terman
considerava da maior importância para a sociedade identificar, tão
cedo quanto possível, crianças bem dotadas, a fim de encaminhá-las
para melhores oportunidades de educação. Em 1921 selecionou 1500
crianças com QI superiores a 140 — 0,5% da população — e
acompanhou o desenvolvimento intelectual do grupo durante os
restantes 35 anos de sua existência. Suas conclusões merecem
respeito: tornou-se evidente que as crianças talentosas apresentavam
uma tendência a serem mais saudáveis e emocionalmente mais estáveis
do que a criança média, e que a capacidade intelectual
confirmava-se na idade adulta. O Espiritismo não se surpreende
com tais conclusões. As crianças são Espíritos reencarnados e
trazem, obviamente, uma experiência subjacente de inúmeras vidas.
Aqueles que se devotaram com maior assiduidade e esforço ao trabalho
intelectual em vidas anteriores reencarnam-se com mais robusta
estrutura mental, a não ser que renasçam com o cérebro físico
danificado em razão de compromissos cármicos ainda em aberto.
Espíritos de elevada condição intelectual, como Einstein,
Descartes, Beethoven ou Leibnitz, para citar um mínimo, em qualquer
nova experiência na carne, virão indubitavelmente dotados de
cérebros portentosos pois trazem tais conquistas já consolidadas no
veículo primário do Espírito imortal (o perispírito) que irá
servir de organizador biológico ao veículo secundário (o corpo
físico). A idéia básica de Terman desdobrou-se e frutificou. O
ensino foi (e continua sendo) ministrado nas escolas comuns ao
estudante de mediana capacidade, como se a turma fosse
intelectualmente homogênea, o que somente poderia ocorrer se
houvesse uma seleção prévia.Sem esse cuida do preliminar, os
grupos estudantis contêm sempre uma taxa mais ou menos previsível,
tanto de crianças com variada gradação de deficiências
intelectuais, como excepcionalmente bem dotadas. Na verdade, o
conceito de excepcionalidade tanto se aplica à faixa inferior do QI
quanto à faixa superior. Há três grupos distintos, portanto, no
universo escolar 1) aqueles que apresentam deficiências
intelectuais, 2) os que se situam na faixa média, certamente
a maioria e 3) os que se posicionam na faixa elevada, para a
qual Terman encontrou um índice de 0,5% da população como vimos há
pouco. Tais grupos, obviamente, apresentam-se com necessidades
diferentes e precisam de tratamento diferenciado. Numa classe
heterogênea, com o ensino ministrado em padrões medianos, a criança
deficiente não tem condições de acompanhar a turma, ao passo que a
criança bem dotada acaba perdendo o interesse pelas matérias
lecionadas e pelo estudo em geral, que não lhe oferece condições
de desafio e espaço para a sua criatividade e exercício de sua
inteligência. Com isto, muitos jovens bem dotados deixam de realizar
todo o potencial de que dispõem por pura falta de estímulo
intelectual. Ao que se observa, Pestalozzi foi o primeiro educador a
identificar o problema e a tomar as medidas correspondentes para
tirar melhor partido das diversas técnicas educacionais.
Atualmente
existem escolas inteiramente dedicadas ao ensino dos bem dotados,
tanto quanto escolas especializadas na educação de crianças da
faixa excepcional deficiente.
Isto
não quer dizer que estes últimos sejam Espíritos retardados ou
mais primitivos.
Podem
até ser altamente intelectualizados e inteligentes aprisionados em
corpos físicos que lhes inibem o exercício de todo o potencial de
suas mentes. Razões de ordem cármica estão aí em operação e, se
for possível mergulhar no passado de cada um, vamos certamente
descobrir as causas que acarretaram tão dramáticos efeitos. Alguém
que tenha, por exemplo, abusado do seu poder mental para dominar,
corromper e ludibriar o próximo, há de contar com uma ou mais
existências em que venha mentalmente inibido em corpo físico dotado
de cérebro deficiente. Essa é a lição que nos proporciona a
realidade hoje inquestionável da reencarnação. Não que tais
situações sejam punitivas ou de castigo, mas sim de reajuste,
oportunidade de recuperação e progresso concedida repetidamente ao
Espírito para refazer aquilo que não fez bem feito no passado, ou
seja: são oportunidades de reeducação. Que outra maneira teriam as
Leis Divinas de trazê-lo de volta ao caminho reto, se, de um lado,
não lhe é possível desfazer o erro cometido e, de outro, a própria
consciência exige reparação da harmonia perturbada pelo desatino?
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UMA CASA ESPÍRITA,
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NO LIVRO DOS ESPIRITOS.
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