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sábado, 17 de dezembro de 2016

CONVIDAR POBRES E OS ESTROPIADOS

CONVIDAR POBRES E OS ESTROPIADOS


Pobre – do lat.  paupere – significa  aquele  que  não  tem  o necessário  à vida; cujas posses são inferiores à sua posição  ou condição social. Estropiado – do italiano stroppiare, através  do espanhol estropear –, aleijado, mutilado.

            São Lucas, no cap. XIV, vv. 12 a 15 do seu Evangelho, retrata "os pobres e os estropiados" nos seguintes termos: "... quando  deres um  jantar  ou uma ceia, não convides os teus  amigos,  nem  teus irmãos,  nem  teus parentes, nem teus vizinhos  ricos;  para  não suceder que eles, por sua vez, te convidem e sejas  recompensado. Antes, ao dares um banquete, convida os pobres, os aleijados,  os coxos e os cegos; e serás bem-aventurado, pelo fato de não  terem eles  com  que  recompensar-te; a tua  recompensa,  porém,  tu  a receberás na ressurreição dos justos".

A transmissão do conhecimento na época de Jesus era feita através de parábolas, ou seja, expressava-se um dado conteúdo tendo-se em mente  o  seu sentido alegórico. Além disso,  para  que  possamos entender  o alcance das palavras de Jesus, devemos  valer-nos  da dimensão cultural do povo judeu. Este era dominado pelos romanos, que ostentavam poder e erudição, desprezando os menos afortunados da  sorte.  É  contra essas injustiças  que  Jesus  endereçava  a maioria de suas palavras.

Allan   Kardec,   no  cap.  XIII  de  O  Evangelho   Segundo   o Espiritismo, esclarece-nos o sentido alegórico contido no  texto evangélico. Diz-nos que o fundo do pensamento está em  considerar os  pobres e os estropiados como aquelas pessoas  que  não   poderão retribuir,  ou  seja,  devemos fazer o bem pelo  bem,  sem  outra expectativa  de  recompensa. Ainda: explica-nos que por festins devemos entender, não o repasto propriamente dito, mas a participação na abundância de que desfrutamos.

            "Os pobres e os estropiados", na concepção bíblica, exorta-nos  à reflexão. Até que ponto estamos dando atenção aos poderosos,  aos bem-ajustados na sociedade, em detrimento dos mais  necessitados? Dessa  forma,  parece-nos que a tônica desse  ensinamento  é  que saibamos renunciar ao nosso comodismo, a fim de auxiliar aos mais carentes,  pondo  em prática a máxima: "não são os  sãos  os  que precisam de médico, mas os enfermos".

Façamos  o bem pelo bem. Essa é a única fórmula capaz de  dar-nos tranqüilidade  neste  mundo  de  provas e  de  expiações  em  que vivemos.




SÉRGIO BIAGI GREGÓRIO

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