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sábado, 31 de dezembro de 2016

Pensar o Espiritismo - CÉU, INFERNO E PURGATÓRIO


Pensar o Espiritismo




Doutrina



CÉU, INFERNO E PURGATÓRIO
      

Céu –  do lat. Caelu – significa espaço ilimitado  e  indefinido onde  se  movem os astros; região para onde, segundo  as  crenças religiosas, vão as almas dos justos. Inferno - do lat. infernu -, lugar ou situação pessoal em que se encontram os que morreram  em estado  de  pecado. Purgatório - do lat. purgatoriu -,  lugar  de purificação  das  almas dos justos, antes de  admitidas  na  bem-aventurança.

A  idéia  que  fazemos  do  Céu é  fruto  da  concepção  grega  e babilônica  (calmo,  imutável, vida  eterna).  Nicolau  Copérnico (1473-1543) quebra a tradição milenar e coloca o Sol no centro do Universo. Com isso, a Terra entrou no Céu. Galileu Galilei (1564-1642),  com o auxílio do telescópio, dá prosseguimento  às  teses defendidas  por Copérnico. O "em cima" e o "em baixo"  deixam  de existir.  A  Ciência  parecia ir contra a Bíblia;  mas  a  Bíblia ensina como ir ao Céu, não como ele foi feito.

A   religião   cristã  dogmática,  baseando-se   nas   concepções tradicionais,  estabeleceu  os lugares circunscritos  no  espaço, onde estariam localizados o Céu, o Inferno e o Purgatório. O Céu, em  cima, é a região para onde vão as almas dos justos  gozar  da felicidade  eterna; o Inferno, em baixo, zona de  suplício,  onde são  enviadas as almas dos que morreram em pecado; o  Purgatório, lugar intermediário, em que a alma é detenta a par da  condenação perpétua.

Para  o  Espiritismo, Céu, Inferno e Purgatório  são  figuras  de linguagem  e  não lugares circunscritos. O Céu  indica  o  espaço universal;  são  os  planetas,  as estrelas  e  todos  os  mundos superiores em que os Espíritos gozam de todas as suas faculdades, sem  as  tribulações  da  matéria.  O  Inferno  não  é  um  lugar materializado,  com caldeiras ferventes e rochedos em brasa,  mas uma  vida  de  provas extremamente penosas, com  a  incerteza  de melhoria.  O Purgatório é uma figura pela qual se deve entender  o estado  dos  Espíritos imperfeitos que estão em  expiação  até  a purificação  completa que deve elevá-los ao plano  dos  Espíritos felizes.

As  expectativas com relação à vida futura dependem da  concepção de  mundo  de cada um. Se materialistas, o nada nos  aguarda;  se panteístas,   retornaremos  ao  todo  universal;  se   religiosos dogmáticos, iremos para o Céu ou para o Inferno. Apesar de  essas imagens   estarem  automatizadas  em  nosso  subconsciente,   não significa  dizer  que a alma, após o  desencarne,  encontrar-se-á nessas condições.

De acordo com o Espiritismo, a alma é imortal e, mesmo depois  da  morte física, continua individualizada e sujeita ao progresso.


ARTIGOS DE SÉRGIO BIAGI GREGÓRIO






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