O CÓDIGO INTERNACIONAL DE DOENÇAS E A TERAPÊUTICA
ESPIRITUAL
Dr.
Sérgio Felipe de Oliveira
Objetivamos
neste breve texto trabalhar alguns interessantes tópicos para reflexão sobre as
curas espirituais. Ressaltamos aqui uma importante abertura da medicina
acadêmica para as questões espirituais. No DSM IV, que é o mais importante
manual de estatística de distúrbios
mentais (Associação Americana de Psiquiatria), tendo sua terminologia e
conceitos utilizados pela Organização Mundial de Saúde, há um alerta, em sua
introdução, para a possibilidade de as manifestações de ver e ouvir espíritos
de parentes mortos não serem necessariamente alucinação ou qualquer
manifestação psicótica. O clínico deve ser cuidadoso, segundo o DSM IV, quando,
ao abordar pacientes de comunidades de determinadas culturas religiosas,
observar que o fato mencionado acima não está ligado a qualquer processo
patológico. É uma primeira abertura para que a mediunidade possa ser entendida
como função psíquica.
A
possibilidade de interferência de um mundo espiritual nos processos de cura ou
doença é fenômeno cuja visualização científica permeia a raridade. Tanto a
doença como a cura são processos de conquista diária, e no caso de cura, árdua
luta que leva tempo. Nesse caso, apenas no momento em que a pessoa se faz
merecedora é que advém a cura (lei de ação e reação espiritista). Essa cura
está centrada na transformação do espírito em direção a determinados valores
como a fraternidade, a humildade, o perdão, o trabalho e o amor. Às vezes, com
a alteração e as dificuldades orgânicas é que o espírito conquista esses
atributos internos, atestados de boa saúde.
No
sofrimento da dor, na disciplina em relação aos cuidados do corpo, a higiene e
a medicação necessária, vamos aprendendo a nos amar, base para podermos amar os
semelhantes (“ama teu próximo como a ti mesmo”).
O
processo de doença, assim como o norteamento terapêutico, devem ser analisados
sob a ótica bio-psico-sócio-espiritual, pois são sistemas que agem em sinergia.
O sistema espiritual e psíquico não é antagônico em termos de abordagem
metodológica, ao sistema biológico. Assim, por exemplo, um eczema na pele pode
ter sido provocado por um problema auto-imune, mas este pode ter sido
desencadeado por uma neurose. Essa neurose pode ter advindo de um grave
problema social e esta situação de algum distúrbio espiritual - uma obsessão, por
exemplo. Note-se que não deixou de ser um eczema de causa auto-imune, que vai
necessitar de medicação. Também não descartamos um diagnóstico de neurose, que
complementa a compreensão do primeiro. Nem tampouco o diagnóstico de obsessão
espiritual anula os demais; pelo contrário, amplifica a compreensão do
problema. Não há, portanto, antagonismo entre Medicina e espiritualidade, mas
uma sinergia, e o beneficiado é o paciente.
Referencias
Bibliográficas:
AMERICAN
PSYCHIATRIC ASSOCIATION - DSM IV 4ª ed.
KARDEC,
A . O Evangelho Segundo o Espiritismo. 5ª ed. Feesp, 1982. (Texto extraído do
Boletim Médico-Espírita nº 10 - Mednesp 95, págs. 115 e 116.)
COMO EU TRATO
DEPRESSÃO
Dr.Jaider
Rodrigues de Paulo AMEMG - http://netpage.estaminas.com.br/amemg
Com
acerto é dito que a depressão é o mal do século. Dentre as enfermidades mentais
ela é uma das mais presentes, causando sofrimento inominável a muitas pessoas.
A depressão não é um problema que a pessoa esteja enfrentando nesta vida
simplesmente. A sua problemática é muito mais profunda.
Data-se
de épocas remotas. Estamos informados pelos nossos amigos Espirituais que do
seio Divino verte uma energia que fecunda cada criatura. Esta energia Divina é
uma doação constante que nos irracionais é de aceitação automática. Nos
racionais a aceitação é voluntária, dependente do livre arbítrio.
Na
dinâmica causal da depressão está o fato de o ser não identificar o amor de
Deus, a paternidade Divina, quando conquista a possibilidade do livre-arbítrio.
Este fato gera um campo energético de insegurança que desperta o egoísmo. Neste
movimento egoísta a pessoa age equivocada, buscando a segurança e, quase
sempre, cria um carma negativo e suas implicações. No caso da depressão, o
egoísmo gera a revolta e a rebeldia que é o núcleo motor do deprimido. O carma
criado na energia da revolta leva ao complexo de culpa e este à depressão.
Assim podemos dizer que a depressão é a expressão da revolta, é a tristeza
deteriorada. Dentro desta visão vamos ver
que o deprimido tem um caráter básico a expressar-se na dificuldade em perdoar
(a si e ao próximo). É um sedutor por excelência pois a sua dor é a maior do
mundo. É perfeccionista por orgulho, agressivo disfarçado (ironia e
somatização) e, por fim, um suicida em potencial (tenta agredir com a sua morte
a Deus e aos seus semelhantes).
O
Duplo Etérico e o metabolismo do fluido vital são extremamente afetados.
O
Centro Vital Genésico, movido pela energia deletéria da revolta, cria
possibilidades de frigidez sexual, impotência, insuficiências ovarianas e
testiculares, problemas prostáticos, uterinos vários, infecciosos e tumorais.
O
Centro Vital Esplênico, estimulado por tal energia, predispõe à má absorção do
prana, às anemias, leucopenias, plaquetopenias, leucopenias, processos
cancerígenos nas estruturas medulares.
O
Centro Vital Gástrico, dentro desta perspectiva, vai facultar o aparecimento
das irritabilidades e inflamações, nas úlceras, da má absorção dos alimentos,
das neoplasias, da inibição do funcionamento intestinal nas porções terminais,
retendo substâncias tóxicas cancerígenas e doenças diverticulares.
O
Centro Vital Cardíaco pre-disporá às coronariopatias, arritmias e às
insuficiências cardíacas.
O
Centro Vital Laríngeo, por sua vez, fará uma expansão pulmonar insuficiente,
dificultando as trocas do oxigênio e do gás carbônico, a expulsão dos agentes
tóxicos, a absorção prânica, facilitando as doenças pulmonares, infecções e as
neoplasias.
O
Centro Vital Coronário e Cerebral, por serem profundamente afetados, dificultam
a conscientização dos elos superiores da vida, favorecendo a falta de fé e
esperança tão peculiar nos deprimidos, a expressar-se nas apatias, anedonias e
abulias.
O
tratamento da depressão requer do profissional certa experiência, porque não
raro encontramos pacientes refratários ao tratamento pelo fato deste já ter
sido iniciado de maneira inconveniente. Quando o quadro depressivo não é grave,
podemos iniciá-lo de maneira menos “agressiva”, usando mais orientações para
corrigirmos hábitos alimentares, estimulando o uso de verduras e frutas de cores
alaranjadas, amarelas e verdes, os exercícios respiratórios
(aumentar a entrada de oxigênio e saída do gás carbônico e de elementos e a
captação do prana); o banho de sol, as caminhadas ou exercícios regulares; a
necessidade do lazer, de leituras e atividades salutares.
Desaconselhamos
o uso de alcoólicos, do fumo, do excesso de leite e seus derivados, da carne e
dos condimentos. Enfatizamos da necessidade de valorizar-se a dor alheia, da
meditação, do trabalho beneficente em prol dos necessitados (descentralizando a
atenção excessiva em si), do culto cristão no lar, de atentar para uma melhor
convivência no lar e no trabalho. Quando há um clima de aceitação dos recursos
espíritas, encaminhamos para receberem os passes, principalmente nos centros de
força Esplênico e Gástrico, os mais afetados, e o recurso da água fluidificada.
Não sendo aceitos tais recursos, orientamos da necessidade da fidelidade ao
compromisso religioso que temos diante do nosso Criador; com isto, enfatizamos
o recurso da prece, da procura da comunhão com Deus, o Nosso Pai, através da
prece, que deve ser sincera e sentida para ter-se a eficácia desejada.
Usamos
também os recursos dos Florais e da Homeopatia, no intuito de harmonizarmos as
energias do Duplo Etérico e do Perispírito. Somos do parecer que a Medicina
alternativa tem muito que oferecer aos pacientes deprimidos. Buscamos com a
psicoterapia oferecer ao paciente a possibilidade de tomar consciência da sua
relação consigo, com seu semelhante e com Deus, denunciando a ele a sua maneira
de ser diante da vida.
Quando
o paciente depressivo é mais grave, implica na necessidade de usarmos os
antidepressivos, afim de minorarmos o seu sofrimento, que não é pequeno. A
escolha do antidepressivo é muito importante, porque tem que levar em
consideração vários fatores, tais como: condições sociais, estados orgânicos,
idade, tipo de depressão, resistência ao uso da medicação (medo de
dependência). Nos pacientes de baixa renda, usamos de preferência os antidepressivos
Tricíclicos, por serem os mais baratos. Dentre estes, temos na clorimipramina o
mais eficaz e não necessitamos, na maioria dos pacientes, de altas doses. Quase
sempre, no início do tratamento, usamos um ansiolítico de preferência à noite
para melhorar o sono, até o processo antidepressivo fazer efeito.
Nos
casos de depressão grave e refratários ao tratamento exposto acima, usamos a
Eletroconvulsoterapia com ótimos resultados.
Atualmente
contamos com uma classe de antidepressivos, os Inibidores Seletivos da
Recaptação da Seretonina (ISRS) que apresentam menos efeitos colaterais, porém
não são mais potentes que os Tricíclicos e apresentam preços proibitivos para
os de baixo poder aquisitivo.
É
uma alternativa mais confortável para os pacientes que podem adquirí-los.
Dentre estes antidepressivos temos como os mais eficazes a Paroxicetina, a
Fluoxetina e o Citralopam. Os demais são de eficácia ainda não convincente. Os
Inibidores da Monoamina Oxidase (IMAO) são pouco usados e destes, atualmente, a
Meclobemida é o mais aceito (em pacientes idosos) com certas restrições de sua
eficácia.
O
tempo de uso vai depender muito da severidade da depressão e da disponibilidade
íntima do paciente em colocar em prática as orientações passadas. Os
antidepressivos e os ansiolíticos não curam ninguém, funcionam como um
“Cirineu”, ajudando os pacientes a levarem suas cruzes, não retirando-as dos
seus ombros. Somente a conscientização da necessidade de transformar-se
intimamente é que pode mudar o roteiro de vida de um deprimido. (Extraído do
jornal Folha Espírita, nº 289, abril/98, página 4.)
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