CORAGEM
DA FÉ
“Todo aquele que
me confessar e me reconhecer diante dos homens, eu o reconhecerei e confessarei
também, eu mesmo, diante do meu Pai que está nos céus; e todo aquele que me
renegar diante dos homens, eu o renegarei também, eu mesmo, diante do meu Pai
que está nos céus”. (Mateus, 10, 32 e 33)
Uma vez
consolidada a fé nos dizeres do Evangelho, o discípulo sincero deve atender ao
chamamento do seu coração, seguir as determinações da sua consciência e
enfrentar as adversidades da vida. Há oportunidade que surge apenas uma vez;
saibamos aproveitá-la, refulgindo a nossa luz diante dos homens. A luz,
invariavelmente, sofre o assédio das sombras. Não temamos, pois nenhuma idéia
nova foi até agora implantada sem lutas, sem esforço. Observe a vida dos
grandes homens. Quantos deles não morreram em fogueiras?
Recuar, justamente
no momento em que formos chamados a exemplificar o Mestre Jesus, é uma covardia
sem tamanho. Para tanto, busquemos forças no âmago de nosso ser. Caso nos sintamos
fracos para tal empreendimento, peçamos o auxílio dos benfeitores espirituais.
Eles estão sempre prontos a nos ajudar. Lembremo-nos de que “aqueles que
tiverem medo de ser confessar discípulos da verdade não são dignos de serem
admitidos no reino da verdade”. Assim, convém anular a nossa personalidade, o
nosso ego, a fim de que o “eu divino”, o “eu cósmico” sobressaia e interpenetre
tudo o que for de nosso usufruto.
A coragem da fé
implica em carregar a cruz, nem mais leve e nem mais pesada. Carregar a cruz é
sofrer os reveses de uma sorte adversa. Assim, quando estivermos sendo
massacrados pelos nossos adversários, quando falarem mal do nosso nome, quando
nos ofenderem, regozijemo-nos, pois, o mal que nos fizerem reverterá em nosso
benefício. Esta foi a tônica das ações dos discípulos ao longo do tempo. Por
que hoje seria diferente? Convém, para o nosso próprio bem, aceitarmo-nos tais
quais somos, atendendo de bom grado as imposições do mestre a nosso respeito.
Enfrentemos
corajosamente as tribulações que nossa fé acarretar. Nada de pusilanimidade no
momento em que Jesus estiver nos chamando para a salvação; a admissão no reino
da verdade exige a perda da própria vida. Nesse mister, coloquemos tudo nas
mãos de Deus, renunciando aos nossos gostos, à nossa comodidade e à nossa
preguiça. Calemos as discórdias, soframos as incompreensões e esperemos onde
todos desesperam. Suportar a nossa sina é vencê-la.
Por maiores as
dificuldades que a vida se nos impõe, prossigamos no firme propósito de levar
aos semelhantes uma parcela do muito que estamos recebendo da Bondade
Divina.
SÉRGIO BIAGI GREGÓRIO
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