CRIAÇÃO E ESPIRITISMO
A palavra criação presta-se a muitos
significados. Criação artística,
referindo-se a uma obra de arte; criação
de filhos, para explicitar a educação materna; criação mental, para evocar o surgimento de novas idéias. Aqui,
neste artigo, vamos tratar da criação
no que tange à origem do Universo. Nesse sentido, o conceito nos é fornecido
pela revelação judaico-cristã. Comparemos as objeções da filosofia, da
religião, da ciência e do Espiritismo.
Os primeiros
filósofos, os gregos, mostraram grande interesse no problema da natureza do
universo. Tales de Mileto foi o primeiro a propor uma solução para esse
problema. Para ele, a água é a
matéria donde tudo se origina, pois pode se transformar em ar e gelo.
Anaximandro, por sua vez, falava que esse elemento primordial era o infinito, que pelo movimento produzia tudo o mais. Anaxímenes afirmava ser o ar.
Pitágoras e os pitagóricos achavam que o elemento primeiro era o número. Platão elaborou sobre o mundo ideal
e o mundo real. Aristóteles tenta conciliar idéia e matéria. Hoje, no século
XXI, ainda não chegamos a uma conclusão definitiva sobre a dicotomia entre
Espírito e matéria.
A revelação judaico-cristã afirma que Deus
é o Criador. Deus fez o universo surgir do nada (ex nihilo) por sua livre vontade. O nada significa que não havia
nenhuma matéria preexistente. No Gênese,
primeiro livro de Moisés, é relatado o modo como Deus criou o Mundo. Ali está
expresso o que aconteceu nos seis dias de criação. Há o aparecimento das
trevas, do céu, do mar, das plantas, dos animais e do homem. Este relato é
considerado mitológico e antropomórfico, pois trata Deus como um ser humano
(ceramista) que, através de suas mãos, modela Adão e Eva, o primeiro casal da
Terra.
Para a Ciência, a vida é o resultado de uma
complexa evolução que durou uma centena de milhões de anos. Para explicar o seu
começo, estabelece algumas hipóteses. Dentre elas, a mais aceite pelos
cientistas é a de que a vida se originou a partir da formação do protoplasma,
matéria elementar das células vivas. O protoplasma evolui para as bactérias,
vírus, amebas, algas, plantas, animais até chegar à formação do homem. É
importante salientar que as ciências experimentais podem estudar a evolução do
Cosmo e formação dos Mundos, mas está fora do processo rigorosamente científico
a idéia da criação.
A filosofia,
a ciência e a religião não nos oferecem uma explicação satisfatória. E o
Espiritismo? Para o Espiritismo, a
vida também é o resultado desta complexa evolução comprovada pela Ciência.
Allan Kardec em A Gênese, André Luiz
em Evolução em Dois Mundos e Emmanuel
em A Caminho da Luz atestam para a
formação da camada gelatinosa, depois das altas temperaturas e resfriamento
pelo qual passou o nosso planeta, na época de sua constituição, há cinco
bilhões de anos. Há o aparecimento do protoplasma e toda a cadeia evolutiva. A
diferença entre Ciência e Espiritismo é que o segundo faz intervir a ação dos
Espíritos no processo de evolução.
Respeitemos
todos os esforços da Humanidade para desvendar os mistérios da natureza.
Contudo, reflitamos um pouco mais sobre as explicações dadas pelos Espíritos
superiores, que estão sumamente interessados em ampliar o nosso conhecimento, a
fim de que possamos melhor servir o Cristo.
ARTIGOS DE SÉRGIO BIAGI
GREGÓRIO
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