Espiritismo Comparado
DESAGREGAÇÃO
FAMILIAR E ESPIRITISMO
Em 1990, de acordo com os dados do I. B. G.
E., havia, no Brasil, 38 milhões de famílias, com a média de 1,9 filhos, sendo
que 18% das mulheres chefiavam os seus lares, com renda média de 0,5 a 5
salários mínimos. Os dados mostraram um aumento razoável do número de divórcios
e de famílias unicelulares e uma queda acentuada do número de registros de
casamentos, passando dos um milhão, em 1985 para os 777 mil, em 1990.
O que explica a queda do número de casamentos
e o aumento do número de divórcios e famílias unicelulares? Na visão dos
psicólogos, há inúmeras razões, entre as quais, citam a ascendência da mulher
no mercado de trabalho. Até então o núcleo familiar tinha o homem como o centro
das decisões. Com o aumento da renda, gerado pelo trabalho feminino, a ordem do
pátrio poder desestrutura-se. Surgem, a partir daí, os diversos conflitos, os
quais não resolvidos satisfatoriamente, implicaram em separações.
A
crise do casamento não é só financeira. Lembremo-nos das dificuldades de relacionamento entre os membros de
um lar. Quando as pessoas não conseguem comunicar os seus sentimentos, as suas
aspirações e a sua maneira de ser há um vácuo de entendimento, levando, em
muitos casos, à ruptura dessas relações. O princípio da ação também pesa muito. Quando esse princípio é
fortemente apoiado em um único fator, a crise é mais acentuada. Observe aqueles
que se casam somente pela atração física. Ao surgirem as responsabilidades
naturais que a união encerra, fogem atemorizados.
O Espiritismo fornece-nos meios para uma
reflexão mais profunda. Em primeiro lugar, não podemos descartar os resgates
familiares, pois a maioria dos casamentos ainda é, na atualidade, uma tentativa
de solucionar problemas não resolvidas em outras encarnações. Em segundo lugar,
como resgatar, se ao primeiro contratempo, dispersamo-nos com a separação? É
por essa razão que o divórcio não deve ser facilitado, pois estaremos sempre
desperdiçando uma excelente oportunidade de redenção e crescimento espiritual.
A desagregação familiar que as estatísticas
mostram não é de estarrecer. Ela é fruto de uma mensagem eminentemente
materialista, transmitida pelos vários níveis de comunicação de massa. Quando a
indução ao consumismo, desde os produtos mais elementares até àqueles que
incentivam as fantasias sexuais, é extremamente valorizada, o sentimento
religioso, a fé, a esperança perdem terreno, diminuindo sensivelmente a nossa
capacidade de suportar o sofrimento.
Higienizemos o nosso reduto doméstico com o
teor vibratório dos nossos pensamentos elevados. Não nos esqueçamos, porém, de
pedir forças suplementares para vencermos galhardamente as dificuldades que se
nos apresentarem.
ARTIGOS DE SÉRGIO BIAGI GREGÓRIO
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