Evangelho Redivivo
DEUS
E MAMON
Deus – do lat. Deus, pelo gr. Theos – é
a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. Mamon - do lat. tardio mammona
ou mammonas
- significa dinheiro, riqueza, propriedades.
Deriva de Mamon, Deus das
riquezas da mitologia Síria e fenícia.
São
Lucas, no cap. XVI, v. 13 do seu Evangelho, narra a passagem em
que Jesus condena a riqueza nos
seguintes termos: "Ninguém pode servir a dois senhores; porque, ou odiará a
um e amará ao outro,
ou se afeiçoará a um e desprezará
o outro.
Não podeis servir, ao
mesmo tempo, a Deus e a
Mamon". Como há inúmeros textos evangélicos
condenando a riqueza, tem-se a
impressão de que o Cristianismo
subestima a dimensão econômica do homem.
A Bíblia do Velho
Testamento, por exemplo, faz uma apologia positiva da riqueza, dizendo que ela
é aspiração humana e bênção divina. Já a Bíblia do Novo Testamento,
principalmente com Jesus, abomina-a. Para compreendermos a mudança no eixo
com relação à riqueza,
convém raciocinarmos em termos dos elementos culturais da época de Jesus. No começo da era
cristã, os romanos detinham o poder e abusavam de suas posses materiais. É
nesse sentido que Jesus condena a riqueza, ou seja, sua má utilização, não a sua
posse.
O homem tem anseio
natural à aquisição de bens materiais.
Deles provém a sua subsistência vital.
Como é vital, acaba enfatizando-a, em detrimento dos bens
espirituais. Observe os esforços infrutíferos
do marxismo com relação ao fim da desigualdade dos bens possuídos e do direito de
propriedade privada. A distribuição justa da riqueza é muito mais uma questão
de reformulação interior do que de proibições estatais.
Allan Kardec,
no cap. XVI de O Evangelho Segundo o Espiritismo,
traça-nos um roteiro seguro quanto ao uso da riqueza. Diz-nos que a riqueza é
uma prova mais difícil do que a pobreza. Orienta-nos para aplicá-la na caridade,
não a que estiola o necessitado, mas
a que
o ergue até o Pai Celestial. Enfim,
mostra-nos que a verdadeira
propriedade é a soma dos conhecimentos
e qualidades morais armazenada em
cada um de nós.
Optemos por servir
a Deus. Somente assim ficaremos livres do jugo do Mamon, ou seja, da obsessão
pela riqueza material.
SÉRGIO BIAGI GREGÓRIO
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