CONVIDAR
POBRES E OS ESTROPIADOS
Pobre – do lat.
paupere – significa aquele
que não tem o
necessário à vida; cujas posses são
inferiores à sua posição ou condição
social. Estropiado – do italiano stroppiare, através do espanhol estropear –, aleijado, mutilado.
São
Lucas, no cap. XIV, vv. 12 a 15 do seu Evangelho, retrata "os pobres e os
estropiados" nos seguintes termos: "... quando deres um
jantar ou uma ceia, não convides
os teus amigos, nem
teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos;
para não suceder que eles, por sua
vez, te convidem e sejas recompensado.
Antes, ao dares um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos; e serás bem-aventurado,
pelo fato de não terem eles com
que recompensar-te; a tua recompensa,
porém, tu a receberás na ressurreição dos justos".
A transmissão do
conhecimento na época de Jesus era feita através de parábolas, ou seja,
expressava-se um dado conteúdo tendo-se em mente o seu
sentido alegórico. Além disso, para que
possamos entender o alcance das
palavras de Jesus, devemos
valer-nos da dimensão cultural do
povo judeu. Este era dominado pelos romanos, que ostentavam poder e erudição,
desprezando os menos afortunados da
sorte. É contra essas injustiças que
Jesus endereçava a maioria de suas palavras.
Allan
Kardec, no cap. XIII de O
Evangelho Segundo o Espiritismo, esclarece-nos o sentido
alegórico contido no texto evangélico.
Diz-nos que o fundo do pensamento está em
considerar os pobres e os estropiados
como aquelas pessoas que não poderão retribuir, ou
seja, devemos fazer o bem
pelo bem, sem
outra expectativa de recompensa. Ainda: explica-nos que por festins devemos entender, não o repasto
propriamente dito, mas a participação na abundância de que desfrutamos.
"Os
pobres e os estropiados", na concepção bíblica, exorta-nos à reflexão. Até que ponto estamos dando
atenção aos poderosos, aos bem-ajustados
na sociedade, em detrimento dos mais
necessitados? Dessa forma, parece-nos que a tônica desse ensinamento
é que saibamos renunciar ao nosso
comodismo, a fim de auxiliar aos mais carentes,
pondo em prática a máxima:
"não são os sãos os que
precisam de médico, mas os enfermos".
Façamos o bem pelo bem. Essa é a única fórmula capaz
de dar-nos tranqüilidade neste mundo
de provas e de
expiações em que vivemos.
SÉRGIO BIAGI GREGÓRIO
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