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quinta-feira, 20 de setembro de 2018

O Evangelho no Lar e no Coração


INFORMAÇÃO ESPÍRITA


Uma Campanha mais que envolvente

O Evangelho no Lar e no Coração

208. Os Espíritos dos pais não exercem influência sobre os dos filhos, após o nascimento destes?

Exercem, e muito, pois já dissemos, os Espíritos devem concorrer para o progresso recíproco. Pois bem, os Espíritos dos pais têm a missão de desenvolver os dos filhos pela educação: isso é para eles uma tarefa. Se nelas falharem, serão culpados.”

O Livro dos Espíritos, Allan Kardec.
Uma Campanha mais que envolvente

Se um homem é a partícula divina da coletividade, o lar é a célula sagrada de todo edifício da civilização.”
Emmanuel*

Prefácio

Caro(a) Leitor(a),

É incontestável a escalada da violência que afeta a sociedade humana em nível mundial.

Perplexa, diante de diferentes formas de manifestação da violência, pais, pensadores, educadores e autoridades públicas se sentem impotentes em desacelerar esse surto de desamor.

Cada país tem o seu cenário particular, em função dos autores e das causas, mas, na essência, todas essas manifestações têm suas raízes na formação moral das criaturas.

A visão espírita da reencarnação Não resta a menor dúvida de que este cenário de conflitos guarda relação íntima com o adiantamento moral das pessoas que reencarnam em nosso Planeta.

*Psicografia de Francisco C. Xavier, Cinqüenta anos depois, 17. Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1985. p. 102.

Ensina-nos a Doutrina Espírita que a reencarnação é uma lei natural, portanto Divina, que nos aponta duas finalidades básicas para o reencarnado: é uma oportunidade concedida pela Providência Divina para correção de erros do passado e uma forma de contribuir com o progresso da Humanidade. É dessa forma que a criatura pode acelerar a sua evolução, melhorando-se moralmente e ajudando os outros a se melhorarem.

Nesse sentido, estamos convivendo com um número incalculável de espíritos encarnados, com os quais temos compromissos espirituais originários dos relacionamentos de existências anteriores; e simultaneamente, convivemos com os Espíritos (desencarnados) com os quais nos relacionamos pelo pensamento ou, através das faculdades medianímicas. São duas humanidades situadas em dimensões diferentes, mas que se interpenetram e se entrelaçam.

Assim, criaturas pacíficas e violentas se mesclam na sociedade humana, de tal forma que aquele que sabe mais, ajude o que menos conhece e compreende, para que se cumpram os desígnios de Deus: sejamos uma família universal, unida pela Lei do Amor.

A importância do Lar, na educação moral

É, no lar que os Espíritos se reencontram, sob o mesmo teto, na condição de pais, filhos e irmãos; nesse ambiente, são oferecidas as oportunidades de novo aprendizado moral, possibilitando aos reencarnados exercitarem-se no campo afetivo, desenvolvendo a fraternidade, a solidariedade, enfim, os sentimentos derivados do amor.

Assim, a função educadora e regeneradora da família é extremamente delicada e importante, quando se atribui à reencarnação a oportunidade de ascensão na escala evolutiva, através de novas experiências, no campo intelectual e moral.

Coerente com essa visão, afirma Emmanuel:*

A melhor escola, ainda é o lar, onde a criatura deve receber as bases do sentimento e do caráter”.

Emmanuel

*Psicografia de Francisco C. Xavier, O Consolador, questão 110, FEB.

Fundamentação Doutrinária

Vários Espíritos de escol se manifestaram sobre a validade e conveniência da reunião
em torno do Evangelho de Jesus, no lar; dentre eles podemos citar:

Emmanuel destaca a importância dessa prática nos lares, quando afirma:

O culto do Evangelho no lar não é uma inovação. É uma necessidade em toda parte, onde o Cristianismo lance raízes de aperfeiçoamento e sublimação.(...)

Quando o ensinamento do Mestre vibre entre as quatro paredes de um templo doméstico, os pequeninos sacrifícios tecem a felicidade comum.(1)

Bezerra de Menezes, por sua vez, pondera:

Trabalhemos pela implantação do Evangelho no Lar, quando estiver ao alcance de nossas possibilidades.

(...) Trazer as claridades da Boa Nova ao templo da família é aprimorar todos os valores que a experiência terrestre nos pode oferecer.(2)

Segundo André Luiz:

Os espíritas e, em particular, os participantes de grupos mediúnicos (...) precisam compreender a necessidade do Culto do Evangelho no lar. Pelo menos, importância da iniciativa, em torno da Doutrina Espírita, à luz do Evangelho do Cristo e, sob a cobertura moral da oração.(3)

Joanna de Ângelis, em duas obras selecionadas também se manifestou a respeito desse assunto e esclarece:

Pelo menos, uma vez por semana, reúne a tua família e felicita-a com o Espiritismo, criando, assim, e mantendo, o culto evangélico, para que a diretriz do Mestre seja eficiente rota de amor à sabedoria em tua casa... E prossegue: E se desejares felicidade, na Terra, incorpora-o ao teu lar, criando um clima de felicidade geral.(4) Na segunda obra, afirma: A transformação do lar em célula viva do Cristianismo operante constitui labor impostergável. Isto porque o lar é a ma triz geradora da comunidade ditosa, sobre a qual repousam os sustentáculos das nacionalidades progressistas. Acende o sol do Evangelho em casa, reúne-te com os teus para orar semanalmente, e jamais triunfarão trevas em teu lar, em tua família, em teu coração.(5)

Por fim, Bezerra de Menezes conclui, convidando-nos à ação:

(...) Auxiliemos a plantação do Cristianismo no santuário familiar, à luz da Doutrina Espírita, se desejamos efetivamente a sociedade aperfeiçoada amanhã.(6)

Bibliografia:

1) Xavier, Francisco Cândido. Luz no lar. Por diversos Espíritos. 8. ed. Rio de janeiro: FEB, 1997, cap. 1 (Culto cristão no lar, Emmanuel), p. 11 e 12.

2) . Francisco Cândido. Temas da vida: Evangelho no lar. Bezerra de Menezes. São Paulo: CEU, 1978.

3) . Desobssessão. Pelo Espírito André Luiz. 23. ed. Rio de Janeiro: FEB. 2003, cap. 70, p. 239.

4) Franco, Divaldo Pereira. Espírito e vida. Joanna de Ângelis. Salvador: Leal, 1991, p. 90.

5) . Leis Morais. Joanna de Ângelis. Salvador: Leal, 1987, p. 19.

6) Francisco Cândido Xavier. Temas da vida: O Evangelho no lar. Bezerra de Menezes. São Paulo: CEU, 1978.

Finalidade e Importância

1. Estudar o Evangelho de Jesus possibilita compreender os ensinamentos cristãos, cuja prática nos conduz ao aprimoramento moral.

2. Criar em todos os lares o hábito de se reunir em família, para despertar e acentuar nos familiares o sentimento de fraternidade.

3. Pelo momento de paz que o Evangelho proporciona ao Lar, pela união das criaturas, propiciando a cada um uma vivência tranqüila e equilibrada.

4. Higienizar o Lar por pensamentos e sentimentos elevados e favorecer a influência dos Mensageiros do Bem.

5. Facilitar no Lar e fora dele o amparo necessário diante das dificuldades materiais e espirituais, mantendo operantes os princípios da vigilância e da oração.

6. Elevar o padrão vibratório dos componentes do Lar e contribuir com o Plano Espiritual na obtenção de um mundo melhor.

7. Tornar o Evangelho conhecido, compreendido, sentido e exemplificado em todos os ambientes.

Significado

Quando o ensinamento do Mestre vibra entre quatro paredes de um templo doméstico, os pequeninos sacrifícios tecem a felicidade comum.”

Psicografia de Francisco C. Xavier, Luz no lar, Autores diversos, 85. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1997. Cap. 1, p. 11 e 12.

Como fazer?

Escolha, na semana, um dia e horário em que a família possa se reunir durante mais ou menos trinta minutos.

Crianças também podem fazer parte da reunião. Pode ocorrer a presença de visitantes ocasionais e, neste caso, podem ser convidados a participar; caso não sejam espíritas, devem ser esclarecidos sobre a finalidade da reunião. Há inclusive a possibilidade da reunião ser realizada por uma só pessoa – o roteiro a ser seguido é o mesmo.

1. Início da reunião – prece simples e espontânea.

2. Leitura de O Evangelho Segundo o Espiritismo – começar desde o prefácio, lendo um item ou dois sempre em seqüência.

3. Comentários sobre o texto lido – devem ser breves e contando com a participação dos presentes, evidenciando o ensino moral aplicado às situações do dia-a-dia.

4. Vibrações – Pela fraternidade, paz e equilíbrio de toda a Humanidade, por todos os governantes e por aqueles que têm sob a sua responsabilidade crianças, jovens, adultos e idosos; pela implantação e vivência do Evangelho em todos os lares; pelo próprio lar dos participantes, mentalizando paz, harmonia e saúde para o corpo e para
o espírito.

5. Pedidos – Pode-se pedir pelos parentes, amigos, por pessoas que não participem do círculo de amizades e por toda Humanidade.

6. Prece de encerramento – Simples, sincera e espontânea, agradecendo a Deus, a Jesus e aos Bons Espíritos.

OBS.: A prática do Evangelho no Lar não deve ser transformada em reunião mediúnica.

Toda intuição e inspiração, que possam ocorrer, devem ficar no campo dos comentários gerais, no momento oportuno.

Livro Indicado e livros recomendados

O livro básico e indicado é O Evangelho Segundo o Espiritismo (Allan Kardec)

Livros recomendados:

Caminho, Verdade e Vida, Pão Nosso, Fonte Viva, Vinha de Luz (Emmanuel)

Agenda Cristã (André Luiz)

Jesus no Lar - Alvorada Cristã (Neio Lúcio)

Luz no Lar (Autores diversos)

Deus aguarda - Evangelho em Casa (Meimei)

Messe de Amor (Joanna de Ângelis) e outros de conteúdos semelhantes.

Mensagens de Apoio

O Culto Cristão no Lar

Povoara-se o firmamento de estrelas, dentro da noite prateada de luar, quando o Senhor, instalado provisoriamente em casa de Pedro, tomou os Sagrados Escritos e, como se quisesse imprimir novo rumo à conversação que se fizera improdutiva e menos edificante, falou com bondade: — Simão, que faz o pescador quando se dirige para o mercado com os frutos de cada dia? O apóstolo pensou alguns momentos e respondeu, hesitante: — Mestre, naturalmente, escolhemos os peixes melhores. Ninguém compra os resíduos da pesca.

Jesus sorriu e perguntou, de novo: — E o oleiro? que faz para atender à tarefa a que se propõe? — Certamente, Senhor — redarguiu o pescador, intrigado —, mo dela o barro, imprimindo-lhe a forma que deseja. O Amigo Celeste, de olhar compassivo e fulgurante, insistiu: — E como procede o carpinteiro para alcançar o trabalho que pretende? O interlocutor, muito simples, informou sem vacilar: — Lavrará a madeira, usará a enxó e o serrote, o martelo e o formão.

De outro modo, não aperfeiçoará a peça bruta.

Calou-se Jesus, por alguns instantes, e aduziu: — Assim, também, é o lar diante do mundo.

O berço doméstico é a primeira escola e o primeiro templo da alma.

A casa do homem é a legítima exportadora de caracteres para a vida comum.

Se o negociante seleciona a mercadoria, se o marceneiro não consegue fazer um barco sem afeiçoar a madeira aos seus propósitos, como esperar uma comunidade segura e tranquila sem que o lar se aperfeiçoe? A paz do mundo começa sob as telhas a que nos acolhemos.

Se não aprendemos a viver em paz, entre quatro paredes, como aguardar a harmonia das nações? Se nos não habituamos a amar o irmão mais próximo, associado à nossa luta de cada dia, como respeitar o Eterno Pai que nos parece distante? Jesus relanceou o olhar pela sala modesta, fez pequeno intervalo e continuou: — Pedro, acendamos aqui, em torno de quantos nos procuram a assistência fraterna, uma claridade nova.

A mesa de tua casa é o lar de teu pão.

Nela, recebes do Senhor o alimento para cada dia.

Por que não instalar, ao redor dela, a sementeira da felicidade e da paz na conversação e no pensamento? O Pai, que nos dá o trigo para o celeiro, através do solo, envia-nos a luz através do Céu.

Se a claridade é a expansão dos raios que a constituem, a fartura começa no grão.

Em razão disso, o Evangelho não foi iniciado sobre a multidão, mas sim no singelo domicílio dos pastores e dos animais.

Simão Pedro fitou no Mestre os olhos humildes e lúcidos e, como não encontrasse palavras adequadas para explicar-se, murmurou, tímido: — Mestre, seja feito como desejas.

Então Jesus, convidando os familiares do apóstolo à palestra edificante e à meditação elevada, desenrolou os escritos da sabedoria e abriu, na Terra, o primeiro culto cristão no lar.

Neio Lúcio
Psicografia de Francisco C. Xavier, Jesus no Lar, FEB.

A Escola do Coração

O lar, na essência, é academia da alma.

Dentro dele, todos os sentimentos funcionam por matérias educativas.

A responsabilidade governa. A afeição inspira.

O dever obriga. O trabalho soluciona.

A necessidade propõe. A cooperação resolve.

O desafio provoca. A bondade auxilia.

A ingratidão espanca. O perdão balsamiza.

A doença corrige. O cuidado preserva.

O egoísmo aprisiona. A renúncia liberta.

A ilusão ensombra. A dor ilumina.

A exigência destrói. A humildade refunde.

A luta renova. A experiência edifica.

Todas as disciplinas referentes ao aprimoramento do cérebro são facilmente encontradas nas universidades da Terra, mas a família é a escola do coração, erguendo entes amados à condição de professores do espírito.

E somente nela conseguimos compreender que as diversas posições afetivas, que adotamos na esfera convencional, são apenas caminhos para a verdadeira fraternidade que nos irmana a todos, no amor puro, em sagrada união, diante de Deus.

Emmanuel

Reunião pública de 25-7-60

Psicografia de Francisco C. Xavier, Seara dos médiuns, FEB.

No recinto doméstico

Bondade no campo doméstico é a caridade começando Nunca fale aos gritos, abusando da intimidade com os entes queridos.

Utilize os pertences caseiros sem barulho, poupando o lar a desequilíbrio e perturbação.

Aprenda a servir-se, tanto quanto possível, de modo a não agravar as preocupações da família.

Colabore na solução do problema que surja, sem alterar-se na queixa.

A sós ou em grupo, tome sua refeição sem alarme.

Converse edificando a harmonia.

É sempre possível achar a porta do entendimento mútuo, quando nos dispomos a ceder, de nós mesmos, em pequeninas demonstrações de renúncia a pontos de vista.

Quantas vezes um problema aparentemente insolúvel pede tão-somente uma palavra calmante para ser resolvido?

Abstenha-se de comentar assuntos escandalosos ou inconvenientes.

Em matéria de doenças, fale o estritamente necessário. Procure algum detalhe caseiro para louvar o trabalho e o carinho que lhe compartilham a existência.

Não se aproveite da conversação para entretecer apontamentos de crítica ou censura, seja a quem seja.
em casa.

Se você tem pressa de sair, atenda ao seu regime de urgência com serenidade e respeito, sem estragar a tranqüilidade dos outros.

André Luiz

Psicografia de Francisco C. Xavier, Sinal Verde, CEC.

Evangelho no Lar

Trabalhemos pela implantação do Evangelho no Lar, quando estiver ao alcance de nossas possibilidades.

A seara depende da sementeira.

Se a gleba sofre o descuido de quem lavra e prepara, se o arado jaz inerte e se o cultivador teme o serviço, a colheita será sempre desengano e necessidade, acentuando o desânimo e a inquietação.

É importante nos unamos todos no lançamento dos princípios cristãos no santuário doméstico.

Trazer as claridades da Boa Nova ao templo da família é aprimorar todos os valores que a experiência terrestre nos pode oferecer.

Não bastará entronizar as relíquias materiais que se reportem ao Divino Mestre, entre os adornos da edificação de pedra e cal, onde as almas se reúnem sob os laços da comunidade ou da atração afetiva.

É necessário plasmar o ensinamento de Jesus na própria vida, adaptando-se-lhe o sentimento à beleza excelsa.

Evangelho no Lar é Cristo falando ao coração. Sustentando semelhante luz nas igrejas vivas do lar, teremos a existência transformada na direção do Infinito Bem.

O Céu, naturalmente, não nos reclama a sublimação de um dia para outro nem exige de nós, de imediato, as atitudes espetaculares dos heróis.

O trabalho da evangelização é gradativo, paciente e perseverante. Quem recebe na inteligência a gota de luz da Revelação Cristã, cada dia ou cada semana transforma-se no entendimento e na ação, de maneira imperceptível.

Apaga-se nas almas felicitadas por essa bênção o fogo das paixões, e delas desaparecem os pruridos da irritação inútil que lhe situa o pensamento nos escuros resvaladouros do tempo perdido.

Enquanto isso ocorre, as criaturas despertam para a edificação espiritual com o serviço por norma constante de fé e caridade, nas devoluções a que se afeiçoam, de vez que compreendem, por fim, no Senhor, não apenas o Amigo Sublime que ampara e eleva, mas também o orientador que corrige e educa para a felicidade real e para o bem verdadeiro.

Auxiliemos a plantação do Cristianismo no santuário familiar, à luz da Doutrina Espírita, se desejamos efetivamente a sociedade aperfeiçoada no amanhã.

Em verdade, no campo vasto do mundo as estradas se bifurcam, mas é no lar que começam os fios dos destinos e nós sabemos que o homem na essência é o legislador da própria existência e o dispensador da paz ou da desesperação, da alegria ou da dor a si mesmo.

Apoiar semelhante realização, estendendo-se nos círculos das nossas amizades, oferecendo-lhe o nosso concurso ativo, na obra de regeneração dos espíritos na época atormentada que atravessamos, é obrigação que nos reaproximará do Mentor Divino, que começou o seu apostolado na Terra, não somente entre os doutores de Jerusalém, mas também nos júbilos caseiros da festa de Caná, quando, simbolicamente, transformou a água em vinho na consagração da paz familiar.

Que a Providência Divina nos fortaleça para prosseguirmos na tarefa de reconstrução do lar sobre os alicerces do Cristo, nosso Mestre e Senhor, dentro da qual cumpre-nos colaborar com as nossas melhores forças.

Bezerra de Menezes

Psicografia de Francisco C. Xavier, Temas da Vida, CEU.

Testemunho Doméstico

Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé.” Paulo.
(Gálatas, 6:10.)

Decerto que o apóstolo Paulo, em nos recomendando carinho especial para com a família da nossa fé, mantinha em vista a obrigação inarredável da assistência imediata aos que convivem conosco.

Se não formos úteis e compreensivos, afáveis e devotados, junto de alguns companheiros, como testemunhar a vivência das lições de Jesus, diante da Humanidade?

Admitimos, porém, à luz da Doutrina Espírita, que o aviso apostólico se reveste de significação mais profunda.

É que, entre os nossos domésticos, estão particularmente os laços de existências passadas, muitos deles reclamando reajuste e limpeza.

Na equipe dos familiares do dia-a-dia formam, comumente, aqueles Espíritos que, por força de nossos compromissos do pretérito, nos fiscalizam, criticam, advertem e experimentam.

Sempre fácil dar boa impressão a quem não prive intimamente conosco. Num gesto ou numa frase, arrancamos, de improviso, o aplauso ou a admiração de quantos nos encontram exclusivamente na paisagem escovada dos atos sociais.

Diante dos amigos que se despedem de nós, depois de uma solenidade ou de qualquer encontro formal, nada difícil cairmos desastradamente sob a hipnose de lisonja com que se pretende exagerar as nossas virtudes de superfície.

Examinemos, contudo, as nossas conquistas morais, demonstrando-as perante aqueles que nos conhecem os pontos fracos.

Não nos iludamos.

Façamos o bem a todos, mas provemos, a nós mesmos, se já somos bons, fazendo o bem, a cavaleiro de todos os embaraços, diante daqueles que diariamente nos acompanham a vida, policiando o nosso comportamento entre o bem e o mal.

Emmanuel

Psicografia de Francisco C. Xavier, Palavras de vida eterna, FEB.

Jesus Contigo

Dedica uma das sete noites da semana ao Culto Evangélico no Lar, a fim de que Jesus possa pernoitar em tua casa.

Prepara a mesa, coloca água pura, abre o Evangelho, distende a mensagem da fé, enlaça a família e ora.

Jesus virá em visita.

Quando o Lar se converte em santuário, o crime se recolhe ao museu. Quando a família ora, Jesus se demora em casa. Quando os corações se unem nos liames da Fé, o equilíbrio oferta bençãos de consolo e a saúde derrama vinho de paz para todos.

Jesus no Lar é vida para o Lar.

Não aguardes que o mundo te leve a certeza do bem variável. Distende, da tua casa cristã, a luz do Evangelho para o mundo atormentado.

Quando uma família ora em casa, reunida nas blandícias do Evangelho, toda a rua recebe o benefício com a comunhão com o Alto.

Se alguém, num edifício de apartamentos, alça aos Céus a prece da comunhão em família, todo o edifício se beneficia, qual lâmpada ignorada, acesa na ventania.

Não te afastes da linha direcional do Evangelho entre os teus familiares. Continua orando fiel, estudando com os teus filhos e com aqueles a quem amas as Diretrizes do Mestre e, quanto possível, debate os problemas que te afligem à luz clara da mensagem da Boa Nova e examina as dificuldades que te perturbam ante a inspiração consoladora do Cristo.

Não demandes a rua, nessa noite, senão para os inevitáveis deveres que não possas adiar.

Demora-te no Lar para que o Divino Hóspede, aí também, se possa demorar.

E, quando as luzes se apagarem à hora do repouso, ora mais uma vez, comungando com Ele, como Ele procura fazer, a fim de que, ligado a ti, possas, em casa, uma vez por semana, em sete noites, ter Jesus contigo.

Joanna de Ângelis

Psicografia de Divaldo P. Franco, S.O.S. Família, LEAL.
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