Dr. Vitor Ronaldo Costa
*Queixa:*
- Reconheço a minha incapacidade em conviver com as tensões diárias. Os meus desequilíbrios decorrem de um vazio existencial que aos poucos me consome. Infelizmente, busco a paz no uso de psicotrópicos, sabendo de antemão que o meu mal é falta de fé na providência divina. Há recursos para minimizar os meus conflitos?
*Análise da situação:*
As reações depressivo-ansiosas lideram o "ranking" das enfermidades mais diagnosticadas no mundo. Parcela considerável da população comporta-se de forma desajustada diante das circunstâncias, colocando o temor acima das possibilidades de reação satisfatória aos desafios mundanos. Sentem-se inseguras e ameaçadas por enfermidades incuráveis, desgraças imaginárias e outros artifícios psicológicos difíceis de serem eliminados do fulcro consciencial.
Em sua complexidade psicofísica, o homem, além da matéria densa representada pelo organismo físico, dispõe de uma alma, ponto de partida da energética diretora da vida. A mente se responsabiliza pelas manifestações psíquicas expressas das mais variadas formas: inteligência, raciocínio, discernimento, afetividade, emoções, sentimentos, etc.
O que verdadeiramente caracteriza o ser humano como obra-prima da criação é a sua capacidade de raciocinar continuamente e de desenvolver o senso de moralidade, permitindo-lhe mergulhos mais profundos na intimidade de si próprio, na esperança de melhor conhecer-se e de dominar os seus impulsos negativos. Além do mais, essas características transcendentais facultam-lhe o alçar de vôos mais elevados no intuito de expandir os seus sentimentos enobrecidos e aproximar-se definitivamente da divindade.
Nesse sentido, todos, invariavelmente, dispomos da mesma capacidade de lutar pelo nosso progresso e de evoluir incessantemente em busca da nossa destinação gloriosa. Esse pensamento eqüivale a um convite certamente estimulante, pois, se o anseio evolutivo é um apanágio universal, ele significa a certeza de um amanhã vitorioso contra as imperfeições, as más tendências e as aflições imaginárias que nos deterioram as faculdades mentais.
Então, surge a pergunta: qual a atitude a ser tomada no sentido de obter-se a tranquilidade espiritual tão sonhada? É bem provável que os mais apressados recomendem o uso de psicotrópicos, pois ilusões também são vendidas em forma de medicamentos, muito embora a maioria venha a se tornar dependente e imprgnada. Por outro lado, a farmacoterapia não significa a cura definitiva do mal, nem o fortalecimento do espírito, pois em verdade existe uma outra maneira de buscar-se o equilíbrio, ela é fácil de ser obtida, é gratuita e produz resultados sempre satisfatórios.
*Proposta Evangélica:*
Os Evangelhos, a propósito, nos apresentam aspectos significativos e válidos para os problemas aqui ventilados:
"Levantai-vos e orai, para que não entreis em tentação". (Lucas, 22:46)
Atentos às propostas de Jesus, identificamos na prece o recurso ímpar de saneamento das aflições. Vimos que as drogas químicas bloqueiam os circuitos nervosos e reduzem artificialmente a ansiedade sem eliminá-las em definitivo, se bem que às custas de efeitos colaterais mais pronunciados, nos casos de ingestão exagerada. É claro que reconhecemos a sua utilidade em determinadas circunstâncias, mas receamos os abusos habitualmente constatados. Os distúrbios emocionais requisitam, por isso mesmo, a mobilização de recursos psíquicos que se contraponham à desarmonia alimentada pela mente viciosa. Através da prece, o pensamento construtivo cria padrões de altíssimo teor vibratório, capaz de anular as vibrações densificadas do pensamento enfermiço, modificando, em consequência, a postura incorreta do indivíduo perante a vida. É pela oração que evitamos as tentações decorrentes da nossa própria imprevidência, nos ligamos às altas esferas através do pensamento suplicante e fortalecemos o bom-ânimo, a resignação e a fé, disposições íntimas só alcançadas por quem adentrou-se na prática da prece fervorosa.
Portanto, a oração pode ser considerada uma mescla de religiosidade e ciência. Graças a ela, somos ouvidos pelo Pai em nossas rogativas silenciosas, e higienizamos a mente, reduzindo as nossas disposições ansiosas.
(Texto extraído da obra "Gerenciando as Emoções à Luz da Sabedoria Crística", autoria de Vitor Ronaldo Costa, 1ª ed., editora Otimismo, 1997)
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